SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"O Senhor fez em mim maravilhas." (Lc 1,49)

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Artigos Bíblia

Mês da Bíblia 2024: Ezequiel O Profeta da Esperança

O livro de Ezequiel nos coloca diante de uma das etapas mais atribuladas e trágicas da História do Povo de Deus. O reino de Judá, fraco e indefeso diante dos grandes impérios, se vê mergulhado numa disputa de ordem internacional sem ter condição nenhuma de interferir em seu próprio destino. De um lado, o império babilônico. Do outro, o reino do Egito. No meio, tentando se equilibrar entre poderosos, estavam os sucessivos reis de Judá. A consequência desastrosa deste jogo de poderes internacionais foi o exílio e a destruição do país e da capital Jerusalém. O profeta Jeremias é a grande testemunha histórica de todo este desastre político. O livro das Lamentações é o grito doloroso do povo sofrido, vítima dos erros políticos dos governantes. A mensagem do profeta Ezequiel vem completar este quadro histórico de dor e de morte, mas também trazendo uma centelha de reconstrução e de esperança.

A vivência de Ezequiel junto à comunidade dos exilados mergulhou-o na mesma sorte do povo de Deus naquele momento histórico. Ele também passou pela noite escura do desterro, do medo, da ausência e da saudade. Mas ele continua fiel e teima em continuar a crer na fidelidade do Deus que esteve sempre presente na vida do povo.

Toda a mensagem profética de Ezequiel foi vivida e proclamada no exílio na Babilônia. Ezequiel tenta mostrar aos exilados que, apesar de toda destruição, morte e desterro, ainda há uma esperança, muita esperança. Ainda ardem as brasas da fé por baixo de todas as cinzas da destruição, do sofrimento e do exílio.

Uma das etapas históricas do povo de Israel é a etapa do Exílio. A ideia mais comum a respeito deste período, que vai de 597 até 538, é a seguinte: houve a invasão da Babilônia contra Judá; Nabucodonosor, o rei da Babilônia, fez duas deportações (597 e 586) e levou muita gente para o Exílio. Com a derrota dos babilônios para os persas (539), Ciro, o rei da Pérsia, permitiu o retorno do povo para sua terra. A partir de 538, em sucessivas levas, os judeus regressaram da Babilônia para a Judéia.

Na realidade, o que houve não foram só estas duas deportações. A Bíblia registra muitos exílios do povo de Israel e de Judá. Já em 734, o rei da Assíria promoveu uma deportação de israelitas para as terras do império assírio (cf. 2Rs 15,29). Com a queda da Samaria (722) muitas outras pessoas do reino de Israel foram levadas para a Mesopotâmia e lá espalhadas entre as várias províncias do império assírio (cf. 2Rs 17,6.23). O mesmo aconteceu com Judá a partir das invasões assírias entre 701 e 669 (2Cr 33,11-13). As sucessivas deportações por ocasião das invasões babilônicas geraram uma comunidade de uns dez mil judeus exilados na Babilônia (cf. 2Rs 24,14). A maior parte destas pessoas não voltou para Jerusalém. Havia uma grande comunicação entre a comunidade dos judeus que permaneceram em Judá e a comunidade dos exilados na Babilônia (cf. Jr 29,5-7).

Foi um processo, cada vez mais amplo, de exílio, saída, dispersão, deportação e emigração do povo para os países ao redor da Palestina. E ao mesmo tempo, houve um processo igualmente crescente de retorno, de reorganização, de reconstrução, de busca de uma nova identidade.

Foi nesta noite escura do povo que brilhou a aurora de um novo olhar. Um olhar nascido da experiência do amor fiel de Deus que permitiu à comunidade fazer a releitura do passado. E assim, desta situação de morte, nasceram as imagens mais bonitas de esperança. Jeremias fala do novo coração (Jr 30 a 33), Isaías fala do consolo e do amor que animam o servo de YHWH para ser o revelador da presença de Deus no mundo (Is 40 a 66), como transparece nos quatro cânticos do povo Servo: no primeiro cântico Deus escolhe o seu Servo (Is 42,1-9); no segundo cântico o Servo de Deus descobre a sua missão (Is 49,1-6); no terceiro cântico o Servo assume e executa a sua missão (Is 50,4-9); no quarto cântico temos a paixão e vitória final do Servo de Deus (Is 52,13 a 53,12).

É neste contexto de avaliação e de reconstrução que surge o profeta Ezequiel. Ele fala do novo pastor (Ez 34,11-31), do novo Templo (Ez 40 a 47), da água purificadora que restaura a Criação (Ez 47,1-12). Na visão dos ossos secos, ele descobriu sinais de vida lá onde os outros só enxergavam morte e desespero (Ez 37,1-14).

Ezequiel é um profeta que tem um jeito todo próprio. Ele era da tribo de Levi, e toda a sua espiritualidade transpira o ambiente sacerdotal. Ele anuncia e lamenta a destruição do templo e da cidade como consequência dos desvios, sobretudo cultuais, da elite. Ele tem visões estranhas, difíceis de serem decifradas e interpretadas. Tem desmaios, deve realizar ações simbólicas estranhas, mas que chamam a atenção do povo. Toda a sua vida, tanto pessoal como familiar, se torna uma profecia viva. Ele já não se pertence.

