Diocese de Guarulhos

SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Artigos Bíblia

SALOMÃO

(+ ou – 970 – 931 a.C.; texto: 1Rs 3-11)

Salomão recebeu dois nomes: Salomão, dado por seu pai, Davi (2Sm 12, 24) e Jededias (“amado do Senhor” = ver 2Sm 12, 25. O nascimento de Salomão foi certeza do perdão de Deus a Davi pelo seu pecado de adultério com Betsabeia, mãe de Salomão. Salomão tem a mesma raiz da palavra “shalom”, que em hebraico, significa paz. Daí, então, Davi se sentiu em paz com Deus.

         Alguns conflitos da ascensão de Salomão ao trono (1RS 1 – 2):

– Não foi necessariamente escolhido por Deus para suceder Davi;

– Foi aprovado por Davi e apoiado pelo profeta Natã e por Betsabéia (mãe de Salomão), conf. 1Rs 1, 11s. 32 – 40;

– Foi aclamado pelo povo (1Rs 1, 39);

– Houve um contragolpe contra os adversários de Salomão (1Rs 1, 41 – 53);

– Uma justificativa religiosa (tradição): Salomão fez uma peregrinação (ver 1Rs 3, 4 -15; 1Cr 21, 29; 2Cr 1, 3 – 5) a um lugar alto, onde o Senhor lhe apareceu em sonho.

SALOMÃO, O REI SÁBIO:

-Narrativas enaltecem Salomão como um sábio (1Rs 5, 9 – 14);

– Habilidade ligada à POLÍTICA E AO COMÉRCIO;

– Livros a ele atribuídos (sapienciais): Provérbios (Pv 1, 1), Sb (9, 7 – 8.12); Ct (1, 1); Sl 72 e Sl 127; obs.: ao atribuir a autoria de Salomão a alguns livros sapienciais, ocorre uma “pseudonímia”, que é atribuir um escrito a alguém importante do PASSADO.

SALOMÃO, O REI CONSTRUTOR:

Sua maior obra foi o Templo de Jerusalém (1Rs 5, 15 – 32; 6, 1ss); no Templo, colocou a Arca da Aliança (1Rs 8, 1 – 13); exerceu funções sacerdotais: 1Rs 2, 14– 52. 54-66; desenvolveu e estimulou uma tradição cultual no santuário estatal de Jerusalém; o culto sofreu influências do Egito e de outros países e os sacerdotes se tornaram “funcionários do rei”. Os pequenos santuários continuaram mais fiéis à tradição religiosa do Êxodo e da Aliança, tanto em Judá como em Israel.

Além do Templo, ele construiu o Palácio nos seus mínimos detalhes (1Rs 7, 1 – 51), o Aterro Melo (1Rs 9, 15 – 24), o Muro de Jerusalém e fortificações (Meguido, Hason, etc).

Alguns detalhes: segundo 1Rs 5, 27: todo o Israel foi recrutado como mão-obra escrava; vemos em 1Rs 9, 20 – 22: os escravos eram não-israelitas, que viviam em Canaã; e houve escravidão dos ISRAELITAS que foi causa de uma rebelião (1Rs 12, 3 – 4. 14 – 16).

SALOMÃO, O REI COMERCIANTE (1Rs 9, 26 – 10, 29)

O comércio foi um meio de se criar diplomacia com outros países (1Rs 10, 28 – 29). Porém, para Salomão houve falta de habilidade política. Seus diversos casamentos eram formas de alianças com outros povos (1Rs 1, 11; 3, 1; 7, 8; 9, 16. 24; 11, 1).

Salomão procurou a manutenção da “boa vizinhança” de modo que há ausência de guerras (1Rs 2, 12 – 11,43) em seu reinado.

         O TERRITÓRIO DO REINO DE SALOMÃO:

Salomão não conservou e nem expandiu o Reino deixado por seu pai, Davi. Deu à filha do faraó do Egito a cidade de Gazer (1Rs 9, 16). Cedeu a Hiran, rei de Tiro (Fenícia), 20 cidades da Galileia (Israel, Norte), conf. 1Rs 9, 11- 14, em troca de materiais de construção e mão-de-obra. E ainda perdeu a parte oriental da Síria (Aram) e parte de Edom. Infelizmente Salomão não foi um bom general, apesar de um exército bem equipado (1Rs 10, 26 – 29).

