Diocese de Guarulhos

SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Artigos Falando da Vida

Páscoa e Ressignificação

Quando o homem velho dá lugar ao homem novo.

Revendo a nossa história de vida, muitas vezes nos deparamos com experiências tristes que nos fazem pensar: Como seria bom se tivéssemos uma borracha que apagasse os nossos erros do passado, as lembranças dolorosas, os traumas e também nossas culpas. Teríamos a oportunidade de começar vida nova com um novo sentido, uma nova oportunidade. Infelizmente essa borracha não existe da maneira como imaginamos, mas a boa notícia é que podemos construir uma nova estrada, sem destruir aquela que já existia; podemos nos tornar pessoas novas e o nome dessa estrada é Ressignificação.

Ressignificar é mudar o significado dos acontecimentos através de uma postura compassiva e autocompassiva. Não é o mesmo que autoindulgência onde nos desculpamos pelos nossos erros com a tradicional atitude evasiva, representada pela frase: Errei, mas quem não erra. Ressignificar é compreender de forma profunda o nosso passado, avaliar as circunstâncias que envolveram, o nosso grau de consciência e, a partir disso, nossa vontade genuína de querer fazer diferente. A história de Saulo que passou de perseguidor de cristãos à homem piedoso e convertido, é um exemplo bíblico de tantas experiências que ocorrem em nosso meio.

Considerando a possibilidade da Ressignificação, ninguém está forçado a viver um destino manchado por um passado negativo e vergonhoso. Seja um dependente químico, um criminoso, um pervertido, etc. Não importa o quão errado você foi no passado, você pode se reconduzir à uma nova vida dando a si mesmo uma nova chance. Muitas vezes não é a sociedade que julga e sim, nós mesmos que através de uma postura crítica e pesada, condenamo-nos a viver dentro de um enredo trágico e negativo, acreditando na falsa ideia de que não podemos mudar.

Este mês de abril em que celebramos a Páscoa de Jesus poderíamos buscar força e inspiração para começar esse trabalho, uma vez que Páscoa tem a ver com mudança, transformação e renascimento. Se ampliarmos esse significado e trazê-lo para a nossa realidade, podemos dizer que Páscoa é sair de um estado de prisão para alcançar a liberdade através da Ressignificação. Então, mais do que chocolates e bombons, que a sua Páscoa seja recheada de paz, harmonia, gratidão e compaixão. Celebre esse momento deixando que morra no seu coração o homem velho ligado ao passado e ao sofrimento para dar lugar ao homem novo, pois Páscoa é vida nova.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos Bíblia

O sonho é viver num jardim, mas há violência entre irmãos

São inúmeros os textos bíblicos que justificam e esclarecem o tema da Campanha da Fraternidade desde ano: Fraternidade e Amizade Social. O lema: Somos todos irmãos foi escolhido das páginas do evangelho de Mateus, 23,8. No contexto, Jesus procura explicar aos discípulos que seu projeto é servir. Esclarece que entre os discípulos, só Deus deve ser chamado de mestre, eis o motivo que nos tratarmos e vivermos como irmãos e irmãs.

O caso de Caim e Abel é um episódio esclarecedor, quando se está em debate o projeto de vivermos como irmãs e irmãos, como deseja o próprio Deus, para toda a humanidade. Depois de ser expulso do paraíso criado por Deus, o homem se encontra diante do fenômeno da morte. Nos meandros desse fratricídio bíblico esconde-se um jogo de interesses entre grupos rivais. Pastores e agricultores se digladiam na saga pelo poder.

A narrativa bíblica não esconde que, uma vez fora dos desígnios de Deus, o ser humano é capaz de derramar o sangue do próprio irmão sobre a terra por ele cultivada (v.8) e, após o assassinato, desprezar a pergunta do Criador: “onde está teu irmão?” (v. 9).

O projeto de Deus do ser humano viver no Jardim e na mais bela sintonia com a natureza, com os animais e com os seres humanos, é desprezado. Da prática do bem, para o conhecimento do bem e do mal; da vivência do amor, para o reinado da “ira” (v. 5). A violência chega ao ponto do ser humano não se sentir responsável nem mesmo pela vida do próprio irmão. “Por acaso sou eu o guardo do meu irmão” (v. 10).