Grande parte das profecias de Ezequiel são denúncias violentas que acusam o povo e anunciam o castigo. Talvez seja a sua experiência da santidade de Deus, profanada tão despudoradamente pelos sacerdotes, pelos reis e pelos falsos profetas, que o levou a essa reação tão agressiva que, até hoje, faz a gente sentir-se incomodada quando lê as profecias de condenação deste profeta. A enormidade dos castigos que ele anuncia revela o tamanho da sua dor ao ver o povo desviado pelos seus maus governantes, nobres, sacerdotes e profetas. E o profeta conclui suas trágicas mensagens com um refrão misterioso da parte de Deus: “Então sabereis que eu sou YHWH!” (cf. Ez 6,7.10.13.14; 7,4.9.26; etc…)

Mas no meio destas visões terríveis aparecem também as visões mais bonitas da Bíblia, como flores brilhantes no meio do mato fechado. Uma destas flores é a visão dos ossos secos que retomam vida sob a ação do espírito de Deus (Ez 37,1-14).

Sendo sacerdote, é evidente que Ezequiel sabia ler e escrever. Desta forma, grande parte dos oráculos podem ter saído de seu próprio punho. Ele mesmo pode ter escrito sobre suas experiências extáticas ou suas ações simbólicas. Mas não podemos pensar que todo o livro foi obra dele. Numerosos acréscimos posteriores são contribuições de seus discípulos.

De qualquer forma, apesar de reunir materiais tão diferentes como visões, sermões complicados, oráculos de difícil intepretação, encenações dramáticas, o livro de Ezequiel é um dos mais bem organizados dentre os livros proféticos.

  • 1-3: A vocação profética. O profeta recebe sua missão
  • 4-24: Profecias de ameaça e de condenação contra Judá, antes do segundo cerco de Jerusalém
    Nesta unidade vale destacar o seguinte: as ações simbólicas (4 e 5); a visão da profanação do templo (8 a 11); a parreira inútil (15); a responsabilidade pessoal (18); as duas irmãs (23); a morte da esposa (24,15-27).
  • 25-32: Oráculos contra as nações cúmplices do império.
    O centro destas denúncias são as duras palavras dirigidas contra a cidade de Tiro, na Fenícia (26 a 28) e contra o Egito e seu faraó (29 a 32).
  • 33-39: Oráculos de salvação durante e depois do cerco final de Jerusalém.
    O profeta busca animar o povo exilado apontando para um renascimento futuro. Aqui estão as passagens sobre os pastores de Israel (34); o oráculo sobre os montes de Israel (36); a visão dos ossos secos (37,1-14); as duas achas de lenha (37,15-28); os oráculos contra o reino de Gog (38-39).
  • 40-48: Estatuto político e religioso da futura comunidade na nova Cidade Santa.
    Esta parte apresenta um plano de reconstrução da nova Jerusalém, tendo como centro um templo restaurado para onde voltará a glória de Deus. Sendo um documento que fundamenta o renascimento da religião judaica, algumas Bíblias chamam esta parte de “A Torá de Ezequiel”.

 

Fonte: portaldascebs.org.br.org.br

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Artigos Enfoque Pastoral

Restaurados na Palavra de Deus

“Faça-se mim segundo a Tua Palavra” (Lc 1,38)

Amados, a Palavra de Deus nos restaura e nos dá vida nova. Setembro tem sido ao longo dos anos, desde a década de 70, o mês dedicado a Bíblia. Na Liturgia, na catequese e nas Escolas da Palavra, nossas comunidades têm aprofundado e divulgado o bom hábito de ler e rezar a Palavra de Deus. Nossa Diocese promoveu em julho deste ano uma semana inteira de aprofundamento da Palavra de Deus. E teremos no próximo ano a continuidade deste tema na semana diocesana de formação. Ao celebrar o Mês da Bíblia, a Igreja nos convida a conhecer mais a fundo a Palavra de Deus, a amá-la cada vez mais e a fazer dela, a cada dia, uma leitura meditada e rezada. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Sagrada Escritura.

“A Palavra de Deu é luz e lâmpada para o caminho” (Salmo 119,105); “ela é como a chuva que cai na terra e a fecunda, gerando vida” (Is 55,11-12); ela é a boa semente que cai no terreno bom e produz muito fruto (conf. Mc 4,3-9). “ela é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada(Hb 4,12); ela é “inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver” (2 Tm 3,16). Nós estamos em uma época maravilhosa na qual a Palavra de Deus está sendo anunciada e colocada no alto, para iluminar a nossa vida e a nossas famílias. Nós estamos vivendo essa graça! Jesus afirma: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba!” (Jo 7,37-38). “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (são Jerônimo)

O Papa Francisco diz que: “É importante recordar que o Espírito Santo, o Vivificador, gosta de agir através da Escritura. Com efeito, a Palavra transmite ao mundo o sopro de Deus, infunde no coração o calor do Senhor. É necessário o Espírito Santo para que a Bíblia arda no coração e se torne viva. Mas a Bíblia não é uma bonita coletânea de livros sagrados a estudar, é Palavra de vida a semear, dádiva que o Ressuscitado pede para acolher e distribuir, a fim de que haja vida no seu nome (cf. Jo 20, 31).”