SOMBRAS NO REINO DE SALOMÃO:

O número elevado de mulheres com quem se casou, que foi uma forma de aliança com outros países (1Rs 1, 11); suas mulheres promoveram desvios na FÉ (1Rs 11, 4 s; veja também a crítica em Dt 17, 16 – 20). Salomão cedeu cidades para pagar dívidas com o luxo, perdeu regiões e enfrentou rebeliões (1Rs 11, 14 – 22; 23 – 25; 26 – 40), perdeu a simpatia do povo pelos elevados impostos (1Rs 5, 1 – 8), organizou e subdividiu o Reino em 12 distritos para arrecadar tributos e sustentar a corte (1Rs 4, 7 – 19; 5, 2 – 5.7 – 8) e impôs pesados tributos e trabalhos obrigatórios, a corveia (1Rs 5, 27s; 2Cr 2, 16).

As consequências desses atos de Salomão foram: a divisão do Reino após a sua morte, a ruptura cultual e religiosa e a restauração do culto em Betel por Jeroboão (1Rs 12, 26 – 33).

        

O ALTO PREÇO DA PROSPERIDADE:

A paz com países vizinhos  e as obras faraônicas (templo/palácios) trouxeram um alto custo ao povo israelita. Às custas do povo, Israel se tornou uma potência internacional, atraindo até a visita da rainha de Sabá (1Rs 10); houve um grande desenvolvimento do comércio internacional.

Ao lado de tudo isso, houve também entrada dos cultos IDOLÁTRICOS (1Rs 11, 17) e a adoção de cultos/deuses estrangeiros para a exploração econômica do sagrado (religião).

A opressão era cada vez maior sobre o povo ao lado da prosperidade, o que correspondia uma volta à experiência do Egito (Êxodo) e confirma-se 1Sm 8.

Aías, profeta de Silo manifesta a indignação profética a favor do povo (1Rs 11, 26 – 12 ,19), colocando-se contra os desmandos do rei Salomão.

Pe. Éder Aparecido Monteiro

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Artigos Falando da Vida

ATENÇÃO ÀS ESCOLAS

O ser humano é a única criatura que deve ser educada, por isso, a escola é foco de onde irradia a luz que clareia a sociedade. Com educação apropriada nos tornamos pessoas completas e realizadas, sem educação nos tornamos animais ferozes. Por isso, afirmava alguém: “o verdadeiro órfão é o que não recebeu educação, nem da família nem da escola”.

Falemos de nossas escolas. O que está acontecendo? Pelo Brasil afora existe uma onda de ataques às escolas. Muitas mortes e vários feridos estão assombrando o todo da sociedade. Ameaças, violências, tragédias, insegurança, rondam nossas escolas que deveriam ser lugares “sagrados”, onde se aprende a crescer no conhecimento e no amadurecimento para a vida.

A Educação em nosso pais sofre ha décadas de descaso, projetos inconclusos, mudanças frequentes de objetivos, planos e ministros da educação. Muito recurso é destinado à Educação, os resultados são decepcionantes. Entre a corrupção e a incompetência instalou-se agora o medo. Medo de que os brasileiros aprendam a pensar melhor, medo de libertar da ignorância milhares de pessoas, medo de uma nação onde a auto estima, a segurança que o saber confere às pessoas, possa ser patrimônio de todos.

A sociedade brasileira está gravemente doente, pais ausentes e filhos carentes, brinquedos que promovem violência, o cruel armamento da população e muito fortemente a falta de um vínculo religioso sério. Estamos mergulhados numa dura ditadura das minorias (a sociedade dividida em grupos afins e fechados). A valorização do subjetivo das diferentes pessoas, fruto de um egoísmo intenso, está transformando cada um em seu próprio ponto referencial. O perigo está presente: isolamento social, falta de perspectivas, pobreza degradante, sobretudo nas grandes cidades…

Isto conduz a sociedade humana ao mundo da fantasia (vazio existencial). É a “sociedade do vazio e da decepção”, da qual fala o filósofo Giles Lipovetsky. Ele indica o consumismo frustrante e o esvaziamento das instituições (da família e da religião), como causas da espiral de frustração em uma sociedade da (in)comunicação e a (in)diferença.