            Há três genealogias presentes no texto. Essa forma literária foi composta em torno dos personagens: Caim e Abel (Gn 4,1-16), a descendência de Caim (Gn 4,17-24) e a terceira genealogia, indicando a substituição do irmão Abel assassinado garantida a Set (Gn 4,25-26). Na apresentação das genealogias, visualizamos no texto a seguinte forma:

  • Gn 4,1-2: vemos a primeira genealogia apresentando os irmão Caim e Abel. O primeiro trabalha como “cultivador do solo” e o segundo, “pastor de ovelhas”.
  • Gn 4,17: nesta genealogia, Caim é visto na base das cinco gerações e inserido na origem das cidades, onde atuam as mais diferentes profissões: construtores de cidades, artesãos de tendas, pastores, tocadores de lira, charamela e laminadores em cobre e ferro (vv. 17,20-22).
  • Gn 4,25: trata-se da genealogia apresentada em substituição a Abel. Desta geração, após o nascimento de Set, aparecerá a origem da invocação do nome do Senhor. “O primeiro a invocar o nome do Senhor” (v. 26).

Caim surge como personagem principal. Seu nome, citado 13 vezes  na narrativa, liga-se ao clã dos Quenitas. Um clã que, embora não tenha  ligação direta com as doze tribos de Israel, será, por sua vez, portador e  defensor do nome do Senhor (Js 15,57). Por outro lado, Abel, liga-se ao “sopro, fumaça”, algo sem muito valor.

No confronto entre os “irmãos”, acompanhamos o conflito entre os agricultores da terra e os pastores. A busca da superação deste conflito irá determinar a quem pertencerá o campo, as terras que oferecem a base de alimentação e o poder

O texto não esconde essa consciência de Caim frente a sentença recebida da parte do Senhor e ressalta a fragilidade de sua conduta e de uma cultura baseada na violência. Sem asilo nem proteção, sua vida está em perigo (v. 14). Mas Deus é fiel ao seu projeto. Não criou o homem para que este reproduza o sistema de violência. Semelhante a Gn 3,21, ele vem em auxílio à sua criatura, abrandando sua pena e colocando em Caim “um sinal’ (v. 15). Tal sinal, conhecido como tatuagem, identificará Caim como participante de um clã, em que a morte de sangue é vingada sete vezes.

 

Pe. Antonio C. Frizzo

acfrizzo@uol.com.br

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Artigos Enfoque Pastoral

“O amor de Deus foi derramado em nossos corações.” (Rm 5,5)

Cristo Ressuscitou! Realmente ressuscitou, aleluia, aleluia! Ele morreu e ressuscitou. A morte o tragou, mas lá de dentro da morte ele “matou” a morte e ela não tem mais poder, não tem a última palavra. A última palavra é do Deus da vida. É isto que comemoramos na Páscoa. “A cruz e o sofrimento são realidades provisórias em nossa vida e na história humana. O calvário é lugar de passagem” (Dom Pedro Carlos Cipollini). No Pentecostes somos como Igreja revestidos do Amor do Senhor que anima e suscita uma diversidade de dons e carisma, Que seu Espírito Santo renove sempre em nós a alegria do Ressuscitado.

A Palavra de Deus, no livro de Romanos, nos fala: “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Independentemente das dificuldades, precisamos confiar no que diz essa palavra, pois a esperança é a âncora que levamos dentro da alma, que nos oferece a segurança principalmente na hora da tribulação. Para quem crê em Jesus Cristo a esperança não morre nunca. Por que? Porque “Jesus Cristo é nossa esperança” (1Tm 1,1).

Grandes alegrias e sinais do Ressuscitado na vida de nossa Igreja particular de Guarulhos, que comemorou no dia 16 de março, dez anos sobre a condução Apostólica de Dom Edmilson Amador Caetano, 4º bispo diocesano da diocese de Guarulhos, que no dia 28 de março celebrou 16 anos de sua ordenação episcopal. E nossa Diocese celebrará no dia 5 de abril aniversário de 43 anos de instalação. Muitas alegrias e conquistas o Senhor têm concedido a todos nós! Caminhemos com o Senhor Ressuscitado, que permanece conosco e realiza através de sua Santa Igreja a Salvação da humanidade.

Neste mês retomamos a Leitura orante sobre a ‘Dies Domini’. Um importante instrumento de oração e formação de nossa Diocese. Cada paróquia recebeu uma quantidade impressa para organizar grupos de reflexão. Também será disponibilizada a versão online no Site da ‘Diocese de Guarulhos’. Coragem!

Alegremo-nos e exultemos com a presença do Senhor em nossa Diocese, que cuida do seu povo e continua sua obra salvífica por meio de seus ministros e seu povo fiel na obra da evangelização. Que Maria, mãe da Igreja, interceda por todos nós e nos ajude a acolher em nossas vidas o Senhor Ressuscitado.