Neste mês de setembro, também merece enfoque  pastoral, a 10ª Romaria Diocesana ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida: “Rumo a casa da Mãe”. Nossas paróquias celebrarão este grande dia da diocese reunindo todo o povo de Deus da Diocese de Guarulhos. Neste Dia de Ação de Graças levamos aos pés da Mãe Aparecida nossos trabalhos pastorais e nossas famílias. Roguemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, para que inspirados e movidos pela Palavra de Deus, testemunhemos no mundo o Reino de Deus.

Coragem!

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Voz do Pastor

‘‘Pai Nosso que estais nos Céus’’

Assim falou Jesus. Então levantando os olhos ao céu disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica teu filho para que teu filho te glorifique, assim como lhe deste autoridade sobre todo ser humano, para que conceda a vida eterna a todos que lhe deste. Ora, a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo.” (Jo 17,1-3)

O apóstolo e evangelista São João, nesse lindo capítulo 17 do seu evangelho, revela-nos, na chamada oração sacerdotal, a intimidade, confiança e entrega de Jesus para com o Pai (Abbá, papaizinho). Jesus ergue os olhos aos céus. Ele tem a intimidade de penetrar no aconchego do Pai. Trata-se de um olhar de confiança e entrega. Mesmo na hora cruciante da sua Paixão, Ele não duvida da sua missão e da força da sua entrega. Sabe que a sua glória e a glória do Pai são a mesma: toda a humanidade tem acesso à vida eterna. Conhecendo (experimentando) o amor do Pai e do Filho, temos a mesma intimidade, pois experimenta-se a vida eterna. Tem vida eterna quem descobre o poder do Amor do Filho que se manifestou maravilhosamente no escândalo da Cruz.

A filiação divina de Jesus, da intimidade que Ele tem com o Pai, ele quer que nos tornemos partícipes.  Ele quer compartilhar com todos os discípulos: “Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um, eu neles e tu em mim. Sejam consumados na unidade, e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste como amaste a mim.” (Jo 17,22-23).

Contudo, o penetrar nesta intimidade do Pai exige que tenhamos o conhecimento do Filho para contemplarmos a intimidade do Pai. “Há tanto tempo estou convosco e tu não me conheces, Filipe? Quem me vê, vê o Pai.” (Jo 14,9). Quem é o Filho?  É Aquele que Deus, após ter falado de muitos modos no passado, “nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Ele é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta todas as coisas com sua palavra poderosa.” (Hb 1,2-3). Este Filho é o Verbo (Lógos) incomensurável. Ele é a Sabedoria de Deus. No entanto, o Verbo (Lógos) se fez carne e habitou entre nós. (cf. Jo 1,14). Para que pudéssemos conhecê-lo, neste seu fazer-se carne, assumiu toda a debilidade da natureza humana, exceto o pecado. Viveu o mais profundo e verdadeiro esvaziamento de si mesmo (kênosis) e por isso Ele e com Ele a natureza humana entrou na glória da eternidade. De fato, na morte de Jesus o véu do templo que impedia a todos de entrar em contato com Deus rasgou-se. Pelo poder da morte, morte de Cruz de Jesus, todos têm acesso ao Pai. (cf Mt 27,51) E o Cristo que assumiu a nossa frágil natureza humana é exaltado e diante dele todos os joelhos se dobram. “…não considerou um privilégio ser igual a Deus, mas esvaziou-se, assumindo a forma de servo e tornando-se semelhante ao ser humano…humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de Cruz! Por isso Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que, ao Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai.” (Fl 2,6-11)

Este é o Filho que precisamos conhecer (experimentar) para que a nossa oração do Pai Nosso tenha toda a sua intensidade. Somos filhos no Filho. Somente estando nele podemos chamar a Deus de Pai.

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O. Cist.

Bispo diocesano

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Artigos Editorial

A Palavra de Deus exige Reflexão e Ação

Caríssimos irmãos e irmãs, a edição de setembro é marcada por reflexões a partir da fonte primária de conduta cristã que é a Sagrada Escritura, como cantamos: “Na bíblia está a Palavra de Deus semeada no meio do povo, que cresceu, cresceu e nos transformou, ensinando-nos viver um mundo novo. Deus é bom, nos ensina a viver, nos revela o caminho a seguir, só no amor partilhamos seus dons, sua presença iremos sentir. Somos povo, o povo de Deus e formamos o Reino de irmãos e a Palavra que é vida nos guia e alimenta a nossa missão.” Trata-se de uma letra simples, mas que expressa o real sentido da Palavra de Deus semeada em nossos corações.

Dom Edmilson, em seu artigo nos recorda que na Bíblia aprendemos a chamar a Deus de Pai Nosso a partir da oração sacerdotal em João 17 e outros textos como Hebreus, Mateus e Filipenses. A Conferência Episcopal dos Bispos no Brasil convida os diversos grupos a renovarem sua esperança através da reflexão sobre o livro do Profeta Ezequiel. E no artigo enfoque pastoral, padre Marcelo recorda-nos que diante da Palavra de Deus, devemos dizer como Maria Santíssima: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra.” A reflexão deve despertar práticas concretas na vida pessoal e consequentemente na sociedade, como a defesa do projeto da Ficha Limpa; o combate aos jogos de apostas que compromete a saúde mental e a divulgação da Campanha Setembro Amarelo no combate ao suicídio.

