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“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

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Artigos Liturgia

Advento, o que esperamos?

A liturgia do advento contém uma autêntica espiritualidade litúrgica, centrada na vinda do Senhor e sua espera; a vinda do Senhor na carne e no fim dos tempos, assim como sua constante presença na Igreja que é prefigurada de modo particular em Maria, virgem, mãe da esperança.

Palavras chaves do advento são espera e esperança, vigilância e acolhimento. A espera e a esperança que a liturgia do advento nos inspira não nos deixam tranquilos e sossegados no mundo e na história em que vivemos. Ela nos inquieta, porque tem dentro de si um dinamismo que mexe conosco e nos impulsiona. O clamor pela vinda e chegada de Cristo novamente à história humana acompanha o drama dos filhos da nova e eterna aliança, que desde a manifestação plena de Deus em Jesus Cristo, exclamam pressurosos: Maranathá! Vem, Senhor Jesus!

Estas atitudes de espera e esperança do advento são tão grandes e importantes que não podemos perdê-las. Devemos nos dar um tempo e ajudar também nossos irmãos, para que possam abrir-se os corações, precisamente no advento, para o Senhor que vem. Se ele vier sem encontrar os corações abertos, ele não pode entrar. A liturgia do advento oferece a melhor ajuda para que aconteça esta abertura.

Devemos também valorizar os símbolos que nos falam da vinda do Senhor, como por exemplo a coroa do advento, que nos mostra a aproximação e o brilho, cada semana mais forte, da luz que está vindo ao mundo. A árvore do natal e o presépio devem nos lembrar que o Salvador, a luz do mundo, nasceu.

Quando falta Deus, falta a esperança. Tudo perde sentido. Deus conhece o coração do homem. Sabe que quem O rejeita não conheceu o seu verdadeiro rosto, e por isso não cessa de bater à nossa porta, como peregrino humilde em busca de acolhimento. O Senhor concede um novo tempo à humanidade: precisamente para que todos possam chegar a conhecê-lo!

Advento quer dizer que o Senhor vem. Mas ele chega à medida em que o esperamos e nos abrimos para ele.

 

Padre Fernando Gonçalves

Comissão Diocesana de Liturgia

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Artigos Falando da Vida

Finalmente um Natal de Paz

Aprendendo com as crises.

Passados dois anos de pandemia e de quase 700 mil mortes, será que estamos prontos para sentarmos novamente à mesa e celebrarmos o Natal em família? Com alguns cuidados, a resposta seria sim, afinal mesmo com o aumento de casos verificado nas últimas semanas, a pandemia está sob relativo controle e não oferece os perigos de antes. Todavia, as sequelas das brigas causadas pelas discussões envolvendo preferências partidárias nas últimas eleições, ainda são um desafio a ser vencido.

É certo que estamos vivendo uma crise política que afeta as relações sociais, mas analisando o conceito de crise, temos razões para ficarmos esperançosos de que poderemos colher frutos dos conflitos gerados pela pandemia e também pela política. A palavra crise vem do grego krisis e significa mudança súbita.  Conhecemos várias modalidades em que a palavra é empregada: crise econômica, crise afetiva, crise nervosa, crise política, etc. Em Psicologia, crise define um momento de sofrimento intenso, podendo ser o ponto de partida para uma mudança efetiva na vida da pessoa. Portanto, crise não é algo negativo, pois está relacionado à ideia de transformação.

Se com a crise de saúde aprendemos a seguir protocolos a fim de proteger o outro e também a nós mesmos, da mesma forma podemos aprender com as crises que provocaram desavenças e fizeram membros de família se separarem fisicamente ou deixarem de se seguir nas mídias sociais. Creio que, no atual momento, cabe aqui fazer uma pergunta: esse combate político valeu a pena? O que na verdade estamos buscando? Ter paz ou ter razão? O vazio que vai ficar em muitas mesas na ceia de Natal tem de ser o ponto de partida para a discussão que verdadeiramente vale a pena ser feita.

Será que não estamos atirando no alvo errado? Será que não temos inimigos em comum como a fome, a miséria, a violência, a degradação do meio ambiente e será que além da política não existem outras formas de combatê-los? Se percebêssemos que, em última análise fazemos parte de uma mesma família chamada humanidade, que habitamos a mesma casa chamada Terra e que compartilhamos os mesmos objetivos, poderíamos nos reunir numa mesma mesa e celebrar o Natal como irmãos. A verdade é que mais importante do que esse jogo insano, no qual não existem vencedores, existe a paz em família que deve triunfar acima de tudo.

