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“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

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Destaques Diocese PASCOM

2º Muticom da São José reúne mais de 60 comunicadores

Após uma tarde agradável no dia 14 de setembro, com muita partilha de experiências, conhecimento e fé, os mais de 60 participantes do 2º Muticom (Mutirão de Comunicação) da Paróquia São José saíram animados. O evento, com o tema “Comunicadores no Jubileu da Esperança”, teve avaliação positiva do público.

Além dos fiéis da Paróquia São José e da Capela Santa Rosa de Lima, o Muticom recebeu representantes de cerca de 20 paróquias.

O mutirão começou com um momento de espiritualidade, com bênção do diácono Aílton Correia. Na sequência, o coordenador da Pascom São José, o jornalista Wellington Alves, deu as boas-vindas aos participantes, explicou a proposta do Muticom de ser um festival para os comunicadores e apresentou as redes sociais da paróquia (FacebookInstagram Youtube), além do site.

O seminarista Antônio Henrique, que é assessor da Pascom São José e também jornalista, fez uma palestra sobre o tema do evento, com destaque para a esperança pela comunicação, em mensagens dos papas Leão XIV, Francisco e Bento XVI.

“O comunicador precisa ser cristão e dar testemunho ao mundo no dia a dia. É preciso levar coragem aos que precisam de esperança. Levar a verdade é denunciar os eros de quem erra, as mentiras de quem mente, mas com caridade. A cruz traz esperança porque não deu a última palavra. É uma passagem”, disse.

Os participantes foram encaminhados para as oficinas de Comunicação na Liturgia, com o diácono Aílton, de Marketing Digital, com a influenciadora Fernanda Fernandes, e de Foto Sacra, com o fotógrafo Adalberto Matos. As oficinas aconteceram por mais de duas horas, com um breve intervalo de 10 minutos.

Após o evento, os participantes agradeceram a Pascom São José pela organização do Muticom. Alguns disseram ter interesse em ingressa na pastoral. O vice-coordenador da Pascom Guarulhos, William Santos, compareceu ao mutirão, falou com os comunicadores e se colocou à disposição para ajudar no desenvolvimento da Pascom nas paróquias.

Confira alguns registros da formação:

2º Muticom da São José
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Destaques Diocese PASCOM Pastorais

Reunião da Pastoral da Comunicação marca envio de agentes para o 14º Muticom

No sábado, 13 de setembro, a Diocese realizou a primeira reunião da Pastoral da Comunicação (Pascom) no novo Espaço Pastoral Papa Francisco, localizado no Centro Diocesano de Pastoral. A partir de agora, o local passará a sediar os próximos encontros da Pascom diocesana.

O encontro foi presidido pelo assessor diocesano, Pe. Marcos Vinícius, e contou com a participação das equipes paroquiais de comunicação. Durante a reunião, os agentes também puderam conhecer o novo estúdio de comunicação da Diocese, que servirá de apoio à produção de conteúdos pastorais e evangelização nos meios digitais.

A tarde foi marcada ainda pela bênção de envio dos 10 agentes da Pascom que representarão a Diocese no 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), que acontecerá de 25 a 28 de setembro, em Manaus (AM). O evento nacional terá como tema “Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa”, propondo reflexões sobre o papel da comunicação na promoção de uma sociedade mais justa e sustentável.

Com este primeiro encontro no novo espaço, a Diocese reafirma o compromisso de fortalecer a unidade da Pascom e valorizar a comunicação como instrumento fundamental de evangelização.

Confira alguns registros da reunião:

Reunião Pascom - 13/09/2025
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Cáritas Destaques Diocese

Nota Fiscal – Doações Cáritas

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Destaques Diocese Paróquias Pastorais

Formação do Apostolado da Oração com o Padre Eliomar Ribeiro

No dia 11 de setembro, a Paróquia Santo Alberto Magno e Nossa Senhora das Graças recebeu o Padre Eliomar Ribeiro, SJ (Diretor Nacional do Apostolado da Oração) para Formação e logo em sequência a Santa Missa, esse momento ocorreu em preparação para a ordenação do Pe. Lucas que será ordenado nesta mesma Paróquia no próximo Sábado às 9h30.

Agradecemos ao Padre Eliomar pela disponibilidade, que Deus abençoe sempre sua vida.