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Voz do Pastor

A necessidade de orar sempre

Podemos identificar nos evangelhos duas passagens significativas nas quais Jesus insiste na necessidade da oração, como algo fundamental para a vida em Deus. Em Lc 18,1, “Jesus propôs uma parábola para mostrar-lhes a necessidade de orar sempre sem nunca desistir”. Algumas traduções trazem o verbo “inculcar” no lugar de mostrar. Parece mais forte e de acordo com o intuito da parábola. Em Mt 26,41 (e paralelos): “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Duas citações que se enquadram diante de situações extremas. Dentro do contexto da vigilância e parusía, como acontecimento da plenitude do Reino, o apóstolo Paulo diz “Orai sem cessar” (1Ts 5,17).

As duas citações dos evangelhos acima nos colocam em situação de combate. Podemos dizer, portanto, que a oração é uma arma de combate. Combate contra quem? Na parábola do evangelho de Lucas a “prece” insistente da viúva para o juiz iníquo é “Faze-me justiça contra o meu adversário” (Lc 18,3). Adversário nas Escrituras é principalmente Satanás. Aquele que acusa e arquiteta contra a obra de Deus (cf. Jó). No caso da viúva da parábola o adversário quer prejudicar uma viúva, parece querer roubar-lhe algo que lhe pertence e ela não tem como impedir. Somente o juiz pode lhe fazer justiça. Sem entrar em muitas argumentações podemos dizer que existe algo do qual o adversário quer nos privar e que nos pertence: o céu, a vida eterna, a verdadeira terra prometida.

Na agonia de Jesus no Getsêmani, Ele também vive um combate entre o céu que é seu desde toda a eternidade e a missão de entrega total à vontade do Pai que abre para todos a vida eterna.  O seu espírito está pronto, mas sente a fraqueza da carne, pois o “Verbo se fez carne” (Jo 1,14). Sem a oração, sem entrar na sintonia da vontade do Pai, não é possível vencer a debilidade da carne.

Podemos elencar muitas motivações para “orar sem cessar”, mas parece ser esta fundamental no ensinamento de Jesus: orar sem jamais esmorecer porque existe um adversário que nos quer “roubar” aquilo que Deus, desde toda a eternidade, destinou a nós em Cristo: sermos santos e imaculados diante d’Ele (cf Ef 1). Pode até parecer uma expressão piegas, mas é necessário rezar sempre para não perdermos o céu, a participação no Reino em sua plenitude.

O adversário, Satanás, o pai da mentira, engana-nos constantemente em nossa carne para duvidarmos do amor de Deus e buscarmos a realização da nossa vida e a felicidade nas coisas que o mundo oferece e têm verniz de felicidade. Deste modo, rezar é entrar todos os dias em combate contra as seduções do inimigo que constantemente nos arrasta para armadilhas fatais.

O mistério pascal que acabamos de celebrar nos proclama que Deus já fez justiça a seus filhos que clamam dia e noite (cf Lc 18,7-8). O sangue redentor do Senhor Jesus e a potência da sua ressurreição cancelaram a condenação do pecado e nos garantiram o céu. A justiça contra o adversário foi realizada. É preciso, agora, acolhermos isso de coração aberto e revestirmo-nos desta justiça da Cruz. E aqui está o motivo por que esta parábola termina de forma tão enigmática: “…O Filho do homem, porém, quando vier, encontrará a fé sobre a terra?” (Lc 18,8). No próximo número da nossa revista refletiremos sobre isso.

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist,

Bispo diocesano

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Artigos Falando da Vida

Mulher Invisível

A invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher.

O tema da Redação do Enem de 2023 trouxe à luz uma realidade pouco discutida na sociedade, trata-se da invisibilidade do trabalho de cuidado exercido pelas mulheres no Brasil. Trabalho de cuidado é o conjunto de atividades físicas e emocionais, remuneradas ou não que garantem o bem-estar e a sustentação da vida, tais como: dar banho, alimentar, ensinar, assistir crianças ou idosos. Ao longo da história, esses trabalhos sempre estiveram relacionados ao gênero feminino. Até hoje, lavar e passar a roupa, manter a higiene da casa, preparar comida e zelar pela saúde da família, na maioria das vezes, são tarefas exercidas por mulheres. A noção de invisibilidade decorre do fato de que esses trabalhos não são reconhecidos formalmente.