Entendo que os três pilares sustentadores da saudável convivência social (família, escola e fé) estão relegados a um plano muito vulgar, desconectadas entre si e desligadas da realidade. A disciplina é mal vista e substituída pelo sistema de escolha e persuasão, assim a insegurança é geral.

Invistamos nas famílias(santuário da vida); nas escolas que devem oferecer os valores universais e na formação religiosa das crianças. Para a nossa Igreja Católica a necessidade reside em dois pontos vitais: pastoral familiar e catequese em todos os níveis, e vão de mãos dadas. A Educação é um direito de todos e a Igreja exorta os seus filhos a colaborarem generosamente no campo da Educação. Sobretudo ajudando que ela possa beneficiar a todos em uma perspectiva inclusiva.

Afirmava Licurgo, sábio da antiguidade grega: “O primeiro objetivo do legislador deve ser a educação” e outro sábio desta mesma cultura afirmava: “Educai as crianças e não será preciso punir os adultos”(Pitágoras). Portanto: quanto mais escolas tivermos, menos cadeias precisaremos. Pasmem: ainda é custoso aceitar que fica mais barato construir e sustentar escolas do que cadeias.

Acordemos enquanto é tempo!

Dom Pedro Cipollini
Bispo de Santo André (SP)

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Artigos Falando da Vida

Ataque às escolas no Brasil

A tecnologia une iguais, para o bem ou para o mal

É difícil colocar-se no lugar da professora de 71 anos, morta por um adolescente numa escola de São Paulo. É difícil também imaginar-se no lugar dos pais que perderam seus filhos na creche de Blumenau em Santa Catarina. Mas é fácil reduzir esses acontecimentos a simples falhas de segurança nas escolas. Fala-se em aumentar o número de policiais, instalar câmeras de vídeo e revistar alunos. Essas medidas são válidas, mas levam em conta apenas um lado da questão, pois a verdadeira causa do problema é complexa e tem a ver com a saúde mental das pessoas.

De acordo com as estatísticas, somente entre 2022 e 2023, o número de ataques em escolas no Brasil já supera o total registrado nos 20 anos anteriores. Qualquer projeto que tente estudar esse fenômeno, tem que considerar as influências que as redes sociais exercem no desenvolvimento da personalidade de um jovem ainda em formação. A verdade é que, para o bem ou para o mal, o acesso fácil à internet promove alterações na maneira de pensar e de agir das pessoas que fazem uso constante desse recurso. Os adolescentes e as crianças, pela sua vulnerabilidade, são os principais afetados.

A Internet facilitou a vida das pessoas, mas se tornou uma espécie de caldeirão no qual se misturam os mais variados personagens, por meio de afinidades e interesses. É nesse ambiente virtual que o ódio se articula e ganha corpo, manifestando-se em ações violentas contra pessoas ou instituições. Esse potencial destrutivo sempre existiu na história da humanidade, pois pertence ao inconsciente coletivo, mas faltava algo que fosse capaz de ativá-lo e ampliá-lo, fazendo-o saltar da imaginação para a realidade. Agora não falta mais, pois a internet preencheu essa lacuna. Infelizmente as interações sociais e afetivas estão sendo substituídas pelo ambiente virtual. As crianças, muito cedo, aprendem a navegar e tornam-se dependentes.

A discussão em torno da regulação das redes, encontra grande barreira representada pelo interesse de poderosos grupos econômicos que lucram alto com as atuais regras que regem a publicação de conteúdo. Resta uma saída chamada conscientização e ela tem que começar na família. Uma criança com menos de 12 anos não deve ter perfil na internet, Smartphones não são brinquedos e deveriam vir com um alerta: “Desaconselhável para crianças. ”

Antes de permitir que uma criança navegue na rede, saiba que ela vai entrar num mundo onde céu e inferno estão muito próximos; e a porta que divide um do outro é de apenas um click, portanto, Cuidado!

