Diocese de Guarulhos

SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Missa Diocesana das Comunicações Sociais 2024

No dia 11 de maio, tivemos a alegria de celebrar a Missa Diocesana das Comunicações Sociais na Paróquia São Francisco – Nações. Presidida por Dom Edmilson e concelebrada pelos Pe. Marcos Vinícius, assessor da Pascom, e Pe. Fernando Benetti, pároco da São Francisco, a celebração foi um verdadeiro exemplo de beleza e dedicação.

A missa foi meticulosamente preparada, e cada detalhe refletiu o empenho e a paixão das equipes envolvidas. Desde a decoração até a liturgia, tudo foi pensado para garantir que a mensagem do dia fosse transmitida com clareza e fervor. Nossos corações se encheram de gratidão ao testemunhar o trabalho duro e o cuidado das equipes que cuidaram de cada aspecto da celebração, garantindo que tudo corresse perfeitamente.

Logo no início, Dom Edmilson fez uma reflexão sobre a carta sobre as Comunicações Sociais, ressaltando a importância de “nutrir o coração da liberdade, que cresce na sabedoria”, uma mensagem que nos convida a refletir sobre o papel da comunicação na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. A missa nos lembrou que, como cristãos, devemos usar as ferramentas de comunicação não só para disseminar informações, mas para espalhar o amor e a compaixão de Cristo.

Após a celebração, a comunidade se reuniu para um jantar de confraternização, um momento de partilha e alegria que reforçou os laços entre todos os presentes. Foi uma oportunidade para conversar, trocar experiências e celebrar juntos a missão compartilhada de comunicar com propósito e coração.

Estamos profundamente agradecidos a todos que participaram e contribuíram para tornar este evento um sucesso. Que possamos continuar a usar nossas vozes e nossos meios para construir pontes de entendimento e paz, seguindo sempre o exemplo de Cristo.

Obrigado por serem parte desta bela jornada de fé e comunicação!

 

Pascom – Diocese de Guarulhos

Missa Diocesana da Comunicação 2024
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Papa proclama Jubileu: ‘Que a esperança preencha nossos dias!’

“A ESPERANÇA NÃO DECEPCIONA”, É O TÍTULO DA BULA DE PROCLAMAÇÃO DO JUBILEU 2025

É a esperança que o Papa invoca como dom no Jubileu 2025 para um mundo marcado pelo conflito de armas, morte, destruição, ódio contra o próximo, fome, “dívida ecológica” e baixa taxa de natalidade. A esperança é o bálsamo que Francisco quer derramar sobre as feridas de uma humanidade oprimida pela “brutalidade da violência” ou que se encontra nas garras de um crescimento exponencial da pobreza.

Spes non confundit“, a esperança não decepciona, é o título da Bula de proclamação do Jubileu Ordinário entregue na tarde de hoje, 9 de maio, pelo Papa às Igrejas dos cinco continentes durante as primeiras Vésperas da Solenidade da Ascensão. A Bula, dividida em 25 pontos, contém súplicas, propostas, apelos em favor dos presos, dos doentes, dos idosos, dos pobres, dos jovens, e anuncia as novidades de um Ano Santo que terá como tema “Peregrinos de esperança”.

Uma data comum para a Páscoa

No documento, o Papa Francisco recorda dois importantes aniversários: a celebração em 2033 dos dois mil anos da Redenção e os 1700 anos do primeiro grande Concílio Ecumênico de Nicéia, que entre outros temas tratou também da definição da data da Páscoa. Ainda hoje, “posições diferentes” impedem a celebração no mesmo dia do “o evento fundante da fé”, ressalta, lembrando que, no entanto, “por uma circunstância providencial, isso acontecerá precisamente no ano de 2025” (17).

“Seja isto um apelo a todos os cristãos do Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade em torno duma data comum para a Páscoa.”

A abertura da Porta Santa

Em meio a essas “grandes etapas”, o Papa estabelece que a Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta em 24 de dezembro de 2024. No domingo seguinte, 29 de dezembro, o Pontífice abrirá a Porta Santa da Basílica de São João de Latrão; em 1º de janeiro de 2025, Solenidade de Maria Mãe de Deus, a de Santa Maria Maior e, em 5 de janeiro, a Porta Santa de São Paulo Fora dos Muros. As três Portas serão fechadas no domingo, 28 de dezembro do mesmo ano. O Jubileu terminará com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro em 6 de janeiro de 2026.

Sinais dos tempos

Francisco espera que “o primeiro sinal de esperança” do Jubileu “se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra”.