Uma pesquisa feita pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2023, apontou que o simples fato de ser mulher, acarreta um acréscimo de 11 horas semanais dedicadas exclusivamente aos trabalhos de cuidados que, logicamente, não são remunerados e nem entram na contagem por tempo de serviço. Outro lado da questão, é o trabalho doméstico remunerado formado pelas babás, mensalistas, diaristas, cozinheiras e cuidadoras cujo ambiente de trabalho é uma casa de família. A maioria é formada de mulheres pretas, que recebem não mais do que um salário mínimo e somente 25% possuem vínculo empregatício. Eis aqui, outro tipo de invisibilidade.

A perspectiva do futuro, não é muito animadora considerando uma sociedade que está envelhecendo e que, portanto, necessitará cada vez mais de cuidados pessoais. De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) 2,3 bilhões de pessoas no mundo, vão precisar de cuidados diversos. Vemos, portanto, um grande campo se abrindo que precisa ser reconhecido, pois o que, antes era um privilégio de famílias abastadas, tornou-se uma necessidade, até mesmo, para famílias de baixa renda. No Brasil, a subvalorização dessa categoria de trabalhadores, em grande parte devido à falta de consciência a respeito de sua importância, trará consequências negativas.

Neste mês de março, mês em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, devemos aproveitar a oportunidade para apoiar a luta histórica das mulheres em busca de igualdade, no combate à violência de gênero que leva ao feminicídio e na criação de políticas públicas que garantam o seu bem-estar. Precisamos também combater o nosso próprio preconceito e discriminação, fruto da herança patriarcal que está no nosso inconsciente. Sem essa postura, as felicitações com mensagens bonitas, flores, chocolates, parabéns pelo seu dia, serão apenas atitudes vazias e sem sentido.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos Bíblia

Amizade social é tema da Campanha da Fraternidade

Inspirada nas teses do papa Francisco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou na quarta-feira de cinzas – início da quaresma para os cristãos católicas -, a edição de número 60 da Campanha da Fraternidade. A ideia central da Campanha é divulgar a proposta de Amizade Social, firmada pelo papa Francisco, na encíclica Fratelli Tutti, lançada em outubro de 2020.

Amizade Social tem como sinônimo o gesto de cuidar. A preocupação de cuidar está presente em todas as dimensões de nossas vidas. Das mais insignificantes e rotineiras atitudes às significativas opções que direcionam nossas vidas, as vidas no mundo. Nas relações pessoais – família, trabalho, lazer, amores – o gesto de cuidar, querer bem, estar bem é algo intrínseco no ato humano. Temos uma atenção particular de cuidar dos nossos grupos de amigos. Estamos, constantemente, rodeados de pessoas. Cada qual de nós se encontra naturalmente ligado a um grupo social. Somos indivíduos, mas ao mesmo tempo um ser social e, como tal, temos que cuidar da nossa individualidade e do grupo que nos acolhe. Afinal, somos humanos e, como tal, um ser social envolvido numa complicada teia de relacionamentos que identificamos como sociedade. Sabemos, por experiências, que ninguém vive só. Somos pessoas e aprender a ser pessoa, ser grupo e ser povo torna-se um desafio.

Tal aceno à prática do cuidar não impede inúmeros gestos e projetos marcados pelo descuidar. Fala-se muito da “divisão de narrativas” que nos envolve. Não é difícil encontrar alguém que não tenha se retirado do grupo do whatsapp ou das redes digitais, após amargar gestos, ideias e palavras repletas de intolerâncias, racismos, xenofobias e agressões verbais. Há uma crise que perpassa nossas relações humanas. Então, o cuidar tornou-se um desafio.

No atual sistema econômico tudo vira mercadoria. Nessa linha de pensar não exista o humano, pois o ser humano é visto como algo que também  tem um preço. Tudo que vemos e tocamos vira mercadoria com preço e data de validade. As vidas de inocentes importam? Não há pessoas, não há “fidelidade nos relacionamentos e projetos humanos que não sedam ao convite insano do dinheiro”. “A vida é grana” como cantou Cazuza.

Uma fraternidade marcada pela Amizade Social procurará conviver com os diferentes. Buscará dialogar com comportamentos, ideias diferentes daquelas que marcam meu convívio social. Não somos inimigos. Falas ou comportamentos marcados por bullying, feminicídio, machismo, pedofilia, racismo, pena de morte, intolerância religiosa, desrespeito com a democracia, hiper individualismo, aversão aos pobres e destruição do meio ambiente em nada colaboração para uma boa e salutar convivência social (CF 34-52).

