SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"O Senhor fez em mim maravilhas." (Lc 1,49)

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Artigos Vida Consagrada

Congregação das Irmãs da Divina Vontade

A Congregação das Irmãs da Divina Vontade, fundada em 1865, em Bassano Del Grappa, Vicenza-Itália, é chamada por carisma a anunciar com a vida que a caridade é o cumprimento da Vontade de Deus.

Gaetana Sterni, com uma personalidade rica de fascínio e feminilidade, nasce em Cassola (VI), aos 26 de junho de 1827 e vive em Bassano. Provada por graves acontecimentos familiares, casa-se muito jovem e logo fica viúva e sozinha. Forte na fé e fascinada por Deus se confia decididamente a Ele: na adesão amorosa à sua vontade, nos seus diversos estados de vida nas condições de esposa, mãe, viúva e depois religiosa, indica um modo exemplar de viver o evangelho da caridade como cumprimento da vontade de Deus. O desejo intenso de comprazer em tudo ao Senhor a torna disponível à voz de Deus no intimo do coração e através das necessidades dos pobres e dos sofredores. Com grande confiança se abandona à vontade de Deus, único absoluto de sua vida. Esta humilde disponibilidade a leva a empenhar-se toda si mesma a serviço dos pobres do Albergue de Bassano, (instituição com mais de 100 pessoas) onde vivendo como religiosa dá início, em 1865, a uma pequena comunidade de mulheres consagradas à vontade de Deus no ministério a caridade. Em 1875 o Bispo Diocesano de Vicenza aprova a nascente Congregação com o nome de “Filhas da Divina Vontade”, nome interiormente sugerido a Gaetana, para ela e para as jovens que a seguem, e que indica aquilo que deve caracteriza-las: “Uniformidade em tudo à Divina Vontade, no Santo Zelo pelo bem do Próximo dispostas a tudo sacrificar a fim de ajudá-los”.  Em 1934, o Papa Pio XI reconhece a Congregação de direito pontifício com o nome de “Irmãs da Divina Vontade”. Madre Gaetana morre em Bassano Del Grappa,  aos 26 de novembro de 1889. Foi beatificada em 04 de novembro de 2001 por João Paulo II. Estamos trabalhando pela sua canonização.

Seguimos hoje nos passos da Bem Aventurada Gaetana Sterni que se fez próxima aos necessitados, como presença de amor, capacidade de partilha da própria vida, de compaixão, de fraternidade, para transformar o mal em bem. Segundo as indicações da Fundadora, as Irmãs da Divina Vontade “cuidam do próximo necessitado, especialmente dos mais pobres” e exercitam este ministério da caridade com obras diversas segundo as necessidades, os tempos e os lugares.  Hoje estamos presentes na Italia, Albania, Brasil, Equador, Colombia, na Africa em Camarões e Benin e com uma nova comunidade no Timor Leste. Aqui no Brasil estamos em Feira de Santana-BA, Guiratinga-MT, Ilha do Marajó,PA, Belo Horizonte-MG, Fartura, Guarulhos, Região Santana-SP Em todas estas realidades as Irmãs são principalmente empenhadas no anuncio do Evangelho da caridade, com serviços, na dimensão da promoção humana e evangelização, que de maneiras diversas expressam a solicitude da Igreja para com os mais pobres. Nas diversas realidades nos empenhamos também no cuidado da divulgação do carisma e espiritualidade de Madre Gaetana junto aos leigos que formam os grupos da fraternidade na vivencia do carisma e espiritualidade da Beata Gaetana e no cuidado pelas vocações no incentivo e ajuda aos jovens que desejam discernir na própria vida os caminhos da Vontade de Deus.

Com madre Gaetana pedimos com toda a nossa Diocese de Guarulhos: “SEJA FEITA, AMADA, LOUVADA E ADORADA A SANTISSIMA VONTADE DE DEUS EM TUDO E SEMPRE”.

