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“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

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Artigos Enfoque Pastoral

Ungidos pelo bálsamo da Alegria (Ez 16,9)

Cristo Jesus ungiu-nos com o óleo da alegria e nos fez participarmos de sua glória. Na Páscoa do Senhor, celebramos o mistério central da nossa fé, somos a cada ano renovados na Misericórdia de Deus, que nos toca com ternura e amor. Neste tempo de graça, o Senhor nos acompanha com muitos sinais pascais em nossa Diocese.

Neste tempo quaresmal o Senhor foi nos curando e preparando para vivermos o tempo pascal, renovados na força de Sua Santa Palavra, que faz arder o coração e nos enche de Alegria com sua presença gloriosa (Lc 24,32). Em várias paróquias de nossa Diocese foram celebradas as missas penitenciais na madrugada, iniciativa pastoral que leva os paroquianos a experiência profunda da oração, jejum e caridade. Também vivemos a Campanha da fraternidade deste ano: “Fraternidade e Ecologia Integral”, presente nas atividades pastorais, como a catequese, grupos de rua e liturgia, com o apelo: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Vivendo o Jubileu de Esperança, muitas paróquias já estão fazendo sua peregrinação as Igrejas Santuários.

Grandes alegrias e sinais do Ressuscitado na vida de nossa Igreja particular de Guarulhos, que comemorou no dia 16 de março, onze anos sobre a condução Apostólica de Dom Edmilson Amador Caetano, 4º bispo diocesano da diocese de Guarulhos, que no dia 28 de março celebrou 17 anos de sua ordenação episcopal. E nossa Diocese celebrará no dia 5 de abril aniversário de 44 anos de fundação. Muitas alegrias e conquistas o Senhor têm concedido a todos nós! Caminhemos com o Senhor Ressuscitado, que permanece conosco e realiza através de sua Santa Igreja a Salvação dos homens.

Alegremo-nos e exultemos com a presença do Senhor em nossa Diocese, que cuida do seu povo e continua sua obra salvífica por meio de seus ministros e seu povo fiel na obra da evangelização. Que Maria, mãe da Igreja, interceda por todos nós e nos ajude a acolher em nossas vidas o Senhor Ressuscitado.

 

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Voz do Pastor

Peregrinos da Esperança ou Peregrinos de Esperança? Continuação…

A nossa reflexão continua a do último mês. Seria bom relê-la.

Leia: (Artigo – Março 2025)

Retomemos o texto inspirador do Jubileu da Esperança:

“…justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança a virtude comprovada, a virtude comprovada a esperança. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. (Rm 5,1-5)

O dom infuso da fé não pode estar desunido daquele da esperança. Faz parte do conteúdo da nossa fé gloriar-se “na esperança da glória de Deus”. A adesão e a vivência da nossa fé nos colocam em perspectiva escatológica, pois “se temos esperança em Cristo somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens.” (1Cor 15,19) A vitória de Cristo em tudo e em todos é a esperança que nos move ao combate pela fé a cada dia. Nos faz ter sempre disposição renovada em realizar os sinais de esperança. É a nossa segurança. De fato, uma das imagens mais antigas para indicar a esperança é a âncora. Uma embarcação firmemente ancorada não soçobra mesmo nas mais furiosas tempestades.

A esperança da glória de Deus faz parte do conteúdo da fé exatamente pelo fato de não nos deixar inertes diante da situações que devemos enfrentar com a luz da fé. Entretanto, a virtude teologal da esperança torna-se completa em nós, exatamente, quando nos movemos pela fé, afinal nos recorda o apóstolo Tiago que a fé sem obras é morta. Esta é uma forma de entendermos a continuidade do texto da carta aos Romanos: “E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança a virtude comprovada, a virtude comprovada a esperança.”

Para “ativar” em nós a virtude teologal infusa da esperança não podemos deixar-nos cair no imobilismo diante das respostas que somos chamados a dar, nas mais variadas e adversas situações. Combater pela fé e defender a fé fazem parte desta “ativação”.

O pecado da omissão, nas palavras, nas atitudes e nos atos, nos impede de ser Peregrinos de Esperança.

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O. Cist.