Na ação evangelizadora nos comprometemos com a transformação do presente em vista do futuro, gritando com a juventude: Viva a Vida! O céu não pode esperar! Um evento realizado com uma excelente participação da juventude provinda das diversas realidades paroquiais, movimentos, pastorais, organismos e comunidades.

Enfim, que possamos aceitar o convite do Papa Francisco: “Voltemos às nascentes para oferecer ao mundo aquela água viva que ele não encontra; e, enquanto a sociedade e as redes sociais acentuam a violência das palavras, concentremo-nos na mansidão da Palavra que salva.” Além disso, o Papa apresenta algumas interrogações que vale a pena refletir: “Que lugar reservo para a Palavra de Deus na casa onde moro? Lá haverá livros, jornais, televisões, telefones, mas… onde está a Bíblia? No meu quarto, tenho ao alcance da mão o Evangelho? Leio-o cada dia para encontrar nele o rumo da vida? Carrego na bolsa um pequeno exemplar do Evangelho para lê-lo? Muitas vezes dei de conselho que se trouxesse sempre conosco o Evangelho: no bolso, na carteira, no celular. Se Cristo me é mais querido do que qualquer outra realidade, como posso deixá-Lo em casa e não trazer comigo a sua Palavra? E a última pergunta: Já li, na íntegra, pelo menos um dos quatro Evangelhos? O Evangelho é o livro da vida, é simples e breve, mas muitos crentes nunca leram um do começo ao fim.”

Desejo a todos um excelente mês da Palavra de Deus e não esqueça de compartilhar está edição em seus grupos de relacionamento.

Padre Marcos Vinicius Clementino

Jornalista e Diretor Geral

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Artigos Falando da Vida

Pai, por que me abandonaste?

A ausência da figura paterna na afetividade de meninos

Li, certa vez, um artigo de biologia em que o autor afirmava que a natureza teria sido muito tolerante com o sexo masculino no que diz respeito a função procriadora. O artigo apontava as diferenças de investimento energético entre o homem e a mulher na atividade reprodutiva. De fato, enquanto o papel do homem limita-se a ceder alguns espermatozoides, a mulher responde por uma parcela infinitamente maior no processo, implicando numa série de transformações no corpo, na mente, no estado emocional, além de um longo período de gestação no qual tem que se dedicar, quase que exclusivamente, à maternidade.

Logicamente, essa afirmação levava em conta apenas os aspectos biológicos presentes na reprodução humana, mas de qualquer forma é a base para entender alguns aspectos psicológicos na constituição das famílias, sobretudo se observarmos que essa pouca contribuição, também se repete nas atividades de cuidado e educação dos filhos. A presença do genitor masculino é fraca, esse distanciamento sempre foi justificado pelo papel de provedor em que o homem necessitava sair de casa para garantir sustento à família. Infelizmente, apesar das mudanças ocorridas nos últimos tempos nos modelos de família, essa desigualdade no desempenho das funções parentais ainda persiste.

Esse cenário é o pano de fundo para a triste realidade levantada no recente estudo publicado pelo UOL a pedido da Natura, onde ficou demonstrado que apenas 5 a cada 10 meninos adolescentes têm certeza do amor paterno. A pesquisa, inclusive, traz um significativo recorte de raça e etnia: os meninos negros têm menos certeza de serem amados pelo pai (49%) do que os meninos brancos (35%). A ausência física é acompanhada da frieza afetiva provocando uma dificuldade em expressar atenção e carinho de forma natural. Muitos genitores tentam compensar essa falta, dando presentes materiais, mas isso não ajuda a criança a aprender, de fato, o que é amor real e como ele se constrói.

O estereótipo masculino começa a ser construído na infância através da aprendizagem observacional, conforme teorizou o psicólogo canadense Albert Bandura na década de 60. De acordo com Bandura, as pessoas não aprendem apenas por suas próprias experiências, mas também por observar e imitar os demais. Nesse sentido, o convívio social torna-se fator relevante no desenvolvimento da personalidade. Imaginem o futuro de meninos que hoje crescem observando o distanciamento paterno associado à desvalorização do sexo feminino, violência contra a mulher, machismo, etc? Certamente, não serão cidadãos que construirão uma sociedade justa onde o respeito pelo outro prevalecerá. A presença positiva dos genitores doadores de afeto, gentileza e bondade é o caminho possível para se construir um mundo melhor.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos CNBB PASCOM Pastorais

8º Encontro Nacional da Pascom

De 12 a 14 de julho, o Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida, foi o palco do 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom), reunindo mais de 900 participantes de todas as regiões do Brasil. O evento contou com uma programação diversificada de conferências, seminários, oficinas e workshops, centrados no tema “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e perspectivas.”

Primeiro dia – 12 de julho de 2024

O evento começou com uma recepção calorosa, superando as expectativas de público. Monsenhor Lucio Adrian Ruiz, Secretário do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, abriu as palestras com reflexões sobre o papel crucial da comunicação na missão da Igreja. Ele enfatizou: “É essencial adaptar-se às dinâmicas da cultura contemporânea sem perder a essência da mensagem cristã.” A reflexão sobre “Inteligência Artificial: o futuro no presente” foi conduzida por Everthon de Souza Oliveira e Aline Amaro da Silva. Everthon, professor do CEFET-MG, destacou “a necessidade de integrar a tecnologia de forma ética e eficaz no serviço pastoral.” Aline, teóloga e jornalista, complementou ao afirmar que “a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa para a evangelização, desde que usada com discernimento.”  