Confira alguns registros da formação e celebração:

Formação do Apostolado da Oração com o Padre Eliomar Ribeiro
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Artigos Vocação e Seminário

Sem a Palavra de Deus não se tem vocação!

A Palavra de Deus é uma fonte essencial para compreendermos o chamado vocacional que o Senhor tem para cada pessoa. Lembra-nos o Concílio Vaticano II que “as Sagradas Escrituras contêm a Palavra de Deus, e, porque inspiradas, são verdadeiramente Palavra de Deus” e, por consequência, “com esta revelação, de fato, Deus invisível, no seu imenso amor fala aos homens como a amigos e convive com eles para os convidar e admitir à comunhão com Ele” (Dei verbum, 24).

Assim, todo cristão, todo vocacionado, deve possuir uma intimidade com a Palavra de Deus, pois é nela que o próprio Senhor fala a cada coração humano. Em outras palavras, A Palavra deve possuir um lugar de experiência e encontro com Deus na própria vida e na comunidade, na sua vocação geradora de comunhão, missão e participação.

Como uma dimensão pastoral, a promoção vocacional deve ser conduzida pela Animação Bíblica – como se aprofundou na Semana Diocesana de Formação. E “a palavra de Deus deve iluminar os crentes na avaliação da vida como resposta ao chamamento de Deus e leva-os a acolher na fé o dom da vocação pessoal” (Pastores dabo vobis, 39), pois “quando escutamos a sua Palavra, o nosso coração arde (cf. Lc 24, 32) e sentimos o desejo de consagrar a vida a Deus! Desejamos, por isso, descobrir de que modo, em que forma de vida é possível retribuir o amor que Ele primeiro nos dá”, como nos lembra o Papa Francisco na Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações de 2025.

De fato, na Palavra de Deus se reconhece o amor de Deus e seu projeto de salvação para cada pessoa em cada página da história. Ainda, nas Sagradas Escrituras, confirmamos o chamado de Deus para a santidade, para a vida de intimidade com o Senhor.

Por isso que “a familiaridade com a Palavra de Deus facilita o itinerário de conversão não apenas no sentido de se separar do mal para aderir ao bem, mas também no sentido de se alimentar no coração os pensamentos de Deus, de modo que a fé, qual resposta à Palavra, se torne o novo critério de juízo e avaliação dos homens e das coisas, dos acontecimentos e dos problemas. (Pastores dabo vobis, 47). Por isso que a Palavra de Deus é essencial para o discernimento vocacional e no caminho da vivência da vocação.

Se queremos viver bem o chamado que Deus faz para cada um de nós é necessário, portanto, orar e meditar com a Palavra – seja pelo silencio, pela escuta ou pelo exercício da Lectio Divina, por exemplo. Sejamos nós os próximos a escrever a experiência de nossa vida vocacional nas páginas da história da salvação que Deus sonha a cada pessoa.

 

Padre Edson Vitor

Coord. Serviço de Animação Vocacional

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Artigos Falando da Vida

Aprendendo a Perder

Por que os fracassos fazem parte da vida?

Existe um conceito, amplamente difundido de que, para alcançar qualquer objetivo na vida, basta querer. Com base nessa ideia, escritores se tornaram famosos escrevendo livros sobre como enriquecer, ser feliz, etc. O conceito de que o sucesso está ao alcance de todos, desde que desejemos de verdade, cria uma percepção simplista e muitas vezes ilusória da realização pessoal. Para se obter êxito em qualquer objetivo na vida, é preciso levar em conta, as dificuldades, fatores externos, tempo necessário e principalmente, estar preparado para lidar com um possível fracasso.

Eis aqui uma questão muito importante que é também um componente da saúde mental. Desde pequenos somos ensinados a valorizar a vitória e evitar a derrota. Na educação infantil, por exemplo, é comum ver adultos fingindo perder um jogo para provocar na criança a sensação de poder (elas adoram isso). Claro que a intenção de fortalecer um ego, ainda em processo de desenvolvimento, até que é boa, mas a vida não é um jogo feito exclusivamente de vitórias; quem vai facilitar o jogo no futuro? Os fracassos também existem, mas é difícil aceitá-los numa sociedade que só valoriza os mais fortes, mais inteligentes, mais jovens, mais atraentes, etc.

