Autor: webmaster
A PAB, Pastoral Afro-brasileira de nossa Diocese, segue louvando a Deus com tambores como o salmista recita no Salmo 150. Os tambores rufaram dia 04 de novembro, quando Dom Zanoni Demettino Castro, arcebispo de Feira de Santana e bispo referencial da PAB Nacional, pousou em Guarulhos e fora acolhido pelos coordenadores de nossa pastoral. No dia seguinte, celebrou a missa de rito romano inculturado e adaptado ao estilo afro-brasileiro no Santuário Nacional de Aparecida, juntamente com outros padres concelebrantes, dos quais estava Valdocir Aparecido Raphael, padre assessor da PAB guarulhense.
No dia 11, houve celebração inculturada afro do grupo de base Filhos de São Benedito, realizada na Paróquia Sagrada Família do Carmela, e no dia seguinte, outra missa inculturada ocorreu na Paróquia Santo Alberto Magno e Nossa Senhora das Graças, organizada pelo grupo Filhos de Maria, animada pela banda Adiveroma e celebrada pelo Padre Pedro Nacélio. Ambas as missas já tradicionais nos calendários paroquiais.
Para finalizar os trabalhos no ano de 2023, no dia 20 de novembro, houve celebração inculturada afro na Igreja Nossa Senhora do Rosário Mãe dos Homens Pretos e São Benedito. Foi celebrada pelo Padre Valdocir e animada por todos os grupos de base da Diocese, com presença de outros irmãos representando paróquias de nossa Diocese e de outras, como a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário da Penha. A data é simbólica para o povo negro brasileiro, sendo realizada na ocasião da memória dos 328 anos do martírio de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Na luta contra o racismo e seu poder de metamorfosear-se, a PAB, à luz do Evangelho e intercessão dos santos negros, segue seu papel de levar o amor e alegria onde existe o ódio.
Axé!
Por Ellen Oliveira e Orlando Junior – Pastoral Afro-brasileira
Nesse artigo de encerramento dessa coluna vocacional torna-se oportuno realizarmos um agradecimento por todos aqueles que permitiram, com as expressão das letras, expor e exortar a importância da consciência vocacional em nossas comunidades através da Folha Diocesana. É imprescindível não deixar de agradecer o empenho dos bispos de nossa Diocese que incentivaram as vocações na abertura que as páginas da Folha proporcionaram para se falar, se debater e compreender vocação na vida da Igreja. É louvável também agradecer os formadores do Seminário, aos diretores diversos que se dedicaram à Folha e por cada escritor de artigo que se empenharam na dinâmica de responder ao apelo da Igreja para que “as iniciativas de oração e animação pastoral reforcem a sensibilidade vocacional nas nossas famílias, nas paróquias, nas comunidades de vida consagrada, nas associações e nos movimentos eclesiais” (Mensagem do Papa Francisco para o 60º Dia Mundial de Oração pelas Vocações).
Encerramos com um incentivo para se falar sobre vocação. Seja pelos impressos, em vídeos, em posts, status, enfim: é sempre tempo e lugar propícios para rezar e animar as vocações nos meios que estamos inseridos, pois, com os “corações ardentes e pés a caminho”, o Senhor a de enviar mais operários para a sua messe.
Sem. Edson Vitor – 4º ano de Teologia
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Por que a Guerra?
A interessante pergunta que Einstein fez à Freud.
Enquanto você lê esse artigo, milhares de pessoas estão morrendo em decorrência de guerras ou sofrendo as suas consequências. Desde 2525 a.C, quando aconteceu o primeiro conflito militar de que se tem notícia, a humanidade não parou mais de guerrear por diferentes motivos como: desentendimentos religiosos, interesses políticos, econômicos, rivalidades étnicas, etc. Além de causar mortes, as guerras provocam perdas econômicas, destruição do meio ambiente e traumas que ficam na mente dos sobreviventes.
Depois da guerra Franco-Prussiana, em 1871 que terminou com mais de 150 mil mortos, instaurou-se na Europa um movimento chamado de Belle Époque. De fato, era o sonho de uma bela época em que a humanidade viveria em paz, a partir dos avanços tecnológicos proporcionados pela Revolução Industrial. Os grandes pensadores ficaram tão otimistas que imaginavam que naquele mundo civilizado não haveria mais lugar para as guerras. No entanto, em 1914 eclodiu a primeira guerra mundial que deixou mais de 40 milhões de mortos e 30 anos mais tarde veio a segunda que matou mais de 55 milhões.
Em 1932 Albert Einstein escreveu uma carta à Sigmund Freud, criador da Psicanálise, com a seguinte pergunta: Por que a guerra? Existe alguma forma de livrar a humanidade dessa ameaça? A resposta de Freud foi desanimadora; segundo ele, existem dois instintos básicos na nossa psique: o instinto de vida ligado à preservação da mesma, chamado de Eros e o da Morte ligado a destruição, chamado de Thanatos. Esses dois princípios fundamentais se combinam e se completam de modo que um depende do outro. Por esse motivo, segundo Freud, a violência sempre acompanhará o homem no curso da sua história.