 

Romildo R.Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos Vocação e Seminário

Seguir a Jesus Cristo é uma graça!

Idealizada há exatos 15 anos, a Conferência Episcopal de Aparecida realizou um novo impulso pastoral em toda Igreja na América Latina e no Caribe. Desde a compreensão mais profunda de que somos discípulos e missionários até a configuração de uma comunidade eclesial que ultrapassa a vivência de uma pastoral de manutenção, Aparecida muito nos ensinou e ensina sobre o ser cristão em nossas ações pastorais ainda nos dias de hoje.

Se nos atentarmos, o Documento de Aparecida – a publicação em síntese das reflexões da Conferência –, no seu parágrafo 18, nos diz que, no respeito à vocação dos batizados, “conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher”. Nessa reflexão, podemos inferir que a alegria do cristão, daquele que é discípulo de Jesus, é anunciar e viver a Boa Nova.

Em uma sociedade de rápidos compartilhamentos, em que transmitimos e retransmitimos tantas informações, devemos perguntar como está o anúncio de Jesus Cristo na realidade em que estou inserido. Em consonância com Aparecida, a resposta a tal inquietação deve ser a de que, se todos somos chamados a sermos discípulos da verdade de Jesus, a alegria de ser cristão é uma consequência pelas profissões de fé e de caridade que prático própria da vocação a pertença a Cristo: seja no presencial ou no virtual, o nosso agir deve corresponder aos ensinamentos de Jesus e de sua Igreja.

Recordando, à exemplo, o tema do Viva a Vida 2022, “vocação é anunciar o amor”, e refletindo as inspirações de Aparecida, pode-se compreender que, uma vez respondido o chamado de Deus, os vocacionados são aqueles que vivem as mesmas qualidades do Senhor onde quer que estejam, seja ela as virtudes da misericórdia, da caridade, da fé, da humildade, da esperança ou das demais outras.

Dentro das incertezas que um novo ano possa apresentar, almejemos aqui o que é certo, respondendo o apelo de que, nos próximos meses, possamos viver a nossa vocação, anunciando o Amor com alegria àqueles que mais necessitam.

Feliz Ano Novo!

 

Sem. Edson Vitor

3º ano de Teologia

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Artigos Vida Presbiteral

Ser Padre Vale a Vida! – VIII

Chegamos ao final de nossa caminhada iniciada desde o mês de Março. Tivemos a oportunidade de refletirmos sobre a Vocação Sacerdotal. Foi uma verdadeira jornada que nos rendeu grandes aprendizados e uma paixão ainda maior por eles. Um ministério tão grande e, ao mesmo tempo, dado a homens tão frágeis: “trazemos tesouro em vaso de barro”. Mas, nosso Senhor o quis assim, e assim será para todo o sempre.

Hoje, nossa diocese conta com cerca de 80 sacerdotes que, espalhados em nosso território diocesano, ajudam nosso Bispo Dom Edmilson com o pastoreio do povo de Deus. Todos os anos temos novas ordenações e rezamos sempre ao Pai de Misericórdia para que sua messe seja sempre dotada de operários.

Pedi, pois, ao dono da messe que envie operários para a sua messe,” a ordem de Jesus expressa a necessidade de que o reino seja anunciado. Perceberam com que urgência Nosso Senhor fala da necessidade de anunciar o reino? Pois é irmãos, o mundo tem necessidade de sacerdotes e Sacerdotes segundo o coração de Jesus.

O que falta aos nossos jovens para que respondam a esse chamado tão belo?

Primeiro, falta escutar o chamado. Rezemos, pois, assim: ‘Ó Deus, que suscitais a escuta ao povo de Israel, retirai a cera dos ouvidos de nossos jovens para que escutem o Teu chamado’. Falta também ousadia e resposta, rezemos assim: ‘Ó Deus, não sejam medrosos os que chamastes e nem apegados a si mesmos e ao mundo, inspirai a eles a paresia, a resposta generosa a exemplo da Virgem’. Falta-lhes ainda a confiança, rezemos assim: ‘Ó Deus, que dissestes não tenhais medo, fazei que nossos jovens vivam a linda aventura de uma vida toda entregue a Deus na confiança’.

