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“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

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Artigos Vocação e Seminário

“Senti o chamado de Deus em minha vida. E agora?”

No seu cuidado e no cumprimento da sua promessa, Deus continua a chamar jovens para operar em sua colheita. O Papa Francisco recorda-nos que “o Senhor nos chama a participar na sua obra criadora, prestando a nossa contribuição para o bem comum com base nas capacidades que recebemos” (Christus Vivit, 253). É de conhecimento que a explicação basilar de “vocação” é do chamado que Deus realiza à todas as pessoas.

Entretanto, sentido e discernindo o chamado específico que Deus realiza no silêncio de seu coração, como que o jovem pode proceder diante da compreensão de sua vocação? De forma oportuna, aproveita-se desse espaço para auxiliar àqueles que querem seguir o chamado do Senhor.

Em suma, é necessário, ao experienciar do chamado de Deus, que o jovem deve procurar a alguém para o acompanhamento. Exorta-nos o Sumo Pontífice que “há sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos, profissionais e até jovens qualificados, que podem acompanhar os jovens no seu discernimento vocacional” (CC,291). O acompanhamento é imprescindível e traz por consequência o discernimento ao jovem: não existe, então, vocação sem um discernimento adequado.

Particularmente para o ministério ordenado, o acompanhamento vocacional na Diocese de Guarulhos baseia-se no trabalho e nas temáticas trabalhadas nos Encontros Vocacionais promovidos pela Diocese – etapa essa imprescindível para um discernimento concreto por parte do vocacionado – e na direção realizada com um presbítero em sua comunidade.

Em nossa Diocese, os Encontros Vocacionais são realizados no último domingo de cada mês às 16h no Seminário Imaculada Conceição. Se você sente o chamado do Senhor em sua vida – ou conhece alguém que quer realizar um discernimento vocacional – participe dos encontros e responda a essa convocação de Deus.

Sem. Edson Vitor – 4º ano de Teologia

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Artigos Vida Presbiteral

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e dia da santificação dos sacerdotes

Os padres e diáconos da Diocese de Guarulhos, estiveram reunidos no seminário diocesano Imaculada Conceição para a manhã de oração no dia 16 de junho, sob a presidência de Dom Edmilson Amador Caetano e reflexão conduzida pelo Cônego Celso Pedro, que ressaltou a importância e os perigos da tecnologia e a meios digitais na vida do presbítero.

A solenidade é celebrada na sexta-feira após a Solenidade de Corpus Christi. A Eucaristia/Corpus Domini não é outro senão o próprio Coração de Jesus, Daquele que, com “coração”, “cuida” de nós. A Devoção ao Sagrado Coração De Jesus tem a sua origem nas aparições de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, em Paray-le-Monial, na França. No dia 16 de junho de 1675, durante uma exposição do Santíssimo Sacramento, Nosso Senhor apareceu a Santa Margarida Maria Alacoque e, descobrindo seu Coração, disse-lhe:

“Eis o coração que tanto tem amado aos homens e em recompensa não recebe, da maior parte deles, senão ingratidões pelas irreverências e sacrilégios, friezas e desprezos que tem por Mim neste Sacramento de Amor”.

Desde então, ou melhor, desde que as ditas aparições foram reconhecidas pela Igreja, esta celebra, na sexta feira depois da oitava da festa do Corpo de Deus, a festa do Sagrado Coração de Jesus. O Papa Francisco fez a seguinte publicação neste dia no Twitter:

Nesta festa e neste mês do Coração de Jesus, peçamos ao Senhor que faça com que o nosso coração se assemelhe ao seu e que sejamos seus instrumentos para que Ele possa “passar fazendo o bem” a todos.

Manhã de Oração do Clero
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Artigos Voz do Pastor

O Amor de Deus por nós!

“Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.” (1Jo 4,10)

 

A manifestação do amor de Deus é patente em vários aspectos na vida humana. O chamado de Deus a nós, vocacionados, é uma manifestação especial. É gratuidade. É graça.