Cuidar tem, para o universo cristão, um senso de projeto de vida. Cuidar do próprio corpo, cuidar do corpo dos outros, cuidar dos pobres e dispensar um bom tempo para cuidar do planeta Terra são gestos, projetos de preservar a vida. Garantir às futuras gerações os dons doados pelo Criador (Gn 1-11). Cuidar, tal como Noé, o cultivador, logo após o dilúvio (Gn 9,20) que se mostrou atento aos mais frágeis. Cuidar como o bom pastor identificado por seu ato de zelar pelas ovelhas extraviadas, machucadas, feridas e abatidas (Ez 34,1-16; Jo 10,1-18). Eis o alerta proposto pelo Papa Francisco: cuidar das feridas da nossa gente. Cuidar daquele, daquela que tem a vida ameaçada.

Antonio C. Frizzo

Acfrizzo@uol.com.br

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Artigos Enfoque Pastoral

Alegrai-vos na esperança (Rm 12,12)

Iniciamos com alegria um novo tempo para a Folha Diocesana. Não teremos mais a impressão deste importantíssimo meio de comunicação de nossa Diocese de Guarulhos. Mas continuaremos num novo formato a informar e formar nossos diocesanos. Que Sua Palavra, ‘Viva e Eficaz’ (Hb 4,12) suscite em nós a fé e nos torne cada vez mais imbuídos do seu Santo Espírito para anunciar a Boa nova do Reino. Por meio da ação pastoral desenvolvida nas paroquias e nos trabalhos diocesanos, nossa Igreja responde ao chamado do Senhor. Nosso Bispo Dom Edmilson é quem anima e incentiva todas as iniciativas pastorais em Guarulhos e conduz a Diocese, no tríplice múnus de ensinar, santificar e governar. Peçamos a Deus que o ilumine e o confirme no Espírito Santo em sua missão, assim como a todos os Presbíteros, Diáconos, Religiosos/as, Agentes de Pastoral e todo o Povo de Deus.

Estamos na quaresma, tempo de conversão, oração, jejum e prática da caridade. Como acontece todo ano, desde 1964, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos apresenta neste ano de 2024, inspirada na Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti, a Campanha da Fraternidade (CF) com o tema: “Fraternidade e Amizade Social” e o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt. 23, 8). Animados pelos grupos de rua, orações da via sacra, missas penitenciais, mutirão de confissões… e tantas outras ações pastorais, nossos diocesanos vivem este tempo graça.

O Batismo é o sacramento que transforma, ilumina e chama ao protagonismo da missão através dos vários campos de atuação como, na família, no trabalho, na sociedade, na igreja e no interior da Igreja. Segundo o Documento de Puebla, “É o homem da Igreja no coração do mundo e o homem do mundo no coração da Igreja”. E como sujeito eclesial, sua primeira tarefa é construir o Reino de Deus a partir do engajamento nas realidades do mundo e, para tal função, contamos com a graça recebida no Batismo.

Unidos a Cristo, como ramos ligados a tronco (Jo 15,1-17), clamemos ao Pai a seiva da Vida. E Inspirados no Espírito Santo, façamos nosso encontro pessoal com Jesus, e nos unamos para evangelizar, anunciando a Boa Nova da Salvação. Peçamos a Maria, Mãe do Principe da paz, que interceda por nós e nos acompanhe no nosso “Sim” ao chamado de Deus. Coragem!

 

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Voz do Pastor

2024: O Ano da Oração

Como preparação ao Jubileu de 2025, o Papa Francisco instituiu o ano de 2024 como Ano da Oração. Será um tempo propício de preparação, pois o jubileu deve nos fazer experimentar a misericórdia de Deus, a gratuidade do seu amor, a reconciliação com os inimigos, a construção da paz, a partilha dos bens e tantas e tantas outras coisas que estão contidas no Sermão da Montanha (Mt 5-7). Ao mesmo tempo que a oração nos coloca na sintonia de Deus, a Palavra dele nos faz rezar corretamente.

Em todas as religiões existe a oração. Qual é a especificidade da oração cristã? Todos os movimentos religiosos desde os tempos pré-históricos manifestam o ser humano em busca do infinito, do eterno. A experiência religiosa é fruto da capacidade de transcendência do ser humano. Podemos falar de religiosidade natural. Entretanto, a manifestação desta religiosidade aparece com o ser humano indo em busca do eterno e todo poderoso. Ela é ascendente. Este itinerário aparece como uma conquista e adulação feita ao “deus” buscado, aparece como instrumento de condicionamento do próprio “deus” aos projetos do adorador ou adulador. Busca-se a “deus” para que ele seja favorável aos projetos pessoais de quem o busca.

