SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

SÃO PAULO - BRASIL

"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

Categorias
Artigos CNBB Liturgia

Declaração Final – COP 30

Conversão ecológica, resistência às falsas soluções e compromisso com a justiça socioambiental
“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados”. Mt5.6

Reunidos em Belo Horizonte, Minas Gerais, no Colégio Marista Dom Silvério, entre os dias 25 e 27 de julho de 2025, representantes dos Regionais Leste 1, Leste 2, Leste 3 e Sul 1 da CNBB, abrangendo os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, assumimos coletivamente o chamado à conversão ecológica, à resistência às falsas soluções climáticas e à construção de um compromisso profético em preparação à COP 30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém do Pará.

Diante do colapso climático global, que atinge de forma mais dura os pobres e territórios vulnerabilizados, reconhecemos o fracasso das últimas Conferências do Clima em oferecer soluções concretas. O aquecimento global já ultrapassa 1,5°C, e os acordos internacionais, dominados por interesses econômicos, são insuficientes diante de uma crise sistêmica que ameaça toda a vida. Vivemos um mundo atravessado por múltiplas crises, com guerras e violências, cujo ápice se revela no genocídio em Gaza, expressão extrema de nossa crise civilizatória.

Em nossa região Sudeste do Brasil, o modelo econômico agrava a degradação dos biomas, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, manguezais e zonas costeiras, através do avanço urbano-industrial, da mineração, do agronegócio, da exploração do gás e do petróleo, do uso indiscriminado do agrotóxico e da especulação imobiliária. A contaminação das águas, a perda da biodiversidade, a expulsão de comunidades e a periferização tornam visível a injustiça ambiental e social.

A partir de duas mesas de painéis, uma sobre a Crise Climática e a Justiça Socioambiental e outra sobre a Ruptura com o Modelo Econômico Predatório e Falsas Soluções, nos organizamos em 5 grupos de trabalho para aprofundar cinco eixos da nossa Pré-COP: 1 – Soberania dos Povos, Direitos Territoriais e Justiça Socioambiental; 2 – Justiça Climática e Reparação Histórica; 3 – Ruptura com o Modelo Econômico Predatório, Não à Economia Verde; 4 – Descarbonização e Falsas Soluções; 5 – Centralidade da Vida, Dignidade Humana e Direitos da Terra.

Os grupos convergiram na compreensão de que a crise climática está profundamente ligada, ao sistema capitalista, à injustiça social, ao racismo ambiental e ao extrativismo predatório. Criticaram a chamada economia verde, a mercantilização da natureza e as falsas soluções tecnológicas. Propuseram, em contrapartida, uma ruptura com o modelo econômico vigente e a construção de uma nova economia baseada na justiça socioambiental, na agroecologia e nos saberes ancestrais. Reivindicaram a soberania alimentar e energética, bem como políticas públicas construídas a partir das comunidades e a responsabilização dos grandes poluidores. Destacaram também a necessidade de coerência institucional, incluindo uma atuação profética da Igreja, que deve assumir papel ativo, educativo e articulador nas lutas por direitos, territórios e dignidade.

Denunciaram as falsas soluções, como os mercados de carbono, os megaprojetos de energia e a expansão da mineração, que aprofundam desigualdades e ameaçam territórios sem enfrentar as causas estruturais da crise. A crise climática é inseparável da injustiça social, do racismo ambiental e do extrativismo. Seus impactos recaem sobre os povos indígenas, quilombolas, comunidades periféricas, camponesas, ribeirinhas e tradicionais. É urgente responsabilizar juridicamente os grandes emissores, corporações e governos, e exigir que os compromissos assumidos nas COPs tenham força legal e sanções reais.

Nós bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigas e leigos, presentes nesta Pré-COP, reafirmamos, com esperança, a ecologia integral como eixo da nossa missão evangelizadora, tendo como referências centrais a encíclica Laudato Si’ e a exortação Laudate Deum. Anunciamos a conversão ecológica como caminho de fé e espiritualidade para um mundo novo. Caminho de irmandade universal entre toda criação, como nos convida Francisco de Assis, no Cântico das Criaturas. Propomo-nos a fortalecer as CEBs, as Pastorais Sociais e a Pastoral da Ecologia Integral, com a presença efetiva da Igreja nos territórios e na escuta e convivência ativa junto às populações vulnerabilizadas. A formação de lideranças religiosas e comunitárias deve ser prioridade, que leve ao comprometimento, articulando espiritualidade, saberes tradicionais, ciência e consciência política.

A Igreja deve se manter coerente entre seu discurso e sua prática, evitando recursos e alianças com empresas poluidoras e adotando medidas sustentáveis em suas estruturas. Reafirmamos sua missão profética diante do Estado e do mercado, com atuação firme nas políticas públicas, conselhos, conferências e demais espaços de participação popular, inclusive oferecendo suporte jurídico às lideranças. É compromisso urgente enfrentar o racismo ambiental e as desigualdades estruturais que atingem especialmente povos indígenas, quilombolas, comunidades periféricas e ribeirinhas.