Missão da congregação na Ilha do Marajó junto aos jovens
Missão da congregação junto aos idosos e doentes em Guiratinga MT

 

 

 

 

 

Ir. Tereza Rosa de Almeida

Irmãs da  Divina Vontade

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Artigos CNBB

Eleições da nova Presidência da CNBB

PRESIDENTE DA CNBB – Biografia e trajetória eclesial

Dom Jaime Spengler – Foto: Comunicação 60ª AG CNBB

Dom Jaime Spengler nasceu em 6 de setembro de 1960, em Gaspar (SC). Ingressou na Ordem dos Frades Menores, também conhecida por Ordem de São Francisco (Franciscanos) em 20 de janeiro de 1982, pela admissão no Noviciado na cidade de Rodeio (SC). Cursou Filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura, de Campo Largo (PR), e Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ), concluindo-o no Instituto Teológico de Jerusalém, em Israel.

Foi ordenado sacerdote em 17 de novembro de 1990, na sua cidade natal. Fez doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, e atuou dentro da Ordem dos Frades Menores em diversas missões e cidades do país até 2010, quando foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo auxiliar da arquidiocese de Porto Alegre. A ordenação episcopal, presidida por dom Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico no Brasil na ocasião, ocorreu dia 5 de fevereiro de 2011, na paróquia São Pedro Apóstolo, em Gaspar.

Dom Jaime Spengler é arcebispo metropolitano de Porto Alegre desde 18 de setembro de 2013, quando foi nomeado pelo Papa Francisco que, concomitantemente, recebeu o pedido de renúncia de dom Dadeus Grings. Escolheu como seu lema episcopal “Gloriar-se na Cruz” (Cl 6,14) – In Cruce Gloriari.

 

1º VICE-PRESIDENTE DA CNBB – Biografia

Dom João Justino – Foto: Comunicação 60ª AG CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva nasceu no dia 22 de dezembro de 1966, em Juiz de Fora (MG). Ingressou no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, em Juiz de Fora, em 1984, onde cursou Filosofia e Teologia. Graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora e em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF). É doutor e mestre em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma.

Foi ordenado padre em 13 de dezembro de 1992.

O Papa Bento XVI o nomeou bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte no dia 21 de dezembro de 2011.

 

2º VICE PRESIDENTE DA CNBB – Biografia

Dom Paulo Jackson – Foto: Comunicação 60ª AG CNBB

Dom Paulo Jackson nasceu em São José de Espinharas, na Paraíba, no dia 17 de abril de 1969. Estudou Filosofia no Instituto de Teologia do Recife (1987-1989) e Teologia no Seminário Imaculada Conceição, em João Pessoa (1990-1992). Foi ordenado presbítero no dia 17 de dezembro de 1993. É mestre em Exegese Bíblica pelo Instituto Bíblico de Roma (1997-2000) e doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (2007-2010).

No dia 20 de maio de 2015 foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo da diocese de Garanhuns, no Pernambuco. Sua ordenação episcopal ocorreu no dia 18 de julho de 2015, no Largo Dom Gerardo Andrade Ponte, ao lado da Catedral de Nossa Senhora da Guia, diocese de Patos (PB). A ordenação foi presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, e teve como bispos coordenantes dom Eraldo Bispo da Silva, bispo de Patos (PB), e dom Manoel dos Reis de Farias, bispo de Petrolina (PE).

 

SECRETARIO GERAL DA CNBB – Biografia

Dom Ricardo Hoepers – Foto: Comunicação 60ª AG CNBB

Dom Ricardo Hoepers. Nascido em 16 de dezembro de 1970, dom Ricardo ingressou no Seminário Arquidiocesano São José, em Curitiba, aos 15 anos. Foi ordenado presbítero em 1999, após ter cursado Filosofia na Universidade Federal do Paraná e Teologia no Studium Theologicum, da Faculdade Claretiana de Teologia, ambas na capital paranaense.

Em 2016, foi nomeado bispo de Rio Grande (RS) e recebeu a Ordenação Episcopal pelas mãos do arcebispo de Curitiba (PR), dom José Antonio Peruzzo, no dia 14 de maio daquele ano.

Fonte: Portal cnbb.org.br

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Artigos Movimentos Diocesanos

O Legionário e o Corpo Místico de Cristo

Na caminhada espiritual temos grandes alegrias que fazem o nosso coração inflamar de amor pela pertença a Jesus Cristo e por sermos instrumentos de suma importância no edifício espiritual que é a Igreja do Senhor. Dentre as grandes graças recebidas de Deus, temos um presente amável que é a companhia de Maria como Mãe do Corpo Místico de Cristo. Nas muitas devoções marianas encontramos oportunidades de nos unir a Nossa Senhora para que ela nos ensine, com sua adesão à Palavra e prontidão à missão, como sermos autênticos discípulos encorajados pela força do Espírito ao testemunho das maravilhas de Deus em nossa vida.