Não podemos deixar de ver nos cristãos, muitas vezes, que é desta maneira a “abordagem” de Deus na oração: “que Ele realize os meus projetos e os meus sonhos, pois, afinal, eu só desejo coisas boas e justas.” Muitas vezes promessas, votos, novenas de oração etc estão condicionadas à realização por Deus da minha vontade. A vontade de Deus, muitas vezes, sequer é considerada.

Jesus nos ensina verdadeiramente a orar. Quando nos ensina a chamar a Deus de Pai  (Abbá – papaizinho) nos coloca diante de Deus primeiramente numa atitude de total confiança. Uma confiança que não quer dizer que Deus irá realizar o que eu quero, mas o que Ele realizar e/ou permitir  é sempre gesto de amor. Chamar a Deus de Pai, significa que dirijo-me a alguém de quem não duvido do amor. Não existe a interposição: “se Deus verdadeiramente me ama, Ele fará isso ou aquilo”. Dirigir-se a Deus com esta interposição, significa acreditar no outro “pai”, o pai da mentira que convence o ser humano de que Deus não ama (cf Jo 8). O “pai da mentira” incute em nós o medo do Deus que é Pai. O Apóstolo Paulo nos ensina: “com efeito, não recebestes um espírito de escravos, para recair no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, pelo qual clamamos: Abba! Pai. …Assim o Espírito socorre a nossa fraqueza. Pois não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, e aquele que perscruta os corações sabe qual o desejo do Espírito: pois é segundo Deus que ele intercede pelos santos.” (Rm 8,15.26-27)

Como rezar como convém fora do Espírito de Jesus Cristo ressuscitado? Como rezar como convém fora do projeto de Deus manifestado plenamente em Jesus Cristo? Acima citei o Sermão da Montanha, pois é a imagem do homem novo, segundo Deus. Não é possível rezar como convém fora da vontade de Deus. Eis a resposta da pergunta formulada acima: Qual é a especificidade da oração cristã?  O cristão reza para fazer a vontade de Deus.  Sou eu que busco estar na sintonia de Deus e não querer que Deus entre na minha sintonia. A oração cristã é primeiramente descendente, pois rezar como convém implica, primeiramente, conhecer o projeto salvífico de Deus. Para tanto necessitamos da Revelação de Deus manifestada plenamente em Jesus Cristo. Em segundo lugar aparece a dimensão ascendente na qual iluminado pela Palavra busco vivenciar a Vontade de Deus. “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.”

            Na Quaresma a Igreja nos dá como instrumento de combate espiritual a oração.  “E quando orardes, não sejais como os hipócritas…a fim de serem vistos pelos homens…Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes…Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus.” (Mt 6,5.7;7,21) O intuito principal é que a oração nos leve a viver na vontade do Pai. No entanto, as armas da oração devem estar também acompanhadas das armas da esmola e do jejum.

Damos esmola a quem nos pede. Ninguém dá esmola a quem não se apresenta como necessitado. Entretanto, a esmola está muito mais voltada para o nosso benefício próprio do que para o necessitado. De fato, se queremos resolver problemas sociais e outras necessidades das pessoas, precisamos ter projetos e planos que possam realizar isso de maneira eficaz e na medida do possível, de forma permanente. A esmola é sempre emergencial.

O dinheiro, os bens materiais, dos quais o dinheiro é como que um símbolo, representam a segurança que desejamos ter em nossa vida. Ter é necessário para sobreviver. O “ter” vai crescendo em nós como segurança e projeto de vida. Não percebemos, mas, de repente, a segurança da nossa existência não está em Deus, mas nos bens que temos.

O “ter” também está ligado aos bens afetivos. Colocamos muitas vezes a nossa segurança nas pessoas, no afeto das pessoas. E por causa da busca das nossas seguranças afetivas, somos capazes de não entrar na vontade de Deus. Fazemos o que outro pelo qual temos afeto quer, não se importando se o querer do outro está fora do projeto de Deus. Seja pelos bens materiais, seja pelos bens afetivos, podemos nos distanciar da vontade de Deus. Buscando nossa segurança nos bens materiais e/ou afetivos, como poderia nossa oração estar na busca da sintonia de Deus?