Segundo dia – 13 de julho de 2024

O segundo dia começou com a palestra “Comunicadores da Esperança”, apresentada por Dom Amilton Manoel da Silva, bispo de Guarapuava, membro da Comissão Episcopal para a Comunicação Social da CNBB. É graduado em Filosofia, História, Psicologia e Teologia. Possui especialização em formação humana, espiritualidade, liturgia e parapsicologia. Dom Amilton, ressaltou a importância de “serem comunicadores da paz e da esperança em um mundo tão necessitado de boas notícias.” Moisés Sbardelotto, jornalista e professor, seguiu com a conferência “Igreja em saída nas rodovias digitais”, sublinhando que “a presença dos cristãos nas redes sociais deve ir além dos instrumentos e envolver uma compreensão profunda das mudanças culturais e sociais que ocorrem no contexto digital.” Ele lembrou as palavras do Papa Francisco: “Entre as estradas estão também as digitais, congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida.” À tarde, os participantes se dividiram em grupos temáticos para discutir tópicos como inteligência artificial, planejamento pastoral, espiritualidade nas paróquias, tendências para mídias sociais, comunicação para transformação social, e protagonismo feminino na comunicação. Sbardelotto refletiu sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, afirmando que “o aumento de depressão e suicídio entre os jovens demanda da Igreja uma reflexão profunda sobre sua missão no ambiente digital.”

Terceiro e último dia – 14 de julho de 2024

O último dia começou com a Santa Missa, presidida por Dom Valdir Castro, Presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, que destacou a importância da comunicação na evangelização: “A Pascom desempenha um papel crucial na união dos fiéis e no fortalecimento da fé.” Em sua homilia, ele ressaltou a necessidade de uma comunicação que “seja verdadeira, acolhedora e promotora da paz.” Ele destacou que “a comunicação eficaz é aquela que constrói pontes, não muros. Nós, como comunicadores, somos chamados a ser construtores de paz em meio às adversidades do mundo moderno.” Após a Santa Missa, aconteceu a última conferência do encontro que foi apresentada pela da Irmã Joana Puntel, irmã Paulina, jornalista pela Faculdade Casper Líbero- SP. Possui mestrado em Comunicação pela Universidade Metodista de S. Paulo – Unesp, doutorado em Comunicação pela Simon Fraser University (Vancouver, Canadá) e pela Universidade de S. Paulo (USP). Pesquisadora na The London School of Economics and Political Science (Londres, Inglaterra). intitulada “Artesãos da comunhão: a comunicação eclesial num ambiente polarizado”, forneceu orientações práticas para os agentes de comunicação. Ela destacou que “num mundo polarizado, a comunicação deve ser um instrumento de unidade e compreensão.” Na conclusão do evento, Marcus Tullius agradeceu pelos seis anos de liderança na Pascom Brasil, e Janaína Gonçalves foi anunciada como a nova coordenadora nacional. Janaína comentou sobre a emoção de ver o Centro de Eventos do Santuário Nacional lotado: “É uma alegria imensa celebrar a comunicação e olhar para os novos passos da Pascom, especialmente com o Jubileu de 2025 e o processo sinodal.” O encontro encerrou com o envio dos pasconeiros e pasconeiras. Dom Valdir animou os presentes a “serem comunicadores da paz, da fraternidade e da esperança em suas comunidades, paróquias e dioceses.” A bênção final, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, trouxe um sentimento de renovação e compromisso, marcando um encerramento emocionante para todos os participantes.  
Foto Oficial do 8º Encontro Nacional da Pascom – Foto: Maurício Aoki
8º Encontro Nacional da Pascom em Aparecida destacou a relevância da comunicação na missão da Igreja, abordando os desafios e perspectivas em uma era de rápidas mudanças culturais e tecnológicas. O evento reforçou a necessidade de uma comunicação autêntica e eficaz, capaz de integrar tecnologia e espiritualidade na disseminação da missionariedade da Boa Nova.
“falar com o coração no processo sinodal” em curso na Igreja. Fala de uma “escuta sem preconceitos” que seja “atenta e disponível” e sustenta que “na Igreja temos urgente necessidade de uma comunicação que inflame os corações, seja bálsamo nas feridas e ilumine o caminho dos irmãos e irmãs” (Papa Francisco)
Confira algumas fotos da participação da Pascom Diocesana no Encontro:
8º Encontro Nacional da Pascom
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Artigos Liturgia

Músicos e Instrumentistas

Os músicos e instrumentistas podem oferecer uma grande contribuição para tornar os rituais litúrgicos mais condizentes com o mistério a ser celebrado. Através de sua atividade criativa, os músicos com sua arte de tocar ou compor ajudam o povo celebrante a entrar no mistério da salvação. Eles dão forma sonora aos momentos rituais que a comunidade celebra e têm a responsabilidade de cuidar da música, da palavra feito canção, do ritmo que envolve a comunidade num encontro único e espiritual que transcende a sua natureza. É o som e a palavra tornando-se um só movimento, um revestindo o outro e dando sentido à ação litúrgica. Assim, concordamos com Gelineau quando diz que: “o som se estiver só, escapa à inteligência discursiva. No culto cristão a pura execução de um instrumento não constitui jamais um rito propriamente dito.”80 É preciso que as palavras sejam envolvidas por uma melodia, um ritmo, uma interpretação e uma execução certa, no momento certo, de uma maneira que corresponda exatamente à mensagem do rito celebrado.