Destacamos a proposta dos Regionais aqui presentes levarem essas diretrizes para a Assembleia dos Bispos, com o objetivo de tornar a Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração em uma comissão nacional permanente, e que se constitua em todos os regionais da CNBB.

Defendemos políticas públicas estruturantes, com participação social, que garantam moradia, água, saneamento e saúde às comunidades em risco socioambiental, assegurando também os direitos da natureza. É essencial atuar nos Planos de Saneamento, Diretores e de Mobilidade Urbana, promovendo justiça espacial e o direito à permanência nos territórios. Rejeitamos propostas como o “PL da devastação”, a lógica da “escala de trabalho 6×1”, e defendemos leis populares, como a “taxação das grandes fortunas”, bem como leis voltadas à justiça climática. Uma ação urgente passa pelo combate ao desmatamento, com foco na preservação dos biomas, e na contenção da urbanização predatória e dos grandes empreendimentos. A preservação das florestas é compromisso espiritual, territorial e ambiental, não financeiro, em diálogo com os povos que nelas vivem.
Em contraste ao modelo capitalista que devasta e aprofunda a crise climática, apontamos para a vida que prevalece apesar de tudo o que acontece.

Anunciamos os modos de vida e os saberes dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais que representam formas sustentáveis e harmoniosas de habitar a terra, baseadas no cuidado com a natureza, na coletividade e no respeito aos ciclos da vida. Identificamos, ainda, sinais concretos de esperança presentes nos territórios. Alternativas comunitárias e coletivas, baseadas na economia do cuidado, na agroecologia, na agricultura familiar, na economia solidária, no decrescimento. Expressões para nós de uma Economia de Francisco e Clara. Essas comunidades cultivam uma relação de reciprocidade com os territórios, oferecendo caminhos concretos para a justiça socioambiental e a regeneração da vida. Comprometemo-nos com organizações populares e as iniciativas comunitárias autônomas, como cooperativas e redes de solidariedade.

No cenário internacional, exigimos compromissos vinculantes nas COPs, o cancelamento das dívidas externas e a responsabilização dos países historicamente poluidores.

Confiamos aos nossos Regionais da CNBB, sob as bênçãos de Deus, a continuidade dos trabalhos.

Que a COP 30, em Belém, seja um marco de escuta do grito da Terra e dos Pobres, de denúncia profética das estruturas de morte e de anúncio de novos caminhos para uma sociedade justa e com respeito à natureza. Saudamos, com esperança, a Cúpula dos Povos, onde movimentos e organizações sociais nacionais e internacionais se mobilizam por alternativas reais e por justiça climática. Que as vozes dos territórios sejam ouvidas e respeitadas nas negociações. O tempo é agora. A conversão ecológica é urgente. A justiça climática é inegociável.

“Trabalhem por uma justiça ecológica, social e ambiental”. Papa Leão XIV (Mensagem ao II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o cuidado da Casa Comum realizado na Puc do Rio de Janeiro – maio de 2025).

Pela intercessão de Nossa Senhora da Abadia das águas sujas e de São Francisco de Assis.

Categorias
Artigos CNBB

Campanha para a Evangelização 2025

Nas celebrações do próximo fim de semana, 3º domingo do Adento, será realizada a Coleta Nacional para a Evangelização 2025 em todas as comunidades e paróquias do Brasil.  A Campanha para a Evangelização 2025 deste ano tem como tema “Hoje, é preciso que eu fique na tua casa!”, inspiração bíblica retirada de Lucas 19, 1.

O valor arrecadado é destinado a fortalecer iniciativas de evangelização em todo país. No vídeo abaixo, o subsecretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Leandro Megeto, reforça o pedido para a doação à coleta.

Entenda para onde vão os recursos:

45% ficam na própria diocese, para subsidiar a ação missionária, evangelizadora e pastoral da própria Igreja Local;
 20% vão para o respectivo regional da CNBB, para a sua sustentação e de suas estruturas de evangelização e formação;
 35% são enviados à sede nacional da CNBB, em Brasília, de forma a garantir iniciativas e estruturas evangelizadoras nacionais, como as Comissões Episcopais que orientam e dinamizam a ação pastoral e em todo o Brasil.

Iniciativas apoiadas com recursos da Campanha

Com os recursos os 35% enviados à CNBB, a Conferência apoiou mais de 50 eventos formativos, reuniões e ações de articulação pastoral organizados por suas Comissões Episcopais. Entre  eles, a realização do Jubileu dos jovens, realizado realizado em 6 de setembro no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, como parte das celebrações do Ano Jubilar vivido pela Igreja em todo o mundo. O encontro, organizado pela Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, reuniu mais de 1.500 jovens, contemplando representantes de todos os 19 regionais, em um clima de entusiasmo e compromisso com a missão da Igreja.

O Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida recebeu caravanas de todas as regiões do Brasil. O dia contou com oração, reflexão sobre o Jubileu, leitura orante e momentos marcantes como a peregrinação nacional ao Santuário e a Santa Missa. À tarde, a animação tomou conta dos jovens com adoração eucarística e o show de Diego Fernandes, encerrando a jornada em clima de celebração.