Considerando essa teoria, não devemos esperar que a paz aconteça, pois a humanidade carrega na sua constituição a semente da violência como estratégia de poder e dominação. Violência contra seu semelhante, violência contra os animais, contra o meio ambiente e, em última análise, contra si mesmo. No entanto, não podemos viver de teorias. Precisamos acreditar na paz e construí-la de maneira simples a partir da nossa realidade. É preciso começá-la de algum lugar e o melhor lugar é dentro de nós mesmos. Precisamos ter paz interior para depois construir a paz exterior. Que a paz seja buscada, mesmo em meio a guerra, afinal, como disse o próprio Albert Einstein “Não se pode manter a paz pela força, mas sim pela concórdia. ”
Nesta última edição impressa deste jornal, quero agradecer a direção da Folha Diocesana, bem como os leitores, pela oportunidade a mim confiada, de compartilhar minhas ideias e reflexões através dessa coluna. Essa experiência me trouxe um grande aprendizado tanto na vida profissional como no aspecto pessoal. Obrigado e até breve!
Romildo R. Almeida – Psicólogo clínico
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através dos seus legítimos representantes escolheram o Padre Jair Oliveira Costa como membro da Comissão Episcopal para a Liturgia e a leiga Célia Soares Souza para o Setor do Laicato da Comissão Episcopal para o Laicato.
Dom Edmilson Amador Caetano, bispo de Guarulhos, aproveitou a Solenidade da Imaculada Conceição celebrada na Catedral no dia 08 de dezembro para agradecer o sim dos escolhidos e ressaltar a alegria de como Igreja particular de Guarulhos poder contribuir com a CNBB.
Antes da benção final convidou a todos para orarem pela missão confiada ao Padre Jair e a Celia para que estejam abertos a escutar o Espírito Santo, fazendo a vontade de Deus e assim fortalecer a ação evangelizadora da Igreja no Brasil.
Deus abençoe nossos representantes nesta caminhada.
Recordando a Carta Apostólica Desiderio Desideravi, sobre a formação litúrgica do Povo de Deus, gostaríamos de destacar alguns pontos de grande importância nesta etapa de acolhida da terceira edição do Missal Romano em nossas paróquias.
Percebemos que a liturgia se torna o hoje da história da salvação. O mistério da cruz e da ressurreição (Páscoa) é antecipado e tornado presente na Última Ceia: “Isto é meu corpo que será entregue por vós… Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna Aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados”. Jesus realizou este evento histórico, uma vez por todas, mas o sacramento o torna presente em cada celebração eucarística, de todos os tempos: “A Igreja sempre guardou como seu tesouro mais precioso o mandamento do Senhor: ‘Fazei isto em memória de mim’”.
Este mistério pascal do Senhor, que se torna presente na liturgia, não é um simples conceito, uma ideia ou pensamento, mas a possibilidade de um verdadeiro e privilegiado encontro, o caminho da comunhão escolhido pela Santíssima Trindade. Afirma o Santo Padre: “A fé cristã ou é um encontro com Ele vivo, ou não existe” (n. 10 e 33). Somos, portanto, convivas da Santa Ceia, para ouvir a voz do Senhor, alimentar-nos do seu Corpo e do seu Sangue. A força de seu mistério pascal chega a nós. Agora chegou a nossa vez de sermos Nicodemos, a mulher samaritana e tantos outros personagens que foram atingidos pela graça e pela salvação. Ele continua a perdoar-nos, curar-nos, a salvar-nos com o poder dos sacramentos.
A Liturgia nos garante a possibilidade de tal encontro. Para nós, uma vaga lembrança da Última Ceia não adiantaria. Precisamos estar presentes nessa Ceia, para poder ouvir a sua voz, comer o seu Corpo e beber o seu Sangue. Nós precisamos Dele.
Diante do mistério pascal que estava para acontecer, toda a criação, toda a história estava para tornar-se história da salvação. Esse dom de grandeza infinita estava para ser confiado aos apóstolos a fim de que fosse levado a cada homem e mulher, de todos os tempos, não por seus méritos, mas por convite do amor de Deus que deseja restabelecer a comunhão com toda humanidade.
Diante da iniciativa amorosa de Deus, espera-se a nossa resposta de fé: deixar-se atrair por este amor de Deus para tornar-se discípulo missionário do mesmo amor. É desejo divino que todos possam participar da Ceia do sacrifício do Cordeiro e viver d’Ele. Cada vez que vamos à missa somos atraídos por esta vontade do Senhor. Neste sentido, podemos recordar nossa resposta à saudação inicial de cada celebração eucarística: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.