A Legião de Maria, como Associação universal de fiéis, é chamada a ser uma presença na Igreja e no mundo que manifeste o amor maternal de Deus pelos seus filhos queridos. Em nossas comunidades, frequentemente, ouvimos falar da existência de legionários, mesmo que de maneira tímida e quase despercebida. Nesta caminhada de pouco mais de cem anos de existência da Legião, são inúmeros os feitos realizados por homens e mulheres que, no olhar para Nossa Senhora, buscaram se entender como Igreja e como viver a missão batismal.

Cada legionário, como bom cristão, unido ao Corpo de Cristo tem a sua finalidade, a sua função especial; mas todos dependendo uns dos outros, como verdadeiros membros deste Corpo Vivo. “Maria desempenha um papel único e sem igual… ela preenche, entre os membros do Corpo Místico, um lugar à parte – o primeiro depois da Cabeça. Como diz S. Bernardo, Maria se assemelha ao pescoço, pois liga a cabeça aos membros do corpo” (cf. Manual da Legião, cap. 9, item 1).

Neste ano vocacional que estamos vivendo, somos chamados pelo Senhor a reavivar em nós esse ardor pela Missão, desejosos de fazer arder o coração para que os nossos pés não vacilem em meio ao apostolado, mas sempre a caminho, com uma fé firme e inabalável como a rocha, levemos o nome de Jesus ao mundo por intercessão e pelo exemplo de Maria, a grande discípula-missionária de Seu Filho Jesus.

 

Pe. Thiago Ramos dos Santos

Diretor Espiritual Diocesano – Legião de Maria

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Artigos Liturgia

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA E DA RECONCILIAÇÃO (Parte 3)

A necessidade da conversão e da penitência também após o batismo

São Paulo nos ensina:  «Vós fostes lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus» (1 Cor 6, 11). Por isso é preciso tomar consciência da grandeza do dom de Deus que nos foi concedido nos sacramentos da iniciação cristã, coisa que não admite mais o pecado. Porém, o apóstolo São João diz também: «Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós» (1 Jo 1, 8). O Senhor mesmo nos ensinou a rezar: «Perdoai-nos as nossas ofensas» (Lc 11, 4 ),

A conversão a Cristo, o novo nascimento do Batismo, o dom do Espírito Santo, o corpo e sangue de Cristo recebidos em alimento, tornaram-nos «santos e imaculados na sua presença» (Ef 1, 4), tal como a própria Igreja, esposa de Cristo, é «santa e imaculada na sua presença» (Ef 5, 27). No entanto, a vida nova recebida na iniciação cristã não suprimiu a fragilidade e a fraqueza da natureza humana, nem a inclinação para o pecado.

Jesus chama à conversão. Tal apelo é parte essencial do anúncio do Reino: «O tempo chegou ao seu termo, o Reino de Deus está próximo: convertei-vos e acreditai na boa-nova» (Mc 1, 15). Na pregação da Igreja, este apelo dirige-se, em primeiro lugar, àqueles que ainda não conhecem Cristo e o seu Evangelho. Por isso, o Batismo é o momento principal da primeira e fundamental conversão. É pela fé na boa-nova e pelo Batismo que se renuncia ao mal e se adquire a salvação, isto é, a remissão de todos os pecados e o dom da vida nova.

Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é, «ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação». Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» atraído e movido pela graça, para responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.

A conversão de Pedro, depois de três vezes ter negado o seu mestre, é um testemunho disso. O olhar infinitamente misericordioso de Jesus provoca-lhe lágrimas de arrependimento e, depois da ressurreição do Senhor, a tríplice afirmação do seu amor para com Ele. A segunda conversão tem, também, uma dimensão comunitária. Isto aparece no apelo dirigido pelo Senhor a uma Igreja inteira: «Arrepende-te!» (Ap 2, 5-16).

Santo Ambrósio diz, a respeito das duas conversões que, na Igreja, «existem a água e as lágrimas: a água do Baptismo e as lágrimas da Penitência»

O coração do humano é pesado e endurecido. É necessário que Deus dê ao homem um coração novo. A conversão é, antes de mais, obra da graça de Deus, a qual faz com que os nossos corações se voltem para Ele: «Convertei-nos, Senhor, e seremos convertidos» (Lm 5, 21). Deus é quem nos dá a coragem de começar de novo. É ao descobrir a grandeza do amor de Deus que o nosso coração é abalado pelo horror e pelo peso do pecado, e começa a ter receio de ofender a Deus pelo pecado e de estar separado d’Ele. O coração humano converte-se, ao olhar para Aquele a quem os nossos pecados trespassaram.

O mesmo Espírito Santo, que desmascara o pecado, é o Consolador que dá ao coração do homem a graça do arrependimento e da conversão.

 

(fonte: Catecismo da Igreja Católica nn. 1425 a 1433)

 

Pe. Antonio Bosco da Silva

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Artigos Bíblia

SALOMÃO

(+ ou – 970 – 931 a.C.; texto: 1Rs 3-11)

Salomão recebeu dois nomes: Salomão, dado por seu pai, Davi (2Sm 12, 24) e Jededias (“amado do Senhor” = ver 2Sm 12, 25. O nascimento de Salomão foi certeza do perdão de Deus a Davi pelo seu pecado de adultério com Betsabeia, mãe de Salomão. Salomão tem a mesma raiz da palavra “shalom”, que em hebraico, significa paz. Daí, então, Davi se sentiu em paz com Deus.

         Alguns conflitos da ascensão de Salomão ao trono (1RS 1 – 2):

– Não foi necessariamente escolhido por Deus para suceder Davi;

– Foi aprovado por Davi e apoiado pelo profeta Natã e por Betsabéia (mãe de Salomão), conf. 1Rs 1, 11s. 32 – 40;

– Foi aclamado pelo povo (1Rs 1, 39);

– Houve um contragolpe contra os adversários de Salomão (1Rs 1, 41 – 53);

– Uma justificativa religiosa (tradição): Salomão fez uma peregrinação (ver 1Rs 3, 4 -15; 1Cr 21, 29; 2Cr 1, 3 – 5) a um lugar alto, onde o Senhor lhe apareceu em sonho.

SALOMÃO, O REI SÁBIO:

-Narrativas enaltecem Salomão como um sábio (1Rs 5, 9 – 14);

– Habilidade ligada à POLÍTICA E AO COMÉRCIO;

– Livros a ele atribuídos (sapienciais): Provérbios (Pv 1, 1), Sb (9, 7 – 8.12); Ct (1, 1); Sl 72 e Sl 127; obs.: ao atribuir a autoria de Salomão a alguns livros sapienciais, ocorre uma “pseudonímia”, que é atribuir um escrito a alguém importante do PASSADO.

SALOMÃO, O REI CONSTRUTOR:

Sua maior obra foi o Templo de Jerusalém (1Rs 5, 15 – 32; 6, 1ss); no Templo, colocou a Arca da Aliança (1Rs 8, 1 – 13); exerceu funções sacerdotais: 1Rs 2, 14– 52. 54-66; desenvolveu e estimulou uma tradição cultual no santuário estatal de Jerusalém; o culto sofreu influências do Egito e de outros países e os sacerdotes se tornaram “funcionários do rei”. Os pequenos santuários continuaram mais fiéis à tradição religiosa do Êxodo e da Aliança, tanto em Judá como em Israel.

Além do Templo, ele construiu o Palácio nos seus mínimos detalhes (1Rs 7, 1 – 51), o Aterro Melo (1Rs 9, 15 – 24), o Muro de Jerusalém e fortificações (Meguido, Hason, etc).

Alguns detalhes: segundo 1Rs 5, 27: todo o Israel foi recrutado como mão-obra escrava; vemos em 1Rs 9, 20 – 22: os escravos eram não-israelitas, que viviam em Canaã; e houve escravidão dos ISRAELITAS que foi causa de uma rebelião (1Rs 12, 3 – 4. 14 – 16).

SALOMÃO, O REI COMERCIANTE (1Rs 9, 26 – 10, 29)

O comércio foi um meio de se criar diplomacia com outros países (1Rs 10, 28 – 29). Porém, para Salomão houve falta de habilidade política. Seus diversos casamentos eram formas de alianças com outros povos (1Rs 1, 11; 3, 1; 7, 8; 9, 16. 24; 11, 1).