Doe para a Coleta Nacional

No próximo domingo,  nas celebrações do 3º domingo do Advento (13 e 14), os católicos são convidados a doarem a sua oferta para a Campanha para a Evangelização nas celebrações.  Não se trata apenas de uma coleta, mas de uma doação que vai apoiar iniciativas de evangelização em todo país. Evangelização que deseja chegar ao coração e à consciência dos fiéis, ajudando-lhes a dar passos concretos e seguros no seguimento de Jesus, em consonância com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

Saiba mais em:
campanhas.cnbb.org.br

Fonte: CNBB.org.br

Categorias
CNBB Destaques Diocese

46ª Assembleia Eclesial do Regional Sul 1

Arcebispos, bispos, padres coordenadores diocesanos de pastoral e lideranças pastorais das 43 circunscrições eclesiásticas paulistas, bem como coordenadores e assessores estaduais de pastorais, movimentos e serviços eclesiais estiveram reunidos no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP), entre os dias 24 e 26, na 46ª Assembleia Eclesial do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

À luz do tema central “Identidade eclesial e pertença diocesana”, os 230 participantes vivenciaram momentos de espiritualidade, trabalhos em grupo e reflexões. Também recordaram os 50 anos das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), rezaram com as crianças da Infância e Adolescência Missionária (IAM) e realizaram a oração do Ofício Divino dos Santos e Beatos que atuaram no estado de São Paulo: Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, São José de Anchieta, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Beata Assunta Marchetti, Beato Mariano de la Mata Aparício e Beato Donizetti Tavares de Lima.

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora

Após a missa de abertura da 46ª Assembleia Eclesial, na sexta-feira, 24, presidida por Dom Moacir Silva, Arcebispo de Ribeirão Preto (SP) e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, tendo entre os concelebrantes Dom Luiz Carlos Dias, Bispo de São Carlos e Vice-Presidente do Regional Sul 1; e Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Secretário do Regional Sul 1, ocorreu a primeira conferência do evento, conduzida por Dom Ricardo Hoepers, Secretário-geral da CNBB e Bispo Auxiliar de Brasília (DF).

Dom Ricardo discorreu sobre o Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) que nortearão a comunhão e a missão “em um caminho de renovação e compromisso pastoral”, afirmou.

Ele explicou que preparação das DGAE trata-se da culminância de um processo pastoral, amadurecido ao longo dos anos de 2023 e 2025; do fruto do percurso eclesial orientado pela escuta, pelo discernimento e pela fidelidade ao Magistério; e que exprime uma visão global para a evangelização no Brasil no caminho sinodal.

O Secretário-geral da CNBB indicou que o texto de estudo quer ser para as dioceses “um instrumento para testemunharmos ao mundo contemporâneo a presença de Deus em nosso meio”. Ele explicou que as DGAE têm o objetivo de “unir sem uniformizar e de caminhar sem se dispersar!”, e acrescentou que elas “não exigem um espelhamento, mas uma comunhão”.

Os desafios da urbanização intensa; do pluralismo religioso; da comunicação; da desigualdade social e da pobreza humana encontraram na imagem da “Tenda”, expressa nas Diretrizes, resposta eclesial para o momento presente. “A tenda é símbolo de presença e esperança”, disse Dom Ricardo, ao explicar que no linguajar bíblico representa a companhia de Deus na história “refletindo a forma como a Igreja deve estar no mundo: móvel, acolhedora e enraizada na esperança”.

Pertença diocesana

O tema central da 46ª Assembleia Eclesial – “Identidade eclesial e pertença diocesana” – foi tratado no sábado, 25, por Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ).

Ao retomar as diversas imagens eclesiais expressas no Novo Testamento, Dom Antonio Luiz explicou que as noções de Povo de Deus, de Corpo de Cristo e de Templo do Espírito, orientadas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), ajudam na compreensão global da Igreja. Assim, “a diocese é a Igreja local plenamente Igreja de Cristo em comunhão com as igrejas”, explicou.

“A unidade da Igreja é obra do Espírito na vida sacramental, tendo na Eucaristia o ápice da comunhão!”, ressaltou o Bispo, que também tratou sobre a estruturação ministerial da Igreja e sua organização, evidenciando a “diocese como porção do povo de Deus” para firmar a identidade eclesial da comunhão e a pertença diocesana enquanto “manifestação da catolicidade” garantida pela presença de Cristo na comunidade celebrativa.

Pela comunhão episcopal, “a sucessão apostólica é o elemento ministerial chave para a relação da Igreja local e da Igreja universal”, explicou Dom Antonio Luiz, ao indicar que o elemento territorial, que compõe a diocese, por razões históricas e culturais, evidencia a Igreja enquanto ‘mãe que congrega seus filhos’ à Palavra e aos sacramentos, e como ‘Igreja fraternidade’ que manifesta a unidade na diversidade de dons e carismas.

Na tarde do sábado, os participantes da Assembleia Eclesial, divididos em grupos por sub-regiões pastorais – Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Paulo (dividida em dois grupos) e Sorocaba – aprofundaram a reflexão sobre corresponsabilidade e fortalecimento da missão evangelizadora da Igreja nas dioceses paulistas.