Não pode a Igreja, em seus leigos e leigas, se esquecer de que os sacerdotes precisam de orações. Há vários padres à frente de batalhas terríveis e muitas vezes se sentem sozinhos e solitários. Falta o apoio da comunidade. Falta a oração. Falta o engajamento nos mais diversos serviços. Sejamos uma rede solidária na construção do Reino de Deus.

Prestemos também nossas homenagens com orações aos que já partiram ao encontro da recompensa eterna. Lembremos com carinho os nossos bispos falecidos como também os nossos sacerdotes. Eles construíram um legado de fé e de obras que não devem ser esquecidas. Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno e que a luz perpétua brilhe para eles!

 

Padre Cristiano Sousa

Representante dos Presbíteros

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Artigos Voz do Pastor

Sagrada Família: Exemplo de Amor

A vida em família está enraizada no matrimônio: a primeira vocação que aparece na Bíblia doada ao ser humano. Deus que é amor, cria o ser humano à sua imagem e, para que o ser humano viva a sua vocação de ser imagem do Deus que é amor, comunhão perfeita de pessoas (Pai, Filho, Espírito Santo), cria o ser humano homem e mulher, para que sendo um para o outro no amor e na comunhão, sejam verdadeiramente imagem de Deus. Esta maravilhosa vocação é danificada nas origens pelo pecado. No entanto, Deus não desiste da sua obra e na plenitude dos tempos, em Jesus Cristo, sua obra é restaurada. Em Jesus Cristo a família torna-se boa notícia (evangelho), pois é lugar onde se gera para o amor, educa-se para o amor e no dia a dia se combate para que o amor seja sempre vitorioso.

Nossa época está marcada pelo individualismo e subjetivismo e isso influencia profundamente a vida familiar. É preciso que os cristãos entendam e vivenciem a vocação matrimonial/familiar como um dom a este mundo e um verdadeiro evangelho.

Estamos encerrando o Ano Diocesano da Família, que tem como lema: “Família: lugar da Palavra, da oração e do partir o pão”. Alguns eventos diocesanos nos ajudaram a refletir sobre o evangelho da família: a abertura deste ano em 08 de dezembro de 2021 que abriu para as paróquias a possibilidade de tantos eventos paroquiais; a Semana Diocesana de formação, no mês de julho, que procurou expor o ensinamento da Igreja sobre o Matrimônio e a família; a Semana Nacional da Família, em agosto, que proporcionou momentos de encontro e reflexão nas paróquias; o Congresso Diocesano da Família, nos dias 30 de setembro e 01 de outubro, que tocou em alguns problemas específicos de Pastoral Familiar. Neste mês de dezembro, a Novena do Natal, “Em família acolhemos o Verbo de Deus na oração partilhando o pão”, permite-nos abrir os nossos lares como locais privilegiados para a vivência do Mistério da Encarnação. No próximo dia 30 de dezembro, festa da Sagrada Família, celebraremos a Eucaristia, encerrando este ano, colocando no Mistério Pascal todos os projetos que Deus suscitou em nossos corações. Este último momento do Ano Diocesano da Família, será na Paróquia NS de Fátima, do Jardim Tranquilidade, às 20h.

Não podemos perder de vista que o projeto de Deus para o matrimônio e a família está enraizado no Sacramento do Matrimônio. A vivência deste Sacramento na sociedade e na Igreja pelos casais cristãos, unidos pelos laços do Sacramento do Matrimônio, é e sempre será um anúncio alegre primordial do “evangelho da família.”

Não esqueçamos, porém, que tantas feridas ocorridas e que ocorrem no seio das famílias, geram tantas formas de situações familiares que não correspondem objetivamente a este projeto de Deus. Algumas situações são, humanamente falando, irremediáveis. Estarão estas situações excluídas do amor de Deus? Serão indignos, os que vivem nesta situação, de se chamarem família? Pior ainda: estarão excluídos do anúncio do Evangelho? De modo algum. A Exortação pós-sinodal Amoris Laetitia, do Papa Francisco, nos chama a toda uma ação pastoral: “Acompanhar, discernir, e integrar a fragilidade”, tal como é o título do capítulo oitavo da Exortação, que deve ser traduzido em nossa pastoral familiar como proximidade, discernimento, misericórdia, integração. Ninguém está excluído do amor de Deus. Apesar dos pesares, do peso e da dor, ninguém está excluído de deixar-se guiar pela palavra e pela alegria do Evangelho. Todos podem viver e testemunhar, mesmo em situações especiais, o Evangelho da família.

