Diocese de Guarulhos

SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Artigos Bíblia

Amizade social é tema da Campanha da Fraternidade

Inspirada nas teses do papa Francisco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou na quarta-feira de cinzas – início da quaresma para os cristãos católicas -, a edição de número 60 da Campanha da Fraternidade. A ideia central da Campanha é divulgar a proposta de Amizade Social, firmada pelo papa Francisco, na encíclica Fratelli Tutti, lançada em outubro de 2020.

Amizade Social tem como sinônimo o gesto de cuidar. A preocupação de cuidar está presente em todas as dimensões de nossas vidas. Das mais insignificantes e rotineiras atitudes às significativas opções que direcionam nossas vidas, as vidas no mundo. Nas relações pessoais – família, trabalho, lazer, amores – o gesto de cuidar, querer bem, estar bem é algo intrínseco no ato humano. Temos uma atenção particular de cuidar dos nossos grupos de amigos. Estamos, constantemente, rodeados de pessoas. Cada qual de nós se encontra naturalmente ligado a um grupo social. Somos indivíduos, mas ao mesmo tempo um ser social e, como tal, temos que cuidar da nossa individualidade e do grupo que nos acolhe. Afinal, somos humanos e, como tal, um ser social envolvido numa complicada teia de relacionamentos que identificamos como sociedade. Sabemos, por experiências, que ninguém vive só. Somos pessoas e aprender a ser pessoa, ser grupo e ser povo torna-se um desafio.

Tal aceno à prática do cuidar não impede inúmeros gestos e projetos marcados pelo descuidar. Fala-se muito da “divisão de narrativas” que nos envolve. Não é difícil encontrar alguém que não tenha se retirado do grupo do whatsapp ou das redes digitais, após amargar gestos, ideias e palavras repletas de intolerâncias, racismos, xenofobias e agressões verbais. Há uma crise que perpassa nossas relações humanas. Então, o cuidar tornou-se um desafio.

No atual sistema econômico tudo vira mercadoria. Nessa linha de pensar não exista o humano, pois o ser humano é visto como algo que também  tem um preço. Tudo que vemos e tocamos vira mercadoria com preço e data de validade. As vidas de inocentes importam? Não há pessoas, não há “fidelidade nos relacionamentos e projetos humanos que não sedam ao convite insano do dinheiro”. “A vida é grana” como cantou Cazuza.

Uma fraternidade marcada pela Amizade Social procurará conviver com os diferentes. Buscará dialogar com comportamentos, ideias diferentes daquelas que marcam meu convívio social. Não somos inimigos. Falas ou comportamentos marcados por bullying, feminicídio, machismo, pedofilia, racismo, pena de morte, intolerância religiosa, desrespeito com a democracia, hiper individualismo, aversão aos pobres e destruição do meio ambiente em nada colaboração para uma boa e salutar convivência social (CF 34-52).

Cuidar tem, para o universo cristão, um senso de projeto de vida. Cuidar do próprio corpo, cuidar do corpo dos outros, cuidar dos pobres e dispensar um bom tempo para cuidar do planeta Terra são gestos, projetos de preservar a vida. Garantir às futuras gerações os dons doados pelo Criador (Gn 1-11). Cuidar, tal como Noé, o cultivador, logo após o dilúvio (Gn 9,20) que se mostrou atento aos mais frágeis. Cuidar como o bom pastor identificado por seu ato de zelar pelas ovelhas extraviadas, machucadas, feridas e abatidas (Ez 34,1-16; Jo 10,1-18). Eis o alerta proposto pelo Papa Francisco: cuidar das feridas da nossa gente. Cuidar daquele, daquela que tem a vida ameaçada.