Bispo diocesano

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Artigos Editorial

Recuperar e sustentar a Esperança é a Missão da Igreja no Mundo!

Caríssimos peregrinos e peregrinas de esperança, nesta edição a palavra esperança ganha destaque em todos os artigos seja de forma direta, ou indiretamente, com a finalidade de animar nossa caminhada terrena em meio a tantas situações de desesperança.

Aliás “esperançar” é uma expressão utilizada pelo Papa Francisco que diz: “O cristão não pode contentar-se com ter esperança; deve também irradiar esperança, ser semeador de esperança”. Assim é o que reforça Dom Edmilson Amador Caetano com sua voz de pastor e mensagem de Páscoa para a cidade de Guarulhos. Pastoralmente, a esperança se renova também nas diversas atividades elencadas pelo coordenador diocesano de pastoral. Nos chama atenção de maneira especial o evento 24 horas para o Senhor que têm por objetivo: “voltar a colocar no centro da vida pastoral da Igreja, portanto das nossas comunidades, das nossas paróquias, de todas as realidades eclesiais, o sacramento da reconciliação. Este é o centro da mensagem evangélica: a Misericórdia de Deus, que nos dá a certeza de que diante do Senhor ninguém encontrará um juiz, mas sim um pai que acolhe, consola e indica também o caminho para a renovação. Portanto, como afirmou o Papa Francisco, «a misericórdia suscita alegria, porque o coração se abre à esperança duma vida nova». (Misericordia et misera, nº 3).”

Infelizmente nem todas as pessoas devido a proporção do problema e questões psicológicas, conseguem ver os sinais de esperança em sua vida, por isso entram em desespero, intensificando o sofrimento e gerando consequências dolorosas da perca do sentido da vida, por isso é fundamental a iniciativa de “Um plantão para a vocação” desenvolvido pelo serviço de animação vocacional da diocese. É necessário parar, olhar, acolher, escutar e orientar as pessoas. Esse caminho também deve ser percorrido diante das dificuldades especialmente dos adolescentes em sua relação com as redes sociais, como alerta o psicólogo Romildo Almeida em seu artigo sobre uma série da Netflix, plataforma muito conhecida em nossos lares. A missão de recuperar a esperança através da busca de relações verdadeiras, saudáveis e reais é urgente na sociedade em que vivemos.

A você eu faço um apelo: gaste tempo dando atenção ao outro, e lembre-se você não precisa ser um profissional da psicologia, psiquiatria ou agente de pastoral, basta ser alguém disposto a viver e querer que os outros vivam. E para nós que somos Igreja e de Igreja, recuperar a esperança é percorrer o caminho sinodal de comunhão, participação e missão, afinal “ A Igreja existe para testemunhar ao mundo o acontecimento decisivo da história: a Ressurreição de Jesus. O Ressuscitado traz a paz ao mundo e nos dá o dom do seu Espírito. Cristo vivo é a fonte da verdadeira liberdade, o fundamento da esperança que não engana, a revelação do verdadeiro rosto de Deus e o destino último do homem. Os Evangelhos nos dizem que, para entrar na fé pascal e nos tornarmos testemunhas dela, é necessário reconhecer o próprio vazio interior, as trevas do medo, da dúvida e do pecado. Mas aqueles que, na escuridão, têm a coragem de sair e de pôr-se á procura descobrem, na realidade, que são procurados, chamados pelo nome, perdoados e enviados juntos aos irmãos e às irmãs.” (n.14 do Documento Final do Sínodo dos Bispos).

Desejo a todos uma bela experiência pessoal e comunitária da fé na Semana Santa e Feliz Páscoa com plena renovação da esperança.

Padre Marcos Vinicius Clementino

Jornalista e Diretor Geral

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Artigos Falando da Vida

Aquecimento Global e Saúde Mental

O planeta está com febre, mas os doentes somos nós!