A felicidade, o sucesso são aspirações humanas, é natural que todos queiram alcançá-los, mas a ideia de que o ser humano nasce para ser feliz, brilhar, voar é pura ilusão; a longo prazo, produz mais frustração e desencantamento do que resultados positivos. Essa narrativa é um produto da sociedade moderna, que nos pressiona a estar sempre no auge, a exibir uma vida perfeita nas redes sociais e a buscar uma utopia que simplesmente não existe. Não é à toa que cada vez mais, pessoas estão buscando nos remédios e nas drogas, a solução física para problemas metafísicos e quem ganha com isso são as indústrias farmacêuticas.

Por outro lado, a constante busca por essa felicidade inatingível, nos cega para as alegrias mais simples e mais singelas tornando-nos reféns de nós mesmos. Que tal se alegrar com o sorriso puro de uma criança, se maravilhar com a flor que floresce no jardim e ter gratidão por ter vivido apenas mais um dia? É preciso romper com a ideia utópica e abraçar uma visão mais humana e imperfeita da existência, onde o valor reside na autenticidade e não na perfeição. Uma visão cuja meta não seja esquecer o passado, nem sonhar com o futuro, mas sim, viver simplesmente o presente.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Artigos CNBB

Presidente da CNBB publica artigo “Pátria Amada!”

O arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), Dom Jaime Cardeal Spengler publica, abaixo, o artigo “Pátria Amada!” no qual recorda os valores e fundamentos que sustentam a independência do Brasil como nação. Veja a íntegra.

Pátria Amada!

A Semana da Pátria celebra a independência do Brasil da Casa Imperial de Portugal. A Proclamação da Independência significou autonomia política, soberania nacional, ou seja, liberdade com relação à coroa portuguesa. O Hino da Independência e o Hino Nacional, cantam este fato em prosa e verso: “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil… E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria…”

Passados 203 anos daquele evento histórico, a Constituição de 1988 consagrou a noção de Estado de Direito, ancorada no princípio supremo da democracia. Ora, a democracia é um ordenamento. O seu caráter ‘moral’ depende da conformidade com a lei moral, à qual deve se submeter como qualquer outro comportamento humano.

Uma autêntica democracia não é somente o resultado de um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos: a dignidade da pessoa humana desde sua concepção até o seu ocaso natural, o respeito dos direitos do homem, do fato de assumir o “bem comum” como fim e critério regulador da vida política.

Quando o relativismo ético se difunde, a democracia corre riscos! “Uma autêntica democracia só é possível num Estado de direito e sobre a base de uma reta concepção da pessoa humana. Aquela que exige que se verifiquem as condições necessárias à promoção quer dos indivíduos através da educação e da formação nos verdadeiros ideais, quer da ‘subjetividade’ da sociedade, mediante a criação de estruturas de participação e corresponsabilidade” (S. João Paulo II).

Quem, nos diversos âmbitos da República, se dedica à atividade política tem por missão fundamental empenhar-se na busca e na realização de tudo aquilo que possa favorecer ao bom andamento da convivência civil no seu conjunto; têm a função de síntese e de mediação em vista do bem comum, que constitui uma das finalidades essenciais e irrenunciáveis da autoridade política.

Celebrar, pois a Semana da Pátria é oportunidade para re-cordar o que a todos une, ancorados em valores éticos-morais fundamentais.

Dom Jaime Cardeal Spengler
Presidente da CNBB

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Artigos Bíblia

Mês da Bíblia 2025: Carta aos Romanos

O Mês da Bíblia é destinado a quem quer alimentar sua fé em Jesus Cristo e vivenciá-la comunitariamente, em comunhão com toda a Igreja no Brasil. Em 2025, o Mês da Bíblia será focado na Carta aos Romanos com o inspirador lema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Esse lema, escolhido em uníssono com o Grupo de Reflexão Bíblico Catequética (GREBICAT), ganhou ainda mais significado com a escolha do Papa Francisco para o Jubileu da Encarnação de 2025, demonstrando uma maravilhosa convergência espiritual.

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5)

Setembro é o mês dedicado, pela Igreja no Brasil, ao aprofundamento da Palavra de Deus. Em 2025, o Mês da Bíblia tem como texto inspirador a Carta aos Romanos, uma das obras mais influentes de São Paulo e um marco da teologia cristã primitiva. O lema escolhido, “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), convida nossas comunidades educativas a redescobrir que a vida encontra sentido no amor de Deus, revelado em Cristo e derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.