Pe. Fernando Gonçalves – Comissão Diocesana de Liturgia
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Uma Igreja Sinodal em Missão
No último dia 28 de outubro foi encerrada a primeira sessão do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade: comunhão participação e missão. No mesmo dia 28 de outubro foi publicado um RELATÓRIO SÍNTESE, UMA IGREJA SINODAL EM MISSÃO, da primeira sessão desta XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Não se trata de um documento conclusivo, mas fiel ao espírito proposto neste Sínodo, torna-se manifesto alguns pontos discernidos que precisam ser aprofundados. De fato, o documento dividido em três partes (1. O rosto da Igreja Sinodal 2. Todos os discípulos, todos missionários 3. Tecer laços, construir comunidade) distribuídas em 20 tópicos, apresenta para cada tópico Convergências, Questões a aprofundar e Propostas.
Não me julgo capaz de fazer um comentário teológico-pastoral sobre os resultados desta primeira sessão, mas quero, aqui, partilhar algumas coisas que me tocaram e amadurecem-me no caminhar numa Igreja Sinodal.
Já no Documento Preparatório de 2021, a retomada da Igreja Povo de Deus, fiel ao espírito do capítulo segundo da Lumen Gentium, destacando aquilo que nos faz membros deste povo (um só batismo e um só e mesmo Espírito) e que é de importância capital, sem subestimar os dons, carismas e serviços à missão deste povo no mundo, nos preparava para o primeiro grande momento da ESCUTA. Escutar faz parte da espiritualidade de comunhão, sem a qual não se pode falar em sinodalidade. A Igreja, ainda que assim o pareça, não possui na sua natureza uma estrutura piramidal. Se quisermos aplicar-lhe uma forma geométrica, poderíamos dizer circular, onde todos têm sua participação e possuem dons e carismas específicos de serviço. Todos pudemos observar a disposição da Aula Sínodal em vários círculos de reflexão nas sessões plenárias.
Como bispo ao contemplar estas coisas não me sinto desvalorizado, pois a valorização da Igreja, Povo de Deus, dá sentido ao serviço para o qual fui escolhido estando na Igreja. Sinto também que, assim como o capítulo segundo da Lumen Gentium foi retomado com vigor, não com menos vigor e veracidade foi retomado o capítulo terceiro da Constituição Dogmática Lumen Gentium: A Constituição Hierárquica da Igreja. Interessante que dentre as Convergências, questões a serem aprofundadas e propostas, aparece a necessidade de estabelecer as características de sinodalidade e colegialidade. Aparecem também indicações para que sejam estabelecidas relações e distinções entre uma Assembleia Sinodal e uma Assembleia Eclesial.
Voltando à temática da ESCUTA, nestes dias da Assembleia Sinodal apareceu um termo iluminado e que precisa ser mais explicitado: a conversação no Espírito. A Palavra de Deus e a oração de coração sincero, abrem o nosso ser para escutar o outro, compreendê-lo e discernir de que modo o Espírito Santo fala nele. Esta conversação entendo como algo dinâmico, interior e de conversão. Ainda que não concorde com o outro, ainda que o outro no seu modo de pensar e agir não esteja de acordo com a fé da Igreja, é preciso compreender o que realmente o outro sente.
Uma Igreja Sinodal é uma Igreja que, sem trair a sua natureza e missão, coloca-se num processo transformador pela ação do Espírito. A terceira parte do Relatório, Tecer laços, construir comunidade, é desafiadora, pois aborda perspectivas que me desafiam e deixam-me incomodado. Difícil para mim ser pastor na orientação dos missionários digitais e conduzir com maestria um discernimento eclesial e dar respostas exatas a questões abertas. Se estamos num processo que se desenrola na história, nem tudo terá resposta satisfatória ou mesmo conclusiva com a segunda sessão do Sínodo.
Até mesmo após a conclusão deste Sínodo precisaremos de tempo e espaço para desenvolvermos caminhadas sinodais. Os anos da minha vida estão contados para Deus. Não sei se fará parte da minha missão conduzir todos os processos. Hoje estamos aqui, neste momento histórico salvífico, e necessitamos deixarmo-nos conduzir pelo Espírito. Cada um de nós é chamado por Deus para um serviço específico na Igreja. Ensina-nos Jesus que, como servos, devemos dizer após a missão ser concluída: “somos servos inúteis, fizemos somente o que deveríamos ter feito.”
Reproduzo aqui um trecho profundo e inspirador do Relatório, no seu epílogo, “Para prosseguir o Caminho”: “Como será isso?”, perguntava-se Maria em Nazaré (Lc 1,34) depois de ter escutado a Palavra. A resposta é apenas uma: ficar à sombra do Espírito e deixar-se envolver pelo seu poder… Adsumus Sancte Spiritus,”
Dom Edmilson Amador Caetano, O. Cist. – Bispo diocesano