Se cada um de nós, chamados a estar (no) e ser Povo de Deus, pensasse seriamente nas próprias tendências, más inclinações, paixões etc., veria que não possui méritos pessoais para fazer parte de tão grande missão do amor de Deus no mundo. Deus nos amou por primeiro.

Se cada um de nós, chamados a estar (no) e ser Povo de Deus, olhasse ao redor e, sinceramente, comprovasse que temos semelhantes, nas tendências e inclinações, bem mais virtuosos que nós e que não foram vocacionados a estar (no) e ser Povo de Deus, descobriríamos o mistério da eleição de Deus por nós: Graça.

Se cada um de nós, chamados a estar (no) e ser Povo de Deus, não olhasse a própria existência como algo coincidente e natural, ou seja, dizendo “estou na Igreja pois assim quis, pois nasci numa família católica…”, descobriria que, ainda que não tenhamos elementos para dizer qual o motivo da eleição de Deus sobre nós, somos escolhidos, e na gratuidade, louvaria a Deus por esta escolha e a luz que ela nos dá. Não somos melhores que os nossos semelhantes, é verdade. No entanto, somos portadores de um chamado, de uma graça que somente Deus sabe o porquê. “Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.” (cf. Mt 25)

Se cada um de nós, vocacionados a estar (no) e ser Povo de Deus, refletisse e contemplasse a grandeza do amor Deus, que “não precisando” nos amar, prefere amar, porque Ele é amor e manifesta seu amor à humanidade por ele criada, numa dimensão redentora que, aos olhos humanos, chega a ser escandalosa, – pois “quando éramos fracos Cristo morreu pelos ímpios…a prova que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores.”(cf. Rm 5,6.8),  – sentiria o coração traspassado, como os ouvintes da primeira pregação da Igreja, no dia de Pentecostes. (cf. At 2)

Se cada um de nós, chamados a estar (no) e ser Povo de Deus, fosse sincero consigo mesmo, reconhecesse os próprios pecados e infidelidades, contemplaria a fidelidade de Deus, vendo que as promessas dele são mantidas, não obstante nossos inúmeros pecados e infidelidades. Quem ainda tem mais tempo de vida (idade), se for sincero consigo mesmo, verificará que somos mantidos neste Povo santo por fidelidade dele, e assim, será mais penetrado da certeza de que a vocação é Graça.

Quando cada um de nós, chamados a estar (no) e ser Povo de Deus, for penetrado pela certeza de amor e eleição (Graça) não poderá deixar de concluir que, apesar de não podermos explicitar o porquê da eleição de Deus sobre nós, podemos explicitar a finalidade, o para que fomos chamados e escolhidos: tornar o amor de Deus por toda a humanidade, presente e vivente no coração das pessoas, manifestado na obra redentora de Jesus Cristo. É a missão.

Quando cada um de nós, chamados a estar (no) e ser Povo de Deus, contemplar verdadeiramente o amor e eleição de Deus por nós, não exercerá a missão de ser Povo de Deus, como se estivesse simplesmente ajudando a Igreja, fazendo um favor para o padre ou para o bispo, fazendo obra filantrópica, dando um pouco de seu tempo…A missão é o tempo todo em cada chamado a serviço específico que temos no Povo de Deus. Quando verdadeiramente contemplarmos a grandeza da eleição e do chamado, diremos como Paulo: “o amor de Cristo nos impele, quando consideramos que um só morreu por todos…a fim de que aqueles que vivem não vivam mais para si, mas por aquele que morreu e ressuscitou por eles…Ai de mim se não anunciar o Evangelho.” (cf. 2Cor 5,14-15; 9,16)

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist. – Bispo diocesano

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Artigos Enfoque Pastoral

“Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33).

O mês de julho é dedicado à devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados. São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus mediante “a aspersão do seu sangue” (1Pe 1, 2). Roguemos ao Senhor para que neste mês de julho sejamos animados e restaurados na comunhão com Ele pelo seu preciosíssimo Sangue.