Tradicionalmente atribuída a São Paulo, a carta é datada entre os anos 55 e 58 d.C., provavelmente escrita em Corinto, embora alguns estudiosos levantem a hipótese de que tenha sido redigida por um discípulo ou membro da comunidade de Roma, devido à sua densidade e estilo teológico. Diferente de outras cartas, Paulo escreve para uma comunidade que não havia fundado, formada por gentios, judeus, prosélitos e tementes a Deus. Esse grupo vivia tensões internas após a volta dos judeus expulsos de Roma pelo Edito de Cláudio (49 d.C.), o que gerava dificuldades de convivência e de unidade no seguimento de Jesus.

A carta possui também objetivos práticos: Paulo planejava levar uma coleta a Jerusalém, buscava ser acolhido pelos romanos e receber apoio para sua futura missão na Espanha. No entanto, mais do que
uma carta de apresentação, trata-se de uma profunda reflexão teológica. Nela, Paulo reafirma que a justificação não vem das obras da Lei, mas da fé em Jesus Cristo, dom gratuito que alcança todos os povos. Destaca ainda o papel de Israel no plano salvífico de Deus, mantendo viva a esperança de sua plena adesão a Cristo, e apresenta as consequências éticas da fé: uma vida marcada pela caridade, pela fraternidade e pela superação de divisões.

O coração da mensagem é a certeza de que “a esperança não decepciona”, porque se enraíza no amor de Deus que nada pode separar do ser humano (cf. Rm 8,39). Esse amor foi revelado em Cristo e é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. A Carta aos Romanos, portanto, não é apenas um tratado teológico, mas uma convocação a viver a fé como comunhão, reconciliação e testemunho de esperança em meio às tensões e desafios da vida comunitária.

3 grandes temas pastorais para o mês da Bíblia 2025

Esperança

A Carta aos Romanos nos apresenta a esperança como alicerce da vida cristã: “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm 5,5). Reconhecendo que a vida está marcada por desafios, sofrimentos e limites, Paulo lembra que a esperança cristã não é ingênua nem frágil: ela se ancora na paz com Deus e na certeza de que nada pode nos separar do Seu amor (Rm 8,39).

Essa esperança transforma a vida pessoal e comunitária, sustentando educadores e estudantes a caminhar firmes como peregrinos, confiantes de que a vida tem sentido porque está enraizada no dom de Cristo.

Reconciliação

Em Cristo, Deus nos oferece a reconciliação: somos justificados pela fé e restaurados na amizade com Ele (Rm 5,1-11). A reconciliação não é apenas uma experiência interior, mas um chamado a refazer laços rompidos, a vencer divisões e a superar preconceitos. Paulo lembra à comunidade de Roma que Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2,11), convidando judeus e gentios a se acolherem mutuamente.

Liberdade

Um dos pontos mais fortes da Carta é o anúncio da verdadeira liberdade: em Cristo, somos libertos do pecado, da lei e da morte para viver na novidade do Espírito (Rm 6–8). O batismo é a grande porta dessa experiência: morrer para o pecado e viver para Deus em Cristo (Rm 6,4). Essa liberdade não se confunde com autonomia individualista, mas se realiza no serviço e no amor ao próximo (Rm 13,8-10).

3 DIMENSÕES PARA O USO DA BÍBLIA

1. Oração: a Palavra que gera encontro

A primeira dimensão da animação bíblica é a oração, pois a Sagrada Escritura não é apenas um texto a ser estudado, mas lugar de encontro com Jesus Cristo, Palavra viva do Pai. O contato orante com a Escritura transforma a leitura em diálogo, onde se fala com Deus antes de falar de Deus. Isso gera silêncio interior, escuta atenta e disponibilidade para deixar-se conduzir pelo Espírito.

2. Formação: a Palavra que ilumina a mente e a vida

A segunda dimensão é a formação, porque a Palavra de Deus precisa ser compreendida com maturidade e responsabilidade. A Bíblia é Palavra viva, mas escrita em contextos históricos, sociais e culturais diferentes; exige, portanto, interpretação adequada, em diálogo com a teologia, as ciências e a realidade atual. A formação bíblica liberta do fundamentalismo, abre horizontes para o pensamento crítico e oferece critérios evangélicos para discernir a vida.