Salomão procurou a manutenção da “boa vizinhança” de modo que há ausência de guerras (1Rs 2, 12 – 11,43) em seu reinado.

         O TERRITÓRIO DO REINO DE SALOMÃO:

Salomão não conservou e nem expandiu o Reino deixado por seu pai, Davi. Deu à filha do faraó do Egito a cidade de Gazer (1Rs 9, 16). Cedeu a Hiran, rei de Tiro (Fenícia), 20 cidades da Galileia (Israel, Norte), conf. 1Rs 9, 11- 14, em troca de materiais de construção e mão-de-obra. E ainda perdeu a parte oriental da Síria (Aram) e parte de Edom. Infelizmente Salomão não foi um bom general, apesar de um exército bem equipado (1Rs 10, 26 – 29).

SOMBRAS NO REINO DE SALOMÃO:

O número elevado de mulheres com quem se casou, que foi uma forma de aliança com outros países (1Rs 1, 11); suas mulheres promoveram desvios na FÉ (1Rs 11, 4 s; veja também a crítica em Dt 17, 16 – 20). Salomão cedeu cidades para pagar dívidas com o luxo, perdeu regiões e enfrentou rebeliões (1Rs 11, 14 – 22; 23 – 25; 26 – 40), perdeu a simpatia do povo pelos elevados impostos (1Rs 5, 1 – 8), organizou e subdividiu o Reino em 12 distritos para arrecadar tributos e sustentar a corte (1Rs 4, 7 – 19; 5, 2 – 5.7 – 8) e impôs pesados tributos e trabalhos obrigatórios, a corveia (1Rs 5, 27s; 2Cr 2, 16).

As consequências desses atos de Salomão foram: a divisão do Reino após a sua morte, a ruptura cultual e religiosa e a restauração do culto em Betel por Jeroboão (1Rs 12, 26 – 33).

        

O ALTO PREÇO DA PROSPERIDADE:

A paz com países vizinhos  e as obras faraônicas (templo/palácios) trouxeram um alto custo ao povo israelita. Às custas do povo, Israel se tornou uma potência internacional, atraindo até a visita da rainha de Sabá (1Rs 10); houve um grande desenvolvimento do comércio internacional.

Ao lado de tudo isso, houve também entrada dos cultos IDOLÁTRICOS (1Rs 11, 17) e a adoção de cultos/deuses estrangeiros para a exploração econômica do sagrado (religião).

A opressão era cada vez maior sobre o povo ao lado da prosperidade, o que correspondia uma volta à experiência do Egito (Êxodo) e confirma-se 1Sm 8.

Aías, profeta de Silo manifesta a indignação profética a favor do povo (1Rs 11, 26 – 12 ,19), colocando-se contra os desmandos do rei Salomão.

Pe. Éder Aparecido Monteiro

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Artigos Falando da Vida

ATENÇÃO ÀS ESCOLAS

O ser humano é a única criatura que deve ser educada, por isso, a escola é foco de onde irradia a luz que clareia a sociedade. Com educação apropriada nos tornamos pessoas completas e realizadas, sem educação nos tornamos animais ferozes. Por isso, afirmava alguém: “o verdadeiro órfão é o que não recebeu educação, nem da família nem da escola”.

Falemos de nossas escolas. O que está acontecendo? Pelo Brasil afora existe uma onda de ataques às escolas. Muitas mortes e vários feridos estão assombrando o todo da sociedade. Ameaças, violências, tragédias, insegurança, rondam nossas escolas que deveriam ser lugares “sagrados”, onde se aprende a crescer no conhecimento e no amadurecimento para a vida.

A Educação em nosso pais sofre ha décadas de descaso, projetos inconclusos, mudanças frequentes de objetivos, planos e ministros da educação. Muito recurso é destinado à Educação, os resultados são decepcionantes. Entre a corrupção e a incompetência instalou-se agora o medo. Medo de que os brasileiros aprendam a pensar melhor, medo de libertar da ignorância milhares de pessoas, medo de uma nação onde a auto estima, a segurança que o saber confere às pessoas, possa ser patrimônio de todos.