A Campanha da fraternidade deste ano cujo tema é Fraternidade e ecologia integral, nos convida a refletir sobre um problema que afeta a todos independente da sua posição ideológica. As mudanças climáticas, já são visíveis na forma de deslizamentos de terra, enchentes, seca, incêndios florestais, etc. Em meio a esses fenômenos, um problema tem gerado preocupações e já se torna também visível. Estamos falando da saúde mental das pessoas envolvidas com essas mudanças. Pessoas que habitam locais vulneráveis a eventos climáticos, são inseguras, vivem em constante estresse, condições propícias para desenvolverem problemas de depressão e ansiedade.

Muitas pessoas buscam atendimento psicológico, depois de ter a casa invadida pela enchente e perder todos os bens. Essas pessoas podem desenvolver um quadro chamado de Transtorno de Estresse Pós-traumático. Os sintomas típicos incluem a revivescência repetida do evento traumático, sob a forma de lembranças invasivas (“flashbacks”), de sonhos ou de pesadelos. Fora isso, o transtorno gera um retraimento social, ou seja, a vítima evita contatos, perde o interesse pela vida, pois na sua mente existe sempre a ameaça de que tudo vai acontecer novamente.

As ondas de calor que ultimamente têm assolado o país de norte a sul, trazem consequências danosas a todos, mas crianças que estudam em escolas públicas têm sofrido muito mais com altas temperaturas no interior das salas de aula, que chegam a atingir 40 graus. Se essas temperaturas combinadas com a alta umidade já são inviáveis para o funcionamento do organismo, o que dirá para o aprendizado? Sem dúvida, as crianças pobres são as principais vítimas e certamente sua formação ficará comprometida, diferentemente das escolas particulares que contam com ar condicionado.

O Papa Francisco encontra-se internado em um hospital em Roma, lutando bravamente pela vida. É oportuno lembrar as suas palavras proferidas em 30/08 de 2024 a respeito do aquecimento global: “Se medirmos a temperatura do planeta, isso nos dirá que ele está com febre, que ele está doente. Precisamos nos comprometer com a proteção da natureza, mudando nossos hábitos pessoais e comunitários”. Há um consenso por parte da ciência de que a vida do planeta está ameaçada e que se algo não for feito agora, não haverá futuro para as próximas gerações. Certos governantes, porém, preferem julgar essa questão por um prisma ideológico. Não importa se você é católico, protestante ou ateu, se é de direita ou esquerda, capitalista ou comunista, o planeta está com febre, mas os doentes somos nós.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos Movimentos Diocesanos

XIII Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ) 2025

Um Chamado à Fé, Esperança e Protagonismo Juvenil

Entre os dias 12 e 19 de janeiro, aconteceu em São Luís do Maranhão um dos mais importantes encontros da juventude católica brasileira: o XIII Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ). O evento teve como tema “Na toada do grupo de jovens, o guarnicê da esperança”, que serviu de base para toda a programação, e como lema “Gritar a utopia do Reino em toda parte”, inspirado no pensamento do padre Hilário Dick. Além disso, fomos iluminados pela leitura de João 6,24: “Senhor, dá-nos sempre deste pão.”

O encontro reuniu mais de 500 jovens de todas as regiões do Brasil. A Diocese de Guarulhos teve a oportunidade de enviar seis jovens que atuam na Pastoral da Juventude em nosso território. Foram eles: Beatriz Punça (Coordenação Diocesana 2022-2024), Evelyn Arantes (Secretária Diocesana), Larissa Wiviny (Coordenadora de Base), Lays Santos (Secretária Diocesana), Luana Salvador (Vice Coordenadora Diocesana) e Thiago Anthony (Coordenador Diocesano).

O ENPJ é um espaço de vivência da fé, da espiritualidade e do compromisso social. Realizado a cada três anos, o encontro reúne jovens, assessores, padres, religiosos e lideranças da PJ para refletir, celebrar e planejar ações que fortaleçam a missão evangelizadora da juventude. É um momento de encontro com Deus, consigo mesmo e com os outros, além de uma oportunidade para discutir temas relevantes para a sociedade e para a Igreja. Este encontro foi ainda mais especial devido à expectativa dos jovens para sua realização, uma vez que o último ocorreu em 2018 e, por conta da pandemia, foi necessário adiá-lo até este ano.