A Carta de São Paulo aos Coríntios“81 nos ajuda a perceber que tudo que se passar numa assembleia litúrgica deve visar a sua edificação. Assim, a música é um dos elementos a serviço da revelação e da profecia. Um canto de ação de graças pode ser muito bonito, mas se não serve para edificar a comunidade não tem utilidade naquela celebração. Se os músicos e instrumentistas não tiverem a compreensão da finalidade litúrgica da sua missão na celebração, estariam edificando a si próprios, e esta não é a finalidade deste ministério. Os carismas e dons são úteis quando colocados para o crescimento da comunidade, e não quando servem de ostentação de quem os recebeu. O apóstolo Paulo nos dá uma dica valiosa para que possamos cumprir essa função ministerial com grandeza: “salmodiai com o espírito, mas salmodiai também com a in-teligência.”82

Os santos padres da Igreja serviram-se também deste texto para afirmar que o canto litúrgico não fique apenas na mera sonoridade da voz externa, mas seja uma “expressão espiritual do cristão diante do Senhor”. A utilização instrumental na liturgia foi evoluindo conforme a compreensão de sua utilidade e se fundamenta principalmente no fato de que podem tornar o canto, ou tecnicamente mais fácil ou espiritualmente mais eficaz. E assim, muitas foram as reflexões acerca da sua utilização: “como o canto tem de ouvir-se sempre, o órgão e os instrumentos devem simplesmente sustentá-lo, e nunca encobri-lo”. João Paulo II também mostra preocupação e ressalva na utilização de instrumentos na liturgia: “É preciso, porém, vigiar a fim de que os instrumentos sejam aptos para o uso sacro, correspondam à dignidade do templo, possam sustentar o canto dos fiéis e favoreçam a sua edificação.”83

O Concilio Vaticano II abriu a possibilidade do uso de instrumentos musicais na liturgia, segundo o parecer e com o consentimento da autoridade territorial competente.“84 Esta abertura trouxe para os formadores diocesanos e paroquiais uma responsabilidade de formação para que estes músicos se preparem para o uso adequado destes instrumentos e exerçam de maneira digna a sua função ministerial.

Em muitos casos, há um grande desequilíbrio na relação dos músicos com a assembleia, com os cantores e grupos que se reúnem para preparar a celebração. A compreensão de atuação na liturgia dos músicos e instrumentistas se restringe, muitas vezes, ao ato de “se apresentar”, de “mostrar seus talentos” sem nenhuma comunhão eclesial e tão pouco com o grupo e a assembleia celebrante. Este desconhecimento e falta de comprometimento gera muitas desavenças, pois, entre eles, existem aqueles que foram convidados apenas para “tocar na missa” e não para fazer parte de uma comunidade que reza junto e que se prepara junto também. Desconhecem a grande importância que tem a sua missão de sustentar o canto da assembleia, dar um caráter festivo à ação litúrgica e ainda ressaltar a sacramentalidade da voz.

Fazer parte da assembleia é integrar-se no primeiro serviço, a primeira liturgia que Deus realizou para nós, na redenção realizada por Cristo. Os que estão envolvidos em uma celebração, seja exercendo uma função ministerial ou não, são seres celebrantes, povo convocado, assembleia dos chamados. Participar, tomar parte, é integrar-se no corpo de Cristo, comunidade dos fiéis, para partilhar a vida de cada dia onde o Verbo se encarna, ouvir a Palavra que transforma, receber o seu Espírito que nos torna suas testemunhas e o seu Corpo que alimenta nossa comunhão. E todo serviço da Igreja deve tornar-se parte da missão de Cristo, vivendo o compromisso com seu Reino para cantar o canto novo, como diz Sto. Agostinho: “É, pois, pelo canto novo que devemos reconhecer o que é a vida nova. Tudo isso pertence ao mesmo Reino: o homem novo, o canto novo, a aliança nova”. O canto novo é a expressão da comunidade que busca o Reino de Deus, a comunhão com Cristo no serviço aos irmãos. Agostinho continua:

“Ouvi-me, ou melhor, ouvi através do meu convite: Cantai ao Senhor Deus um canto novo. Já estou cantando, respondes. Tu cantas, cantas bem, estou escutando. Mas oxalá a tua vida não dê testemunho contra tuas palavras”85.

Também o músico-instrumentista deve dar testemunho profético em sua ação ministerial, pois este serviço mal executado impede a ação do “Espirito que canta em nós” na assembleia celebrante. Na liturgia, “o discípulo realiza o mais íntimo encontro com seu Senhor e dela recebe a motivação e a força máximas para a sua missão na Igreja e no mundo.”