A família constitui-se como protagonista da ação pastoral através do anúncio explícito do Evangelho e da herança de múltiplas formas de testemunho: a solidariedade para com os pobres, a abertura à diversidade de pessoas, a preservação da criação, a solidariedade moral e material para com as demais famílias, principalmente para com as mais necessitadas, o esforço pela promoção do bem comum, também  mediante a transformação das estruturas sociais injustas, a partir do espaço no qual ela vive, pondo em prática as obras de misericórdia corporais e espirituais.”  (AL 290)

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano de Guarulhos

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Artigos Enfoque Pastoral

“Em tudo dai graças!” (1Tes 5,18)

Amados diocesanos, estamos chegando ao término de mais um ano e somos todos convidados a dar graças ao Senhor por nos permitir, aos poucos, retomar nossas diversas atividades pastorais, serviços e movimentos em nível paroquial e diocesano, ao longo deste ano que se encerra. “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.” (1Tes 5,16-18).

Nesta que é a última edição do ano da Folha Diocesana, quero agradecer a todos assessores e coordenadores diocesanos das pastorais, movimentos, e serviços diocesanos. Agradeço também a todos que, em suas paróquias, aos poucos retornaram às atividades pastorais e assim, dinamizando a vida em sua comunidade. No decorrer deste período, grandes desafios foram enfrentados, e felizmente sobre a condução de nosso bispo Dom Edmilson, devemos render graças ao Senhor que cuida do seu povo através da sua Igreja e Seu amor sempre fiel.

Este ano, também, tivemos nossa XI Assembleia Diocesana, a consulta do sínodo dos bispos de 2023, os desdobramentos da Assembleia Diocesana nas paróquias e nas foranias. Momentos estes, já frutuosos, e que nos preparam para viver um novo ano cheios do Amor de Deus em nossas vidas, comunidades e nas mais diversas atividades pastorais paróquias e diocesanas.

Em foco pastoral neste mês, temos os nossos grupos de rua que já iniciaram a Novena de Natal nas casas e nas igrejas. Este ano a novena, tem como intenção principal as famílias, o que nos dá a graça e a oportunidade de retornarmos os pequenos grupos de reflexão nas casas, não só com a novena mas também com o santo terço e a leitura orante. Coragem!

Roguemos a Virgem Imaculada, padroeira de nossa Diocese e da Cidade, para que sejamos dóceis à Palavra de Deus, e que Cristo Jesus, Palavra Eterna do Pai, habite em nós e gere em nós a conversão, a vida Eterna. Um feliz e abençoado Natal a todos e um Ano Novo cheio de bençãos e felicidade a todos.

 

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Vocação e Seminário

2023: O terceiro Ano Vocacional no Brasil

É com grande alegria que do dia 20 de novembro de 2022 a 26 de novembro de 2023 se celebrará o terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil. Tal iniciativa vide comemorar os 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país. O tema para esse Ano Vocacional é “Vocação: Graça e Missão” – com inspiração no Documento Final do Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” – e o lema é “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24,32-33).

O subsídio preparatório para a vivência do Ano Vocacional indica que “‘vocação’ é iniciativa de Deus, é mistério, é graça, é experiência de encontro com Jesus, é fascínio e alegria, é assombro, é sensibilidade ao apelo, é inconformidade, é resposta pessoal, é envolvimento comunitário, é missão, é tarefa, é serviço, é disposição para o sacrifício, é entrega da vida, é coragem e determinação, é esperança e convicção firme, é testemunho de fé”. De fato, o chamado de Deus envolve todos esses aspectos: é graça, pois plenifica o homem; e é missão, pois nos impulsiona a anunciar essa mesma benevolência.

Nesse sentido, torna-se pertinente o lema escolhido para o Ano Vocacional, pois recorda os discípulos de Emaús e, assimilando à vida do vocacionado, tem o seu coração ardente ao escutar a Palavra do Ressuscitado e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com o Cristo.