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos Voz do Pastor

“Não fostes vós que me escolhestes…”

Estamos vivendo o III Ano Vocacional do Brasil.

Geralmente quando se fala em vocação remete-se, quase que instantaneamente, às vocações aos ministérios ordenados e à vida consagrada. Não se pensa   que estamos na Igreja por vocação. Ainda que tenha sido opção nossa fazermos parte da Igreja, houve alguém que nos chamou primeiro. “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que vosso fruto permaneça…” (Jo 15,16).

A Escritura nos narra tantos chamados de Deus. Os vocacionados, desde Abraão, são chamados nas realidades concretas de sua vida. Abraão vivia angustiado por não ter filhos e uma esposa estéril. Moisés, foragido do Egito, estava curioso ao descobrir o porquê do arbusto queimar-se sem se consumir. Samuel, na sua infância, discerne o chamado de Deus, ajudado por Eli. Davi é ungido rei, enquanto pastoreava as ovelhas. Todas as mulheres e homens de Deus no Antigo Testamento possuem um momento concreto do chamado de Deus em suas vidas.

No Novo Testamento Jesus chama seus discípulos indicados por João Batista, na pesca, na banca da cobrança de impostos, convidando a descer da árvore àquele que queria vê-lo. De modo maravilhoso, durante uma perseguição quase que odiosa, o Apóstolo Paulo é chamado.

A iniciativa do chamado é sempre de Deus e Ele o faz nas mais variadas situações concretas da vida. Ele nos amou e nos chamou por primeiro.

Um dos objetivos do III Ano Vocacional do Brasil é promover a cultura vocacional. Neste sentido é fundamental que façamos memória na nossa existência quando e como o Senhor nos chamou. Alguém pode objetar que está na Igreja como que naturalmente, pois é uma “tradição” familiar. Até mesmo nossa família é um acontecimento concreto no qual Deus se manifesta. No entanto, ainda que por mais “natural” possam parecer as coisas, estamos na Igreja por uma opção consciente. Portanto, precisamos identificar na nossa existência, com fatos concretos e existenciais, quando a voz de Cristo atingiu o nosso coração. Isso é ter consciência vocacional. Não se pode promover uma cultura vocacional sem esta consciência.

“…Vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes frutos…” não podemos identificar o porquê da escolha do Senhor sobre nós. Não somos melhores dos que não foram escolhidos para estarem imediatamente na comunidade cristã. No evangelho de Mc 3 está dito que Jesus escolheu os que Ele quis. Não sabemos os critérios da escolha dos apóstolos e nem os critérios de Deus para nossa escolha. No entanto, o “para que” fomos escolhidos está dito na citação de João e em outros lugares. O Senhor nos escolheu para a missão. O nosso chamado é graça e missão, como todos os chamados bíblicos.

Para a promoção da cultura vocacional na Igreja precisamos ter consciência da concretude do nosso chamado e com qual finalidade o Senhor nos chamou. O nosso coração irá arder quando identificarmos o chamado de Deus. Quando percebermos que não fizemos nada para receber a graça da vocação – que é graça mesmo -uma gratidão brotará do nosso coração ardente. Um coração ardente não pode estar desprovido da missão. Vocação é graça e missão.

 

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano

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Artigos Enfoque Pastoral

A Vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus!

Tradicionalmente, maio é dedicado à Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. O Papa Paulo VI, na Marialis Cultus, recomenda que o mês de maio seja mariano e procure sempre ver Maria em relação à história da salvação, ou seja, relacionada com o Mistério Pascal de Cristo e com o nascimento da Igreja. O Tempo Pascal que vivemos, centralizado no encontro com o Ressuscitado e na espera do Dom do Espírito Santo em Pentecostes, serve-nos bem para pôr em prática e desenvolver o que está presente no livro dos Atos dos Apóstolos: “Todos eles perseveravam na oração” (At 1,14).