No primeiro dia do evento, ocorreu a abertura com a Santa Missa, presidida por Dom Vilson Basso, que lidera a Comissão Episcopal para Juventudes da CNBB. Esse foi um momento de encontro e esperança diante de tudo o que ainda seríamos chamados a vivenciar. Nos sete dias seguintes, tivemos uma programação intensa com momentos de oração, formação e partilha. O evento contou com quatro mesas de conversa, onde foram debatidas as diferentes realidades juvenis do Brasil, os desafios da Pastoral da Juventude diante dos diversos formatos de grupos e os anseios da juventude nos dias de hoje. Também foram realizadas oficinas e atividades culturais, todas com o objetivo de promover o protagonismo juvenil e reforçar o compromisso social e a evangelização libertadora.

Além disso, tivemos outros dois momentos marcantes no encontro. O primeiro ocorreu no quinto dia, com o lançamento do novo documento “Somos Igreja Jovem”, subsídio essencial para toda a Pastoral da Juventude no Brasil. O segundo momento significativo foi a comemoração, no sétimo dia, dos 20 anos do documento “Ofício Divino”, que guia e ilumina diversos momentos de oração na caminhada pastoral.

Ao final do encontro, saímos com o compromisso renovado de continuar construindo uma Igreja jovem, profética e transformadora. O XIII ENPJ reafirmou a importância da Pastoral da Juventude como espaço de formação e protagonismo juvenil, incentivando os participantes a levarem para suas dioceses a mensagem de esperança, unidade e engajamento social.

O grupo que representou a Diocese de Guarulhos se alegra em levar um pouco da potencialidade deste solo e retorna aos trabalhos pastorais, recarregado por tudo o que foi vivenciado e, especialmente, pela acolhida, energia, cultura e fé maranhense.

Para mais detalhes sobre como foi esse encontro, acesse o Instagram @pjguarulhos.

 

Lays SantosPJ Guarulhos

Confira alguns registros do Encontro:

XIII Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ) 2025
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Artigos Bíblia

Vamos no Encontro da Leitura Orante?

É provável que você já tenha ouvido falar ou já tenha sido convidada/o para a Leitura Orante da Palavra de Deus ou Lectio Divina!

Lectio Divina quer dizer leitura divina. Outros traduzem leitura orante. Ela indica a prática de leitura que os cristãos fazem da Bíblia para alimentar a sua fé, sua esperança, o seu amor e compromisso.

A Dei Verbum (Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Revelação Divina) afirma que “a Lectio Divina é tão antiga quanto a própria Igreja, que vive da Palavra de Deus e dela depende como a água de sua fonte (DV, n. 07.20.21). É a leitura crente e orante da Palavra de Deus, feita a partir da fé em Jesus, que disse: “O Espírito vos recordará tudo o que eu disse e vos introduzirá na verdade plena” (Jo 14,26).

A expressão Lectio Divina vem de Orígenes (+253). Ele diz que, para ler a Bíblia com proveito, é necessário um esforço de atenção e de assiduidade. O monge Guigo (1150) sistematizou a Lectio Divina em quatro degraus, isso no século XII: Leitura, Meditação, Oração e Contemplação. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com espírito atento. A meditação é uma diligente atividade da mente que, com a ajuda da própria razão, procura o conhecimento da verdade oculta. A oração é o impulso fervoroso do coração para Deus, pedindo que afaste os males e conceda as coisas boas. A contemplação é a elevação da mente sobre si mesma que, suspensa em Deus, saboreia as alegrias da doçura eterna”.

O objetivo da Lectio Divina é o objetivo da própria Bíblia: “Comunicar a sabedoria que leva à salvação ela fé em Jesus Cristo” (2Tm 3,16-17); “proporcionar perseverança, consolo e esperança” (Rm 15,4); ajudar-nos a aprender dos erros dos antepassados (cf. 1Cor 10, 6-10).

A Diocese de Guarulhos, sob a orientação do Bispo Dom Edmilson Amador Caetano, tem a alegria de publicar uma série de encontros dedicados à Leitura Orante da Palavra de Deus. Neste ano, o foco será o Ano Santo do Jubileu Ordinário “Peregrinos de Esperança”.