Todos somos chamados a nos tornar “raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa.”86 O canto do povo é a voz principal no diálogo da esposa Igreja com seu esposo e Senhor. A utilização dos instrumentos deve ajudar a destacar este diálogo que acontece na Liturgia. O Senhor nos fala na Palavra proclamada, nós respondemos nas orações, nos salmos e cantos sem perder o foco, que é a participação da assembleia.

Após o Concilio Vaticano II, a Igreja se preocupou em criar possibilidades para fazer acontecer a grande revelação do Concilio: permitir ao povo reunido compreender a Palavra de Deus e a prece de ação de graças pela maravilha do mistério pascal. Surgiram então muitos compositores e grupos musicais para atender à natureza da música ritual que, a partir do Concílio, passou a fazer parte da liturgia. Formaram-se, assim, muitos grupos, bandas e ministérios de música nas diversas comunidades que, com seu jeito próprio, se colocaram nesta missão. Porém, o maior limite dessa participação é que muitos destes grupos se dispuseram a tocar e cantar “na liturgia” e não “a liturgia”, se “apropriaram” do espaço litúrgico, sem uma participação efetiva na comunidade e, aos poucos, foram incorporando nesta atuação repertórios musicais e comportamentos que não estavam cumprindo com o objetivo principal do rito celebrado. Assim, ao longo dos anos muitos abusos foram acontecendo. Muitos se apresentaram como bandas ou ministérios de música, mas poucos se identificaram como animadores do canto da assembleia. Ser ministro da música muitas vezes é compreendido como quem exerce uma função “para” a assembleia e não se considera “parte” dela e, se assim for, há um grande perigo de transformar a celebração em um “show”.

Caetana Cecília | Pe. Jair Costa

Comissão Diocesana de Liturgia / Música Litúrgica


80 GELINEAU, 1968, p.189

81 (1Cor 14,14-19.26)

82 1Cor 14,15

83 DOCUMENTOS…2017, p. 192

84 (cf. SC, n.120).

85 LITURGIA DAS HORAS, 2000, Sermão 34

86 1Pd 2, 9

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‘‘Deus ama quem dá com alegria’’ (2Cor 9,7)

A alegria de se doar preenche o coração do ser humano da presença de Deus, pois “Deus é amor e quem ama está em Deus e Deus permanece nele” (Jo 4,7). Estamos vendo com alegria a resposta do povo de Deus aos diversos trabalhos pastorais na Diocese e nas paróquias, quero aqui destacar a Semana Diocesana de Formação, que este ano teve como tema: “A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”. A organização da Semana Diocesana de Formação envolveu o bispo, padres, religiosas, diáconos, seminaristas, leigos e leigas. A organização, começou em fevereiro deste ano. Em todas as foranias a resposta do povo de Deus foi muito boa.

Quero aqui compartilhar com vocês que em julho de 8 a 12 em Brasília, estive reunido com vários coordenadores diocesanos de pastoral das dioceses de todo Brasil. Um momento de graça, benção e aprofundamento de minha missão na diocese de Guarulhos. Espero compartilhar com todos os frutos deste encontro através das Assessorias e coordenações diocesanas das pastorais, movimentos, organismos e serviços pastorais.

Em destaque pastoral, coloco a Semana Nacional da Família de 11 a 17 de agosto, celebrada há mais de 30 anos. É uma oportunidade das pessoas se aproximarem e rezarem juntas, em família e em comunidade. Durante esses dias, no contexto do Mês Vocacional, a Igreja celebra a importância da vocação familiar e do serviço de evangelização às famílias. O tema escolhido pela Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para este ano é “Família e Amizade”, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2024, que abordou “Fraternidade e amizade social”. Os temas propostos para aprofundamento estão no subsídio Hora da Família, distribuído para grupos de todo o país celebrarem em casa, nas comunidades e paróquias.

Rezemos por todas a vocações sacerdotal, diaconal, religiosa, consagrada e leiga. Que o despertar vocacional de cada batizado possa sempre ir ao encontro da vocação de sermos santos, como Nosso Senhor Jesus Cristo é Santo.       Em nosso batismo fomos “alcançado por Cristo Jesus” (Fl 3, 12). O Seu Amor nos sustenta e impele (conf. 2Cor 5,14). Roguemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, para que inspirados nela, confiemos no Senhor e na sua providência, que nunca falha.

 

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Igreja: uma Sinfonia Vocacional

“Igreja como uma sinfonia vocacional” é o tema do mês vocacional 2024, celebrado em agosto. E você já pode conferir o cartaz e o subsídio preparado pela Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB para o Mês Vocacional 2024. O lema deste ano é  “Pedi, pois, ao Senhor da Messe” (Mt 9, 38).