Redemos graças ao Senhor pelo nosso último CODIPA Ampliado. Fui um grande momento de comunhão entre todas as pastorais, movimentos, organismos e comunidades, que foram representadas pelos seus coordenadores e assessores. Neste dia nosso Bispo Dom Edmilson fez um resgaste histórico das DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA 2019-2023 e também apresentou realidades desafiantes da evangelização. Foram realizados grupos de reflexão para responder duas questões que irão contribuir com a construção das novas DIRETRIZES de 2025.

Também em foco pastoral temos neste mês a SEMANA DIOCESANA DE FORMAÇÃO, que vai abordar a temática do 3º Ano Vocacional do Brasil, cujo lema é: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33). Nesta semana teremos como Objetivo geral: Promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações como graça e missão, a serviço do Reino de Deus e será destinada a todos os nossos diocesanos. Esta formação irá acontecer em todas as foranias de nossa Diocese; e já está sendo divulgado os locais neste jornal e nas redes socias.

Em julho nossos padres farão o seu retiro anual. Que este tempo seja favorável para abastecimento da graça na vida dos nossos sacerdotes. Peço ao povo de Deus que rezem por nós para que sejamos banhados e santificados no preciosíssimo Sangue de Jesus.

Roguemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, para que inspirados nela, confiemos no Senhor e na sua providência.

Coragem!

 

Pe. Marcelo Dias SoaresCoordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Vida Consagrada

Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret

A Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret, é um dos oito ramos da Família Claretiana. Foi fundada por Dom Geraldo Fernandes Bijos, primeiro bispo e arcebispo de Londrina/Pr e a Serva de Deus Madre Leônia Mílito, missionária italiana, atualmente em processo de beatificação. A sede da fundação foi em Londrina, aos 19/03/1958, festa de São José e nasceu como uma pequena semente lançada em terreno fértil com a vigorosa energia de Deus que produz bons frutos para o Reino. Atualmente a Congregação está presente em 17 países nos cinco continentes.

O ESPÍRITO CARISMÁTICO: Seguir Jesus Missionário do Pai e Redentor da humanidade, abraçando as obras de misericórdia corporais e espirituais, colaborando na salvação das pessoas de todo o mundo por todos os meios possíveis pelo anúncio do Evangelho e o serviço da caridade aos mais pobres.

ESPIRITUALIDADE: Eucarística e Cordimariana. A missionária Claretiana deve nutrir-se de oração e viver em íntima união com Jesus Cristo. (M. Leônia). Dos pés de Jesus saí para cuidar dos pobres, depois de cuidar dos pobres, voltai para retemperardes o vosso espírito aos pés de Jesus no Santíssimo Sacramento do altar. (D. Geraldo)

OS PROTETORES ESPECIAIS: O Imaculado Coração de Maria, como Mãe, Mestra e Rainha. Santo Antônio Maria Claret, que dá seu nome à Congregação; São José a quem é atribuída a graça especial da fundação e Santa Terezinha do Menino Jesus, patrona mundial das missões.

O LEMA BONDADE E ALEGRIA: Com a bondade no coração e o sorriso nos lábios, vencereis qualquer dificuldade e luta que nunca faltam no caminho do Senhor. (M. Leônia) Desde o início da Congregação, eu venho pregando a necessidade da alegria e da bondade. (D. Geraldo)

IDENTIDADE DAS MISSIONÁRIAS: “A Missionária Claretiana vive em simplicidade evangélica, caridade verdadeira, humildade profunda e generosa disponibilidade. Numa atitude de conversão pessoal e comunitária, deixa-se guiar pelo Espírito Santo e procura crescer cada dia no amor de Deus e do próximo sobretudo dos mais pobres. Busca a vida oculta e centrada no amor. Tudo faz por amor. Faz o bem a todos, sem discriminação. Vive em profundidade a espiritualidade eucarística e mariana; a dimensão do espírito missionário universal; a total disponibilidade e serviço à Igreja em cada época, atenta aos sinais dos tempos, em comunhão com seus pastores, sentindo com a Igreja, sendo filha da Igreja. Compartilha a vida em comum, os bens, o trabalho, na pobreza evangélica” (Constituição, 14)

RAMOS CARISMÁTICOS: A Congregação conta com o Instituto Claretiano de Leigos Missionários e a Fraternidade Eclesial Claretiana que atuam na força do mesmo Carisma.