A ideia de um mês dedicado especificamente a Maria remonta aos tempos barrocos no século XVII. Apesar de nem sempre ter sido celebrado em maio, o mês de Maria incluía trinta exercícios espirituais diários em homenagem à Mãe de Deus. E hoje intensificam-se as orações marianas, sobretudo a reza do Santo Rosário. São Padre Pio de Pietrelcina dizia que “o Santo Rosário é a arma daqueles que querem vencer todas as batalhas” e exortava: “Invoquemos sempre o auxílio de Nossa Senhora”. As formas nas quais Maria é honrada em maio são tão variadas como as pessoas que a honram. Em nossa Diocese já existem grupos de terço que se reúnem todos os meses e se multiplicam neste mês de maio para horar a Virgem Maria.

No mês dedicado a Maria, também celebramos no segundo domingo o dia das mães. É interessante que assim o seja, porque Maria, celebrada neste mês é o modelo por excelência para cada uma de nossas mães. Que Nossa Senhora possa interceder por cada uma dessas mulheres que assumem sua vocação e missão maternal com amor. O Papa Francisco nos revela: um “segredo”: “sozinho ou em companhia, o importante é rezar com simplicidade”. E que através do Santo rosário possamos contemplar juntos a face de Cristo com o coração de Maria, nossa Mãe, nos tornará ainda mais unidos como família espiritual e nos ajudará a superar todas as provações”.

Alegremo-nos com a presença de Nossa Senhora em nossa Diocese, que cuida do seu povo e continua a interceder por nós, junto ao seu Filho. Que as alegrias do Cristo Ressuscitado, ilumine e fortaleça a todos nós. Coragem!

 

Pe. Marcelo Dias SoaresCoordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Vida Consagrada

Irmãs Paroquiais de São Francisco

Todo batizado por natureza é um vocacionado, vocacionado a Vida, vocacionado a ser Cristão. Dentre esses há aqueles que ouvindo mais de perto esse chamado, dão um Sim mais radical, respondendo sim à vocação Religiosa Consagrada.

Respondendo a uma realidade desafiadora surgiu nossa Congregação das Irmãs Paroquiais de São Francisco. Fundada em 08 de dezembro de 1953, na Cidade de Nilópolis – Diocese de Barra do Piraí – Rio de Janeiro.  O Fundador foi o Frei Ático Francisco Eyng da Ordem dos Frades Menores, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Teve como primeiras Irmãs as jovens Irmã Maria das Glória Monteiro e Irmã Rute Maria de Oliveira (Cofundadoras). Estamos presentes em Guarulhos desde 1981. O desejo inicial do Frei era formar uma Família para os Sacerdotes, bem como ter Irmãs que os auxiliassem na Evangelização e atividades da casa Paroquial. Aos poucos a Congregação vai se definindo e clareando sua função. Vivemos a Espiritualidade Franciscana.

Nosso Carisma: O Espírito Eucarístico Missionário: A Irmã é chamada a ser presença Eucarística onde vive e atua, exalando o odor de Cristo, portanto “A Eucaristia é fonte inspiradora que alimenta, dinamiza e fecunda nossa intimidade com Deus, nossa Vida Fraterna e nosso trabalho.” Chamadas a Ser: afirmação profética; sinal de vida na Igreja; Sinal luminoso de libertação, Presença desafiadora pela vivência dos Conselhos Evangélicos. Modo de Viver: Vida Fraterna em Comunidade; Vida de Oração individual e Comunitária; no seguimento das bem-aventuranças; Consciência missionária e no compromisso com os pobres. Onde: Em Paróquias com ou sem Padre; Comunidades de base; Formação de Lideranças; Acompanhamentos Pastorais, Secretarias Paroquiais; Saúde Alternativa, e onde a Vida é ameaçada.

Vida de Pobreza, de Obediência e de Castidade, mostra que é possível ser feliz fazendo o outro feliz, que somos livres para amar e ser amadas, e principalmente que ninguém é feliz quando não tem um por que gastar a vida.

Ação Missionária das Irmãs na Capela N. Sra de Fátima – Bonsucesso

 

 

 

 

 

 

 

Irmã Iria Guarda LaraIPSF- Ir. Paroquiais de são Francisco

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Artigos Vocação e Seminário

Ter o coração ardente e os pés a caminho com o Ressuscitado

A Igreja vive por esses dias a alegria da presença do Ressuscitado em seu meio. Em um dos mais belos relatos da Sagrada Escritura, temos o encontro de Jesus com os discípulos no caminho de Emaús. É dessa profunda experiência com o Cristo Ressuscitado que se extraiu o lema do 3º Ano Vocacional no Brasil: “Corações ardentes, pés a caminho (cf. Lc 24,32-33)”; e o tema: “Vocação: graça e missão”.