A sociedade brasileira está gravemente doente, pais ausentes e filhos carentes, brinquedos que promovem violência, o cruel armamento da população e muito fortemente a falta de um vínculo religioso sério. Estamos mergulhados numa dura ditadura das minorias (a sociedade dividida em grupos afins e fechados). A valorização do subjetivo das diferentes pessoas, fruto de um egoísmo intenso, está transformando cada um em seu próprio ponto referencial. O perigo está presente: isolamento social, falta de perspectivas, pobreza degradante, sobretudo nas grandes cidades…

Isto conduz a sociedade humana ao mundo da fantasia (vazio existencial). É a “sociedade do vazio e da decepção”, da qual fala o filósofo Giles Lipovetsky. Ele indica o consumismo frustrante e o esvaziamento das instituições (da família e da religião), como causas da espiral de frustração em uma sociedade da (in)comunicação e a (in)diferença.

Entendo que os três pilares sustentadores da saudável convivência social (família, escola e fé) estão relegados a um plano muito vulgar, desconectadas entre si e desligadas da realidade. A disciplina é mal vista e substituída pelo sistema de escolha e persuasão, assim a insegurança é geral.

Invistamos nas famílias(santuário da vida); nas escolas que devem oferecer os valores universais e na formação religiosa das crianças. Para a nossa Igreja Católica a necessidade reside em dois pontos vitais: pastoral familiar e catequese em todos os níveis, e vão de mãos dadas. A Educação é um direito de todos e a Igreja exorta os seus filhos a colaborarem generosamente no campo da Educação. Sobretudo ajudando que ela possa beneficiar a todos em uma perspectiva inclusiva.

Afirmava Licurgo, sábio da antiguidade grega: “O primeiro objetivo do legislador deve ser a educação” e outro sábio desta mesma cultura afirmava: “Educai as crianças e não será preciso punir os adultos”(Pitágoras). Portanto: quanto mais escolas tivermos, menos cadeias precisaremos. Pasmem: ainda é custoso aceitar que fica mais barato construir e sustentar escolas do que cadeias.

Acordemos enquanto é tempo!

Dom Pedro Cipollini
Bispo de Santo André (SP)

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Ataque às escolas no Brasil

A tecnologia une iguais, para o bem ou para o mal

É difícil colocar-se no lugar da professora de 71 anos, morta por um adolescente numa escola de São Paulo. É difícil também imaginar-se no lugar dos pais que perderam seus filhos na creche de Blumenau em Santa Catarina. Mas é fácil reduzir esses acontecimentos a simples falhas de segurança nas escolas. Fala-se em aumentar o número de policiais, instalar câmeras de vídeo e revistar alunos. Essas medidas são válidas, mas levam em conta apenas um lado da questão, pois a verdadeira causa do problema é complexa e tem a ver com a saúde mental das pessoas.

De acordo com as estatísticas, somente entre 2022 e 2023, o número de ataques em escolas no Brasil já supera o total registrado nos 20 anos anteriores. Qualquer projeto que tente estudar esse fenômeno, tem que considerar as influências que as redes sociais exercem no desenvolvimento da personalidade de um jovem ainda em formação. A verdade é que, para o bem ou para o mal, o acesso fácil à internet promove alterações na maneira de pensar e de agir das pessoas que fazem uso constante desse recurso. Os adolescentes e as crianças, pela sua vulnerabilidade, são os principais afetados.

A Internet facilitou a vida das pessoas, mas se tornou uma espécie de caldeirão no qual se misturam os mais variados personagens, por meio de afinidades e interesses. É nesse ambiente virtual que o ódio se articula e ganha corpo, manifestando-se em ações violentas contra pessoas ou instituições. Esse potencial destrutivo sempre existiu na história da humanidade, pois pertence ao inconsciente coletivo, mas faltava algo que fosse capaz de ativá-lo e ampliá-lo, fazendo-o saltar da imaginação para a realidade. Agora não falta mais, pois a internet preencheu essa lacuna. Infelizmente as interações sociais e afetivas estão sendo substituídas pelo ambiente virtual. As crianças, muito cedo, aprendem a navegar e tornam-se dependentes.