Um grande encontro de toda a Igreja paulista

Em entrevista ao término da 46ª Assembleia Eclesial, Dom Carlos Silva explicou que o tema proposto para o evento teve como objetivo auxiliar as arquidioceses e dioceses paulistas na recepção do texto das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil que será aprovado em 2026, pelo episcopado brasileiro, em Assembleia Geral.

Nossa Diocese de Guarulhos esteve representada por nosso Bispo, Dom Edmilson, o Coordenador de Pastoral, Padre Marcelo Dias e alguns outros membros de pastorais participantes da assembleia.

Confira alguns registros da assembleia:

46ª Assembleia Eclesial do Regional Sul 1
Categorias
Artigos CNBB

Presidente da CNBB publica artigo “Pátria Amada!”

O arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), Dom Jaime Cardeal Spengler publica, abaixo, o artigo “Pátria Amada!” no qual recorda os valores e fundamentos que sustentam a independência do Brasil como nação. Veja a íntegra.

Pátria Amada!

A Semana da Pátria celebra a independência do Brasil da Casa Imperial de Portugal. A Proclamação da Independência significou autonomia política, soberania nacional, ou seja, liberdade com relação à coroa portuguesa. O Hino da Independência e o Hino Nacional, cantam este fato em prosa e verso: “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil… E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria…”

Passados 203 anos daquele evento histórico, a Constituição de 1988 consagrou a noção de Estado de Direito, ancorada no princípio supremo da democracia. Ora, a democracia é um ordenamento. O seu caráter ‘moral’ depende da conformidade com a lei moral, à qual deve se submeter como qualquer outro comportamento humano.

Uma autêntica democracia não é somente o resultado de um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos: a dignidade da pessoa humana desde sua concepção até o seu ocaso natural, o respeito dos direitos do homem, do fato de assumir o “bem comum” como fim e critério regulador da vida política.

Quando o relativismo ético se difunde, a democracia corre riscos! “Uma autêntica democracia só é possível num Estado de direito e sobre a base de uma reta concepção da pessoa humana. Aquela que exige que se verifiquem as condições necessárias à promoção quer dos indivíduos através da educação e da formação nos verdadeiros ideais, quer da ‘subjetividade’ da sociedade, mediante a criação de estruturas de participação e corresponsabilidade” (S. João Paulo II).

Quem, nos diversos âmbitos da República, se dedica à atividade política tem por missão fundamental empenhar-se na busca e na realização de tudo aquilo que possa favorecer ao bom andamento da convivência civil no seu conjunto; têm a função de síntese e de mediação em vista do bem comum, que constitui uma das finalidades essenciais e irrenunciáveis da autoridade política.

Celebrar, pois a Semana da Pátria é oportunidade para re-cordar o que a todos une, ancorados em valores éticos-morais fundamentais.

Dom Jaime Cardeal Spengler
Presidente da CNBB

Categorias
Artigos CNBB Vida Presbiteral

Papa Leão XIV concede bênção e impõe Pálio a 54 arcebispos; entre eles cinco brasileiros

“Serei sempre fiel e obediente ao Bem-aventurado Apóstolo Pedro, à Santa e Apostólica Igreja de Roma, a ti, Sumo Pontífice, e a teus legítimos sucessores. Assim me ajude Deus Onipotente”.

Este foi o juramento feito no domingo, 29 de junho, Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, pelos arcebispos metropolitanos nomeados ao longo do último ano, aos quais o papa Leão XIV concedeu a bênção e impôs o pálio.

Ao todo, 54 arcebispos receberam o paramento litúrgico que simboliza a comunhão com a Igreja de Roma, entre eles cinco brasileiros: dom Ângelo Ademir Mezzari, r.c.i., arcebispo de Vitória (ES); dom Odelir José Magri, m.c.c.j., arcebispo de Chapecó (SC); dom Francisco Carlos Bach, arcebispo de Joinville (SC); dom Vítor Agnaldo de Menezes, arcebispo de Vitória da Conquista (BA); e dom Antônio Emídio Vilar, s.d.b., arcebispo de São José do Rio Preto (SP).

O arcebispo dom Antônio Emílio Vilar foi recebido nos estúdios da Rádio Vaticano para falar sobre a entrega do palio e o crescimento da arquidiocese de São José do Rio Preto. Na ocasião, dom Vilar destacou que “é muito bonito receber o Pálio neste domingo, e também nesse momento novo, como arquidiocese de São José do Rio Preto, em que toda a nossa Igreja do Brasil também está colhendo os frutos desse crescimento, da evangelização e também da estruturação das nossas dioceses e arquidioceses”.

Origem

O pálio — do latim pallium, manto de lã — é uma veste litúrgica da Igreja Católica, composta por uma faixa de lã branca colocada sobre os ombros dos arcebispos. Simboliza a ovelha que o pastor carrega nos ombros, representando a missão pastoral do bispo. É também sinal da jurisdição dos arcebispos metropolitanos em comunhão com a Santa Sé.