O Cartaz

O cartaz do mês vocacional é inspirado no convite do Papa Francisco para sermos, enquanto Igreja, uma Sinfonia Vocacional, que evoca movimento e leveza, a música e a dança, inspirados pelo próprio Cristo.   Irmão Luiz Carlos Lima, autor da identidade visual, destaca os elementos da obra:
Jesus, é aquele que rege essa grande sinfonia de vocações, dons e carismas. Ele, com seu grande coração, se move a convidar, animar e acompanhar os vocacionados e as vocacionadas em seus mais diferentes chamados. Ao mesmo tempo esse movimento parte da Igreja, mas sai dela, como nos convida o Papa Francisco: para que sejamos uma “Igreja em saída”. Dessa forma, a pauta, utilizada para escrever as partituras musicais, traz em si os vocacionados e vocacionadas como notas musicais, “com todas as vocações unidas e distintas em harmonia e juntas em saída para irradiar no mundo a vida nova no Reino de Deus”. (Papa Francisco)   A circularidade e os círculos que compõem a imagem, falam da fraternidade e da saída de modelos até então “enquadrados” por diversas leis, passando para as possibilidades de movimentos mais circulares, horizontais, sem dobras, mas inteiro e partindo de um único ponto: Jesus Cristo e o Reino.   O coração exposto de Jesus faz menção ao recente Ano Vocacional que a Igreja no Brasil vivenciou. Este coração que arde e que faz os nossos pés se colocarem a caminho, em uma Igreja em que a cultura vocacional seja cada vez mais cultivada.  O telhado abaixo da torre quer simbolizar a casa, lugar da família, igreja doméstica, pois “na Igreja, somos todos servos e servas, segundo diversas vocações, carismas e ministérios. A vocação ao dom de si próprio no amor, comum a todos, desenvolve-se e concretiza-se na vida dos cristãos leigos e leigas, empenhados a construir a família como uma pequena igreja doméstica”. (Papa Francisco)  O relógio evoca a hora dedicada a Nossa Senhora (18h). Ela que é a vocacionada por excelência, também nos convida a entrar nessa sinfonia. As pessoas, apresentadas na partitura, traz representações das mais diversas expressões de vocações: laical, ministérios ordenados e vida consagrada.   A arte convida o leitor a entrar nessa melodia, a sentir e a confirmar que sua vocação não é apenas uma nota ou um tom isolado, mas sim, parte de uma grande Sinfonia. Uma só canção, um só coração, um só corpo em Cristo (cf. I Cor 12,12). 

Igreja: uma Sinfonia Vocacional - Refrão Orante

Igreja: Uma Sinfonia Vocacional – Refrão Orante

Igreja, uma sinfonia vocacional Cada vocação uma voz, ó Senhor da messe pedimos, muitas e santas vocações. ó Senhor da messe pedimos, muitas e santas vocações.

Edições CNBB

· Educação Musical Doce Som do Coração · Jair Oliveira Costa

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A Igreja celebra a Sinfonia Vocacional

Caríssimo irmão e irmã, a Igreja convida-nos a celebrar e refletir em agosto, o mês vocacional, com diversos momentos e subsídios. Uma das propostas como subsídio vem da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB que foi “inspirada no convite do Papa Francisco para sermos, enquanto Igreja, uma Sinfonia Vocacional, que evoca movimento e leveza, a música e a dança, inspirados pelo próprio Cristo.

Outra proposta provem do subsídio Hora da Família, com o lema: Família e Amizade, organizado pela Comissão Episcopal para a Vida e Família: “A inspiração para promover o debate sobre a amizade na família está ligada ao tema da campanha da fraternidade deste ano. Acreditamos que é na família que construímos os melhores amigos e também onde aprendemos os valores básicos da vivência social”, explica Dom Bruno Elizeu Versari, presidente da Comissão.

A equipe de Animação Vocacional da Diocese de Guarulhos, realizará o 19º Viva a Vida como oportunidade de fortalecer o chamado divino de santidade a exemplo do jovem Carlo Acutis como afirma o papa Francisco: “não se acomodou numa imobilidade confortável, mas colheu as necessidades do seu tempo, porque viu o rosto de Cristo nos mais frágeis. O seu testemunho mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-O nos irmãos, especialmente nos últimos. Um aplauso ao novo jovem beato da geração atual!”.

Que possamos rezar para que este lindo momento promovido pelo serviço de animação vocacional possa ser uma oportunidade de partilhar e promover os carismas na vida de cada jovem, despertando conforme a vontade de Deus a vocação específica. Ainda na linha vocacional, Dom Edmilson, na editoria voz do pastor, ressalta a importância de ouvir a voz do Pai da verdade e negar o chamado do pai da mentira, para que a vocação seja de fato uma realização da vontade de Deus em nossa vida e resposta plena ao chamado de Deus.

O psicólogo Romildo ressalta o prejuízo da ausência da figura paterna na afetividade dos meninos, que significa uma negação da vocação à paternidade como chamado de Deus ao homem para ser pai em sua totalidade. É um alerta para que os homens não escutem a voz do pai da mentira, tornando-se um pai de mentira ou parcial. Ouvindo o chamado do Pai da verdade, os seminaristas realizaram a semana missionária como peregrinos da Esperança e os agentes da pastoral da comunicação que estiveram na cidade de Aparecida participando ativamente do 8º Encontro Nacional de Comunicação e assumiram o compromisso de serem comunicadores da paz, da fraternidade e da esperança em suas comunidades, paróquias e diocese, como afirmou Dom Valdir no encerramento deste belíssimo evento.

Enfim, é com alegria que celebramos o mês vocacional e renovamos o nosso sim ao chamado de Deus.

Aproveito para parabenizar sua vocação específica e desejar excelente leitura. Não esqueça de compartilhar essa revista diocesana com familiares, amigos e diversos grupos.

“Pedi, pois, ao Senhor da Messe” ( Mt 9,38)

 

Padre Marcos Vinicius Clementino

Jornalista e Diretor Geral