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“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

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Nota de Pesar da Diocese de Guarulhos pelo falecimento do Papa Francisco

Queridos irmãos e irmãs, Paz!

Fomos surpreendidos na manhã desta segunda-feira, 21 de abril, com a ida para o Pai do nosso querido Papa Francisco. Apesar da sua débil saúde, pudemos vê-lo ontem aparecer na benção Urbi et Orbe na Praça de São Pedro.

Tantas coisas podem e devem ser ditas destes 12 anos de Ministério Petrino do Papa Francisco. Um ministério que foi, ao mesmo tempo, crtiticado, perseguido, elogiado. Um Ministério, principalmente, que tem gerado em mim e na Igreja, uma caminhada de conversão pastoral. Diria mesmo que o seu legado, no momento, é incomensurável. No entanto, a nós, como Igreja, ultimamente, nos deixou a missão de implementação das diretrizes deixadas pelo último sínodo dos bispos: comunhão, participação e missão. Seremos fiéis a missão que a Igreja continua a ter nesta nossa geração. Em breve teremos um novo Papa. Não sabemos agora quem será. Contudo, seremos fiéis na comunhão apostólica com o sucessor de Pedro, sempre.

A Diocese de Guarulhos, unida ao Santo Povo de Deus em todo o mundo, manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco, ocorrido na data de hoje, 21 de abril de 2025.

Homem de fé inabalável, pastor incansável e verdadeiro testemunho do Evangelho, o Papa Francisco deixa um legado marcado pela simplicidade, misericórdia e compromisso com os pobres, com a paz e com a Casa Comum. Seu pontificado foi um sinal vivo da presença de Cristo no mundo contemporâneo, desafiando-nos a viver uma Igreja em saída, sinodal e profundamente humana.

Neste momento de dor e saudade, nos unimos em oração pela alma do Santo Padre, confiando-o à misericórdia de Deus Pai, na esperança da ressurreição. Suplicamos ao Senhor que conforte toda a Igreja e conduza o colégio dos cardeais na missão de eleger seu sucessor, segundo a vontade divina.

A Diocese de Guarulhos, sob a proteção da Imaculada Conceição, permanece em oração.

Descanse na paz do Senhor e a Luz perpétua brilhe sobre ele!

“O bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11).

Guarulhos, 21 de abril de 2025.

 

+ Edmilson Amador Caetano, O.Cist.
Bispo diocesano de Guarulhos

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A Semana Santa 2025 em nossa Diocese

A Diocese de Guarulhos celebrou com muita devoção e fé a Semana Santa, que teve início com o Domingo de Ramos, 13 de abril, e se estendeu entre os dias 14 e 20 de abril

Durante a semana as paróquias da Diocese realizaram várias celebrações em que a memória da paixão de Cristo fosse relembrada de forma solene em cada comunidade, cada um na sua forma liturgicamente correta de celebrar.

Missa do Santo Crisma - 17/04

Na Quinta-feira Santa, a Diocese Guarulhos realizou a Missa do Crisma. Nesta celebração, os padres renovaram suas promessas sacerdotais e o bispo, Dom Edmilson, abençoou os óleos que são usados nos sacramentos do batismo, da confirmação e da unção dos enfermos. A Missa do Crisma é um momento importante de comunhão entre os padres e o bispo, além de ser uma oportunidade para que os fiéis possam agradecer e rezar pelos sacerdotes que os acompanham em sua caminhada de fé. A presença dos padres e de muitos fiéis na Missa do Crisma é uma demonstração da unidade e da comunhão da nossa diocese.

Missa do Santo Crisma 2025

Missa da Ceia do Senhor - 17/04

A noite as paróquias realizaram a celebração da Santa Ceia, que marca a instituição da Eucaristia na Santa Igreja, acompanhada com o rito do lava-pés, tradicional momento em que Jesus lava os pés dos discípulos que se tornam parte da Igreja de Cristo, relembrado na maioria das celebrações, por leigos participantes das comunidades.