3. Anúncio: a Palavra que envia em missão

Por fim, a animação bíblica encontra seu dinamismo pleno no anúncio. A Palavra, quando rezada e assimilada, impele ao testemunho e à evangelização inculturada. O discípulo missionário não guarda para si o encontro com Cristo: anuncia-o em gestos e palavras, contextualizando a Boa-nova na cultura, na linguagem e nas necessidades do tempo presente. Para a escola católica, essa dimensão se concretiza no compromisso educativo que ultrapassa as fronteiras da sala de aula, formando sujeitos capazes de viver e anunciar a esperança cristã no mundo, com sensibilidade pastoral e abertura à diversidade.

Fonte:

Associação Nacional de Educação Católica do Brasil – ANEC

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Artigos Enfoque Pastoral

O mês da Bíblia e a força da Palavra de Deus

“Minha palavra não voltará para mim vazia; ela fará o que eu desejo e cumprirá o propósito para o qual a enviei.” (Isaías 55, 11)

Amados diocesanos, neste mês dedicado à Bíblia, somos convidados a agradecer ao Senhor por sua Palavra, que é como a chuva que desce do céu, rega a terra e a faz produzir. Ela germina em nós a conversão e nos faz dar frutos de salvação.

Setembro se tornou o Mês da Bíblia no Brasil por uma bela tradição, em homenagem a São Jerônimo, cuja festa é celebrada no dia 30 de setembro. No século V, a pedido do Papa Dâmaso, ele traduziu a Bíblia para o latim, em um trabalho que marcou a história da Igreja. A iniciativa de dedicar um mês à Bíblia surgiu em 1971, em Belo Horizonte, durante a preparação de uma semana bíblica. A ideia, ecumênica, se espalhou pelo país a partir de 1974, com o apoio do Serviço de Animação Bíblica (SAB), consolidando-se como uma tradição em nível nacional.

Celebrar o Mês da Bíblia é um convite da Igreja para que aprofundemos nosso conhecimento da Palavra de Deus, para que a amemos e, acima de tudo, para que a leiamos, meditemos e rezemos diariamente. O contato constante com as Sagradas Escrituras é essencial para que, como discípulos missionários, nos firmemos em Cristo e possamos testemunhá-lo em um mundo tão sedento de Sua presença. O Documento de Aparecida nos lembra: “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo, é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (DAp 247).

Em nossa Diocese, temos várias iniciativas que incentivam os fiéis a fazer uso das Escrituras. Entre elas, destacam-se: ESCOLA DA PALAVRA: Presente em diversas paróquias e organizada por foranias; ESCOLA DE MINISTÉRIO: Um espaço de formação que introduz os leigos no pensamento teológico, bíblico e doutrinal; LEITURA ORANTE DA BÍBLIA: Um material impresso e distribuído semestralmente para as paróquias.

A Igreja nos ensina a Lectio Divina, a leitura orante, uma prática diária para que a Palavra do Senhor penetre em nosso coração e nos transforme. A leitura orante da Bíblia nos permite meditar, refletir e rezar ao mesmo tempo. Convido cada um de vocês a praticar essa experiência. A Lectio Divina segue quatro passos: 1º) Leitura: Esforce-se para entender o texto. O que o texto está dizendo? 2º) Meditação: Pergunte-se: “O que Deus, por meio deste texto, está me dizendo hoje?” 3º) Oração: Expresse a Deus o que o texto o inspira a dizer a Ele. 4º) Contemplação: É o momento de enxergar, saborear e agir. A contemplação nos ajuda a ver o mundo com novos olhos.

Roguemos à Virgem Maria que sejamos dóceis à Palavra de Deus, para que Cristo Jesus, a Palavra Eterna do Pai, habite em nós e gere conversão e vida eterna.

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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Artigos Voz do Pastor

Dois Jovens Santos neste Ano Jubilar: Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati

O Ano Jubilar que estamos vivendo está repleto de imagens e acontecimentos que somos chamados a contemplar e ver a ação de Deus. Entre o final de julho e começo de agosto pudemos assistir o Jubileu dos jovens em Roma. Aquela imagem da multidão de jovens em Tor Vergata, seguramente, faz-nos acreditar que, sim, podemos ser peregrinos de esperança.

