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“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Redentorista é Ordenado Padre em Guarulhos

“Tudo por causa do Evangelho”
Neo-sacerdote Guilherme Dias Viana, C.Ss.R. foi ordenado padre na Paróquia Santo Antônio, em Guarulhos (SP).

A primeira Ordenação Presbiteral da Província Redentorista Nossa Senhora Aparecida foi realizada neste sábado, dia 20 de julho, às 9h, na Paróquia Santo Antônio, em Guarulhos (SP).

O neo-sacerdote Guilherme Dias Viana, C.Ss.R, foi ordenado presbítero, pela imposição das mãos e Prece de Ordenação de Dom Edmilson Amador Caetano, Bispo Diocesano de Guarulhos.

O lema da ordenação, escolhido pelo jovem missionário, foi: “Omnia propter Evangelium”, que significa “Tudo por causa do Evangelho” (I Cor 9,23).

Participaram da celebração os familiares e amigos, o Superior Provincial da Província Nossa Senhora Aparecida, Pe. Marlos Aurélio da Silva, C.Ss.R., padres, irmãos e junioristas da Congregação Redentorista, religiosos e religiosas de outras ordens e congregações, além da população local.

De uma família profundamente religiosa, o Pe. Guilherme conheceu a Congregação Redentorista em 2011, através de uma Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida. Três anos depois, ele iniciava seu processo formativo, fazendo a etapa do Aspirantado no seminário Santíssimo Redentor, em Santa Bárbara d’Oeste (SP).

Atualmente, o missionário redentorista contribui no trabalho pastoral do Santuário Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de São João da Boa Vista (SP).

Fonte: Portal – www.a12.com/redentoristas/noticias

Fotos: Domine Fotografia Religiosa – @dominefotografiareligiosa

 

Ordenação Presbiteral - Guilherme Dias Viana
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Artigos Falando da Vida

O Inimigo está de Volta

O perigo representado pelos Vapes

Quem observa as fotos impressas nas embalagens de cigarro, fica chocado: peles necrosadas, doenças terminais, sofrimento. Essas advertências começaram a ser feitas pelo Ministério da Saúde em 2002 a partir de recomendação da OMS. A campanha surtiu efeito, já que houve queda no número de fumantes e a indústria do tabaco sofreu grandes perdas, sobretudo com as multas milionárias que teve que pagar por ter induzido milhares de pessoas a fumarem. Na década de 70 era comum ver propagandas na TV associando consumo de cigarro a sucesso, força e beleza; hoje isso é proibido.

No entanto, o inimigo está de volta revestido de nova embalagem seduzindo jovens e adolescentes. Trata-se dos cigarros eletrônicos conhecidos como “Vapes”. O vape é um dispositivo alimentado por bateria que aquece os líquidos interiores contendo nicotina, aromatizantes e outras substâncias prejudiciais à saúde. Os vapes podem ser comprados em lojas físicas ou adquiridos pela internet. A popularidade desse produto decorre da falsa ideia de que ele não faz mal, que é apenas fumaça com gostinho de frutas e de que não tem nicotina. Muitos fumantes deixaram o cigarro e passaram a fumar esses eletrônicos acreditando estarem mais seguros.

Ao contrário do que se imagina, os vapes provocam níveis de intoxicação, no organismo superiores aos do cigarro convencional. Foi o que mostrou a pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo em parceria com o Incor e a FMUSP. A análise toxicológica realizada em 200 fumantes de cigarros eletrônicos, detectou níveis de nicotina de três a seis vezes maiores do que os encontrados em usuários de cigarros convencionais. Outro problema é a dependência que o consumo de vape produz. Uma vez estabelecida, é extremamente difícil largar, devido a sensação de satisfação que ele produz no cérebro, através da dopamina.

Por que as pessoas consomem substâncias nocivas? Talvez pela curiosidade aliada ao desconhecimento dos seus malefícios, mas também pela necessidade de desafiar os perigos na busca de autonomia e liberdade. É como se tivessem a necessidade de fazer algo contrário à cartilha recomendada pela Família, pelo Estado ou pela Igreja. Vapes, narguilé e álcool são drogas que oferecem, a curto prazo, satisfação e prazer, mas com o passar do tempo, causam dependência. Faltam campanhas de conscientização a respeito dos perigos presentes nas drogas lícitas ou ilícitas. Falta entender, também que o usuário precisa de acolhimento e, em alguns casos, de tratamento psicológico, não de repressão. Por fim, falta saber que tudo que nos afasta da consciência, não é bom, pois o grande “barato” é estar plenamente consciente e celebrar a vida naturalmente.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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Reinauguração da Igrejinha São João Batista

“O zelo pela casa do Senhor me consome” ( Sl 68,10)

No dia 22/06/2024, foi reinaugurada, na Diocese de Guarulhos, a igrejinha São João Batista localizada na Avenida Brigadeiro Faria Lima, (que segundo conta os mais velhos, foi fundada a mais de 100 anos), numa linda liturgia presidida pelo nosso bispo Dom Edmilson que abençoou as paredes e introduziu o novo sacrário, como tesouro que guarda a fonte de nossa vida cristã. O povo do Jardim Adriana, dos Morros, do Cocaia, vibrou de alegria e emoção ao ver a igreja aberta novamente, como espaço de encontro com o Senhor.

A igrejinha São João Batista, a partir de julho, terá missas diárias, assim como também algumas atividades pastorais.

Louvemos e agradeçamos a Deus por esta conquista, fruto da divina providência e dedicação dos nossos dizimistas. Que este mesmo Deus nos ajude a manter e conservar este nosso patrimônio, espaço para louvar e bendizer o Vosso nome. Amém!

Padre Ednaldo Oliveira Carvalho – Pároco
Paróquia São João Batista.

 

Confira algumas fotos do antes e depois da reforma e celebração de reinauguração:

Reinauguração da Capela São João Batista
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Artigos Liturgia

Ensaio com a Assembleia

Um dos maiores desafios do grupo de cantores litúrgicos é a formação de lideranças capazes de ensaiar, ensinar e tomar a assembleia sujeito da ação celebrativa. Isto é: tornar a premissa do Concilio Vaticano II uma realização da participação ativa e frutuosa dos fiéis: “Para promover a participação ativa, cuide-se de incentivar as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes. Seja também observado, a seu tempo, o silêncio sagrado.”78

É desejo da Igreja que a participação ativa e consciente solicitada pelo Concilio Vaticano II alcance todo povo cristão, imbuído pelo espírito litúrgico, e celebre intensamente o mistério de Cristo como direito e obrigação, por força do batismo. Portanto é preciso que haja no grupo de cantores lideranças para conduzir a assembleia na participação com o povo de Deus. Para isso, é necessário investir numa formação específica para terem domínio das melodias, postura corporal condizente com o ambiente e a celebração, comunicação eficiente, respeito com a assembleia e ter consciência de que este é um momento de aprender e se encher do espírito, momento de preparação para celebrar e não para catequizar. Entender que o espaço litúrgico é um lugar onde a espiritualidade nos conduz a entender que a assembleia é corpo místico de Cristo e que todos, inclusive a equipe de canto e liturgia, fazem parte dele.

Pelo menos quinze minutos antes do início da celebração, tudo deve estar preparado. Não deve haver nenhuma correria, pois uma das tarefas do grupo de cantores é contribuir para criar um ambiente propício para celebrar. Iniciar a acolhida da assembleia com um refrão orante é um caminho eficaz para criar sintonia, inclusão e unidade. O ensaio com a assembleia é uma ferramenta necessária para criar sintonia e corpo entre as pessoas e sua realização exige uma preparação prévia para não gerar dispersão. Escolher um canto ou um refrão para ensaiar com o povo de maneira leve, sem dar broncas, conduzindo “o corpo místico” a uma experiência musical ritual desde aquele momento.

Durante a celebração, todos os envolvidos nos diversos serviços: coroinhas, leitores, cantores, ministros, instrumentistas, coordenadores, etc…) devem ter uma movimentação discreta e somente quando necessário. A movimentação durante a celebração sem ter uma razão distrai e cria um ruido desnecessário para todos dificultando a atenção e concentração. O destaque da música litúrgica é para a voz e não para o instrumento, que deve ter o papel de acompanhamento e sustentação da afinação e do ritmo. Os músicos devem silenciar quando não estão exercendo sua função.

O grupo de cantores e instrumentistas deve estar num lugar que manifeste claramente que faz parte da assembleia dos fiéis e desempenhe eficazmente a sua missão. Sua localização já indica sua real função. Se necessário, avaliar se a quantidade de músicos e cantores é apropriada para ocupar os espaços que, em muitos casos, são restritos. Se houver um coral, este não deve substituir o canto da assembleia, mas estar a serviço dela. Existem partes próprias de diálogo do coro com a assembleia, que podem ser eficientemente explorados. Assim sendo, o coral desempenhará um verdadeiro ministério litúrgico.

Qualquer que seja o grupo que esteja à frente da música na celebração, é preciso conhecer o perfil da Assembleia que está servindo para que na celebração, através do rito, a música encontre sua finalidade. Por isso, a responsabilidade de construir o “coro do Senhor” cria mais vitalidade quando se tem consciência do papel de “animadores” cheios do Espírito Santo, para dar alma e entusiasmo ao povo reunido em nome de Cristo. A palavra entusiasmo vem do grego “enthousiasmos” en (dentro) e theos (Deus), significando etimologicamente “ter Deus dentro de si”.79 Perceba que animação não é agitação, mas um entusiasmo movido pela ação divina que dá força profética na missão musical.


78 SC n.30.

 

79 A palavra entusiasmo deriva do grego “enthousiasmos” que significa “ter um Deus interior”. “Sou eu quem estou mandando que você seja firme e corajoso. Portanto, não tenha medo e não se acovarde, porque o Senhor seu Deus está com você aonde quer que você vá” Josué1,9

 

Caetana Cecília | Pe. Jair Oliveira

Comissão Diocesana de Liturgia / Música Litúrgica

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Artigos Voz do Pastor

Ter olhos fixos em Jesus

No mês passado refletíamos sobre como não é possível rezar como convém sem termos os olhos fixos em Jesus “autor e realizador de nossa fé”. Ter olhos fixos em Jesus equivale à obediência da fé. Não é possível a oração verdadeiramente cristã sem a fé.

Os discípulos de Jesus querem que Ele lhes ensine a rezar (cf. Lc 11,1). Jesus ensina a oração do Pai Nosso que não está, absolutamente, desvinculada da vida de fé.

De fato, para chamarmos a Deus de Pai são exigidas algumas disposições interiores que refletem o nosso modo de viver.

Não podemos chamar a Deus de Pai se não estivermos em Cristo. Ele é o Filho Único do Pai. Nós só podemos ser filhos de Deus no Filho. Em Cristo tornamo-nos filhos adotivos. O Batismo, somente o Batismo, nos faz filhos de Deus, pois por este Sacramento somos enxertados no Cristo e nos tornamos criaturas novas. “O homem novo, renascido e restituído a Deus pela sua graça, diz, logo de início, Pai, porque já começou a ser filho...Devemos, irmãos diletíssimos, considerar e entender que não só chamamos de Pai aquele que está nos céus, mas que apontamos e dizemos Pai nosso, isto é, (pai) daqueles que creem, daqueles que foram santificados por ele mesmo e que, restaurados pelo nascimento da graça espiritual, começaram a ser filhos de Deus.” (cf São Cipriano de Cartago, Da Oração do Senhor 9-10)

É evidente que o foi dito acima exige a fé, pois a consciência da graça batismal e a sua atividade em nós exige a nossa total adesão. Por outro lado, é também evidente, que não basta ter recebido o Sacramento que nos faz filhos de Deus, mas é preciso viver de acordo com a graça recebida. Isso também é condição para podermos chamar a Deus de Pai. “Como é grande a indulgência do Senhor! Ele nos envolve com a abundância do seu favor e da sua bondade. A ponto de querer que, ao elevarmos a Deus nossa oração, chamemos Deus de Pai: de modo que, se dizermos que Deus é Pai, precisamos agir como filhos de Deus, para que, do mesmo modo que nos alegramos de Deus Pai, ele também se alegre de nós. Vivamos, pois, como templos de Deus, para que se note que ele habita em nós. Que nossa ação não seja indigna do Espírito, para que nós, que começamos a ser celestes e espirituais, não pensemos e pratiquemos o que não é celeste, nem espiritual… O bem-aventurado apóstolo diz na sua carta: ‘Não sois vossos. Fostes comprados por um grande preço. Glorificai a Deus e levai-o no vosso corpo. (1Cor 6,19-20) (cf. São Cipriano de Cartago, Da Oração do Senhor 11)

Aquele que está em Cristo chama a Deus de Pai (Abbá, paizinho), com toda a confiança filial, não duvidando do amor e já renunciou ao pai da mentira, mentiroso desde o início, pois faz o homem, imagem de Deus, desacreditar do amor. (cf Jo 8,39-47) Para verdadeiramente chamar a Deus de Pai, precisamos renunciar ao demônio, pai da mentira.

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano

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Artigos Editorial

A Palavra de Deus atrai a Deus e envia aos outros

Queridos leitores e leitoras, o destaque desta edição é a Semana Diocesana de Formação, que tem como foco o estudo sobre: A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja. Para bem motivar a participação de todos os fiéis recordo a homilia do Papa Francisco na missa do III Domingo do Tempo Comum na Basílica de São Pedro no dia 21 de janeiro de 2024: “Da Palavra de Deus, irradia a força do Espírito Santo. Assim a Palavra atrai a Deus e envia aos outros. Atrai a Deus e envia aos outros: tal é o seu dinamismo. Não nos deixa fechados em nós mesmos, mas alarga o coração, faz inverter o rumo, altera os nossos hábitos, abre novos cenários, desvenda inesperados horizontes. A Palavra de Deus pretende operar isto em cada um de nós. Tal como aconteceu com os primeiros discípulos que, acolhendo as palavras de Jesus, deixam as redes e embarcam numa maravilhosa aventura, assim também nas margens da nossa vida, ao pé dos barcos de familiares e das redes do trabalho, a Palavra suscita a chamada de Jesus. Chama para, com Ele, nos fazermos ao largo ao encontro dos outros. Sim, a Palavra suscita a missão, faz-nos mensageiros e testemunhas de Deus num mundo cheio de palavras, mas sedento daquela Palavra com maiúscula que muitas vezes ignora. A Igreja vive deste dinamismo: é chamada por Cristo, atraída por Ele, e é enviada ao mundo para dar testemunho d’Ele. Este é o dinamismo na Igreja.

Não podemos prescindir da Palavra de Deus, da sua força suave que – como num diálogo – toca o coração, imprime-se na alma, renova-a com a paz de Jesus, que nos desinquieta em prol dos outros. Se olharmos para os amigos de Deus, para as testemunhas do Evangelho na história, para os santos, vemos que, para todos, foi decisiva a Palavra. Pensemos no primeiro monge, Santo Antão, que, tocado durante a Missa por um trecho do Evangelho, deixou tudo por amor do Senhor; pensemos em Santo Agostinho, que deu uma reviravolta na vida quando uma palavra divina lhe curou o coração; pensemos em Santa Teresinha do Menino Jesus, que descobriu a sua vocação lendo as Cartas de São Paulo. E penso no Santo cujo nome adotei, Francisco de Assis, que, em oração, lê no Evangelho que Jesus envia os discípulos a pregar e exclama: «Isto eu quero, isto peço, isto anseio fazer de todo o coração!» (Tomás de Celano, Vida primeira IX, 22). São vidas transformadas pela Palavra de vida, pela Palavra do Senhor.

Mas pergunto-me: Porque é que não acontece o mesmo a muitos de nós? Muitas vezes escutamos a Palavra de Deus e entra por um ouvido e sai pelo outro, porquê? Decerto porque, como nos mostram estas testemunhas, é preciso não ser «surdo» à Palavra. Este é o nosso risco: arrastados por mil palavras, passa-nos por cima também a Palavra de Deus: ouvimo-la, mas não a escutamos; escutamo-la, mas não a guardamos; guardamo-la, mas não nos deixamos provocar à mudança de vida. Sobretudo lemo-la, mas não a rezamos; ora «a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Dei Verbum, 25). Não esqueçamos as duas dimensões fundamentais da oração cristã: a escuta da Palavra e a adoração do Senhor. Demos espaço à Palavra de Jesus, à Palavra de Jesus rezada, e sucederá conosco como aos primeiros discípulos.

Irmãos e irmãs, que o Domingo da Palavra de Deus nos ajude a regressar com alegria às nascentes da fé, que brota da escuta de Jesus, Verbo do Deus vivo. Que, por entre as palavras que se dizem e leem continuamente sobre a Igreja, nos ajude a redescobrir a Palavra de vida que ressoa na Igreja! Caso contrário, acabamos por falar mais de nós que d’Ele; e muitas vezes, no centro, ficam os nossos pensamentos e os nossos problemas, em vez de Cristo com a sua Palavra. Voltemos às nascentes para oferecer ao mundo aquela água viva que ele não encontra; e, enquanto a sociedade e as redes sociais acentuam a violência das palavras, concentremo-nos na mansidão da Palavra de Deus que salva, que é mansa, que não faz rumor, que penetra no coração.” (Papa Francisco )

Quer a participação na semana de estudos, nos ajude a partir da Palavra de Deus, a ter os olhos fixos no Senhor Jesus; a despertar nas equipes de animação litúrgica a necessidade da formação de lideranças capazes de ensaiar, ensinar e tomar a assembleia sujeito da ação celebrativa; o zelo pela Igreja como estrutura física; a busca de uma vida saudável com força para combater os vícios e alimente nos que foram ordenados diáconos o ardor e alegria de serem por excelência os proclamadores da Palavra de Deus.

Boa leitura e muita paz!

 

Pe. Marcos Vinicius Clementino

Jornalista e Diretor Geral

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Artigos Falando da Vida

TRAGÉDIA CLIMÁTICA NO SUL

O país se une, através da Compaixão, para ajudar o próximo.

As cenas tristes mostradas sobre a tragédia do Rio Grande do Sul, custam sair da nossa cabeça. Pessoas desesperadas depois de perderem tudo, cidades ilhadas, famílias desoladas vivendo em abrigo provisório e até animais domésticos isolados nos telhados. Se essas imagens causam comoção em quem as assiste pela TV, imaginem o que elas podem causar na mente de quem está lá, vivendo o desfecho como vítimas da catástrofe. Mesmo com o fim das cheias dos rios e a limpeza das casas, pessoas tentam voltar à vida normal, mas se deparam com outro problema: as “cheias mentais” provocadas pela tragédia que não saem da memória. A simples lembrança provoca a revivência dos acontecimentos, num fenômeno conhecido como TEPT – Transtorno do Estresse pós-traumático.

Os eventos mais propensos a causar esse transtorno, são aqueles que invocam sentimentos de medo, desamparo ou horror. Os principais sintomas incluem a revivescência repetida do evento traumático sob a forma de lembranças invasivas (“flashbacks”). Por muito tempo, as vítimas, têm pesadelos envolvendo os acontecimentos e passam a ter dificuldades para dormir devido as crises de ansiedade. A atividade social também fica comprometida pois o indivíduo acometido desse transtorno perde o encantamento pela vida e se afasta dos amigos. Até mesmo a libido é afetada dificultando relacionamentos afetivos e sexuais. São louváveis as iniciativas em todo o país para ajudar as vítimas no aspecto da reconstrução das perdas materiais, mas a reconstrução da pessoa traumatizada, também é uma etapa necessária.

Algumas pessoas com TEPT, necessitam de tratamento psiquiátrico e Psicoterapia Cognitiva para ajudar na reconstrução do bem-estar emocional e promover a resiliência necessária na superação dos desafios. Certamente, existe um turbilhão de emoções e sentimentos represados na mente de quem passou por situações desse tipo, que precisam ser expressados e validados, principalmente nas crianças. Às vezes, na ânsia de querer ajudar, passamos a dar conselhos e a narrar nossas experiências pessoais de superação, na tentativa de encorajar o outro. Mas, temos que resistir a essa tendência automática, pois o papel principal de quem fornece apoio emocional é o de oferecer-se ao outro através da compaixão acolhendo cada palavra, cada lágrima, cada gesto. Não se preocupe em dizer nada, apenas ouça, afinal o que faz uma pessoa sentir-se melhor, não são as palavras que você diz, mas o tipo de conexão que você estabelece com ela. Escutar com o coração também é uma atitude concreta de amor.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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PREPARAÇÃO DA CELEBRAÇÃO

Ensaiar pra quê?

A liturgia é o modo através da qual a Igreja vive de Cristo e por Cristo, e faz os fiéis viverem para Cristo. Para que tudo isso aconteça através da ação litúrgica, é preciso que o mistério seja presença desde a preparação da equipe de liturgia, da equipe de cantores e instrumentistas e todos os envolvidos na ação celebrativa. Além da escolha dos cantos, há um outro requisito importante a ser considerado: a formação dos ministros e ministras da música ritual. Não basta ter boa vontade ou uma boa voz. É preciso uma formação e uma inserção numa comunidade, para que cantores e instrumentistas sejam ajudados a entrar no mistério e ser transformados por ele. A missão da equipe de música ritual é garantir a preparação da assembleia, para uma participação plena e consciente da liturgia através da música, como nos lembra a instrução do missal: “Compete ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida participação do povo”.

Nesta orientação, está implícita a dimensão sacramental do canto da Assembleia litúrgica: a unidade das vozes expressa a unidade da Igreja congregada no Espírito Santo. O canto da assembleia é, portanto, a manifestação externa da união dos corações na mútua caridade e o sinal da fraternidade espiritual entre os membros da assembleia reunida. Para cumprir sua missão, o canto não tem sentido na liturgia a não ser quando a comunidade se reúne, expressão do corpo místico do Senhor.

Os santos padres da Igreja, teólogos e pastoralistas dos primeiros séculos, nos alertam que o canto da assembleia seja uma participação real no canto celeste, pois os seres celestes também tomam parte do canto dos fiéis, na terra. Disso decorre o que vem descrito na conclusão do prefácio das Orações Eucarísticas, quando a assembleia celebrante é convocada a juntar sua voz à dos anjos e dos santos para cantar “a uma só voz” ao Deus três vezes santo. Afinal, enquanto peregrinos nesta terra, Deus nos permite experimentar essa realidade, na ação litúrgica, apesar de todos os limites humanos. Sobre o sentimento que gera uma comunidade que canta, São João Crisóstomo (Séc. IV), em uma de suas homilias, diz: “O salmo que acabamos decantar fundiu as vozes e fez subir um só canto, plenamente harmonioso: jovens e velhos, ricos e pobres, mulheres e homens, escravos e livres, todos não usaram senão de única voz”.

O ensaio das músicas em preparação à celebração é além de tudo um “estudo” musical e litúrgico para criar as condições técnicas e espirituais na ação do ministério a ser exercido, mas muitas comunidades e grupos estão deixando esta prática de lado. Porém, é através desta ação que ajudamos a assembleia dos cristãos a encontrar na liturgia o alimento de sua fé. O Papa João Paulo II, no Quirógrafo sobre a música litúrgica, nos encoraja a não improvisar quando se trata de música litúrgica.

“O aspecto musical das celebrações litúrgicas, portanto, não pode ser relegado nem à improvisação nem ao arbítrio de pessoas individualmente, mas há de ser confiado a uma direção harmoniosa, no respeito pelas normas e competências, como significativo fruto de uma formação litúrgica adequada”.

 

Caetana Cecília | Pe. Jair Oliveira

Comissão Diocesana de Liturgia / Música Liturgica

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‘‘Alegria de servir e amar!’’

Em junho e julho em nossas comunidades são realizadas as tradicionais festas e quermesses. Acompanhamos a disponibilidade e alegria dos agentes de pastoral e de muitos batizados que se juntam para a realização deste evento para angariar fundos em nossas paróquias, que usam os recursos para construções, reformas e varias ações de evangelização. Um serviço simples, mas muito valoroso! As quermesses são festas realizadas nas igrejas em várias épocas do ano, principalmente em junho. A palavra, em sua origem (flamenga), significa feira de igreja ou feira beneficente e teve origem como festa do padroeiro de paróquias, ou até, no aniversário da igreja.

As festas juninas também nasceram em berço católico, na Europa, sendo uma forma de homenagem aos santos do mês: Santo Antônio, São João e São Pedro. Ambas as festas tomaram grande proporção, por todo o mundo, e possuem várias formas de entretenimento, com tradições e celebrações. As festas nas comunidades não é um mero evento cultural ou ação entre amigos, mas sim expressão da ação do Espírito Santo que na unidade se desvela nas ações da Igreja de Jesus como momento de comunhão e ação de graças. O leigo é convidado a viver esse período de festas na Alegria do Evangelho, buscando a compreensão e a fraternidade, servindo e se colocando como porta aberta aos demais membros da comunidade eclesial.

Em 17 de maio foi realizada o CODIPA (Conselho Diocesano de Pastoral) com a presença de nosso bispo Dom Edmilson e representações das pastorais, movimentos, serviços e novas comunidades. Neste encontro se refletiu sobre a bula do papa Francisco do ano jubilar de 2025 e foram feitas escolhas de algumas ações para o engajamento de nossa Diocese no ano jubilar. Também em enfoque pastoral colocamos o dia de Corpus Christi celebrado em 30 de maio. Esta data é celebrada anualmente 60 dias depois da Páscoa, sempre na quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade (domingo seguinte ao Domingo de Pentecostes). A celebração de Corpus Christi foi marcada por procissões em nossas paróquias e comunidades, onde as pessoas puderam testemunhar e adorar o Corpo e Sangue de Cristo. A elaboração de tapetes coloridos e com flores para a passagem triunfal da Eucaristia é uma tradição surgida na Bélgica no século XIII. Hoje são utilizados borra de café, casca de ovo e muita serragem colorida para a criação dos tapetes, que servem de homenagem a passagem da procissão com o Santíssimo Sacramento

Realizemos com zelo e amor os diversos trabalhos que o Espírito Santo nos ilumina a fazer em nossas Igrejas e no mundo. Sempre na certeza que “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que Ele nos deu” (Rom. 5,5). Inspirados em Maria, Mãe de Deus e nossa, possamos bendizer a Deus por sua bondade e misericórdia manifestadas em nós quando servimos com amor e alegria o Seu Reino.

 

Pe. Marcelo Dias Soares

Coordenador Diocesano de Pastoral

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‘‘A Esperança não decepciona’’ É o tema da Bula do Papa para 2025

No último dia 09 de maio Papa Francisco tornou pública a Bula “Spes non confundit” (A esperança não decepciona), com a qual convoca o Jubileu Ordinário de 2025 (Ano Santo): Peregrinos da Esperança.

O título da Bula é tirado do texto de Rm 5,1-11, onde a esperança pressupõe a fé, pois, diz Paulo:

“justificados pela fé estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança.” (Rm 5,1-2)

A fé é como a porta de entrada para se possuir a esperança que não decepciona. Afinal,

a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.”  (Rm 5,5),

e Deus concede o Espírito Santo aos que lhe obedecem (cf At 5,32) e esta obediência, é a obediência da fé.

Inspirados nesta Bula pontifícia podemos continuar falando da oração na perspectiva de que falávamos no mês passado: a vivência da fé. Inspiremo-nos em Mt 14,22-33.

Os discípulos alegres e festivos pela multiplicação dos pães (cf  Mt 14,13-21) são forçados por Jesus a entrarem na barca e fazer a travessia (cf. Mt 14,22). A vida cristã, a vida do discípulo de Jesus não é um deter-se na festa, mas no combate da fé, no entrar na morte (da qual as águas são um símbolo). Jesus apresenta-se aos discípulos caminhando sobre as águas no meio da tempestade (cf Mt 14,25).  Jesus é vencedor sobre o mal e a morte. Os discípulos amedrontados (sem fé) dizem que é um fantasma, pois somente um fantasma pode estar no meio da morte (sem esperança de vida eterna). Jesus identifica-se como Aquele que é – SOU EU -, convidando-os à obediência da fé (a não ter medo) e o apóstolo Pedro quer fazer a experiência de caminhar sobre as águas, de caminhar por cima da morte, de entrar na morte experimentar a vida eterna (cf. Mt 14,28). De fato, Pedro caminha sobre as águas e vai ao encontro de Jesus (cf Mt 14,29). No entanto, ao se entregar à preocupação dos acontecimentos de morte (cf. Mt 14,30), começa a afundar. É que ao entregar-se ao medo da morte, deixa de olhar para Jesus e olha para si mesmo. Enquanto mantinha o olhar em Jesus caminhava sobre as águas. Ao deixar de viver a obediência da fé, deixa também de ter a esperança e entra no desespero.

Não deixemos de pedir em nossa oração que o Senhor nos conceda hoje ter a vida eterna e não afundarmos nos acontecimentos de morte. No entanto, devemos ter sempre os olhos fixos no Senhor Jesus, para deixarmo-nos conduzir por sua Palavra e vive-la no cotidiano da nossa existência. A vida eterna é para hoje. A esperança que não decepciona nos faz viver hoje e caminhar sobre a morte.

“…corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador da fé, Jesus…” (Hb 12,1-2)

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O. Cist.

Bispo diocesano