O pálio tem origem no manto usado por filósofos e aparece na arte paleocristã vestindo Jesus e os apóstolos. Foi adotado pela Igreja com função semelhante ao omoforion das tradições orientais. Inicialmente, era uma tira de pano enrolada nos ombros, usada por todos os bispos, como mostram ícones de santos como Santo Ambrósio e São João Crisóstomo. O primeiro registro de sua concessão formal é de 513, quando o Papa Simmaco o entregou a São Cesário de Arles. No século IX, ganhou o formato atual de “Y”, passando a ser exclusivo dos arcebispos metropolitanos. Em ocasiões especiais, como no Jubileu de 2000, o Papa João Paulo II utilizou um modelo semelhante ao antigo omoforion.

Confecção

Dois cordeiros, criados pelos monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, fornecem a lã. Eles são abençoados em 21 de janeiro, festa de Santa Inês, e levados ao Papa. As freiras do convento de Santa Cecília, em Trastevere, tecem e costuram os pálios, que ficam guardados na Basílica de São Pedro, junto ao túmulo do apóstolo.

Como é o Pálio

O pálio atual é uma faixa de lã branca, com cerca de 5 cm de largura, curvada para os ombros, com duas abas pretas pendentes na frente e nas costas, formando um “Y”. Possui seis cruzes negras (lembrando as chagas de Cristo) e três alfinetes que remetem ao antigo modo de fixá-lo. No pontificado de Bento XVI, Piero Marini restaurou o uso de um modelo mais longo, inspirado no formato antigo. Contudo, desde 2008, o Papa voltou a usar um pálio em “Y”, semelhante ao dos arcebispos, mas maior e com cruzes vermelhas, destacando a jurisdição singular do Bispo de Roma.

 

Fonte: CNBB.org.br

Categorias
CNBB Destaques Diocese

Óbolo de São Pedro: um gesto de comunhão e apoio ao Papa na sua missão universal

No próximo dia 29 de junho, data em que a Igreja celebra a Solenidade de São Pedro e São Paulo, acontece em todo o mundo a Coleta do Óbolo de São Pedro — uma tradicional expressão de comunhão com o sucessor de Pedro e de apoio à sua missão à frente da Igreja universal. Neste ano, a data coincide com o último domingo de junho, favorecendo a participação das comunidades paroquiais nesse gesto concreto de solidariedade. O Óbolo de São Pedro é uma oferta voluntária dos fiéis, que se une a muitas outras contribuições ao redor do mundo, com o objetivo de sustentar as obras de caridade do Papa e suas atividades pastorais, especialmente nas situações de maior urgência e necessidade.
Um gesto que expressa comunhão e solidariedade
Mais do que uma doação material, o Óbolo representa a participação ativa dos católicos na missão da Igreja, promovendo a evangelização, a paz e a caridade. Segundo a Santa Sé, essa iniciativa reforça o compromisso de cada fiel com a missão do Santo Padre de anunciar o Evangelho e cuidar dos mais necessitados, onde quer que estejam.
Diversas formas de contribuir
A principal ocasião para participar do Óbolo de São Pedro é a coleta anual realizada nas igrejas no dia 29 de junho ou no domingo mais próximo da Solenidade de São Pedro e São Paulo. Neste momento, todos são convidados a rezar de maneira especial pelo Papa e a realizar sua oferta durante a Missa em sua paróquia. No entanto, é possível contribuir ao longo de todo o ano, por meio de diferentes formas:
  • Doações online com cartão de crédito, disponíveis no site oficial: www.obolodisanpietro.va;
  • Transferência bancária, ordem postal ou cheque, de acordo com as possibilidades de cada fiel;
  • Também é possível deixar um legado ou testamento em favor do Santo Padre. Para mais informações sobre essa forma de contribuição, os interessados podem entrar em contato com o Escritório do Óbolo de São Pedro pelo telefone: +39 06 6988 4851.
Uma missão que continua
Diante dos desafios do mundo atual, a Igreja continua comprometida com a promoção da dignidade humana, da paz e da caridade cristã. O Óbolo de São Pedro é um sinal de esperança e de unidade entre os fiéis e o Papa, fortalecendo o vínculo espiritual e missionário que une a Igreja em todo o mundo. Cada contribuição — grande ou pequena — é acolhida com gratidão e se transforma em ajuda concreta aos mais necessitados.
Categorias
CNBB Destaques Diocese

Assembleia do Regional Sul 1 reafirma compromisso com a Sinodalidade

A 87ª edição da Assembleia do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ofereceu programa que manteve, entre as sessões, um “fio condutor espiritual”: o próprio Espírito Santo.

O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, no encerramento do segundo dia de atividades, dirigiu partilha que considerou do funeral do Papa Francisco à eleição de Leão XIV. Citando os mais de seis mil jornalistas e órgãos de imprensa credenciados, e as cerca de 170 delegações e representações diplomáticas, Dom Odilo sublinhou o “clima de oração em um ambiente muito sereno e tranquilo”, no interior da Basílica Vaticana, quando das celebrações de despedida. Sobre as Congregações Gerais, muito se falou, segundo o Arcebispo de São Paulo, sobre a missão da Igreja, questões atuais, urgentes e emergentes. Acerca do Conclave, o Cardeal Scherer reafirmou que não se implantou nenhum tipo de campanha, partidarismo ou algo na linha da disputa. “Foi o Espírito Santo que orientou as votações que foram realizadas segundo a consciência de cada votante”, concluiu.