Neste aspecto a nossa oração tem que ser acompanhada da esmola. Primeiramente tenho que ter consciência das minhas falsas seguranças materiais e afetivas.  Tenho, depois, de olhar para o outro com compaixão, não buscando a mim mesmo, mas buscando “ser para o outro”.  Assim como o dinheiro é símbolo do “ter”, dar esmolas, dar dinheiro, torna-se símbolo do buscar a segurança em Deus., Em gestos concretos vou experimentando a alegria de vivenciar os valores do Reino dos Céus. Estes gestos devem ser buscados, mesmo que signifiquem que estou “violentando” a mim mesmo. Aliás, quando experimento este sentimento, que é um sair de mim para olhar para o outro, começo a experimentar a ter “os mesmos sentimentos de Jesus” (cf. Fl 2,6-11)E é somente no Espírito de Jesus que a oração é verdadeira.  Jesus foi tentado neste aspecto da segurança material e afetiva, quando o diabo lhe diz para transformar a pedra em pão. A resposta de Jesus também nos fortalece: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4,4)

Várias correntes da psicologia comprovam que instintivamente o ser humano é movido pelo principio do prazer.  Não está errado. É sabedoria de Deus. Na antiguidade correntes filosóficas oriundas do epicurismo tentaram colocar isso em prática como meta de felicidade. A busca do prazer pelo prazer é egoísta e não pode realizar a felicidade de ninguém. Possuímos em nossos dias muitas ideologias de felicidade que têm no seu núcleo o “é válido aquilo que me dá prazer”.  O prazer é identificado como felicidade. Podemos elencar muitos aspectos da nossa cultura hedonista que, na realidade, é uma idolatria.. Eis alguns ídolos do prazer do nosso mundo: dinheiro, fama, prestígio, status social, bens de consumo, sexo e pornografia, drogas, poder, violência, guerras….Enfim, o ídolo é aquilo que eu ponho no lugar de Deus, ainda que inconscientemente. Se Deus é felicidade, aquilo que me dá prazer e felicidade (ainda que momentânea e enganosa) é o meu “deus”. O povo de Israel no deserto do Sinai prefere o bezerro de ouro: um “deus” feito de acordo com os meus projetos de vida: prazer, riqueza, fertilidade do solo e da vida humana…

O básico do princípio do prazer no ser humano é a comida. Desde recém nascidos, ainda que inconscientemente, experimentamos o prazer em sermos alimentados com o leite materno. Isso não é errado. Faz parte da criação de Deus. Entretanto, como foi dito acima, o “princípio do prazer” vai crescendo de tal forma em nós que podemos fazer dele um deus. Claro que a idolatria nos afasta da vontade de Deus. Como podemos rezar verdadeiramente sendo escravos de tantos ídolos do prazer?

Assim como o dinheiro é um símbolo das nossas falsas seguranças, o alimento é símbolo daquilo que nos dá prazer.

A oração precisa ser acompanhada do jejum. Experimentando a nossa debilidade quando tocados naquilo que é o básico do princípio do prazer, reconhecemos as nossas escravidões e tendências que nos afastam da vivência da vontade Deus porque queremos fazer a nossa própria vontade. O jejum é um instrumento que pode nos fazer descobrir que buscamos a nós mesmos e não olhamos o sofrimento do outro. Toda idolatria está voltada para o culto de nós mesmos. Jesus foi tentado no aspecto idolátrico no que tange o ter-poder-prazer. Vender-se ao diabo é idolátrico, pois se trata de olhar somente para si mesmo. A resposta corajosa e amorosa de Jesus está centrada na vontade de Deus. Adorar a Deus significa fazer a vontade do Pai. Jesus ensina à Samaritana: “Vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e verdade, pois são tais adoradores que o Pai procura.” (Jo 4,23). Na mesma linha da verdade e da vontade de Deus, Jesus responde a Satanás: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e a ele só prestarás culto.”  (Mt 4,10)

A oração que não está acompanhada do espírito da esmola e do jejum corre o risco de esvaziar-se, pois no buscar a realizar os próprios planos, podemos não nos dar contas de que estamos nos afastando do projeto de Deus.

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist. – Bispo diocesano

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Artigos Editorial

Revista Diocesana, um novo formato com a mesma Missão!

Caras irmãs, caros irmãos, é com alegria que a Coordenação Diocesana de Pastoral apresenta a primeira edição da Revista Diocesana, trata-se de um novo formato de comunicação da Diocese de Guarulhos em lugar da tradicional Folha Diocesana. A edição será mensal e disponibilizada nas diversas redes sociais; quanto as editorias não houve grandes alterações, apenas uma adequação ao formato digital para favorecer a leitura on-line. Solicitamos que todos ao acessar também possam compartilhar com os membros da família, amigos e grupos sociais, tornando-se assim um missionário da comunicação diocesana para o mundo, afinal como disse Jesus: “O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados. Não tenhais medo…” (Mt 10,27).