Encontre o livreto que contém os Encontros previstos para fevereiro, maio e junho nas paróquias e nas comunidades. Organize e participe de reuniões com famílias, pastorais, grupos e a comunidade. A Equipe Diocesana da Leitura Orante está disponível para orientar e apoiar encontros de Lectio Divina.

Para aprofundar o assunto visite os Documentos da Igreja no Brasil: Documentos 97 e 111 da CNBB.

Confira e faça a Leitura Orante:

Leitura Orante

 

Celia Soares de Sousa

Cristã leiga e teóloga

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Artigos CNBB Destaques Diocese

Papa Francisco envia mensagem para a Campanha da Fraternidade: “louvo o esforço em propor o tema da ecologia”

O Papa Francisco enviou sua mensagem à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por ocasião da Campanha da Fraternidade 2025. No texto, ele felicita a Conferência dos Bispos pela realização da Campanha, há mais de 60 anos. Francisco também louvou o “esforço em propor o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal a Cristo”.

“Que todos nós possamos, com o especial auxilio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, disse Francisco.

Confira a mensagem na íntegra abaixo. Para baixar o arquivo, clique aqui.

 

Queridos irmãos e irmãs do Brasil,

Com este dia de jejum, penitência e oração, iniciamos a Quaresma deste Ano Jubilar da Encarnação. Nesta ocasião, desejo manifestar a minha proximidade à Igreja peregrina nessa Nação e felicitar os meus irmãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos e que neste ano tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e como lema a passagem da Escritura na qual, contemplando a obra da criação, “Deus viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1,31).

Com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Laudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023.

Nestes documentos, quis chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual «crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior» (Laudato Si’, 217). Neste sentido, o meu predecessor de venerável memória, São João Paulo II, já alertava que era «preciso estimular e apoiar a “conversão ecológica”, que tornou a humanidade mais sensível» (Audiência, 17 de janeiro de 2001) ao tema do cuidado com a Casa Comum.

Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxilio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas.

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.

Desejo que esse itinerário quaresmal dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu. Faço votos que a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral.

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, concedo de bom grado a Bênção Apostólica a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 11 de fevereiro de 2025, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes.

 

Franciscus

Fonte: Portal CNBB.org.br

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Tempo de oração pela saúde do Papa Francisco

“Testemunha dos sofrimentos de Cristo” (1Pd 5, 1).

Queridos irmãos no episcopado,
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tendo ouvido o Conselho Episcopal de Pastoral (CONSEP), reunido em Brasília, une-se às preces do povo de Deus em fervorosas orações e propõe aos bispos do Brasil um tempo de oração, nos próximos dias, pela plena recuperação de saúde do Papa Francisco.

Sugerimos que as comunidades espalhadas pelo Brasil sejam incentivadas a viverem este tempo de oração, sobretudo, nas Celebrações da Eucaristia e da Palavra, com uma intenção especial pela saúde do Papa.

A Comissão Episcopal de Liturgia da CNBB, sugere o acréscimo de uma intenção nas Orações dos Fiéis em todas as celebrações, conforme proposta indicada:

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Peregrinos da Esperança ou Peregrinos de Esperança?

Nós, cristãos católicos, neste Ano Jubilar somos chamados a ser, sim, Peregrinos de Esperança. O Peregrino da Esperança é aquele que está em busca da Esperança que não decepciona. O Peregrino de Esperança já possui a Esperança e, portanto, dela transborda e manifesta os sinais da Esperança e a significa para a humanidade.

De fato, “…justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança a virtude comprovada, a virtude comprovada a esperança. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. (Rm 5,1-5)

Neste texto que inspira o Jubileu da Esperança, a primeira coisa que se nos apresenta e nos diferencia em sermos Peregrinos de Esperança e não Peregrinos da Esperança, é a outra virtude teologal que nele aparece: a fé. Duas vezes aparece a expressão “pela fé”. O próprio apóstolo Paulo em outros textos diz que a fé vem pelo ouvido e pela pregação. A fé que temos foi em nós infusa pela ação do Espírito Santo através da pregação da Igreja que ouvimos com nossos ouvidos.