Ação de graças
“Continuamos a ouvir o Senhor. Assim como Ele quis contar com o testemunho de Paulo em outros lugares, Ele continua a contar com cada um de nós”, disse o arcebispo de Ribeirão Preto e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Moacir Silva. Ainda durante a Missa, na abertura do terceiro e último dia, o religioso sublinhou a importância da unidade dos cristãos que, segundo ele, “é fundamental e necessária para que o mundo acredite em Jesus Cristo”. Dom Moacir destacou que “o intercâmbio de dons é um sinal eficaz da fé e do amor de Cristo. Uma Igreja sinodal se compromete a caminhar nos diversos lugares onde vive. Que São Bonifácio nos ajude, cada vez mais, a ser essa Igreja sinodal”, conclui o presidente do Regional.

Partilhas
Na sessão de quinta-feira, em diversas exposições, assuntos foram colocados em comum. A Equipe da “Ajuda à Igreja que sofre” falou das urgências verificadas ao redor do mundo e também no Brasil. No país, 224 projetos foram aprovados no último ciclo e cerca de R$ 20 milhões foram aplicados. Os bispos paulistas se comprometeram em favorecer a divulgação das atividades do organismo.

O bispo diocesano de Itapeva, Dom Eduardo Malaspina, dirigiu painel dedicado à Pastoral da Ecologia Integral. “Não cuidamos da Natureza porque ela seja deus, mas porque ela é obra de Deus”. Dom Malaspina sublinhou que cuidar da criação é um gesto de amor. “Floresta não é desperdício de terra”, afirmou, em vídeo, climatologista que considerou o papel das matas no equilíbrio da temperatura. “A Igreja, por meio da Pastoral da Ecologia Integral, pode ser uma voz profética”, igualmente sublinhou agente em vídeo exibido aos bispos e coordenadores de pastoral. O painel efetivado na manhã do último dia da Assembleia encontrou conexão com a Celebração que destacou os 800 anos da composição do “Cântico das Criaturas”.

Convite
No dia 27 de setembro, em Aparecida, será realizado o encontro de Diáconos. O convite foi partilhado pelo Diácono José Silva, da Comissão Regional dos Diáconos do Regional Sul 1 da CNBB.

Formação
O bispo diocesano de Franca, Dom Paulo Beloto, dirigiu partilha sobre a formação dos futuros Presbíteros. “O padre se configura a Cristo Sacerdote”, disse. Representando a Organização de Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) do Regional Sul 1 da CNBB, Pe. Edvagner Tomáz da Cruz, completou a exposição. “Dia 13 de setembro, na peregrinação pelo Ano Jubilar, teremos o Jubileu dos formadores e seminaristas em Aparecida”.

Laicato
O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) também ocupou parte da última sessão da Assembleia a partir de exposição realizada por agentes do Estado de São Paulo. As urgências, dispostas em dois eixos (missão e estrutura), mereceram citação. “Como ajudar na implantação do CNLB nas Dioceses e Arquidioceses?” configura como grande desafio. “É um processo: primeiro a gente faz um contato, cria um pequeno grupo até formar o Conselho”, disseram os agentes. De 19 a 22 de junho acontecerá o 8º Encontro Nacional. 585 leigos já estão inscritos. O bispo emérito de Jundiaí, Dom Vicente Costa, acompanhou o casal Celia Soares de Souza e José Luiz Gomes de Almeida, ambos da Diocese de Guarulhos.

Gratidão
Ao final da última sessão, a presidência agradeceu as expressões envolvidas na organização e na vivência da 87ª edição da Assembleia do Regional Sul 1 da CNBB. “Saímos daqui mais comprometidos com uma Igreja Sinodal”, concluiu o arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, antes da Oração da Hora Média.

Fonte: Pascom | Regional Sul 1

 

Categorias
CNBB Destaques Diocese

Papa Leão XIV: “O Senhor me chamou para carregar uma cruz e realizar uma missão”

Após a eleição na tarde de 8 de maio, o Papa Leão XIV voltou esta manhã à Capela Sistina para presidir à Santa Missa com todos os membros do Colégio Cardinalício.

No início de sua homilia, fez em inglês uma saudação aos cardeais, repetindo as palavras do Salmo responsorial: “Cantarei um cântico novo ao Senhor, porque ele fez maravilhas”.

“E, de fato, não apenas comigo, mas com todos nós. Meus irmãos cardeais, ao celebrarmos esta manhã, convido-os a refletir sobre as maravilhas que o Senhor fez, as bênçãos que o Senhor continua a derramar sobre todos nós por meio do Ministério de Pedro. O Senhor me chamou para carregar essa cruz e realizar essa missão, e sei que posso contar com cada um de vocês para caminhar comigo, continuamos como Igreja, como uma comunidade de amigos de Jesus, como fiéis para anunciar a Boa Nova, para anunciar o Evangelho.”

Fiel administrador a favor de todo o Corpo místico da Igreja

Em seguida, começou a ler o texto previamente preparado, em que refletiu sobre a frase que Simão Pedro dirige a Jesus, contida no capítulo 16 do Evangelho de Mateus: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’.”

Essas palavras de Pedro, afirma o Papa recém-eleito, expressam em síntese o patrimônio que há dois mil anos a Igreja preserva, aprofunda e transmite através da sucessão apostólica. Ou seja, Jesus é o único Salvador e o revelador da face do Pai.

Citando a “Gaudium et spes” do Concílio Vaticano II, Leão XIV recorda que o Filho de Deus se revela a nós através dos olhos confiantes de uma criança, mostrando-nos assim um modelo de humanidade santa que todos podemos imitar.

Este tesouro agora “é confiado também a mim, para que eu seja um fiel administrador a favor de todo o Corpo místico da Igreja, de modo que esta seja sempre mais cidade colocada sobre o monte (cfr Ap 21,10), arca de salvação que navega através das ondas da história, farol que ilumina as noites do mundo. E isso não tanto pela grandiosidade de suas estruturas, mas pela santidade dos seus membros”.

Chamados a testemunhar a alegria da fé

Retomando o episódio bíblico narrado em Mateus, Leão XIV reflete ainda sobre a resposta de Jesus a Pedro, quando diz “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?”.

Não se trata de uma questão banal, afirma o Papa, pelo contrário, é de grande atualidade. Pois há duas possíveis interpretações. A primeira é a que identifica Jesus como uma pessoa sem importância alguma, ao máximo um personagem curioso, como fizeram os habitantes de Cesareia de Filipe. Outra possível resposta é a das pessoas comuns, que veem Jesus não como um charlatão, mas uma pessoa reta, com coragem e que diz coisas justas. Mas o consideram somente um homem e, por isso, no momento do perigo, durante a Paixão, O abandonam.

“Também hoje, não são poucos os contextos em que a fé cristã é considerada algo absurdo destinada a pessoas débeis e pouco inteligentes; contextos em que a ela preferem-se outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer.”

Trata-se de ambientes onde não é fácil testemunhar nem anunciar o Evangelho, e onde quem acredita se vê ridicularizado, contrastado, desprezado, ou, quando muito, suportado e digno de pena.

No entanto, precisamente por isso, são lugares onde a missão se torna urgente, porque a falta de fé, muitas vezes, traz consigo dramas como a perda do sentido da vida, o esquecimento da misericórdia, a violação da dignidade da pessoa, a crise da família e tantas outras feridas das quais a nossa sociedade sofre, e não pouco.

“Ainda hoje, não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isto não apenas entre quem não crê, mas também entre muitos batizados, que acabam por viver, a este nível, num ateísmo prático.”

Este, portanto, é o mundo que nos está confiado e no qual, como tantas vezes nos ensinou o Papa Francisco, somos chamados a testemunhar a alegria da fé em Jesus Salvador.

Antes de concluir, citou a frase de Santo Inácio de Antioquia ao se encaminhar para o seu martírio: «Então serei verdadeiro discípulo de Jesus, quando o meu corpo for subtraído à vista do mundo» (Carta aos Romanos, IV, 1).

Essas palavras, afirmou, recordam um compromisso irrenunciável para quem, na Igreja, exerce um ministério de autoridade: desaparecer para que Cristo permaneça, fazer-se pequeno para que Ele seja conhecido e glorificado gastar-se até ao limite para que a ninguém falte a oportunidade de O conhecer e amar.

“Que Deus me dê esta graça, hoje e sempre, com a ajuda da terna intercessão de Maria, Mãe da Igreja.”

 

Por Vatican News
Categorias
CNBB Destaques Diocese

CNBB divulga mensagem ao Papa Leão XIV: “O Brasil acolhe sua eleição com o coração aberto”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou em Coletiva de Imprensa nesta quinta-feira, 8 de maio, a “Mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, a Sua Santidade, o Papa Leão XIV”.

“O Brasil acolhe sua eleição com o coração aberto. Foram dias intensos de oração, em que todas as nossas comunidades se uniram para rezar pelo sufrágio da alma do Papa Francisco, e depois dos novemdiales, pelo Conclave, para que o Espírito Santo conduzisse o Colégio Cardinalício”, diz um trecho do documento. 

A CNBB manifesta o desejo, inspirada em São José de Anchieta, em caminhar em comunhão com o novo Papa: “Queremos caminhar em comunhão com seu ministério, com espírito sinodal e missionário, para fazer da Igreja cada vez mais uma casa de portas abertas, onde todos se sintam acolhidos, amados e valorizados, especialmente os pobres”.

Confira, abaixo a íntegra da Mensagem da CNBB, em PDF (aqui):

Brasília-DF, 08 de maio de 2025

 

Mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, a Sua Santidade, o Papa Leão XIV

 

Santo Padre,

Com profunda alegria e gratidão a Deus, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dirige-se a Vossa Santidade para expressar nossa saudação e nossa unidade pela sua eleição como Bispo de Roma, Sucessor de Pedro e Pastor Universal da Igreja.

O Brasil acolhe sua eleição com o coração aberto. Foram dias intensos de oração, em que todas as nossas comunidades se uniram para rezar pelo sufrágio da alma do Papa Francisco, e depois dos novemdiales, pelo Conclave, para que o Espírito Santo conduzisse o Colégio Cardinalício.

 

Inspirados pelo exemplo dos santos missionários que aqui plantaram as sementes da fé, como São José de Anchieta, queremos caminhar em comunhão com seu ministério, com espírito sinodal e missionário, para fazer da Igreja cada vez mais uma casa de portas abertas, onde todos se sintam acolhidos, amados e valorizados, especialmente os pobres. A luz do Espírito Santo guie constantemente suas decisões, fortaleça sua missão de ser sinal de unidade, amor e esperança para todos os povos, como verdadeiro pastor segundo o coração de Cristo.

 

Maria Santíssima, a Mãe Aparecida, proteja sua vida e seu ministério com seu manto de ternura e amor maternal.

Pedimos sua bênção para todo o povo brasileiro, e desde já, os bispos do Brasil se colocam à inteira disposição de seu pastoreio.

Em Jesus Cristo, Mestre, Pontífice e Bom Pastor.

 

 Dom Jaime Cardeal Spengler
Arcebispo de Porto Alegre – RS
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Goiânia – GO
Primeiro vice-presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife – PE
Segundo vice-presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

 

Categorias
CNBB Destaques Diocese

As primeiras palavras do Papa Leão XIV após ser apresentado a todo o mundo

Após o anúncio do “Habemus Papam” pelo protociácono, cardeal Dominique Mamberti, o Papa Leão XIV foi apresentado ao mundo inteiro a partir da Sacada Central da Basílica de São Pedro às 19h22, no horário de Roma, 14h22, no horário de Brasília. Dali, dirigiu suas primeiras palavras – em italiano e espanhol – às cerca de 100 mil pessoas presentes na Praça São Pedro e Via da Conciliação, e a todos que o seguiam pelos meios de comunicação. Ao final, concedeu a Indulgência Plenária.

Leia na íntegra as primeiras palavras do novo pontífice:

“A paz esteja com todos vocês!

Caríssimos irmãos e irmãs, esta é a primeira saudação de Cristo Ressuscitado, o Bom Pastor que deu a vida pelo rebanho de Deus. Eu também gostaria que esta saudação de paz entrasse em seus corações, chegasse às suas famílias, a todas as pessoas, onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra. A paz esteja com vocês!

Esta é a paz de Cristo Ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz desarmante, humilde e perseverante. Ela vem de Deus, Deus que nos ama a todos incondicionalmente. Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do Papa Francisco que abençoava Roma!

O Papa que abençoava Roma concedia a sua bênção ao mundo, ao mundo inteiro, naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me prosseguir com essa mesma bênção: Deus nos ama, Deus ama a todos vocês, e o mal não prevalecerá! Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos de mãos dadas com Deus e entre nós, sigamos em frente. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. O mundo precisa de sua luz. A humanidade precisa dele como ponte para ser alcançada por Deus e seu amor. Ajudai-nos também vós, e depois uns aos outros, a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos a todos para sermos um só povo, sempre em paz. Obrigado, Papa Francisco!

Quero também agradecer a todos os meus irmãos cardeais que me escolheram para ser o Sucessor de Pedro e caminhar junto com vocês, como Igreja unida, sempre buscando a paz, a justiça, buscando sempre trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo, sem medo, para proclamar o Evangelho, para sermos missionários.

Sou filho de Santo Agostinho, um agostiniano, que disse: “com vocês sou cristão e para vocês bispo”. Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo àquela pátria que Deus nos preparou.

À Igreja de Roma, uma saudação especial! [Aplausos] Devemos buscar juntos como ser uma Igreja missionária, uma Igreja que constrói pontes, dialoga, sempre aberta para receber como esta praça com os braços abertos. A todos, a todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo e do amor.

(em espanhol)

Y si me permiten también, una palabra, un saludo a todos aquellos y en modo particular a mi querida diócesis de Chiclayo, en el Perú, donde un pueblo fiel ha acompañado a su obispo, ha compartido su fe y ha dado tanto, tanto para seguir siendo Iglesia fiel de Jesucristo.

[Tradução: E se também me permitem, uma palavra, uma saudação a todos aqueles, e em particular à minha querida Diocese de Chiclayo, no Peru, onde um povo fiel acompanhou seu bispo, compartilhou sua fé e deu muito, muito para continuar sendo Igreja fiel de Jesus Cristo.]

A todos vocês, irmãos e irmãs de Roma, da Itália, do mundo inteiro, queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que sempre busca a paz, que sempre busca a caridade, que sempre busca estar próxima, especialmente daqueles que sofrem.

Hoje é o dia da Súplica a Nossa Senhora de Pompeia. Nossa Mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima, ajudar-nos com sua intercessão e seu amor.

Por isso, gostaria de rezar junto com vocês. Rezemos juntos por esta nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo e peçamos esta graça especial a Maria, nossa Mãe.”

 

 

Por Vatican News | Foto: Vatican Media