Missas da Ceia do Senhor 2025 - Paróquias

Celebrações da Paixão de Cristo - 18/04

Na Sexta-feira Santa, a Igreja observou um dia de luto e reflexão, recordando a paixão e morte de Jesus. Durante essa data, ocorreu a Adoração da Cruz, um momento em que os fiéis veneram a cruz como símbolo da entrega e do sacrifício de Jesus por toda a humanidade. Nesse momento de profunda contemplação, os fiéis se aproximam da cruz e fazem suas orações e súplicas, reconhecendo a importância desse sacrifício para a salvação da humanidade. A celebração da Sexta-feira Santa é um momento de profunda meditação e devoção, em que os fiéis são convidados a se unirem ao sofrimento de Jesus e a refletirem sobre o significado da redenção e do sacrifício.

Celebrações da Paixão de Cristo 2025 - Paróquias

Sábado Santo - Vigília Pascal - 19/04

O Sábado Santo foi um dia de espera e contemplação, aguardando a ressurreição de Jesus. Houve a Vigília Pascal, uma celebração que marca o início da celebração da Páscoa e a alegria pela ressurreição de Cristo.

Missas da Vigília Pascal 2025 - Paróquias

Sábado Santo - Vigília Pascal - 19/04

Por fim, no Domingo de Páscoa, as igrejas estavam enfeitadas com flores e luzes, simbolizando a vitória de Jesus sobre a morte. Foi um dia de grande alegria e celebração, com missas especiais em honra ao Ressuscitado.

Missas da Páscoa da Ressurreição de Cristo 2025 - Paróquias

A Diocese de Guarulhos, através de suas paróquias e comunidades, cumpriu com fervor e devoção os ritos e celebrações da Semana Santa, reforçando a fé e a esperança em Cristo, e agradece a todos que se doaram para a realização destas atividades tão importantes.

Cristo Ressuscitou, verdadeiramente, Aleluia!

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Mensagem de Páscoa 2025 – Dom Edmilson Amador Caetano

“No primeiro dia da semana elas foram ao túmulo levando aromas…”

                 O túmulo é o símbolo da morte, símbolo do fim de todos os entraves da vida e símbolo de todas as coisas que não conseguimos vencer com as nossas forças.  Cada um pode aqui elencar os seus próprios fracassos e pecados que são comparáveis ao túmulo.

Além disso, podemos nos sentir imóveis, conformados e decepcionados com a falta de vivência dos valores do Reino na sociedade e vemos tantas conquistas desbaratadas por poderes mortíferos e a incapacidade de ter voz de anúncio do Reino, quando tantas vozes tentam sufocar a nossa fé. Tantos anos de trabalho evangelizador em Guarulhos e não vemos aparentemente fruto abundante.

As mulheres vão ao túmulo para um ritual costumeiro. Algo que pode transparecer como conformismo diante da morte que não pode ser vencida. São muitos os sofrimentos de morte em nossas vidas e vamos arcados com eles ao túmulo, como que nos conformando com as várias realidades para as quais nos sentimos inertes.

“Encontraram a pedra removida…não encontraram o corpo do Senhor Jesus.”

                A grande pedra removida e o túmulo vazio são sinais de que algo forte aconteceu.  Constatar primeiramente que a realidade de morte e fracasso pode ter novos desdobramentos é uma grande possibilidade de ir além. A primeira constatação que nos faz o anúncio pascal é que o “depósito da morte” está vazio. A morte não está ali dominando.

Quando vemos em nossas comunidades pessoas restauradas pelo amor misericordioso de Deus; jovens e adultos buscando a Palavra e serem iniciados na fé cristã; crianças animadas na catequese; uma Pastoral Familiar, com todas as suas expressões, que trazem a alegria do Evangelho da Família; jovens interessados no discernimento vocacional etc. Sentimos que, apesar do túmulo, a morte não está aí dominando.

“Cheias de medo, inclinaram o rosto para o chão…Ele não está aqui; ressuscitou…Lembrai-vos de como vos falou…É preciso que o Filho do homem seja entregue às mãos dos pecadores, seja crucificado, e ressuscite ao terceiro dia.”