Antonio C. Frizzo

Acfrizzo@uol.com.br

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Artigos Enfoque Pastoral

Alegrai-vos na esperança (Rm 12,12)

Iniciamos com alegria um novo tempo para a Folha Diocesana. Não teremos mais a impressão deste importantíssimo meio de comunicação de nossa Diocese de Guarulhos. Mas continuaremos num novo formato a informar e formar nossos diocesanos. Que Sua Palavra, ‘Viva e Eficaz’ (Hb 4,12) suscite em nós a fé e nos torne cada vez mais imbuídos do seu Santo Espírito para anunciar a Boa nova do Reino. Por meio da ação pastoral desenvolvida nas paroquias e nos trabalhos diocesanos, nossa Igreja responde ao chamado do Senhor. Nosso Bispo Dom Edmilson é quem anima e incentiva todas as iniciativas pastorais em Guarulhos e conduz a Diocese, no tríplice múnus de ensinar, santificar e governar. Peçamos a Deus que o ilumine e o confirme no Espírito Santo em sua missão, assim como a todos os Presbíteros, Diáconos, Religiosos/as, Agentes de Pastoral e todo o Povo de Deus.

Estamos na quaresma, tempo de conversão, oração, jejum e prática da caridade. Como acontece todo ano, desde 1964, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos apresenta neste ano de 2024, inspirada na Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti, a Campanha da Fraternidade (CF) com o tema: “Fraternidade e Amizade Social” e o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt. 23, 8). Animados pelos grupos de rua, orações da via sacra, missas penitenciais, mutirão de confissões… e tantas outras ações pastorais, nossos diocesanos vivem este tempo graça.

O Batismo é o sacramento que transforma, ilumina e chama ao protagonismo da missão através dos vários campos de atuação como, na família, no trabalho, na sociedade, na igreja e no interior da Igreja. Segundo o Documento de Puebla, “É o homem da Igreja no coração do mundo e o homem do mundo no coração da Igreja”. E como sujeito eclesial, sua primeira tarefa é construir o Reino de Deus a partir do engajamento nas realidades do mundo e, para tal função, contamos com a graça recebida no Batismo.

Unidos a Cristo, como ramos ligados a tronco (Jo 15,1-17), clamemos ao Pai a seiva da Vida. E Inspirados no Espírito Santo, façamos nosso encontro pessoal com Jesus, e nos unamos para evangelizar, anunciando a Boa Nova da Salvação. Peçamos a Maria, Mãe do Principe da paz, que interceda por nós e nos acompanhe no nosso “Sim” ao chamado de Deus. Coragem!

 

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Voz do Pastor

2024: O Ano da Oração

Como preparação ao Jubileu de 2025, o Papa Francisco instituiu o ano de 2024 como Ano da Oração. Será um tempo propício de preparação, pois o jubileu deve nos fazer experimentar a misericórdia de Deus, a gratuidade do seu amor, a reconciliação com os inimigos, a construção da paz, a partilha dos bens e tantas e tantas outras coisas que estão contidas no Sermão da Montanha (Mt 5-7). Ao mesmo tempo que a oração nos coloca na sintonia de Deus, a Palavra dele nos faz rezar corretamente.

Em todas as religiões existe a oração. Qual é a especificidade da oração cristã? Todos os movimentos religiosos desde os tempos pré-históricos manifestam o ser humano em busca do infinito, do eterno. A experiência religiosa é fruto da capacidade de transcendência do ser humano. Podemos falar de religiosidade natural. Entretanto, a manifestação desta religiosidade aparece com o ser humano indo em busca do eterno e todo poderoso. Ela é ascendente. Este itinerário aparece como uma conquista e adulação feita ao “deus” buscado, aparece como instrumento de condicionamento do próprio “deus” aos projetos do adorador ou adulador. Busca-se a “deus” para que ele seja favorável aos projetos pessoais de quem o busca.

Não podemos deixar de ver nos cristãos, muitas vezes, que é desta maneira a “abordagem” de Deus na oração: “que Ele realize os meus projetos e os meus sonhos, pois, afinal, eu só desejo coisas boas e justas.” Muitas vezes promessas, votos, novenas de oração etc estão condicionadas à realização por Deus da minha vontade. A vontade de Deus, muitas vezes, sequer é considerada.