“Esquecida dos dramas do passado, a humanidade encontra-se de novo submetida a uma difícil prova que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência. Faltará ainda a esses povos algo que não tenham já sofrido? Como é possível que o seu desesperado grito de ajuda não impulsione os responsáveis das Nações a querer pôr fim aos demasiados conflitos regionais, cientes das consequências que daí podem derivar a nível mundial? Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e morte?”

Apelo em favor da natalidade

Com preocupação, o Papa Francisco observa a “queda na taxa de natalidade” que está sendo registrada em vários países e por vários motivos: “dos ritmos frenéticos de vida”, “dos receios face ao futuro”, “da falta de garantias de emprego e de adequada proteção social” e “de modelos sociais ditados mais pela procura do lucro do que pelo cuidado das relações humanas”. Para o Pontífice, há uma “necessidade urgente” de “apoio convicto” dos fiéis e da sociedade civil ao “desejo” dos jovens de gerar novas crianças, para que o futuro possa ser “marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios”.

Para os presidiários, respeito e condições dignas

Na sequência, Francisco pede “sinais tangíveis de esperança” para os presos. Propõe aos governos “formas de amnistia ou de perdão da pena”, bem como “percursos de reinserção na comunidade”. Acima de tudo, o Papa pede “condições dignas para quem está recluso, respeito pelos direitos humanos e sobretudo a abolição da pena de morte”. (10) Para oferecer aos prisioneiros um sinal concreto de proximidade, o próprio Pontífice abrirá uma Porta Santa em uma prisão.

Esperança para os doentes e incentivo para os jovens

Sinais de esperança também devem ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital: “O cuidado para com eles é um hino à dignidade humana”. (11) A esperança também é necessária para os jovens que, com tanta frequência, “veem desmoronar-se os seus sonhos”.

“A ilusão das drogas, o risco da transgressão e a busca do efêmero criam nos jovens, mais do que nos outros, confusão e escondem-lhes a beleza e o sentido da vida, fazendo-os escorregar para abismos escuros e impelindo-os a gestos autodestrutivos.” (12)

Sinais de esperança em relação aos migrantes

Mais uma vez o Papa pede que as expectativas dos migrantes “não sejam frustradas por preconceitos e isolamentos”.

“A tantos exilados, deslocados e refugiados que, por acontecimentos internacionais controversos, são forçados a fugir para evitar guerras, violência e discriminação, sejam garantidos a segurança e o acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para a sua inserção no novo contexto social.” (13)

O número de pobres no mundo é escandaloso

Francisco não se esquece, na Bula, dos muitos idosos que “experimentam a solidão e o sentimento de abandono” (14). Também não se esquece dos “bilhões” de pobres que “falta o necessário para viver” e “sofrem a exclusão e a indiferença de muitos”. “É escandaloso”, de acordo com Francisco, que os pobres constituam a maioria da população de um mundo “dotado de enormes recursos destinados em grande parte para armas”. (15) Em seguida, pede ” que seja generoso quem possui riquezas”, e renova seu apelo para a criação de “um Fundo Global para acabar de vez com a fome” com o dinheiro proveniente de gastos militares. (16)

O perdão das dívidas dos países pobres

Outro convite sincero é dirigido às nações mais ricas para que “reconheçam a gravidade de muitas decisões tomadas e estabeleçam o perdão das dívidas dos países que nunca poderão pagá-las”. “É uma questão de justiça”, escreve o Papa Francisco, “agravada hoje por uma nova forma de desigualdade”, como a “dívida ecológica”, especialmente entre o Norte e o Sul.

O testemunho dos mártires

Na Bula do Jubileu, o Papa convida a olhar para o testemunho dos mártires, pertencentes às diversas tradições cristãs, e expressa o desejo de que durante o Ano Santo esteja presente o aspecto ecumênico. “Estes mártires, pertencentes às diferentes tradições cristãs, são também sementes de unidade, porque exprimem o ecumenismo do sangue. Durante o Jubileu desejo ardentemente que não falte uma celebração ecumênica para evidenciar a riqueza do testemunho destes Mártires.”