O Carisma dado a uma Congregação Religiosa é dom do Espírito Santo e não pode fechar-se sobre os membros que efetivamente assumem a radicalidade da proposta. Todas as pessoas que de alguma forma aproximam-se da Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret, ou Missionárias Claretianas, seja pela busca de espiritualidade ou por participar na missão, são igualmente portadoras deste Carisma e merecem especial atenção para que ele desabroche e produza os frutos de que o Reino precisa.

Os Fundadores, Dom Geraldo Fernandes e Madre Leônia Milito, foram audazes e santos em seu proceder, assumindo firmar as bases deste Carisma na Igreja e deixaram em seus escritos um extenso legado de incentivo para a abertura ao mundo missionário.

A Congregação das Missionárias de Santo Antonio Maria Claret, como dom de Deus, tem sua origem na vida de duas pessoas: Maria Mílito e Geraldo Fernandes Bijos.

Maria Mílito nasceu em Sapri, Salerno, Itália, a 23 de junho de 1913, sendo seus pais: Gabriel Mílito e Maria Grissi. Faleceu no município de Cambé, Paraná, Brasil, em acidente automobilístico, no dia 22 de julho de 1980.

Geraldo Fernandes Bijos nasceu em Contagem, Minas Gerais, Brasil, no dia 01 de fevereiro de 1913, sendo seus pais: Vigilato Fernandes Bijos e Maria José Moreira Fernandes. Faleceu em São Paulo, Brasil, a 29 de março de 1982, em consequência de uma intervenção cirúrgica cardíaca.

Estas duas pessoas, nascidas em lugares diferentes, com história pessoal diferente, mas com ideias semelhantes, guiadas pela Providência, encontraram-se em 1956, tornando-se, a partir de então, os instrumentos do Espírito Santo para fundar a Congregação das Missionárias de santo Antônio Maria Claret.

Conheça e faça parte desta Família também!

 

Ir. HermíniaMissionárias Claretianas

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Artigos Vocação e Seminário

É necessário “permanecer com Ele”

No encontro cativante no caminho de Emaús, os discípulos rogam ao Ressuscitado: “permanece conosco!” (Lc 24,). A permanência com o Senhor é o ponto fundamental da experiência com Jesus e fonte substancial de toda a vocação. O próprio Jesus pede aos discípulos para “permanecesse com ele” (Jo 15,4a), prometendo que “ele permaneceria em vós” (cf. Jo 15,4b).

Para bem ilustrar essa intimidade, Jesus se utiliza da figura autorreferencial da videira e, para os discípulos, a dos ramos que devem estar ligados a ele – uma vez unidos a Cristo, o fiel há de dar frutos. Incontestavelmente, tal analogia deve fazer-se aos vocacionados: quem ouve o chamado de Deus, deve estar ligado a Ele e, por consequência, dar resultas.

Com efeito, essa pessoalidade traz um apelo mútuo: Jesus apela aos discípulos que permaneça com Ele e os discípulos assim o pedem também – a exemplo dos discípulos de Emaús. É próprio dos que mantêm o mínimo de intimidade é a permanência, a solidez da comunhão dos interesses.

O desejo de Jesus é que os seus, os seus vocacionados, estejam ligados ao seu amor, ao seu mandamento e na escuta da sua Palavra. Consequentemente, os discípulos, aqueles que respondem a vocação, querem ter a permanência de seu Senhor, seja pela oração, pela Palavra e pelos sacramentos, pois sabem que, sem Jesus, “nada podem fazer” (Jo 15,5c).