Quando o improvável acontece, temos medo. Inclinamos o rosto para o chão, como reverência ao mistério ou assentimento à verdade dos fatos que não somos capazes de explicar. As palavras de Jesus, acolhidas verdadeiramente, vão nos esclarecendo e dando sentido até mesmo aos nossos momentos de fracasso e aparente derrota. Somente Jesus Cristo dá sentido à vida. Somente Jesus Cristo revela ao homem a grandeza do ser humano. Somente o anúncio da ressurreição, o anúncio do ressuscitado, nos faz caminhar por cima da morte. Somente este anúncio faz-nos passar da morte para a vida. Faz-nos fazer Páscoa.

“Elas lembraram-se das palavras de Jesus…anunciaram tudo isso aos onze, bem como a todos os outros.

É este anúncio reverberado em nós que que nos arranca ao medo e nos faz enxergar que para além dos poderes mortíferos, existe a vida que impera. Não há voz alguma que tente sufocar a nossa fé que possa imobilizar-nos. Assim, na força do ressuscitado, vamos adiante com todos os desafios e projetos de uma Igreja Sinodal que intensifica sua vida na comunhão, participação e missão.

“As outras mulheres que estavam com elas disseram-no também aos apóstolos; essas palavras, porém, lhes pareceram desvario, e não lhes deram crédito.”

Neste ano, no qual na Vigília Pascal, proclamamos este trecho do evangelho segundo Lucas, onde as mulheres são apresentadas como primeiras anunciadoras da ressurreição, mostrando-nos todo um processo que vai da decepção e do medo à força extraordinária do anúncio, apesar da incredulidade dos apóstolos. Quero recordar a importância da expressão de fé da alma feminina apresentada nas Escrituras, desde o Antigo Testamento aos relatos da ressurreição, passando pela atuação das mesmas na Igreja nascente até o Documento Final do Sínodo de 2024. Num dos trechos deste documento está dito:

“As mulheres constituem maioria daqueles que frequentam as igrejas e são, constantemente, as primeiras testemunhas da fé nas famílias. São ativas na vida das pequenas comunidades cristãs e nas paróquias; …contribuem para a investigação teológica e estão presentes em posições de responsabilidade nas instituições ligadas à Igreja…Há mulheres que exercem cargos de autoridade ou são responsáveis pela comunidade.”  (Documento Final 60).

Vejamos com olhar pascal as mulheres das nossas comunidades. A presença delas e seu testemunho de fé no ressuscitado faz-se presente nas nossas paróquias e comunidades, na vida consagrada, nas novas comunidades e nas diversas pastorais. Graças ao testemunho de fé de tantas mulheres o simbolismo do túmulo vai se redefinindo.

“Pedro…correu ao túmulo…viu apenas os lençóis…voltou para casa, muito surpreso com o que acontecera.”

Celebramos a Páscoa de 2025, ano jubilar da Esperança. Ao terminarmos as celebrações voltamos às nossas casas. Como estamos voltando? Transformados pela ressurreição e fortes para o anúncio, como as mulheres? Apenas surpresos como Pedro, indagando sobre os acontecimentos? Será que voltamos somente satisfeitos por termos cumprido o preceito, após as penitências da Quaresma e prontos para voltar ao modo antigo de vida, isto é, longe da comunidade, longe dos compromissos de vida cristã? Voltar como as mulheres seria o ideal. Voltar como Pedro seria um bom começo. Já a terceira possibilidade nos faria voltar para diante do túmulo com todo o seu antigo simbolismo.

FELIZ PÁSCOA!

O SENHOR RESSUSCITOU VERDADEIRAMENTE, ALELUIA!

+ Edmilson Amador Caetano, O. Cist.

Bispo diocesano de Guarulhos

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PPI – Pastoral da Pessoa Idosa, realiza atividade no CDP

No dia 10 de abril, a PPI  – Pastoral da Pessoa Idosa, em reunião  extraordinária no CDP, participou da apresentação  de uma atividade chamada Super Cérebro. Super Cérebro é  um programa que propõe estimular o desenvolvimento cognitivo utilizando  o SOROBAN, ou ÁBACO, bem como trabalhar o desenvolvimento socioemocional utilizando jogos de tabuleiro.
 