Os dois grandes elementos presentes em toda a identidade e compreensão do Ano Vocacional – o coração e os pés – trazem consigo significados singulares que nos permitem vivenciar mais plenamente a vocação que cada um foi chamado por Deus. Referenciando-se com o relato de Emaús, o coração simboliza o ardente escutar das palavras do Ressuscitado. De fato, quem faz a experiência com Jesus tem o coração tocado, transformado e santificado. Quem coloca-se no caminho da vocação tem o coração inflamado e seu sentido de vida plenificado pela comunhão com o Jesus Ressuscitado. Recorda-se também que o coração lembra a graça de Deus no vocacionado.

Por consequência, os pés colocam-se a caminho para anunciar, com uma vocação assumida, o encontro com o Cristo para aqueles que ainda não O conhecem. O vocacionado do Ressuscitado é aquele que, inflamado por seu amor, parte para anunciá-lo em um estado permanente de missão. Os pés ainda lembram a missão que cada vocacionado é chamado a ter.

Desejamos que o Ano Vocacional auxilie a cada pessoa a encontrar-se com Cristo e, no sincero discernimento de seu chamado, deixe seu coração arder e seus pés se porem a caminho, para que possasse fazer a experiência da sublime súplica a Deus: “Fica conosco, Senhor (Lc 24,29)”.

 

Edson Vitor – 4º ano de Teologia

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Artigos Liturgia

O Sacramento da Penitência e da Reconciliação (Parte 2)

A alegria pascal da conversão

 

O Sacramento da Penitência e Reconciliação está intimamente ligado ao mistério pascal: Cristo é o vencedor do pecado e da morte. O fiel cristão participa do movimento da graça libertadora e vivificadora que vem da Páscoa do Salvador: ele nos livra das amarras do pecado e da morte.

Nas chamadas parábolas da misericórdia, nosso Senhor Jesus  destaca a alegria do encontro da ovelha perdida, que foi ansiosamente buscada pelo pastor: “Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido. Digo-vos que assim have­rá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”.(Lucas 15, 6-7) Igualmente refere  a alegria da mulher que procurara sua moedinha perdida até encontrá-la: “E tendo-a encontrado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, achei a dracma que tinha perdido. Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrepende.” (Lucas 15, 9-10)

Por fim, Jesus descreve o movimento libertador da graça do Pai misericordioso que gera a vida nova no filho, perdido, buscado, reencontrado, festejado alegremente: “comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa.” (Lucas 15, 23-24)

 “O fato novo, o anel e o banquete festivo são símbolos desta vida nova, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta para Deus e para o seio da família que é a Igreja. Só o coração de Cristo, que conhece a profundidade do amor do seu Pai, pôde revelar-nos o abismo da sua misericórdia, de um modo tão cheio de simplicidade e beleza.” (CIC 1439)

Nas parábolas da misericórdia acima referidas, a ovelha desgarrada é reintegrada ao rebanho; a moeda perdida volta à coleção de sua dona, e o filho perdido e encontrado, volta ao seio da família.

O pecado é ruptura com Deus e com a Igreja. Por essa razão a conversão proporciona, simultaneamente, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja. O rito sacramental da penitência celebra liturgicamente esse perdão e essa reconciliação.

Jesus, o filho de Deus, tem o poder de perdoar os pecados e o transmitiu a sua Igreja.

O Senhor desejou quis que a sua Igreja sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que Ele nos conquistou pelo preço do seu sangue. O apóstolo é enviado «em nome de Cristo» e «é o próprio Deus» que, através dele, exorta e suplica: «Deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5, 20).