 

Sem. Edson Vitor – 4º ano de Teologia

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Artigos Liturgia

Sacramento da Penitência e da Reconciliação (Final)

Um dos destaques da nossa última Assembleia Diocesana foi a valorização do sacramento da Penitência: “Priorizar o sacramento da Penitência junto a Pastoral da Escuta.” (n.3 – Pilar do Pão). Por isso, desde março estamos repartindo com o leitor um pouco do que o Catecismo da Igreja Católica traz sobre o importante assunto.

O sacerdote que celebra o sacramento da penitência realiza o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida, o bom Samaritano que cura as feridas; o Pai que espera pelo filho arrependido e o acolhe no seu retorno; mas também do justo juiz que não faz discriminação de pessoas e cujo juízo é, simultaneamente, justo e misericordioso. Em outras palavras, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador arrependido. ( cfr. Catec. n. 1465)

O confessor é ministro, isto é,  servidor do perdão de Deus. Por isso deve unir-se à intenção e à caridade de Cristo .

A Igreja declara que todo o sacerdote que ouve confissões está obrigado a guardar segredo absoluto sobre os pecados que os seus penitentes lhe confessaram; se quebrar esse sigilo, incorrerá em penas muito severas. Este segredo, que não tem exceções, é chamado «sigilo (selo) sacramental», porque aquilo que o penitente manifestou ao sacerdote fica «selado» pelo sacramento. O penitente, embora não sujeito ao sigilo sacramental, deve evitar dizer a outrem o que ouviu do sacerdote durante a confissão, por discrição e respeito.

Quais os efeitos deste sacramento?

A Penitência nos restitui a graça de Deus e nos une a Ele numa amizade perfeita. A isso se chama reconciliação com Deus. Por essa razão é preciso pedir a graça do arrependimento sincero.

A penitência também nos  reconcilia com a Igreja. O sacramento da conversão restaura a comunhão fraterna que foi abalada ou até mesmo rompida pelo pecado.  A Igreja sofre com o pecado de seus membros, mas também é beneficiada com sua penitência e conversão. Há uma troca entre os bens espirituais entre todos os membros da Igreja, quer os membros da Igreja peregrina, quer os que já estão na imortalidade.

Somente pelo caminho da conversão é que podemos entrar no Reino de onde o pecado grave nos exclui. Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da morte à vida. Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e tenha a vida. (Cfr Ez 33,11).

As palavras da fórmula de absolvição que o sacerdote concede ao penitente resumem o significado do sacramento:

Deus, Pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de Seu Filho, reconciliou o mundo Consigo e enviou o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo“.

O penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no mais profundo do seu ser, onde recupera a própria verdade interior: reconcilia-se com os irmãos, que de algum modo ofendeu e magoou: reconcilia-se com a Igreja; reconcilia-se com toda a criação.

Por tudo isso, não podemos ter medo do sacramento da penitência, e de modo algum podemos assustar as  pessoas, e sobretudo as crianças, ameaçando-as com a suposta severidade da penitência, mas sim devemos encorajar os cristãos a desejarem o sacramento da reconciliação, como remédio espiritual que cura, salva, liberta, fortalece e pacifica.

 

Padre Antonio Bosco da Silva

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Artigos Bíblia

Salomão: (+ ou – 970 – 931 a.C.; texto: 1Rs 3-11)

Continuação…

Retomando nosso estudo sobre Salomão, vejamos as características gerais do seu reinado:

– As preocupações principais eram criar um exército permanente, fixar uma capital política e religiosa, Jerusalém, e selecionar uma elite a serviço do rei;

– Acumulação: poder, terras, privilégios e luxo na corte (1Rs 5, 2 – 3; 7, 1 – 8; 10, 14 – 23)

– Tributação abusiva: o luxo da corte, a estrutura do Estado e as guerras exigiam muito dinheiro;

– Exploração sobre os agricultores e a corveia (1Rs 5, 27 – 32; 12, 4): isso vai criar a resistência dos trabalhadores;

– União com princesas estrangeiras e adoção de cultos estranhos à fé do povo (1Rs 11, 1 – 8);

– Concentração de riquezas nas mãos do rei e dos seus auxiliares;

– Uso da religião para manipular o povo (ver 1Rs 8, 1 – 13; 6 – 7)

Mais uma vez, o povo elevou seu clamor, como na escravidão do Egito. O rei se distanciava cada vez mais do povo e da periferia (Am 6, 1 – 6). A elite vai criando ideologias para oprimir ainda mais o povo, como ocorre na literatura sapiencial, por exemplo, na qual a pobreza é considerada fruto da preguiça e, portanto, uma maldição, e a riqueza, uma bênção de Deus (ver Pr 10, 4; 10, 15; 13, 18).