Essas práticas  visam desenvolver competências  cognitivas como memória, foco, raciocínio lógico e cálculo  mental; no campo  socioemocional visa desenvolver competências  no campo da liderança, planejamento, sociabilidade e cooperação. Trazem um grande benefício para pessoas com mais de 45 anos.
 
Estiveram presentes os Srs. Carlos Henrique, pela marca Super Cérebro, Pe. Daniel, Assessor  Diocesano  da PPI , a equipe  diocesana da Pastoral, coordenadores e vice coordenadores  paroquiais.
 
Após  a explicação  dada pelo Sr. Carlos os líderes presentes fizeram a experiência com os jogos, formando grupos que se uniram para vencer os desafios apresentados.
 
Como atividade lúdica para pessoas idosas foi considerada aprovada.
 
Pretendemos utilizar nas reuniões que faremos durante o ano nas Foranias tendo em vista que, uma das prioridades do Ano Jubilar, e  a Pessoa Idosa.
 
Confira alguns registros do evento:
Reunião PPI - Evento Super Cérebro
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Milhares de Fiéis celebram o início da Semana Santa nas ruas da Diocese no Domingo de ramos

No Domingo, 13/04, o milhares de fiéis estiveram nas ruas de nossa cidade, representados por cada paróquia da Diocese, que celebrou o domingo de Ramos.

A celebração marca o início da Semana Santa que acontece entre os dias 13 e 20 de abril –  Domingo de Páscoa, tendo durante a Semana, várias celebrações que acontecem nas paróquias, não só de nossa Diocese, como no Mundo.

Fique por dentro da programação de cada paróquia e participe das celebrações que marcam a Semana Maior de nossa Igreja, celebrando a vida, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Louvado seja nosso Senhor, Jesus Cristo, para sempre seja louvado!!

Confira as fotos das Celebrações de Ramos nas paróquias:

Celebrações do Domingo de Ramos 2025
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Manhã de espiritualidade com as esposas dos Diáconos Permanentes da Diocese de Guarulhos

No dia 05 de abril, aconteceu uma manhã de espiritualidade especial com as esposas dos diáconos permanentes da Diocese de Guarulhos. O encontro foi realizado na Capela Nossa Senhora de Fátima, no Jardim Triunfo, e conduzido pelo seminarista Ailton Correia.

Foi um momento de oração, reflexão e partilha, fortalecendo a caminhada dessas mulheres que, com dedicação e fé, acompanham a missão diaconal de seus esposos.

Que Deus continue abençoando cada uma delas nessa vocação de serviço e amor!

Confira alguns registros do encontro:

Manhã de espiritualidade com as esposas dos Diáconos Permanentes
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Shalom Guarulhos oferece Retiro para a Semana Santa

Diversos momentos de oração, via sacra, reflexões e aprofundamentos serão oferecidos durante a Semana Santa.

A Semana Santa, período mais importante do Ano Litúrgico, é reservada para o mergulho na fé Católica, momento em que a Igreja celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo em recolhimento, oração e fé.

O tradicional retiro de Semana Santa da Comunidade Católica Shalom terá como tema: “A Esperança não decepciona” (Rm 5,5), que irá levar o participante a uma experiência com o amor que transborda do Ressuscitado que passou pela Cruz.

Viver o Tríduo Pascal em um retiro expressa o desejo de nos prepararmos para a Páscoa de uma forma mais intensa, buscando conhecer e aprofundar o sentido litúrgico de cada um desses dias.

Além da programação no Centro de Evangelização em Cumbica, é tradicional para a Comunidade Shalom Guarulhos participar das Missas e celebração da Paixão na Catedral Metropolitana no centro de Guarulhos, em unidade com a Igreja local.

O retiro aberto acontecerá no Centro de Evangelização Shalom Cumbica e além das pregações e momentos de oração, teremos a tradicional meditação e encenação da Via Sacra.

Todos são convidados e a Entrada é Gratuita.