A fé é a nossa resposta de adesão àquilo que nos foi pregado e entrou de modo avassalador em nossos corações, pois o anúncio da salvação por Jesus Cristo proporcionou-nos o encontro, não como uma ideia ou ideologia, mas com a pessoa deste nosso Deus, Senhor e Salvador e, que, de alguma maneira, transformou a nossa existência. A nossa “justificação” vem através desta fé, pois nossa adesão ao Senhor Jesus, faz-nos sentir amados e perdoados, não obstante a situação de morte e infelicidade que nos colocaram os nossos pecados. Isso, seguramente, não aconteceu somente uma vez, mas várias vezes, sempre que esta pregação reverberou e ainda reverbera dentro de nós.

Então, a primeira coisa que nos faz Peregrinos de Esperança é a nossa fé. A fé que vence o mundo, como nos diz São João. Esta fé tem um conteúdo, possui uma maneira de enxergar o mundo com os olhos de Deus e acreditar no amor do Pai, aquele amor que o “pai da mentira”, desde o princípio tenta fazer com que duvidemos. A vivência da nossa fé nos faz testemunhas do amor que é mais forte do que a morte. Nenhuma situação de morte neste mundo pode destruir este amor que acreditamos.

Convido a cada um e a cada uma a fazer memória em sua vida daquele ou daqueles momentos em que o anúncio de Jesus fez com que você acreditasse no amor, pois se sentiu amado e amada por Deus. Este é um primeiro passo para entendermos a nossa identidade de Peregrinos de Esperança e não de Peregrinos da Esperança.

Dom Edmilson Amador Caetano

Bispo diocesano

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Artigos Editorial

A Quaresma renova a Esperança dos Peregrinos

Caríssimos irmãos e irmãs, juntamente com essa primeira edição de 2025, desejo a todos um ano repleto de esperança. Iniciamos o ano com enormes desafios e sinais de desesperança, espalhados por todo o mundo, como as fortes tempestades e acidentes aéreos que deixaram marcas na vida de muitas pessoas e na sociedade. A Igreja também está marcada e preocupada com a enfermidade do Papa Francisco no seu período mais longo de internação e afastamento das atividades eclesiais. Situações que assustam os que acreditam em Deus, fortalece alguns argumentos dos que não acreditam e instaura inúmeros debates de modo especial nas redes sociais. Diante deste cenário, é fundamental viver o tempo quaresmal como uma renovação da esperança para os peregrinos neste ano jubilar e tão desafiador. Vejamos alguns trechos da mensagem do Papa Francisco para o tempo quaresmal com o tema: Caminhemos juntos na esperança. Afirma o Santo Padre: – Antes de tudo, caminhar. Seria um bom exercício quaresmal confrontar-nos com a realidade concreta de algum migrante ou peregrino e deixar que ela nos interpele, a fim de descobrir o que Deus pede de nós para sermos melhores viajantes rumo à casa do Pai. Esse é um bom “exame” para o viandante.

– Façamos esta viagem juntos. Caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja. Os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários…significa caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência.

– Façamos este caminho juntos na esperança de uma promessa. A esperança que não engana (cf. Rm 5, 5), mensagem central do Jubileu, seja para nós o horizonte do caminho quaresmal rumo à vitória pascal. Eis o terceiro apelo à conversão: o da esperança, da confiança em Deus e na sua grande promessa, a vida eterna.

No Brasil, a Campanha da Fraternidade é o sinal de unidade que confirma a convite do Papa de caminharmos juntos como peregrinos na busca da Ecologia Integral, como é possível notar nas imagens de abertura diocesana e nas foranias com um número de pessoas bem reduzido perto da quantidade que frequentam nossas comunidades, porém comprometidos com uma caminhada em comum. Unidade expressa também no jubileu dos diáconos e na ação da pastoral da juventude. Enfim, é tempo de muitas preocupações, mas também um tempo favorável para fortalecer a unidade. Vamos em frente, e peço com carinho: Leia, reflita e compartilhe nossa Revista Diocesana. Termino repetindo a saudação do Papa Franscisco: “Que a Virgem Maria, Mãe da Esperança, interceda por nós e nos acompanhe no caminho quaresmal.”

Padre Marcos Vinicius Clementino

Jornalista e Diretor Geral