Na Solenidade da Imaculada Conceição, celebrada no dia 08 de dezembro, a Diocese de Guarulhos reunida com os presbíteros, diáconos, seminaristas, religiosas, autoridades civis e fiéis comemoram a solenidade da padroeira e o aniversário da cidade de Guarulhos. Na missa das 10h, Dom Edmilson Amador Caetano ressaltou em sua homilia:
“Nós ouvimos na primeira leitura Deus questionando a Adão: “Por que comeste do fruto que eu te proibir de comer?” E a resposta do homem é de Eva não é satisfatória: “foi a mulher que o Senhor me deu…” “foi a serpente”; mas a verdade é que eles cederam a proposta tentadora da serpente: “sereis iguais a Deus”. O ser humano quer ser Deus, não quer Deus, mas quer ser Deus! Sim está é a verdade da Palavra de Deus, o coração do homem está danificado por consequência deste pecado original, a soberba! Donde vem as guerras? Da sede de ter poder e prazer! Sim, o pano de fundo de todas as possíveis justificativas políticas, econômicas e sociais, de todos os conflitos humanos é o desejo de dominação, o desejo de ser deus! Isso é verdade no cenário mundial dos poderes das nações, mas é verdade também na vida rotineira e ordinária de cada um de nós! Queremos ter poder! Isso são as consequências do pecado. O pecado danificou a obra de Deus, mas Deus não desistiu da sua obra! Na segunda leitura, ouvimos que Deus, o Pai, nos escolheu para sermos santos e imaculados diante dEle, essa é a obra de Deus pra nós, para o louvor da Sua glória! Não que Ele precisasse, mas o Seu Amor quer assim, para nos restaurar! Por isso, hoje contemplamos esta verdade: diante do homem que quis ser Deus, Deus se faz homem!
Diante do homem que se ensoberbece, Deus se esvazia de si mesmo e assume a natureza humana, e faz-se homem para ensinar ao homem como verdadeiramente ser feliz, a partir de uma criação nova, de uma Nova Criação! E aí aparece então hoje a figura da Virgem Maria, concebida sem a mancha do pecado original, porque em vista da Obra que o próprio Deus iria realizar em Cristo, em vista desta obra prodigiosa, Maria é concebida e nasce sem o pecado, para ser Mãe de uma Nova Humanidade, e Mãe também de Deus, porque Deus é que realiza essa nova humanidade na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Então, nós celebramos hoje essa Maravilha, para entendermos o que diz o Apóstolo Paulo: “onde abundou o pecado, superabundou a graça”, e isso nos consola e conforta, porque em Jesus Cristo nós temos a Salvação, nós podemos ter corações novos, nós podemos ser pessoas novas! Podemos sim! E a figura da Virgem Maria é maravilhosa para nós! Ela é cheia de graça, aquela que não precisa de mais nada, aquela que não está em processo, mas é plena. E o que Ela fez para ser assim? NADA! Deus a fez assim, em previsão da Salvação de Jesus! Mas Deus a fez assim, também, para nos ensinar como seremos nós; nos ensinar como devemos ser e o que devemos fazer, ou seja, fazer o que ela fez, isto é, deixar-se conduzir pela graça. E isto é muito singelo no final deste texto do Evangelho, quando se diz que ao ouvir a resposta de Maria: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”, o evangelista diz sutilmente: “E O ANJO RETIROU-SE”.
Por que? Porque, o Anjo é o Mensageiro, Ele anuncia, mas a Obra quem realiza é o Espírito Santo! O anjo se retira para que Maria se deixe conduzir pela Obra de Deus. E isso é importante para nós, quando ouvimos uma a Palavra de Deus anunciada numa pregação, é como se o anjo tivesse falando a nós, mas ao fim de tudo, todos se retiram, e ficamos sós: eu e o Espírito Santo, para que eu deixe a Obra de Deus se realizar em mim como Maria deixou se fecundar pelo Espírito!
Que nesta celebração possamos responder generosamente a esse chamado também a santidade e pedirmos o auxílio desta nossa advogada que não perde causa, que ela nos ajude a trilharmos o Caminho da Santidade e do Serviço que cada um de nós deve prestar a Deus e aos irmãos com sua própria vida. Amém.”