“Jesus não somente perdoou os pecados, como também manifestou o efeito desse perdão: reintegrou os pecadores perdoados na comunidade do povo de Deus, da qual o pecado os tinha afastado ou mesmo excluído. Sinal bem claro disso é o facto de Jesus admitir os pecadores à sua mesa, e mais ainda: de se sentar à mesa deles, gesto que exprime ao mesmo tempo, de modo desconcertante, o perdão de Deus, e o regresso ao seio do povo de Deus” (CIC 1443). A reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com Deus.

O Sacramento da Penitência e Reconciliação cura as feridas do pecado, devolve a graça batismal àquele que a perdeu pelo pecado, reintegra à comunhão com toda a Igreja, fortifica o fiel para a vivência das virtudes cristãs e concede a plena alegria e exultação: “e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria.” (Jo 16,22)

 

Pe. Antônio Bosco da Silva

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Artigos Bíblia

DAVI : ≈1010 – 970 a. C. (Continuação)

A  EXPANSÃO TERRITORIAL:

Davi conseguiu expandir ao máximo o seu reino:

1.º contingente conquistado: a área ocu       pada pelas dez tribos do Norte e pelas 2 tribos do Sul;

2.º contingente conquistado: conseguiu submeter Edom, Moab, Amon, Aram-Soba e Aram de Damasco, obrigando-os a pagar-lhe tributos; em Aram de Damasco e Edom foram colocados israelitas para governar esses estados (2Sm 8, 1 – 14; 10, 18 – 19);

3.º contingente conquistado: reinos vassalos da Filistéia (1Cr 20, 4), Gessur (2Sm 3, 3; 13, 37), Emat da Síria (2Sm 8, 9 – 10) e Tiro, governado por Hiram (2Sm 5, 11).

Foi um domínio complexo, do ponto de vista militar, administrativo e político, porém habilmente governado pelo rei Davi (2Sm 3,3; 13, 37).

          O ESTADO DE DAVI (ISRAEL)

Aos poucos, o poder comunitário do sistema tribal se torna CENTRALIZADO; Davi promove a formação de um grande estado; isso é mérito pessoal de Davi.

As causas para que Davi formasse um Estado em Israel foram:

– o Egito perdera toda a hegemonia e influência sobre Canaã;

– as ameaças externas foram amenizadas por Davi (ex.: os filisteus, os amonitas, os edomitas, os moabitas e os arameus);

– a diplomacia de Davi com os vizinhos;

– a união de forças internas: Judá(Sul) e Israel(Norte) sob um mesmo rei;

– a manutenção de um exército profissional permanente;

– aresidência em Jerusalém, lugar estratégico;

– a burocracia criada e a autonomia do rei;

– a organização de cargos (2Sm 8, 16 – 18; 20, 23 – 25);

– a perda da influência das tribos frente ao governo estatal centralizado.

           A IDOLATRIA E OS PROFETAS GAD E NATÃ

Davi promove assim o “SINCRETISMO DE ESTADO”; com isso,  visava unir as tribos no plano religioso; entretanto, foi desaconselhado pelo profeta Natã a construir um “templo ao Senhor” (2Sm 7, 1 – 3);

Porém, alguns elementos do culto cananeu foram incorporados à fé de Judá e Israel na época de Davi:

– a idolatria régia e promessa de dinastia eterna (2Sm 7, 15);

– a ideia de que  o rei é “filho da divindade” (Sl 2; 45, 7; 72, 17; 1Rs 21, 11 – 14);

– a pena de morte a quem ofendesse a Deus e ao rei (Is 8, 21);

– a atribuição de vida eterna ao rei (Sl 21, 5);

– a supremacia dos reis sobre os seres (2Sm 23, 1);

– as funções de proteção e promoção social (2Sm 21, 17; Lm 4, 20);

– a relação com a fecundidade da terra (Sl 72, 6 – 7. 16);

– as funções sacerdotais atribuídas ao rei.

Em 2Sm 24, 1 o profeta Gad faz uma dura crítica a Davi por causa do recenseamento. Recensear era reconhecido como“direito de Deus”. Mas os interesses de Davi eram atualizar a arrecadação de tributos, explorar as forças e recursos do povo e recrutar homens para o exército (Comparar com 1Sm 8, 10 – 17). Porém, Davi reconhece o seu ERRO! (2Sm 24, 10) E PEDE PERDÃO a Deus!