Jesus nos ensina verdadeiramente a orar. Quando nos ensina a chamar a Deus de Pai  (Abbá – papaizinho) nos coloca diante de Deus primeiramente numa atitude de total confiança. Uma confiança que não quer dizer que Deus irá realizar o que eu quero, mas o que Ele realizar e/ou permitir  é sempre gesto de amor. Chamar a Deus de Pai, significa que dirijo-me a alguém de quem não duvido do amor. Não existe a interposição: “se Deus verdadeiramente me ama, Ele fará isso ou aquilo”. Dirigir-se a Deus com esta interposição, significa acreditar no outro “pai”, o pai da mentira que convence o ser humano de que Deus não ama (cf Jo 8). O “pai da mentira” incute em nós o medo do Deus que é Pai. O Apóstolo Paulo nos ensina: “com efeito, não recebestes um espírito de escravos, para recair no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, pelo qual clamamos: Abba! Pai. …Assim o Espírito socorre a nossa fraqueza. Pois não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, e aquele que perscruta os corações sabe qual o desejo do Espírito: pois é segundo Deus que ele intercede pelos santos.” (Rm 8,15.26-27)

Como rezar como convém fora do Espírito de Jesus Cristo ressuscitado? Como rezar como convém fora do projeto de Deus manifestado plenamente em Jesus Cristo? Acima citei o Sermão da Montanha, pois é a imagem do homem novo, segundo Deus. Não é possível rezar como convém fora da vontade de Deus. Eis a resposta da pergunta formulada acima: Qual é a especificidade da oração cristã?  O cristão reza para fazer a vontade de Deus.  Sou eu que busco estar na sintonia de Deus e não querer que Deus entre na minha sintonia. A oração cristã é primeiramente descendente, pois rezar como convém implica, primeiramente, conhecer o projeto salvífico de Deus. Para tanto necessitamos da Revelação de Deus manifestada plenamente em Jesus Cristo. Em segundo lugar aparece a dimensão ascendente na qual iluminado pela Palavra busco vivenciar a Vontade de Deus. “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.”

            Na Quaresma a Igreja nos dá como instrumento de combate espiritual a oração.  “E quando orardes, não sejais como os hipócritas…a fim de serem vistos pelos homens…Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes…Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus.” (Mt 6,5.7;7,21) O intuito principal é que a oração nos leve a viver na vontade do Pai. No entanto, as armas da oração devem estar também acompanhadas das armas da esmola e do jejum.

Damos esmola a quem nos pede. Ninguém dá esmola a quem não se apresenta como necessitado. Entretanto, a esmola está muito mais voltada para o nosso benefício próprio do que para o necessitado. De fato, se queremos resolver problemas sociais e outras necessidades das pessoas, precisamos ter projetos e planos que possam realizar isso de maneira eficaz e na medida do possível, de forma permanente. A esmola é sempre emergencial.

O dinheiro, os bens materiais, dos quais o dinheiro é como que um símbolo, representam a segurança que desejamos ter em nossa vida. Ter é necessário para sobreviver. O “ter” vai crescendo em nós como segurança e projeto de vida. Não percebemos, mas, de repente, a segurança da nossa existência não está em Deus, mas nos bens que temos.

O “ter” também está ligado aos bens afetivos. Colocamos muitas vezes a nossa segurança nas pessoas, no afeto das pessoas. E por causa da busca das nossas seguranças afetivas, somos capazes de não entrar na vontade de Deus. Fazemos o que outro pelo qual temos afeto quer, não se importando se o querer do outro está fora do projeto de Deus. Seja pelos bens materiais, seja pelos bens afetivos, podemos nos distanciar da vontade de Deus. Buscando nossa segurança nos bens materiais e/ou afetivos, como poderia nossa oração estar na busca da sintonia de Deus?

