SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Sacramento da Penitência e da Reconciliação (Final)

Um dos destaques da nossa última Assembleia Diocesana foi a valorização do sacramento da Penitência: “Priorizar o sacramento da Penitência junto a Pastoral da Escuta.” (n.3 – Pilar do Pão). Por isso, desde março estamos repartindo com o leitor um pouco do que o Catecismo da Igreja Católica traz sobre o importante assunto.

O sacerdote que celebra o sacramento da penitência realiza o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida, o bom Samaritano que cura as feridas; o Pai que espera pelo filho arrependido e o acolhe no seu retorno; mas também do justo juiz que não faz discriminação de pessoas e cujo juízo é, simultaneamente, justo e misericordioso. Em outras palavras, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador arrependido. ( cfr. Catec. n. 1465)

O confessor é ministro, isto é,  servidor do perdão de Deus. Por isso deve unir-se à intenção e à caridade de Cristo .

A Igreja declara que todo o sacerdote que ouve confissões está obrigado a guardar segredo absoluto sobre os pecados que os seus penitentes lhe confessaram; se quebrar esse sigilo, incorrerá em penas muito severas. Este segredo, que não tem exceções, é chamado «sigilo (selo) sacramental», porque aquilo que o penitente manifestou ao sacerdote fica «selado» pelo sacramento. O penitente, embora não sujeito ao sigilo sacramental, deve evitar dizer a outrem o que ouviu do sacerdote durante a confissão, por discrição e respeito.

Quais os efeitos deste sacramento?

A Penitência nos restitui a graça de Deus e nos une a Ele numa amizade perfeita. A isso se chama reconciliação com Deus. Por essa razão é preciso pedir a graça do arrependimento sincero.

A penitência também nos  reconcilia com a Igreja. O sacramento da conversão restaura a comunhão fraterna que foi abalada ou até mesmo rompida pelo pecado.  A Igreja sofre com o pecado de seus membros, mas também é beneficiada com sua penitência e conversão. Há uma troca entre os bens espirituais entre todos os membros da Igreja, quer os membros da Igreja peregrina, quer os que já estão na imortalidade.

Somente pelo caminho da conversão é que podemos entrar no Reino de onde o pecado grave nos exclui. Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da morte à vida. Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e tenha a vida. (Cfr Ez 33,11).

As palavras da fórmula de absolvição que o sacerdote concede ao penitente resumem o significado do sacramento:

Deus, Pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de Seu Filho, reconciliou o mundo Consigo e enviou o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo“.

O penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no mais profundo do seu ser, onde recupera a própria verdade interior: reconcilia-se com os irmãos, que de algum modo ofendeu e magoou: reconcilia-se com a Igreja; reconcilia-se com toda a criação.

Por tudo isso, não podemos ter medo do sacramento da penitência, e de modo algum podemos assustar as  pessoas, e sobretudo as crianças, ameaçando-as com a suposta severidade da penitência, mas sim devemos encorajar os cristãos a desejarem o sacramento da reconciliação, como remédio espiritual que cura, salva, liberta, fortalece e pacifica.

 

Padre Antonio Bosco da Silva

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