Atividades:

Sexta, 18/04 – das 09h às 14h
Laudes, Pregação: Paixão e Morte do Senhor
Via Sacra | Meditação e Encenação

Sábado, 19/04 – das 14h às 18h
Pregação: Descida à Mansão dos Mortos
Oração da Cruz de Nosso Senhor

Domingo, 20/04 – das 14h às 17h
Louvor da Ressurreição
Pregação: A Ressurreição do Senhor
Missa de Páscoa e Adoração

Serviço:

Quando: 18 a 20 de Abril
Onde: Shalom Guarulhos – Av. João Veloso da Silva, 1237 – Cumbica – Guarulhos-SP
Entrada Franca

Mais Informações:
https://bit.ly/semansanta-shalom

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Artigos Falando da Vida

O que a série ‘‘Adolescência’’ pode nos ensinar?

A série Adolescência em cartaz na Netflix, tem alcançado grande repercussão não só na mídia, mas também entre pais e educadores e pode ser um grande auxílio para ampliar o debate em torno da violência contra mulheres. A série é composta de quatro episódios e é centrada em torno de Jamie, um garoto de 13 anos acusado de assassinar uma adolescente da escola em que estudavam. A história, apesar de ser uma ficção, foi inspirada em vários casos que acontecem em todo mundo.

O personagem principal, está fora dos padrões que estamos acostumados a ver quando o tema é violência. Nada de garotos de periferia, filhos de pais separados, ou drogas. Ao contrário, é um adolescente de classe média que recebeu carinho e atenção dos pais, porém com um detalhe: os envolvidos, frequentam comunidades virtuais da internet que difundem informações misóginas, isto é, de ódio contra as mulheres integrando o que se chama de machosfera, (comunidades masculinas que se opõe ao feminismo). Esses jovens pertencem ao grupo “Incel” que significa involuntary celibates e em tradução para o português refere-se à celibatários involuntários.

Os membros do Incel, acreditam que são rejeitados pela maioria das mulheres e por esse motivo, não conseguem se relacionar afetiva ou sexualmente. Eles citam a regra 80/20 que explica que 80% das mulheres só se interessam por 20% dos homens e que por culpa delas, estariam forçados a ser celibatários. Na visão deles, essa ideia dá justificativa para a prática de violência contra as mulheres (Actum Samtum) e aqueles que a praticam não são criminosos e sim heróis. Muitos crimes contra mulheres e até massacres em escolas, são gerados a partir de fóruns de discussão nessas comunidades virtuais.

A série surpreende ao mostrar um universo totalmente desconhecido pelos adultos sejam pais ou educadores. Cercar os filhos de amor e carinho, suprir a maioria de suas necessidades materiais, pode não ser o bastante, pois atualmente as mídias sociais têm um grande poder na formação do caráter e na construção de valores. Influenciadores com milhões de seguidores “falam” com os adolescentes na privacidade dos seus quartos e ditam maneiras de agir e de pensar, enquanto os pais acham que os seus filhos estão seguros, dormindo abraçados com um ursinho de pelúcia.

Os adolescentes, tentam se inserir nos grupos sociais, mas nem sempre são aceitos. A necessidade de pertencimento aliada ao bullying que sofrem, são o pano de fundo para que busquem no mundo virtual, o apoio e a aceitação que não encontram na vida real. Temos que entender essa realidade; uma criança não pode ter acesso a esse mundo perigoso representado pela cultura Incel. As redes sociais carecem de regularização urgente e a principal matéria que precisa ser ensinada e praticada chama-se empatia. Sem ela a sociedade continuará doente. Precisamos nos conscientizar, afinal, tanto na série quanto na vida real, não existem vilões. Todos somos vítimas.

 

Romildo R Almeida

Psicólogo clínico

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Um plantão para a vocação?

Desde algumas semanas o Serviço de Animação Vocacional da Diocese organiza a realização do Plantão Vocacional. Em todas as sextas-feiras, os animadores vocacionais da Diocese se prontificam em estar na Catedral de Guarulhos para ouvir, acompanhar e rezar com os vocacionados. Talvez o nome “plantão” pode sugerir para alguns que há uma urgência diante de algum acontecimento – quando ocorre um evento ou fato muito relevante, as mídias recorrem ao plantão para interromper sua programação e noticiar a situação.