Neste aspecto a nossa oração tem que ser acompanhada da esmola. Primeiramente tenho que ter consciência das minhas falsas seguranças materiais e afetivas.  Tenho, depois, de olhar para o outro com compaixão, não buscando a mim mesmo, mas buscando “ser para o outro”.  Assim como o dinheiro é símbolo do “ter”, dar esmolas, dar dinheiro, torna-se símbolo do buscar a segurança em Deus., Em gestos concretos vou experimentando a alegria de vivenciar os valores do Reino dos Céus. Estes gestos devem ser buscados, mesmo que signifiquem que estou “violentando” a mim mesmo. Aliás, quando experimento este sentimento, que é um sair de mim para olhar para o outro, começo a experimentar a ter “os mesmos sentimentos de Jesus” (cf. Fl 2,6-11)E é somente no Espírito de Jesus que a oração é verdadeira.  Jesus foi tentado neste aspecto da segurança material e afetiva, quando o diabo lhe diz para transformar a pedra em pão. A resposta de Jesus também nos fortalece: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4,4)

Várias correntes da psicologia comprovam que instintivamente o ser humano é movido pelo principio do prazer.  Não está errado. É sabedoria de Deus. Na antiguidade correntes filosóficas oriundas do epicurismo tentaram colocar isso em prática como meta de felicidade. A busca do prazer pelo prazer é egoísta e não pode realizar a felicidade de ninguém. Possuímos em nossos dias muitas ideologias de felicidade que têm no seu núcleo o “é válido aquilo que me dá prazer”.  O prazer é identificado como felicidade. Podemos elencar muitos aspectos da nossa cultura hedonista que, na realidade, é uma idolatria.. Eis alguns ídolos do prazer do nosso mundo: dinheiro, fama, prestígio, status social, bens de consumo, sexo e pornografia, drogas, poder, violência, guerras….Enfim, o ídolo é aquilo que eu ponho no lugar de Deus, ainda que inconscientemente. Se Deus é felicidade, aquilo que me dá prazer e felicidade (ainda que momentânea e enganosa) é o meu “deus”. O povo de Israel no deserto do Sinai prefere o bezerro de ouro: um “deus” feito de acordo com os meus projetos de vida: prazer, riqueza, fertilidade do solo e da vida humana…

O básico do princípio do prazer no ser humano é a comida. Desde recém nascidos, ainda que inconscientemente, experimentamos o prazer em sermos alimentados com o leite materno. Isso não é errado. Faz parte da criação de Deus. Entretanto, como foi dito acima, o “princípio do prazer” vai crescendo de tal forma em nós que podemos fazer dele um deus. Claro que a idolatria nos afasta da vontade de Deus. Como podemos rezar verdadeiramente sendo escravos de tantos ídolos do prazer?

Assim como o dinheiro é um símbolo das nossas falsas seguranças, o alimento é símbolo daquilo que nos dá prazer.

A oração precisa ser acompanhada do jejum. Experimentando a nossa debilidade quando tocados naquilo que é o básico do princípio do prazer, reconhecemos as nossas escravidões e tendências que nos afastam da vivência da vontade Deus porque queremos fazer a nossa própria vontade. O jejum é um instrumento que pode nos fazer descobrir que buscamos a nós mesmos e não olhamos o sofrimento do outro. Toda idolatria está voltada para o culto de nós mesmos. Jesus foi tentado no aspecto idolátrico no que tange o ter-poder-prazer. Vender-se ao diabo é idolátrico, pois se trata de olhar somente para si mesmo. A resposta corajosa e amorosa de Jesus está centrada na vontade de Deus. Adorar a Deus significa fazer a vontade do Pai. Jesus ensina à Samaritana: “Vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e verdade, pois são tais adoradores que o Pai procura.” (Jo 4,23). Na mesma linha da verdade e da vontade de Deus, Jesus responde a Satanás: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e a ele só prestarás culto.”  (Mt 4,10)

A oração que não está acompanhada do espírito da esmola e do jejum corre o risco de esvaziar-se, pois no buscar a realizar os próprios planos, podemos não nos dar contas de que estamos nos afastando do projeto de Deus.