O resultado disso tudo era a discriminação ao pobre e desprezo ao seu clamor (Ecl 9, 13 – 16; Eclo 13, 3 – 4). Na época de Salomão, portanto, houve um retrocesso: a volta à escravidão semelhante à escravidão vivida no Egito!

 

Salomão morreu em 931 a.C.; após sua morte, houve um cisma político e surgiram dois reinos:

– no NORTE – Reino de Israel, composto pelas DEZ tribos, que se rebelaram contra Roboão, filho sucessor de Salomão (1Rs 12, 10 – 12);

– no SUL – Reino de Judá, composto pelas tribos de Judá e Benjamim, fiéis a Roboão (descendente de Davi, filho de Salomão).

 

As causas dessa divisão do Reino de Salomão foram:

  1. Impostos abusivos:

– taxas do santuário: aspecto sagrado, desde Moisés – dois tipos:

– obrigatórias: dízimo anual e tributo anual por pessoa;

– eventuais (casos especiais): taxa pelo pecado e resgates de pessoas ou bens consagrados a Deus (comutação) Ver Lv 4; 5, 15 – 16; 27, 30 – 33; Dt 14, 22 – 29.

– impostos “do rei”: meios de se apossar dos bens de seus súditos – diversas formas de exploração; Samuel já prevenira o povo desse risco: 1Sm 8, 11 – 17; Tipos:

– dízimo do rei – ver 1 Rs 10, 15; 21;Am 7, 1;

– impostos por vassalagem – ver 2Rs 15, 19 – 20; 23, 33 – 35 = casos de Manaém e Joacaz;

outros impostos: tributo territorial, tributo por pessoa e pedágios (Esd 4, 13).

  1. Violência e opressão:

– política de Salomão: cruel e opressora (corveia = trabalhos forçados);

– manipulação religiosa;

– surgimento de dois inimigos: Síria (Aram) e Edom;

– tributos para manter um exército forte e bem equipado (1Rs 11, 14 – 25);

– riqueza do rei ao lado da miséria do povo do Norte.

  1. Influências do paganismo:

– Casamentos de Salomão – número exagerado de esposas = gastos excessivos na corte;

– Inserção da IDOLATRIA no Templo de Jerusalém (deuses);

– Pactos comerciais e políticos com outros países.

  1. Escravidão: o povo do Norte tornou-se mercadoria de barganha política e econômica (1Rs 5, 20 – 25; 9, 10 – 14) e colocado como escravo do rei (1Rs 5, 27; 11, 26).

         Dois fatos marcaram o fim da era de Salomão:

1º- A rebelião contra Roboão, apoiada pelo profeta Aías, de Silo (1Rs 11, 29 – 32.37 – 38; 12, 4 – 11). O povo foi suplicar a Roboão o alívio às imposições de seu pai Salomão, mas Roboão não ouviu os clamores do povo.

2º – Jeroboão: tornou-se rei das tribos do Norte, uma espécie de “Davi do Norte”; porém, a dinastia de Jeroboão não cumpriu o ideal que Aías propôs (1Rs 11, 37 – 38), porque Jeroboão estava afeito à idolatria.

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro

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Artigos Destaques Diocese Movimentos Diocesanos

Imagem Peregrina do Terço dos Homens percorre a Forania Fátima

Em Novembro de 2022 a Diocese de Guarulhos foi escolhida para receber a Imagem peregrina do Terço dos Homens da Rede Século XXI, em Valinhos / SP.