Para favorecer a melhor relação com você foi criado um novo e-mail: revistadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br, esperando que você participe das edições enviando um breve comentário sobre os artigos e até quem sabe a solicitação de matérias que possam ser contempladas nas diversas edições. Atenção: o seu comentário e sugestão poderá ser publicado nas próximas edições, por isso não esqueça de se identificar com nome completo e autorizar a publicação, seja você também um colaborador(a) e propagador(a) de cada edição, fazendo valer o convite da Campanha da Fraternidade: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8), capazes de serem autores e não simples receptores, afinal com o avanço da tecnologia que é “técnica, processos, métodos e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana; no contexto da comunicação, estão ligadas ao desenvolvimento das ferramentas que possibilitam transmitir, armazenar e disseminar a circulação de informação”,  a comunicação se torna cada vez mais circular como é possível ler no Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil: “A comunicação da Igreja é uma ação desenvolvida por todo o corpo eclesial, em comunhão e sinodalidade. A missão na Igreja, também em nível comunicacional, está intimamente ligada à comunhão, e essa vida de comunhão dá à Igreja o rosto da sinodalidade, isto é, uma Igreja da escuta recíproca, onde cada um tem algo a aprender (…) cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o Espírito da verdade. Nas ações de comunicação da Igreja no Brasil, esses sujeitos são os fiéis leigos e leigas, os fiéis de vida consagrada e os fiéis ordenados.” (Documento da CNBB 99).

Nesta edição tratamos dos diversos aspectos da Campanha da Fraternidade através das mensagens do Papa Francisco à Igreja no Brasil; da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; do coordenador diocesano de pastoral, o padre Marcelo Dias e da equipe diocesana da CF que realizou com sucesso o lançamento da Campanha nas Foranias. Confira também a motivação e esclarecimento de Dom Edmilson sobre o Ano da Oração, além da sua agenda episcopal de ação evangelizadora. Por falar em agenda, você também pode se organizar para melhor participar das diversas ações da Igreja, através da Agenda Diocesana atualizada nesta edição. Enfim, em nome da Coordenação Diocesana de Pastoral, peço a Deus que abençoe este novo projeto e a Virgem Maria, Senhora da Comunicação, que interceda pela elaboração de cada edição para que estejamos sempre atentos a ouvir o Espírito Santo.  Desejo excelente leitura e um ano abençoado de 2024!

Confira abaixo a Nova Edição:

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Artigos Movimentos Diocesanos

Ordem Franciscana Secular celebra 35 anos em Guarulhos

No último dia 13 de novembro, nossa fraternidade da Ordem Franciscana Secular, de Guarulhos, com sede na Paróquia São Francisco de Assis, de Gopoúva, completou 35 anos de existência; o que foi motivo de alegria para nós, franciscanos(as) seculares, com celebrações no dia 19/11: Encontro Fraterno – com Adoração ao Santíssimo Sacramento, na capela da paróquia – e Reunião costumeira – com confraternização, em uma sala paroquial – e participação de vários membros na Santa Missa das 18h, na igreja Matriz de São Francisco.

Rendemos graças a Deus por toda essa caminhada, pela qual passaram dezenas de irmãs e irmãos professos e/ou simpatizantes, alguns agora já na Morada Celeste e, especialmente, pelos que continuam perseverantes e ativos na vida da Fraternidade. Agradecemos profundamente também aos párocos e paroquianos todos que sempre nos acolheram com tanta atenção e amabilidade, especialmente ao Pe. Pedro Paulo, atual pároco de São Francisco; que Deus e nosso seráfico pai São Francisco os abençoem grandemente! E, ainda, pelas bênçãos recebidas de nossos amados Bispos, desde D. João Bergese até D. Edmilson A. Caetano; que Deus os cumule de muitas bênçãos também! Não nos esquecendo também de agradecer a tantos Colaboradores(as) de nosso informativo fraterno e de todos os que muito nos ajudaram nesses 35 anos; Deus os abençoe e recompense!

E, mais uma vez, convidamos os paroquianos(as) de São Francisco e de toda a nossa Diocese para nos visitarem e/ou participarem conosco desta Fraternidade. Nossos encontros continuam acontecendo aos terceiros domingos de cada mês, a partir das 15h, na Paróquia São Francisco, em Gopoúva, que fica na Rua Francisco Polilo, 18, próxima ao Hospital Pe. Bento.

Deus abençoe a todos(as)! Saudações fraternas de Paz e Bem!

Pe. Antonio Zafani