A discussão em torno da regulação das redes, encontra grande barreira representada pelo interesse de poderosos grupos econômicos que lucram alto com as atuais regras que regem a publicação de conteúdo. Resta uma saída chamada conscientização e ela tem que começar na família. Uma criança com menos de 12 anos não deve ter perfil na internet, Smartphones não são brinquedos e deveriam vir com um alerta: “Desaconselhável para crianças. ”

Antes de permitir que uma criança navegue na rede, saiba que ela vai entrar num mundo onde céu e inferno estão muito próximos; e a porta que divide um do outro é de apenas um click, portanto, Cuidado!

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos Voz do Pastor

“Não fostes vós que me escolhestes…”

Estamos vivendo o III Ano Vocacional do Brasil.

Geralmente quando se fala em vocação remete-se, quase que instantaneamente, às vocações aos ministérios ordenados e à vida consagrada. Não se pensa   que estamos na Igreja por vocação. Ainda que tenha sido opção nossa fazermos parte da Igreja, houve alguém que nos chamou primeiro. “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que vosso fruto permaneça…” (Jo 15,16).

A Escritura nos narra tantos chamados de Deus. Os vocacionados, desde Abraão, são chamados nas realidades concretas de sua vida. Abraão vivia angustiado por não ter filhos e uma esposa estéril. Moisés, foragido do Egito, estava curioso ao descobrir o porquê do arbusto queimar-se sem se consumir. Samuel, na sua infância, discerne o chamado de Deus, ajudado por Eli. Davi é ungido rei, enquanto pastoreava as ovelhas. Todas as mulheres e homens de Deus no Antigo Testamento possuem um momento concreto do chamado de Deus em suas vidas.

No Novo Testamento Jesus chama seus discípulos indicados por João Batista, na pesca, na banca da cobrança de impostos, convidando a descer da árvore àquele que queria vê-lo. De modo maravilhoso, durante uma perseguição quase que odiosa, o Apóstolo Paulo é chamado.

A iniciativa do chamado é sempre de Deus e Ele o faz nas mais variadas situações concretas da vida. Ele nos amou e nos chamou por primeiro.

Um dos objetivos do III Ano Vocacional do Brasil é promover a cultura vocacional. Neste sentido é fundamental que façamos memória na nossa existência quando e como o Senhor nos chamou. Alguém pode objetar que está na Igreja como que naturalmente, pois é uma “tradição” familiar. Até mesmo nossa família é um acontecimento concreto no qual Deus se manifesta. No entanto, ainda que por mais “natural” possam parecer as coisas, estamos na Igreja por uma opção consciente. Portanto, precisamos identificar na nossa existência, com fatos concretos e existenciais, quando a voz de Cristo atingiu o nosso coração. Isso é ter consciência vocacional. Não se pode promover uma cultura vocacional sem esta consciência.

“…Vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes frutos…” não podemos identificar o porquê da escolha do Senhor sobre nós. Não somos melhores dos que não foram escolhidos para estarem imediatamente na comunidade cristã. No evangelho de Mc 3 está dito que Jesus escolheu os que Ele quis. Não sabemos os critérios da escolha dos apóstolos e nem os critérios de Deus para nossa escolha. No entanto, o “para que” fomos escolhidos está dito na citação de João e em outros lugares. O Senhor nos escolheu para a missão. O nosso chamado é graça e missão, como todos os chamados bíblicos.

Para a promoção da cultura vocacional na Igreja precisamos ter consciência da concretude do nosso chamado e com qual finalidade o Senhor nos chamou. O nosso coração irá arder quando identificarmos o chamado de Deus. Quando percebermos que não fizemos nada para receber a graça da vocação – que é graça mesmo -uma gratidão brotará do nosso coração ardente. Um coração ardente não pode estar desprovido da missão. Vocação é graça e missão.

 

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano

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Artigos Enfoque Pastoral

A Vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus!

Tradicionalmente, maio é dedicado à Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. O Papa Paulo VI, na Marialis Cultus, recomenda que o mês de maio seja mariano e procure sempre ver Maria em relação à história da salvação, ou seja, relacionada com o Mistério Pascal de Cristo e com o nascimento da Igreja. O Tempo Pascal que vivemos, centralizado no encontro com o Ressuscitado e na espera do Dom do Espírito Santo em Pentecostes, serve-nos bem para pôr em prática e desenvolver o que está presente no livro dos Atos dos Apóstolos: “Todos eles perseveravam na oração” (At 1,14).