A importância da Confissão

Francisco também se refere ao sacramento da Penitência e anuncia a continuação do serviço dos Missionários da Misericórdia, estabelecido durante o Jubileu extraordinário. Aos bispos, pede que os enviem a lugares onde “a esperança está posta a dura prova, como nas prisões, nos hospitais e nos lugares onde a dignidade da pessoa é espezinhada, nas situações mais desfavorecidas e nos contextos de maior degradação, para que ninguém fique privado da possibilidade de receber o perdão e a consolação de Deus”. (23)

O convite às Igrejas Orientais e aos ortodoxos

O Papa dirige “um convite especial” aos fiéis das Igrejas Orientais que “tanto sofreram, muitas vezes até à morte, pela sua fidelidade a Cristo e à Igreja”. Esses irmãos devem se sentir “particularmente bem-vindos a Roma, que também é Mãe para eles e conserva tantas memórias da sua presença”. O acolhimento também para os irmãos e irmãs ortodoxos que já estão vivendo “a peregrinação da Via-Sacra, sendo muitas vezes obrigados a deixar as suas terras de origem, as suas terras santas, donde a violência e a instabilidade os expulsam rumo a países mais seguros”.

Oração nos santuários marianos

Francisco também convida os “peregrinos que vierem a Roma” a rezar nos santuários marianos da cidade para invocar a proteção de Maria, de modo a “experimentar a proximidade da mais afetuosa das mães, que nunca abandona os seus filhos”.

 

Fonte: Vatican News e CNBB

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Mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais

“Inteligência artificial e sabedoria do coração: por uma comunicação plenamente humana”

Queridos irmãos e irmãs!

A evolução dos sistemas da chamada «inteligência artificial», sobre a qual já me debrucei na recente Mensagem para o Dia Mundial da Paz, está a modificar de forma radical também a informação e a comunicação e, através delas, algumas bases da convivência civil. Trata-se duma mudança que afeta não só aos profissionais, mas a todos. A rápida difusão de maravilhosas invenções, cujo funcionamento e potencialidades são indecifráveis para a maior parte de nós, suscita um espanto que oscila entre entusiasmo e desorientação e põe-nos inevitavelmente diante de questões fundamentais: O que é então o homem, qual é a sua especificidade e qual será o futuro desta nossa espécie chamada homo sapiens na era das inteligências artificiais? Como podemos permanecer plenamente humanos e orientar para o bem a mudança cultural em curso?

A partir do coração

Antes de mais nada, convém limpar o terreno das leituras catastróficas e dos seus efeitos paralisadores. Já há um século Romano Guardini, refletindo sobre a técnica e o homem, convidava a não se inveterar contra o «novo» na tentativa de «conservar um mundo belo condenado a desaparecer». Ao mesmo tempo, porém, com veemência profética advertia: «O nosso posto é no devir. Devemos inserir-nos nele, cada um no seu lugar (…), aderindo honestamente, mas permanecendo sensíveis, com um coração incorruptível, a tudo o que nele houver de destrutivo e não-humano». E concluía: «Trata- se – é verdade – de problemas de natureza técnica, científica e política; mas só podem ser resolvidos passando pelo homem. Deve-se formar um novo tipo humano, dotado duma espiritualidade mais profunda, duma nova liberdade e duma nova interioridade». [1]

Neste tempo que corre o risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade, a nossa reflexão só pode partir do coração humano. [2] Somente dotando-nos dum olhar espiritual, apenas recuperando uma sabedoria do coração é que poderemos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana. O coração, entendido biblicamente como sede da liberdade e das decisões mais importantes da vida, é símbolo de integridade e de unidade, mas evoca também os afetos, os desejos, os sonhos, e sobretudo é o lugar interior do encontro com Deus. Por isso a sabedoria do coração é a virtude que nos permite combinar o todo com as partes, as decisões com as suas consequências, as grandezas com as fragilidades, o passado com o futuro, o eu com o nós.

Esta sabedoria do coração deixa-se encontrar por quem a busca e deixa-se ver a quem a ama; antecipa-se a quem a deseja e vai à procura de quem é digno dela (cf. Sab 6, 12-16). Está com quem aceita conselho (cf. Pr 13, 10), com quem tem um coração dócil, um coração que escuta (cf. 1 Re 3, 9). É um dom do Espírito Santo, que permite ver as coisas com os olhos de Deus, compreender as interligações, as situações, os acontecimentos e descobrir o seu sentido. Sem esta sabedoria, a existência torna-se insípida, pois é precisamente a sabedoria que dá gosto à vida: a sua raiz latina sapere associa-a ao sabor.

Oportunidade e perigo

Não podemos esperar esta sabedoria das máquinas. Embora o termo inteligência artificial já tenha suplantado o termo mais correto utilizado na literatura científica de machine learning (aprendizagem automática), o próprio uso da palavra «inteligência» é falacioso. É certo que as máquinas têm uma capacidade imensamente maior que os seres humanos de memorizar os dados e relacioná-los entre si, mas compete ao homem, e só a ele, descodificar o seu sentido. Não se trata, pois, de exigir das máquinas que pareçam humanas; mas de despertar o homem da hipnose em que cai devido ao seu delírio de omnipotência, crendo-se sujeito totalmente autónomo e autorreferencial, separado de toda a ligação social e esquecido da sua condição de criatura.