O primeiro grupo a acolher a imagem foi a Paróquia Santa Luzia – Alvorada, seguindo às paróquias: Santo Antonio – Pimentas; São Judas Tadeu – Alice; Sagrado Coração de Jesus; São Francisco – Nações; Nsa. Sra. de Fátima – Aracília; São Francisco – Uirapuru. Encerrando a peregrinação na Paróquia Santa Rita – Jd. Cumbica, na celebração do 7o aniversário do grupo. A imagem peregrina visitou os grupos dos homens do Terço das respectivas paróquias, além dos grupos de oração, enfermos e demais pastorais.

Os párocos e vigários acolheram a imagem nas Santas Missas realizando a benção de envio, em suas homilias ressaltaram o espírito de oração que a presença da Mãe Aparecida proporcionou aos homens e familiares. A peregrinação da Mãe Aparecida, realiza uma integração entre os grupos diocesanos, trás a presença de Deus, proporcionando momentos de oração, e leva não somente a Deus, mas a tantos outros, a nossa experiência de Oração.

No mês de Junho a Imagem estará nas foranias Bonsucesso e Aparecida.

Salve Maria!

“Com o Terço nas mãos, joelhos no chão e Deus no coração”! 

Pe. Johnny BernardoAssessor Diocesano do Terço dos Homens

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Artigos Falando da Vida

Os perigos da Inteligência Artificial

Até aonde a tecnologia pode evoluir sem ferir nossa liberdade?

   Em 1940, em plena segunda guerra mundial, o matemático britânico Alan Turing construiu uma máquina eletromecânica, que decifrou os códigos dos navios de guerra da Alemanha. Essa invenção não só ajudou os aliados a derrotarem os nazistas, como também criou as bases teóricas da computação que permitiram o surgimento da Inteligência Artificial “A.I”. Em novembro de 2022 foi criado o ChatGPT, uma ferramenta de pesquisa e produção de conteúdos que é derivada direto dessa inteligência e o seu uso está sendo muito discutido atualmente. Quais as consequências positivas ou negativas que o uso da A.I. provocará na sociedade?

Inteligência Artificial é o conjunto de ciências, teorias e técnicas que visa imitar as habilidades cognitivas de um ser humano. A Revolução Industrial, no início do século, facilitou a vida das pessoas, mas teve um alto custo representado pela degradação do meio ambiente e o surgimento de doenças. Desta vez, estamos vivendo uma nova revolução tecnológica que pode trazer mais eficiência na execução de tarefas, mas ao mesmo tempo, muitos perigos. Programas inteligentes como o ChatGPT, podem assumir o lugar das pessoas e influenciar decisões mudando o rumo da sociedade.

O ChatGPT seria capaz de elaborar artigos científicos e até de escrever livros. Nas artes, poderia compor peças teatrais, roteiros de filmes e músicas. Mas o maior perigo está no campo social: softwares inteligentes poderiam criar informações falsas e manipular imagens trazendo risco à privacidade dos indivíduos. A foto do Papa Francisco vestindo um casaco branco, publicada por inúmeros sites, é um exemplo claro desse perigo. Não é à toa que na Itália o ChatGPT está proibido e outros países da Europa estão criando leis para seu uso.

Por trás das questões éticas que envolvem o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial, está um mercado avaliado em centenas de bilhões de dólares. Curiosamente, os maiores líderes desse setor escreveram um documento com mais de 1000 assinaturas solicitando uma pausa de seis meses no desenvolvimento dessa nova tecnologia. O documento alerta para “riscos profundos para a sociedade e para a humanidade”.

Resumindo, se até os maiores interessados estão preocupados com as consequências dessa nova tecnologia, deveríamos nos preocupar mais ainda. Afinal, nenhum progresso vale a pena se perdermos a condição sagrada de sermos pessoas livres e conscientes, capazes de fazer nossas escolhas. Que a Inteligência Artificial, ainda que mais avançada, esteja sob o domínio da inteligência humana, para que possamos honrar e dignificar nossa identidade de filhos de Deus.

 

Romildo R. Almeida – Psicólogo clínico