A ideia de um mês dedicado especificamente a Maria remonta aos tempos barrocos no século XVII. Apesar de nem sempre ter sido celebrado em maio, o mês de Maria incluía trinta exercícios espirituais diários em homenagem à Mãe de Deus. E hoje intensificam-se as orações marianas, sobretudo a reza do Santo Rosário. São Padre Pio de Pietrelcina dizia que “o Santo Rosário é a arma daqueles que querem vencer todas as batalhas” e exortava: “Invoquemos sempre o auxílio de Nossa Senhora”. As formas nas quais Maria é honrada em maio são tão variadas como as pessoas que a honram. Em nossa Diocese já existem grupos de terço que se reúnem todos os meses e se multiplicam neste mês de maio para horar a Virgem Maria.

No mês dedicado a Maria, também celebramos no segundo domingo o dia das mães. É interessante que assim o seja, porque Maria, celebrada neste mês é o modelo por excelência para cada uma de nossas mães. Que Nossa Senhora possa interceder por cada uma dessas mulheres que assumem sua vocação e missão maternal com amor. O Papa Francisco nos revela: um “segredo”: “sozinho ou em companhia, o importante é rezar com simplicidade”. E que através do Santo rosário possamos contemplar juntos a face de Cristo com o coração de Maria, nossa Mãe, nos tornará ainda mais unidos como família espiritual e nos ajudará a superar todas as provações”.

Alegremo-nos com a presença de Nossa Senhora em nossa Diocese, que cuida do seu povo e continua a interceder por nós, junto ao seu Filho. Que as alegrias do Cristo Ressuscitado, ilumine e fortaleça a todos nós. Coragem!

 

Pe. Marcelo Dias SoaresCoordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Vida Consagrada

Irmãs Paroquiais de São Francisco

Todo batizado por natureza é um vocacionado, vocacionado a Vida, vocacionado a ser Cristão. Dentre esses há aqueles que ouvindo mais de perto esse chamado, dão um Sim mais radical, respondendo sim à vocação Religiosa Consagrada.

Respondendo a uma realidade desafiadora surgiu nossa Congregação das Irmãs Paroquiais de São Francisco. Fundada em 08 de dezembro de 1953, na Cidade de Nilópolis – Diocese de Barra do Piraí – Rio de Janeiro.  O Fundador foi o Frei Ático Francisco Eyng da Ordem dos Frades Menores, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Teve como primeiras Irmãs as jovens Irmã Maria das Glória Monteiro e Irmã Rute Maria de Oliveira (Cofundadoras). Estamos presentes em Guarulhos desde 1981. O desejo inicial do Frei era formar uma Família para os Sacerdotes, bem como ter Irmãs que os auxiliassem na Evangelização e atividades da casa Paroquial. Aos poucos a Congregação vai se definindo e clareando sua função. Vivemos a Espiritualidade Franciscana.

Nosso Carisma: O Espírito Eucarístico Missionário: A Irmã é chamada a ser presença Eucarística onde vive e atua, exalando o odor de Cristo, portanto “A Eucaristia é fonte inspiradora que alimenta, dinamiza e fecunda nossa intimidade com Deus, nossa Vida Fraterna e nosso trabalho.” Chamadas a Ser: afirmação profética; sinal de vida na Igreja; Sinal luminoso de libertação, Presença desafiadora pela vivência dos Conselhos Evangélicos. Modo de Viver: Vida Fraterna em Comunidade; Vida de Oração individual e Comunitária; no seguimento das bem-aventuranças; Consciência missionária e no compromisso com os pobres. Onde: Em Paróquias com ou sem Padre; Comunidades de base; Formação de Lideranças; Acompanhamentos Pastorais, Secretarias Paroquiais; Saúde Alternativa, e onde a Vida é ameaçada.

Vida de Pobreza, de Obediência e de Castidade, mostra que é possível ser feliz fazendo o outro feliz, que somos livres para amar e ser amadas, e principalmente que ninguém é feliz quando não tem um por que gastar a vida.

Ação Missionária das Irmãs na Capela N. Sra de Fátima – Bonsucesso

 

 

 

 

 

 

 

Irmã Iria Guarda LaraIPSF- Ir. Paroquiais de são Francisco