Também o profeta Natã repreendeu Davi por causa do ADULTÉRIO com Betsabeia, esposa do general hitita Urias (1Sm 12, 1 – 25). Esse pecado de Davi oferecia três problemas: Davi se fez dono da vida e da morte de Urias, como se o rei fosse um Deus; atentado contra o matrimônio (adultério) e a família; e a mentira de Davi, quando tentou ocultar seu erro. As consequências desse pecado de Davi podemos ver em 2Sm 12, 10.

             SUCESSÃO AO TRONO DE DAVI:

Houve divisões e tensões na família davídica (2Sm 9 – 20; 1Rs 1 – 2). Os problemas enfrentados por Davi foram: a revolta de seu filho Absalão (2Sm 15, 1 – 23) e seu desfecho (1Rs 18, 1 – 32); a rebelião de Seba, da tribo de Benjamim (2Sm 18, 1 – 32); e a ação de Adonias, filho de Davi, (1Rs 1, 5 – 7.9 – 10) em disputa pelo trono com Salomão, o filho preferido de Davi (1Rs 1, 28 – 34).

Surge, então, A INTRIGA entre 2 grupos opostos: (veja 1Rs 1, 5 – 48)

A favor de Adonias estavam o general de Davi, Joab, e Abiatar, o sumo-sacerdote.

A favor de Salomão estavam Betsabeia (mãe de Salomão), o profeta Natã, Sadoc (sacerdotes), Semei, Banaía e o próprio rei Davi.

E é claro: Salomão se tornou o sucessor de Davi.

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro

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Páscoa e Felicidade!

Você pode se transformar numa pessoa melhor!

Você é feliz? Se o motivo da sua felicidade está baseado no seu poder de compra, saiba que isso não é felicidade e sim conforto material. Os bens materiais perdem o efeito com o decorrer do tempo e têm que ser renovados constantemente gerando uma necessidade compulsiva de adquirir mais para tentar manter o nível de prazer. Mas, será que é possível ser feliz sem contar com recursos materiais? O monge budista Matthieu Ricard, foi considerado a pessoa mais feliz do mundo, de acordo com imagens do seu cérebro obtidas através de ressonância magnética. E o que ele faz para ser feliz? Nada, simplesmente medita práticas de compaixão e autocompaixão.

O estresse mata. A felicidade, do ponto de vista fisiológico, está ligada à ausência de estresse e essa condição pode ser detectada por intermédio da atividade de uma pequena glândula localizada no sistema límbico, chamada amígdala cerebral. Pessoas estressadas apresentam grande atividade nessa área do cérebro e maior probabilidade de desenvolver, entre outras doenças, diabetes, hipertensão, infarto e AVC. Herdamos o estresse do homem primitivo, que tinha que lidar com perigos extremos como caçar e defender-se de predadores. Hoje, os perigos são outros, mas o nível de estresse é o mesmo.

Entretanto, nos últimos anos, a ciência tem demonstrado o que as religiões sempre pregaram, ou seja, que a compaixão e a bondade vivenciadas de forma genuína, trazem um nível de felicidade sustentável que não se altera nem mesmo diante de condições adversas. A compaixão pelo próximo, altera a configuração do nosso cérebro, desenvolvendo um estado de calma e segurança. A boa notícia é que ela pode ser treinada e cultivada, portanto, você não precisa ser um monge para desfrutar de uma felicidade plena, basta cultivar atitudes bondade em relação a si mesmo e ao próximo.

A Páscoa traz um sentido profundo de libertação e transformação, oportunidade perfeita para rever a nossa relação com a vida e com o mundo que estamos construindo dentro e fora. Como lido com as minhas perdas, minhas frustrações e meus fracassos? Sou auto compassivo? E em relação aos outros, sou empático e pratico boas ações? As respostas negativas a essas perguntas estão ligadas ao estresse, caminho que nos leva à doença e à morte. Mas a compaixão e a autocompaixão representam vida nova e a oportunidade de ser feliz de verdade, porque a única riqueza que importa de fato é aquela que ninguém pode roubar: a sua paz e a sua liberdade. Isso é Páscoa!

 

Romildo R. Almeida – Psicólogo clínico