De fato, a vocação é uma urgência na Igreja. O próprio Jesus, diante da carência de vocacionados de seu tempo, exortou que “a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos; pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mt 9,37-38).

Entretanto, o uso do termo “plantão” é um pouco mais amplo. Segundo o Dicionário Michaelis, a palavra plantão significa “(1) serviço policial distribuído a um soldado; (2) serviço de funcionamento em farmácias, hospitais, redações de jornais, entre outros”. Aqui entra o significado concreto para o Plantão Vocacional.

Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit direcionada aos jovens, o Papa Francisco nos incentiva dizendo que “há sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos, profissionais e até jovens qualificados, que podem acompanhar os jovens no seu discernimento vocacional. Quando nos toca ajudar o outro a discernir o caminho da sua vida, a primeira coisa a fazer é ouvir (…) O sinal desta escuta é o tempo que dedico ao outro” (nº291-292).

Esse é o papel do Plantão Vocacional: acolher, escutar e direcionar os jovens para o seu discernimento vocacional. É um serviço simples – muitas vezes invisível –, mas necessário. Assim como um vigia está de prontidão em plantão, o Serviço de Animação quer estar despertada para ouvir ou rezar pelas vocações.

 

Padre Edson Vitor

Coordenador Serviço de Animação Vocacional (SAV/PV)

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Artigos Bíblia

O profeta Ezequiel crítica a prática dos falsos pastores

Deportado, já, na primeira leva à Babilônia, no ano de 597 a.C., por ocasião do cerco imposto ao governo do reino de Judá, Ezequiel não poupa tintas para criticar o modo da elite judaíta fazer política. Estamos nos anos de 597 a 587 a.C., período em que a província é governada por uma junta administrativa liderada por Sedecias.

Sedecias, frágil e manipulado pelas lideranças ao seu redor, mostra-se incapaz de evitar a catástrofe imposta pelos exércitos caldeus, no ano de 587 a.C. Sua morte é um exemplo da violência que se abateu sobre os habitantes, quando Nabucodonosor, em pessoa, comanda seu exército impondo total ruína da província, conforme o relato exposto em 2Rs 25,8-10:

“No quinto mês, no dia sete – era o décimo nono ano de Nabucodonosor, rei da Babilônia, -, Nabuzardã, comandante da guarda, oficial do rei de Babilônia, fez sua entrada em Jerusalém. Incendiou o Templo de Javé, o palácio real e todas as casas de Jerusalém. E todo o exército caldeu que acompanhava o comandante da guarda destruiu as muralhas que rodeavam Jerusalém”.

Juntamente com a corte do rei Joaquin, Ezequiel parte à região de Tel-Abib, às margens do rio Cobar, afluente do Eufrates, no ano de 597 a.C. Para os redatores do livro dos Reis, dez mil notáveis e mil artesãos – entalhadores, marceneiros, ourives, padeiros – formam a comunidade dos exilados (2Rs 24,14-16), que será nutrida pelas mensagens catequéticas dos profetas Jeremias, Ezequiel e Isaías (Ez 1,3; 3,15-21; 16; 22; Is 42,22-45; 44,9-20; Jr 28,2-17; Sl 137). Mesmo na condição de rei derrotado e deportado, Joaquin e seus mais diretos colaboradores, não perderam seus títulos e nem deixaram de ser tratados como membros da realeza do reino de Judá. Nas escavações arqueológicas de 1930, próximas da porta da deusa Ishtar, foi encontrada uma inscrição com o seguinte registro: “6 litros de óleo para Joaquin, rei da terra de Judá, 2½ litros para os 5 príncipes de Judá e mais 4 litros para os 8 homens de Judá”. O profeta Jeremias indica benevolência ao rei Joaquin sob os comandos do rei Evil-Merodac que “falou-lhe com bondade e lhe concedeu um assento superior ao dos outros reis que estavam com ele na Babilônia” (Jr 52, 31-34).