Temos um outro acontecimento ligado à juventude que é a canonização do Beato Carlo Acutis, que deveria ter acontecido no dia 27 de abril, mas em virtude da morte do Papa Francisco, foi, posteriormente, transferida para o dia 07 de setembro.

Carlo Acutis (1991-2006), jovem adolescente, que viveu entre o final do século XX e início do século XXI, é um santo que inspira a nossa juventude tão “antenada” com as novas tecnologias. Afinal, ele não foi somente um jovem gamer, mas serviu-se de seu conhecimento técnico de informática para favorecer a obra da evangelização em sua paróquia, na Igreja e na sociedade.

No entanto, a sua santidade não vem dos seus conhecimentos tecnológicos e do trabalho que realizou. A santidade é dom de Deus. Dom que Carlo soube acolher com o impulso do Espírito Santo. Ele, de família católica tradicional, mas nem tanto “praticante”, acolheu o chamado de Deus e na infância, adolescência e início da sua juventude, esforçou-se por ser fiel a Deus e à Igreja. Este seu esforço e fidelidade foram elementos para uma caminhada de conversão para toda sua família.  Sua vida desde a infância foi permeada de catequese, oração e adoração, e profundo sentido da força da Eucaristia, celebrada e acolhida como caminho para o céu.

Que os nossos jovens possam olhar para São Carlo Acutis não simplesmente como gamer, antenado no mundo digital, mas como aquele no qual Deus, propõe um caminho de santidade para hoje!

Entretanto, a Providência Divina, através do Papa Leão, nos presenteia com outra canonização na mesma celebração do dia 07 de setembro, a do Beato Pier Giorgio Frassati  (1901-1925).

Também ele, proveniente de família católica “tradicional”. Educado em colégios católicos, desde a infância, adolescência e juventude destaca-se  – diferentemente da sua família – numa vida eclesial mais engajada: comunhão diária, Cruzada Eucarística, Liga Eucarística, Companhia do Santissimo Sacramento. Congregação Mariana, Confraria do Santo Rosário. Ação Católica. Terciário dominicano, Conferência de São Vicente. Todos movimentos eclesiais que congregavam jovens na Itália do início do século XX. Como Acutis fará um século depois, acolhe o chamado de Deus e busca ser fiel a ele. Sua biografia diz que sua mãe temia que ele fosse querer ser padre, mas há testemunhos de que ele teria dito preferir ser leigo para poder estar mais perto de realidades que ferem a dignidade da pessoa humana.

Era conhecedor da cultura clássica, com destaque para a Divina Comédia, de Dante Aleghieri. A sua experiência de fé possui fundamentos  bíblicos (Novo Testamento) e leituras de Santo Agostinho e Santa Catarina de Sena. Amava esportes e alpinismo. Estava prestes a tornar-se engenheiro na área da mineração quando faleceu. Esta escolha ele o fez para poder estar mais perto de uma das classe trabalhadoras mais sofrida na sua realidade.

A sua família era abastada. Seu pai foi fundador de um dos jornais mais fortes da Itália, em Turim, “La Stampa”. Pier Giorgio diante dos acontecimentos sociais do seu tempo, sempre buscou ler os fatos através do Evangelho e da Doutrina Social da Igreja (lembremos que fazia poucos anos que Leão XIII havia escrito a Rerum Novarum). Esta leitura se torna concreta nele diante do forte avanço da industrialização em Turim, do flagelo da gripe espanhola, dos horrores da I Guerra mundial e do avanço do fascismo na Itália. Para estar mais engajado politicamente inscreveu-se no Partido Popular e se desliga de uma organização universitária onde estava inscrito, por discordar dela devido a condescendência, da mesma, com as ideias fascistas.

Dois santos propostos como exemplos e intercessores para a Igreja e, de modo especial, para juventude. A nossa juventude está sendo “bombardeada” por tantas  ideias através das novas tecnologias e por tantas ideologias de polarizações sociais e políticas. A grande tentação é alienar-se ou tomar  “partido” buscando refúgio onde se encontra mais seguranças humanas.

Dois jovens – cada um no seu tempo – souberam encontrar caminhos dentro de uma vida eclesial comprometida espiritual, intelectual e socialmente.

Dois jovens que são colocados como padroeiros do nosso VIVA A VIDA, que chega à sua 20ª edição, no mesmo dia da canonização de ambos.

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano