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O Regional Sul 1 da CNBB promoveu no último dia 5 de maio, de forma online, uma reunião com as representações das pastorais do Estado de São Paulo, com seus coordenadores e assessores eclesiásticos. A reunião foi conduzida pela Presidência do Regional, representada por Dom Pedro Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes e Presidente o Regional, Dom Edmilson Amador Caetano, bispo de Guarulhos e vice-presidente do Regional, e Pe Thiago Faccini, secretário executivo do Regional.
Na saudação inicial, Dom Pedro fez acolhida em nome da Presidência do Regional, agradecendo o importante trabalho de cada agente de pastoral em suas realidades particulares, e incentivando os líderes a continuar levando adiante a missão com entusiasmo. Ele recordou a participação dos bispos de São Paulo na 59ª Assembleia Geral da CNBB, realizada na semana anterior, que teve como um de seus resultados a publicação de uma carta dos bispos, direcionada a todo o povo brasileiro. Também Dom Edimilson fez um pronunciamento de encorajamento aos presentes.
Neste encontro cada pastoral teve a oportunidade de partilhar sobre seus trabalhos realizados, e sobre a retomada das atividades presenciais, que começa a acontecer. Algumas pastorais relataram as dificuldades que encontram neste processo de retorno gradual.
A presidência do Regional reiterou que a estrutura do Regional em São Paulo está à disposição de todas as pastorais para apoiar a realização de suas atividades a nível estadual.
Fonte: Cnbb – Regional Sul 1
GRANDE É A DIGNIDADE DO TRABALHO, POIS HONRA OS TRABALHADORES.
Nesse primeiro de maio queremos nos dirigir a todos os trabalhadores e trabalhadoras de nossa cidade de Guarulhos.
O trabalho é o centro, tanto na vida de cada pessoa, de cada família, como na organização e funcionamento de toda a sociedade. Ele ocupa a maioria do tempo e determina, em grande parte, a vida das pessoas.
No livro do Gênesis nós encontramos a chave de leitura do valor do trabalho. Deus criou o ser humano, “homem e mulher”, à sua imagem e semelhança e disse: “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a cf Gn 1,27.28. Essas palavras indicam a vocação de todo ser humano no mundo: transformá-lo em lugar aprazível para nele viver e louvar o Criador. Essa atividade transformadora do mundo reflete a própria ação do Criador.
Diante disso o mundo do trabalho não deve ser fonte de lucro ou de capital acumulado às custas da miséria dos trabalhadores. O planeta terra deve ser nossa casa comum de igualdade e fraternidade para todos os seres humanos, onde não haja exploração do homem sobre o homem.
Muitos direitos trabalhistas foram tirados da legislação, direitos que para conquistá-los houve muita luta e resistência de trabalhadores, muitos ficaram pelo caminho, na busca de vida mais digna.
Em 2017 foi promovida uma reforma trabalhista, prometendo uma redução significativa do desemprego que estava em torno de 12,3 milhões de pessoas. Foram alterados dispositivos da CLT – consolidação das leis trabalhistas, que facilitou o teletrabalho, o trabalho intermitente, a terceirização de serviços, facilidade na contratação de autônomos.
Dois anos depois em novembro de 2019 o quadro do desemprego não alterou significativamente como foi propagado. E iniciamos 2020 com uma taxa de 11,9 milhões de desempregados. E no governo atual desde que assumiu em 2019, os trabalhadores continuam sofrendo fortes retrocessos em seus direitos e garantias, pois sua política econômica defende somente os interesses do mercado financeiro especulativo.
Em março de 2020 enfrentamos o início de uma terrível pandemia do Coronavírus, fato que trouxe à tona muitos problemas na área da saúde, problemas sociais e econômicos, com fortes reflexos negativos no mundo do trabalho.
Estas alterações trabalhistas como: facilidades para precarização do trabalho, redução da renda familiar, e trabalhos informais foram sentidas fortemente neste tempo de pandemia. Em 2022, o número de desempregados soma 12 milhões. O Brasil tem recorde de 30% dos desempregados em busca de trabalho há mais de 2 anos. Em que pese a melhora no dinamismo da ocupação, o aumento do tempo de permanência no desemprego mostra que a situação do mercado de trabalho continua desafiadora.
Precisamos reconhecer e valorizar cada vez mais as organizações sociais e sindicais, que organizam e defendem os direitos dos trabalhadores, para que retomem seu papel histórico de organização da classe trabalhadora, para assim enfrentar os desafios da conjuntura social agravada pela crise sanitária causada pelo coranavírus, que mais uma vez atinge cruelmente os trabalhadores. O comportamento do mercado de trabalho e o processo inflacionário que o país vem apresentando desde o início de 2022 agravam a condição básica de vida de uma parte significativa da população brasileira. A perda de emprego de qualidade, o acirramento da inflação e a piora na distribuição patrimonial, são os grandes responsáveis pelo aumento da população em condições de rua, entre eles encontram-se famílias inteiras, e são facilmente percebido nas cidades brasileiras nos últimos dois anos.
É necessário retomar o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, que valorize a pessoa humana, fortalecer a pequena e média indústria assim como o pequeno comércio que são geradores de emprego e contribuem diretamente com o fortalecimento da economia local.
Dia 1º de maio é dia de lançar um grito de solidariedade, um grito pela vida. Que haja uma solidariedade fraterna entre os trabalhadores, e para com os trabalhadores, principalmente com aqueles que estão sem emprego. O trabalhador está em todo tecido social, é hora de se levantar, sejamos solidários, sejamos humanos.
Santo Atanásio escreveu: “O cristão é convocado a trabalhar não só para conseguir o pão, mas também por solicitude para com o próximo mais pobre, ao qual o Senhor ordena dar de comer, de beber, de vestir e atenção”.
Também nos diz o Papa Francisco: “Hoje não é apenas a dignidade do empregado que está em jogo, mas a dignidade do trabalho de todos, e da casa de todos a, nossa mãe terra”.
Que São José operário rogue por todos os trabalhadores e trabalhadoras, para que não lhes faltem trabalho, terra, teto, e que seus direitos sejam reconhecidos e garantidos.
Padre Tarcísio Anatólio de Almeida e Pastorais Sociais da Diocese.