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist. – Bispo diocesano

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Artigos Editorial

Revista Diocesana, um novo formato com a mesma Missão!

Caras irmãs, caros irmãos, é com alegria que a Coordenação Diocesana de Pastoral apresenta a primeira edição da Revista Diocesana, trata-se de um novo formato de comunicação da Diocese de Guarulhos em lugar da tradicional Folha Diocesana. A edição será mensal e disponibilizada nas diversas redes sociais; quanto as editorias não houve grandes alterações, apenas uma adequação ao formato digital para favorecer a leitura on-line. Solicitamos que todos ao acessar também possam compartilhar com os membros da família, amigos e grupos sociais, tornando-se assim um missionário da comunicação diocesana para o mundo, afinal como disse Jesus: “O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados. Não tenhais medo…” (Mt 10,27).

Para favorecer a melhor relação com você foi criado um novo e-mail: revistadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br, esperando que você participe das edições enviando um breve comentário sobre os artigos e até quem sabe a solicitação de matérias que possam ser contempladas nas diversas edições. Atenção: o seu comentário e sugestão poderá ser publicado nas próximas edições, por isso não esqueça de se identificar com nome completo e autorizar a publicação, seja você também um colaborador(a) e propagador(a) de cada edição, fazendo valer o convite da Campanha da Fraternidade: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8), capazes de serem autores e não simples receptores, afinal com o avanço da tecnologia que é “técnica, processos, métodos e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana; no contexto da comunicação, estão ligadas ao desenvolvimento das ferramentas que possibilitam transmitir, armazenar e disseminar a circulação de informação”,  a comunicação se torna cada vez mais circular como é possível ler no Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil: “A comunicação da Igreja é uma ação desenvolvida por todo o corpo eclesial, em comunhão e sinodalidade. A missão na Igreja, também em nível comunicacional, está intimamente ligada à comunhão, e essa vida de comunhão dá à Igreja o rosto da sinodalidade, isto é, uma Igreja da escuta recíproca, onde cada um tem algo a aprender (…) cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o Espírito da verdade. Nas ações de comunicação da Igreja no Brasil, esses sujeitos são os fiéis leigos e leigas, os fiéis de vida consagrada e os fiéis ordenados.” (Documento da CNBB 99).

Nesta edição tratamos dos diversos aspectos da Campanha da Fraternidade através das mensagens do Papa Francisco à Igreja no Brasil; da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; do coordenador diocesano de pastoral, o padre Marcelo Dias e da equipe diocesana da CF que realizou com sucesso o lançamento da Campanha nas Foranias. Confira também a motivação e esclarecimento de Dom Edmilson sobre o Ano da Oração, além da sua agenda episcopal de ação evangelizadora. Por falar em agenda, você também pode se organizar para melhor participar das diversas ações da Igreja, através da Agenda Diocesana atualizada nesta edição. Enfim, em nome da Coordenação Diocesana de Pastoral, peço a Deus que abençoe este novo projeto e a Virgem Maria, Senhora da Comunicação, que interceda pela elaboração de cada edição para que estejamos sempre atentos a ouvir o Espírito Santo.  Desejo excelente leitura e um ano abençoado de 2024!

Confira abaixo a Nova Edição:

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Artigos Movimentos Diocesanos

Ordem Franciscana Secular celebra 35 anos em Guarulhos

No último dia 13 de novembro, nossa fraternidade da Ordem Franciscana Secular, de Guarulhos, com sede na Paróquia São Francisco de Assis, de Gopoúva, completou 35 anos de existência; o que foi motivo de alegria para nós, franciscanos(as) seculares, com celebrações no dia 19/11: Encontro Fraterno – com Adoração ao Santíssimo Sacramento, na capela da paróquia – e Reunião costumeira – com confraternização, em uma sala paroquial – e participação de vários membros na Santa Missa das 18h, na igreja Matriz de São Francisco.

Rendemos graças a Deus por toda essa caminhada, pela qual passaram dezenas de irmãs e irmãos professos e/ou simpatizantes, alguns agora já na Morada Celeste e, especialmente, pelos que continuam perseverantes e ativos na vida da Fraternidade. Agradecemos profundamente também aos párocos e paroquianos todos que sempre nos acolheram com tanta atenção e amabilidade, especialmente ao Pe. Pedro Paulo, atual pároco de São Francisco; que Deus e nosso seráfico pai São Francisco os abençoem grandemente! E, ainda, pelas bênçãos recebidas de nossos amados Bispos, desde D. João Bergese até D. Edmilson A. Caetano; que Deus os cumule de muitas bênçãos também! Não nos esquecendo também de agradecer a tantos Colaboradores(as) de nosso informativo fraterno e de todos os que muito nos ajudaram nesses 35 anos; Deus os abençoe e recompense!

E, mais uma vez, convidamos os paroquianos(as) de São Francisco e de toda a nossa Diocese para nos visitarem e/ou participarem conosco desta Fraternidade. Nossos encontros continuam acontecendo aos terceiros domingos de cada mês, a partir das 15h, na Paróquia São Francisco, em Gopoúva, que fica na Rua Francisco Polilo, 18, próxima ao Hospital Pe. Bento.

Deus abençoe a todos(as)! Saudações fraternas de Paz e Bem!

Pe. Antonio Zafani

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Artigos Movimentos Diocesanos Pastorais

Combatendo os tentáculos do racismo à luz do Evangelho

A PAB, Pastoral Afro-brasileira de nossa Diocese, segue louvando a Deus com tambores como o salmista recita no Salmo 150. Os tambores rufaram dia 04 de novembro, quando Dom Zanoni Demettino Castro, arcebispo de Feira de Santana e bispo referencial da PAB Nacional, pousou em Guarulhos e fora acolhido pelos coordenadores de nossa pastoral. No dia seguinte, celebrou a missa de rito romano inculturado e adaptado ao estilo afro-brasileiro no Santuário Nacional de Aparecida, juntamente com outros padres concelebrantes, dos quais estava Valdocir Aparecido Raphael, padre assessor da PAB guarulhense.

No dia 11, houve celebração inculturada afro do grupo de base Filhos de São Benedito, realizada na Paróquia Sagrada Família do Carmela, e no dia seguinte, outra missa inculturada ocorreu na Paróquia Santo Alberto Magno e Nossa Senhora das Graças, organizada pelo grupo Filhos de Maria, animada pela banda Adiveroma e celebrada pelo Padre Pedro Nacélio. Ambas as missas já tradicionais nos calendários paroquiais.

Para finalizar os trabalhos no ano de 2023, no dia 20 de novembro, houve celebração inculturada afro na Igreja Nossa Senhora do Rosário Mãe dos Homens Pretos e São Benedito. Foi  celebrada pelo Padre Valdocir e animada por todos os grupos de base da Diocese, com presença de outros irmãos representando paróquias de nossa Diocese e de outras, como a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário da Penha. A data é simbólica para o povo negro brasileiro, sendo realizada na ocasião da memória dos 328 anos do martírio de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

Na luta contra o racismo e seu poder de metamorfosear-se, a PAB, à luz do Evangelho e intercessão dos santos negros, segue seu papel de levar o amor e alegria onde existe o ódio.

Axé!

 

Por Ellen Oliveira e Orlando JuniorPastoral Afro-brasileira

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Artigos Vocação e Seminário

Um sempre falar sobre vocação!

Nesse artigo de encerramento dessa coluna vocacional torna-se oportuno realizarmos um agradecimento por todos aqueles que permitiram, com as expressão das letras, expor e exortar a importância da consciência vocacional em nossas comunidades através da Folha Diocesana. É imprescindível não deixar de agradecer o empenho dos bispos de nossa Diocese que incentivaram as vocações na abertura que as páginas da Folha proporcionaram para se falar, se debater e compreender vocação na vida da Igreja. É louvável também agradecer os formadores do Seminário, aos diretores diversos que se dedicaram à Folha e por cada escritor de artigo que se empenharam na dinâmica de responder ao apelo da Igreja para que “as iniciativas de oração e animação pastoral reforcem a sensibilidade vocacional nas nossas famílias, nas paróquias, nas comunidades de vida consagrada, nas associações e nos movimentos eclesiais” (Mensagem do Papa Francisco para o 60º Dia Mundial de Oração pelas Vocações).

Encerramos com um incentivo para se falar sobre vocação. Seja pelos impressos, em vídeos, em posts, status, enfim: é sempre tempo e lugar propícios para rezar e animar as vocações nos meios que estamos inseridos, pois, com os “corações ardentes e pés a caminho”, o Senhor a de enviar mais operários para a sua messe.

 

Sem. Edson Vitor – 4º ano de Teologia

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Artigos Falando da Vida

Por que a Guerra?

A interessante pergunta que Einstein fez à Freud.

Enquanto você lê esse artigo, milhares de pessoas estão morrendo em decorrência de guerras ou sofrendo as suas consequências. Desde 2525 a.C, quando aconteceu o primeiro conflito militar de que se tem notícia, a humanidade não parou mais de guerrear por diferentes motivos como: desentendimentos religiosos, interesses políticos, econômicos, rivalidades étnicas, etc. Além de causar mortes, as guerras provocam perdas econômicas, destruição do meio ambiente e traumas que ficam na mente dos sobreviventes.

Depois da guerra Franco-Prussiana, em 1871 que terminou com mais de 150 mil mortos, instaurou-se na Europa um movimento chamado de Belle Époque. De fato, era o sonho de uma bela época em que a humanidade viveria em paz, a partir dos avanços tecnológicos proporcionados pela Revolução Industrial. Os grandes pensadores ficaram tão otimistas que imaginavam que naquele mundo civilizado não haveria mais lugar para as guerras. No entanto, em 1914 eclodiu a primeira guerra mundial que deixou mais de 40 milhões de mortos e 30 anos mais tarde veio a segunda que matou mais de 55 milhões.

Em 1932 Albert Einstein escreveu uma carta à Sigmund Freud, criador da Psicanálise, com a seguinte pergunta: Por que a guerra? Existe alguma forma de livrar a humanidade dessa ameaça? A resposta de Freud foi desanimadora; segundo ele, existem dois instintos básicos na nossa psique: o instinto de vida ligado à preservação da mesma, chamado de Eros e o da Morte ligado a destruição, chamado de Thanatos. Esses dois princípios fundamentais se combinam e se completam de modo que um depende do outro. Por esse motivo, segundo Freud, a violência sempre acompanhará o homem no curso da sua história.

Considerando essa teoria, não devemos esperar que a paz aconteça, pois a humanidade carrega na sua constituição a semente da violência como estratégia de poder e dominação.  Violência contra seu semelhante, violência contra os animais, contra o meio ambiente e, em última análise, contra si mesmo. No entanto, não podemos viver de teorias. Precisamos acreditar na paz e construí-la de maneira simples a partir da nossa realidade. É preciso começá-la de algum lugar e o melhor lugar é dentro de nós mesmos. Precisamos ter paz interior para depois construir a paz exterior. Que a paz seja buscada, mesmo em meio a guerra, afinal, como disse o próprio Albert Einstein “Não se pode manter a paz pela força, mas sim pela concórdia. ”

Nesta última edição impressa deste jornal, quero agradecer a direção da Folha Diocesana, bem como os leitores, pela oportunidade a mim confiada, de compartilhar minhas ideias e reflexões através dessa coluna. Essa experiência me trouxe um grande aprendizado tanto na vida profissional como no aspecto pessoal. Obrigado e até breve!

 

Romildo R. Almeida – Psicólogo clínico

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Artigos Liturgia

A Liturgia: lugar de encontro com Cristo

Recordando a Carta Apostólica Desiderio Desideravi, sobre a formação litúrgica do Povo de Deus, gostaríamos de destacar alguns pontos de grande importância nesta etapa de acolhida da terceira edição do Missal Romano em nossas paróquias.

Percebemos que a liturgia se torna o hoje da história da salvação. O mistério da cruz e da ressurreição (Páscoa) é antecipado e tornado presente na Última Ceia: “Isto é meu corpo que será entregue por vós… Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna Aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados”. Jesus realizou este evento histórico, uma vez por todas, mas o sacramento o torna presente em cada celebração eucarística, de todos os tempos: “A Igreja sempre guardou como seu tesouro mais precioso o mandamento do Senhor: ‘Fazei isto em memória de mim’”.

Este mistério pascal do Senhor, que se torna presente na liturgia, não é um simples conceito, uma ideia ou pensamento, mas a possibilidade de um verdadeiro e privilegiado encontro, o caminho da comunhão escolhido pela Santíssima Trindade. Afirma o Santo Padre: “A fé cristã ou é um encontro com Ele vivo, ou não existe” (n. 10 e 33). Somos, portanto, convivas da Santa Ceia, para ouvir a voz do Senhor, alimentar-nos do seu Corpo e do seu Sangue. A força de seu mistério pascal chega a nós. Agora chegou a nossa vez de sermos Nicodemos, a mulher samaritana e tantos outros personagens que foram atingidos pela graça e pela salvação. Ele continua a perdoar-nos, curar-nos, a salvar-nos com o poder dos sacramentos.

A Liturgia nos garante a possibilidade de tal encontro. Para nós, uma vaga lembrança da Última Ceia não adiantaria. Precisamos estar presentes nessa Ceia, para poder ouvir a sua voz, comer o seu Corpo e beber o seu Sangue. Nós precisamos Dele.

Diante do mistério pascal que estava para acontecer, toda a criação, toda a história estava para tornar-se história da salvação. Esse dom de grandeza infinita estava para ser confiado aos apóstolos a fim de que fosse levado a cada homem e mulher, de todos os tempos, não por seus méritos, mas por convite do amor de Deus que deseja restabelecer a comunhão com toda humanidade.

Diante da iniciativa amorosa de Deus, espera-se a nossa resposta de fé: deixar-se atrair por este amor de Deus para tornar-se discípulo missionário do mesmo amor. É desejo divino que todos possam participar da Ceia do sacrifício do Cordeiro e viver d’Ele. Cada vez que vamos à missa somos atraídos por esta vontade do Senhor. Neste sentido, podemos recordar nossa resposta à saudação inicial de cada celebração eucarística: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.

Pe. Fernando GonçalvesComissão Diocesana de Liturgia

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Artigos Vida Presbiteral

Semana de Atualização do Clero de Guarulhos

Os padres da Diocese de Guarulhos sob o governo de Dom Edmilson Amador Caetano, estiveram reunidos no Hotel Mirra Serra na cidade de Passa Quatro em Minas Gerais no período de 06 a 09 de novembro para a tradicional Semana de Atualização do Clero, este ano o tema tratado foi a respeito da Gestão Eclesial com base no tripé: Eficiência, Eficácia e Excelência. O responsável pela formação foi Dom Edson José Oriolo dos Santos, Bispo de Leopoldina-MG. Em um dos momentos, Dom Edson recordou o que diz o Documento de Aparecida:

“Gestão é competência para coordenar processos e liderar pessoas, em vista de resultados, a fim de realizar com eficácia a missão de uma instituição de grupo organizado.” (DAp 281-285).

Na última manhã a formação esteve focada nas principais mudanças e orientações sobre a nova edição do missal romano, sob a responsabilidade dos padres Antônio Bosco, Fernando Gonçalves e Jair Oliveira. O Padre Romualdo Nunes de Almeida, representante dos presbíteros, agradeceu a presença dos formadores e aos irmãos do presbitério, encerrando o período formativo de 2023.

“Uma instituição sem gestão fracassa, sem espiritualidade se esvazia.” ( Irmão Afonso Murad )

Semana de Atualização do Clero de Guarulhos