Com a destruição da cidade e do seu templo, as instâncias de poder deixam de existir, agora, no arrasado reino de Judá.  A interferência bélica babilônica foi precisa e planejada, pois as pequenas e médias cidades, que davam proteção a capital Jerusalém, não foram destruídas. A região de Benjamim e as cidades de Gibeon, Masfa, Betel, Ramat Rahel e Belém, promissoras na produção agrícola, cultivo de oliveiras, criação de ovelhas e tâmaras serão preservadas. Ramat Rahel, Masfa, Belém sediarão importantes centros de arrecadação tributária, produção de cerâmicas, sede de governo regional e subvenção de alimentos, integrando-se ao grande Império.

É nesse contexto de dez anos de governo chefiado por Sedecias, que encontramos a conjuntura social capaz de justificar as denúncias de abandono do “rebanho de Israel”, tão fortemente exposta na profecia de Ezequiel 34,1-16. A falta de tática e honestidade política de Sedecias estão presentes nas palavras do profeta. Pertencente ao grupo de sacerdotes exilados na primeira deportação, não é difícil imaginar que as tratativas espalhafatosas de Sedecias na esfera da administração da província de Judá, não chegaram ao conhecimento do profeta Ezequiel. A elite e seu governante se deixam levar pelos caminhos do assédio político. Inebriados pelas vantagens oferecidas pelo poder, agora, encontram-se cegos diante do sofrimento do povo. Aqui entre a denúncia de Ezequiel contra os pastores de si mesmo instalados em Israel.

O rebanho sofre. Padece por falta de pastor. Encontra-se abandonado e, assim, entregue como alimento às feras do campo que, sem proteção, agora, disperso entre “montes e colinas elevados” (v. 6), amarga os anos vividos no exílio babilônico:

“Ai dos pastores de Israel que pastoreiam a si mesmos! Não é do rebanho que os pastores deveriam cuidar? A gorda [ovelha] vós comeis  e a lã vós vestis a gorda sacrificais, do rebanho não cuidais. As enfraquecidas não fortalecestes, as que adoeceram não procurastes curar, as que se fraturaram, não enfaixastes, as que se dispersaram, não trouxestes de volta, as que se perderam, não fostes procurar, as dominais com violência e brutalidade. Elas se dispersaram, por falta de pastor. E se tornaram alimento para todas as feras dispersas no campo. O meu rebanho se dispersou por todos os montes”. (Ez 34,2-6).

Nota-se que ao descrever a penosa situação do rebanho a insistência no uso do verbo dispersar, três vezes recorrente (v. 5a-b, 6), abre e conclui esta parte da narrativa.  O rebanho sofre. Padece por falta de pastor. Encontra-se abandonado e, assim, entregue como alimento às feras do campo que, sem proteção, agora, disperso entre “montes e colinas elevados” (v. 6), amarga os anos vividos no exílio babilônico.

Sedecias em nada amenizou nas taxas de impostos cobradas junto aos grupos de agricultores e criadores de gados. Na sua estratégia política de aproximação com o Egito, no dia a dia, camponeses e agricultores sentiram o peso das elevadas taxas tributárias. O profeta Jeremias, árduo defensor de uma constante submissão aos planos traçados pelo Império Babilônico às regiões da Síria e Palestina, não só teria alertado, como presenciou anos de forte sofrimento imposto ao povo, durante e após os dias que sucederam a administração de Sedecias:

Os pastores perderam o bom senso e deixaram de procurar Javé. Por isso não tiveram sucesso, e o rebanho que eles conduziam se espalhou. Ouçam o barulho que avança do norte. Ele vem fazer das cidades de Judá um lugar arrasado, um abrigo de chacais. (Jr 10,21-22).

O trabalho de cuidar, oferecer boas pastagens, garantir ao rebanho segurança e água, legitima uma profissão muito conhecida na cultura dos povos mesopotâmicos. A profissão de pastor é compreendida como sinônimo de zelador, cuidador. O sentimento nacional de pertença à realeza exilada, ao deus que os acompanhou mudando sua tenda para junto dos exilados, justificam as severas críticas aos planos gananciosos da classe dirigente de Jerusalém, nos anos vividos pelo profeta Ezequiel.

 

Pe. Frizzo

acfrizzo@uol.com.br