“Desejamos que o Ano Vocacional ajude cada pessoa a acolher o chamado de Jesus como graça e seja uma oportunidade para que mais e mais corações ardam e que os pés se ponham a caminho, em saída missionária”, nos aponta o subsídio. Que possamos viver bem esse ano dedicado às vocações na Igreja no Brasil.

Aproveitamos a oportunidade para convidá-los para a abertura do Ano Vocacional em nossa Diocese. Será no dia 20 de novembro às 11h na Catedral Nossa Senhora da Conceição. Participe conosco desse importante momento!

 

Sem. Edson Vitor – 3º ano de teologia

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Artigos Movimentos Diocesanos PAB

Pastoral Afro dentro e fora da Diocese

O mês de outubro foi de agenda cheia para a PAB – Pastoral Afro Brasileira. As atividades iniciaram no final do mês de setembro, com a participação das agentes do grupo Filhos de São Benedito, Valéria e Rozana, além do assessor da pastoral, Padre Valdocir Aparecido Raphael, da 10ª Edição do Congresso Nacional de Entidades Negras Católicas (CONENC) realizada em Salvador – BA, nos dias 22 a 25, representando a Diocese de Guarulhos neste importante encontro de lideranças afrobrasileiras de toda a Igreja.  No dia 04 de outubro, os membros da PAB participaram da missa de Rito Romano Inculturado e Adaptado ao Estilo Afro Brasileiro, realizada no salão paroquial do Santuário de Nossa Senhora do Bonsucesso, presidida pelo Padre Allan Cristian e animada pelos Filhos de São Benedito, que fechou o tríduo do padroeiro. No dia 07 de outubro, a missa inculturada foi realizada na Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Cocaia, animada pelos Filhos de Mariama. Orlando Junior, dos Herdeiros de Nhá Chica e Francisvaldo Vieira, coordenador diocesano, estiveram dia 19 de outubro no Santuário Nacional de Aparecida para a gravação do programa “Sabor em Vida”, da TV Aparecida, cuja entrevista será exibida dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra. Gratidão a Deus por todos estes momentos de partilha de experiência de fé.  Venha você também fazer parte desta história participando das atividades que serão realizadas no mês de novembro, dedicado a consciência negra, confira a agenda ao lado, traga a família e venha com muita alegria.

Axé!

 Elen Oliveira – Pastoral Afro-Brasileira

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Artigos Direito e Família Cristã

Ser Igreja Católica: Orgulho e Responsabilidade

O tema que assume o papel de “espinha dorsal” desta edição de nossa Folha Diocesana – Pão em todas as mesas – que foi também o tema do 18º Congresso Eucarístico Nacional propõe-nos que, a partir da força da Eucaristia, sejamos Igreja em missionária, em socorro dos mais necessitados do alimento material e espiritual, a fim de que, repartindo o pão com alegria, não haja necessitado entre nós.

Em primeiro lugar, nesse campo, lembramos que a alimentação é um direito social que, a partir da Emenda Constitucional nº 64, de 2010, passou a ser previsto expressamente no artigo 6º da Constituição Federal, que deve ser garantido primordialmente pelo Estado. Assim sendo, para efetivação desse direito, temos o dever moral de contribuirmos com o Poder Público por meio do correto recolhimento dos impostos que por nós são devidos, bem como elegendo bons administradores públicos.

Em segundo lugar, temos que ter em mente que a ação social, a despeito do que dissemos, não é monopólio do Estado, ao contrário, é mandato de Jesus dirigido a todos cristãos: “…porque tive fome, e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber…em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt. 25, 35-40).

A Igreja Católica, apesar das suas diversas crises ao longo dos séculos, tem sido fiel a este mandamento. Exigiria diversos volumes trazer uma lista completa das obras de caridades católicas promovidas ao longo da história por pessoas, paróquias, dioceses, mosteiros, missionários, frades, freiras e organizações leigas. Em verdade, a caridade católica não tem paralelo com nenhuma outra, em quantidade e variedade de boas obras, nem no alívio prestado ao sofrimento e misérias humanos.

Como devemos nos orgulhar em sermos membros da mais antiga instituição da humanidade, que, contendo 1,2 bilhões de fiéis, é a maior instituição de caridade do planeta. Segundo os dados do último “Anuário Estatístico da Igreja”, publicado pela Agência Fides por ocasião da Jornada Missionária, a Igreja Administra 115.352 Institutos de assistência social e beneficência em todo o mundo.

Nesse ponto, sobretudo, cumpre dizer que a caridade, tal como conhecemos hoje, foi inventada pela Igreja Católica. Isso porque antigamente a maior parte dos gestos de caridade envolvia um interesse próprio, consistente em algum tipo de troca, ainda que a contrapartida ao doador consistisse em atrair as atenções a sua grande liberalidade. Servir de coração alegre os necessitados e ampará-los sem nenhuma expectativa de recompensa ou reciprocidade compõe um espírito de generosidade próprio dos cristãos, prestados mesmo àqueles que não pertenciam à comunidade dos fiéis.

Em terceiro e último lugar, saibamos: Deus nos convida a avançar! O Evangelho correspondente ao dia de hoje, no qual escrevo este artigo, é inquietante. Nos lembra de que devemos fazer todo o esforço para entrar pela porta estreita. Jesus acrescenta que muitos tentarão por ela entrar e não conseguirão (Lc. 13, 22-30). A Palavra, como uma manifestação do Amor que quer salvar, é dura. Frise-se: muitos daqueles que se esforçam, esclarece o Mestre, não entrarão. Estes talvez sejamos nós.

Por isso, nos esforcemos ainda mais. Para fazer de nossa família a primeira comunidade de comunhão, amor e partilha, tornando-a uma autêntica e apaixonante escolha de amor para o mundo. E para fazer crescer em nós o amor a Deus, e, em consequência, a todos os nossos irmãos e irmãs mais necessitados. Que estes, por uma generosidade ainda mais alargada de nosso coração, possam encontrar o pão em suas mesas.

 

Marcos Antônio Favaro – Procurador Jurídico, Pós-Graduado
em Teologia, Mestre em Direito na PUC-SP

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Artigos Falando da Vida

Fome e Saúde mental

Que possamos, de fato, ter Pão em todas as mesas.

Estamos em novembro e a esta altura já conhecemos quem vai governar o Brasil nos próximos quatro anos. Não importa quem seja o vencedor, o nosso pais vai perder muito se não resolver o problema crucial que, segundo a ONU, atinge 28,8% da população brasileira, a fome. Esse quadro piorou muito desde 2020; hoje são 33 milhões de pessoas que convivem com escassez de alimentos no território nacional. Para um país que é considerado o celeiro do mundo, essa estatística assume um caráter de escândalo que precisa ser enfrentado de todas as maneiras independentemente de ideologia política.

As consequências da fome vão muito além de um prato vazio na mesa. Ela representa uma escalada de problemas que começa na gestação e atinge de forma irreversível o período mais importante do desenvolvimento humano que é a infância. Uma criança que não se alimenta adequadamente, tem baixo rendimento escolar e a sua trajetória ficará comprometida até a vida adulta. É triste consultar o mapa da fome e constatar que ela tem cor, sexo e endereço, pois atinge em maior número, pessoas pretas, mulheres que vivem na região Norte e Nordeste, que não conseguem alimentar seus filhos dignamente.

A relação entre fome e saúde mental, pode ser melhor compreendida, a partir do conhecimento sobre como os traumas vividos na infância podem impactar o indivíduo na vida adulta. É sabido que o inconsciente armazena informações especialmente aquelas que são carregadas de grande carga emocional. Essas experiências traumáticas são combinadas com eventos futuros desencadeando assim, sofrimento psicológico sob a forma de transtornos que vão desde a depressão até problemas mais sérios como distúrbios psiquiátricos. Pois bem, a experiência da fome é uma forma nefasta de violência e gera um trauma que não será apagado posteriormente do inconsciente, mesmo com o excesso de comida.

A fome tem solução e o principal responsável é o Estado que tem a obrigação de desenvolver políticas públicas que amenizem a desigualdade social. Não tem sentido ver poucos com tanto e tantos com pouco ou quase nada. Mas a responsabilidade é de toda a sociedade, não podemos cruzar os braços enquanto cidadãos, sobretudo cristãos. Como seria bom se cada um de nós tivéssemos o dom da Empatia e Compaixão assim como tem o Padre Júlio Lancelotti. Poderíamos ver refletida no outro, a nossa própria humanidade e ao invés de temer, fugir e condenar, fôssemos capazes de abraçar e alimentar aquele que tem fome não só de pão, mas de amor e fraternidade.

 

Romildo R. Almeida – Psicólogo clínico