Realmente o homem sempre teve experiência de não se bastar a si mesmo, e procura superar a sua vulnerabilidade valendo-se de todos os meios. Partindo dos primeiros instrumentos pré-históricos, utilizados como prolongamento dos braços, passando pelos meios de comunicação como extensão da palavra, chegamos hoje às máquinas mais sofisticadas que funcionam como auxílio do pensamento. Entretanto cada uma destas realidades pode ser contaminada pela tentação primordial de se tornar como Deus sem Deus (cf. Gen 3), isto é, a tentação de querer conquistar com as próprias forças aquilo que deveria, pelo contrário, acolher como dom de Deus e viver na relação com os outros.

Cada coisa nas mãos do homem torna-se oportunidade ou perigo, segundo a orientação do coração. O próprio corpo, criado para ser lugar de comunicação e comunhão, pode tornar-se instrumento de agressão. Da mesma forma, cada prolongamento técnico do homem pode ser instrumento de amoroso serviço ou de domínio hostil. Os sistemas de inteligência artificial podem contribuir para o processo de libertação da ignorância e facilitar a troca de informações entre diferentes povos e gerações. Por exemplo, podem tornar acessível e compreensível um património enorme de conhecimentos, escrito em épocas passadas, ou permitir às pessoas comunicarem em línguas que lhes são desconhecidas. Mas simultaneamente podem ser instrumentos de «poluição cognitiva», alteração da realidade através de narrações parcial ou totalmente falsas, mas acreditadas – e partilhadas – como se fossem verdadeiras. Basta pensar no problema da desinformação que enfrentamos, há anos, no caso das fake news [3] e que hoje se serve da deep fake, isto é, da criação e divulgação de imagens que parecem perfeitamente plausíveis mas são falsas (já me aconteceu a mim também ser objeto delas), ou mensagens-áudio que usam a voz duma pessoa, dizendo coisas que ela própria nunca disse. A simulação, que está na base destes programas, pode ser útil nalguns campos específicos, mas torna-se perversa quando distorce as relações com os outros e com a realidade.

Já desde a primeira vaga de inteligência artificial – a das redes sociais – compreendemos a sua ambivalência, constatando a par das oportunidades também os riscos e as patologias. O segundo nível de inteligências artificiais geradoras marca, indiscutivelmente, um salto qualitativo. Por conseguinte é importante ter a possibilidade de perceber, compreender e regulamentar instrumentos que, em mãos erradas, poderiam abrir cenários negativos. Os algoritmos, como tudo o mais que sai da mente e das mãos do homem, não são neutros. Por isso é necessário prevenir propondo modelos de regulamentação ética para contornar os efeitos danosos, discriminadores e socialmente injustos dos sistemas de inteligência artificial e contrastar a sua utilização para a redução do pluralismo, a polarização da opinião pública ou a construção do pensamento único. Assim reitero aqui a minha exortação à «Comunidade das Nações a trabalhar unida para adotar um tratado internacional vinculativo, que regule o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial nas suas variadas formas». [4] Entretanto, como em todo o âmbito humano, não é suficiente a regulamentação.

Crescer em humanidade

Somos chamados a crescer juntos, em humanidade e como humanidade. O desafio que temos diante de nós é realizar um salto de qualidade para estarmos à altura duma sociedade complexa, multiétnica, pluralista, multirreligiosa e multicultural. Cabe a nós questionar-nos sobre o progresso teórico e a utilização prática destes novos instrumentos de comunicação e conhecimento. As suas grandes possibilidades de bem são acompanhadas pelo risco de que tudo se transforme num cálculo abstrato que reduz as pessoas a dados, o pensamento a um esquema, a experiência a um caso, o bem ao lucro, com o risco sobretudo de que se acabe por negar a singularidade de cada pessoa e da sua história, dissolvendo a realidade concreta numa série de dados estatísticos.

A revolução digital pode tornar-nos mais livres, mas certamente não conseguirá fazê-lo se nos prender nos modelos designados hoje como echo chamber (câmara de eco). Nestes casos, em vez de aumentar o pluralismo da informação, corre-se o risco de se perder num pântano anónimo, favorecendo os interesses do mercado ou do poder. Não é aceitável que a utilização da inteligência artificial conduza a um pensamento anónimo, a uma montagem de dados não certificados, a uma desresponsabilização editorial coletiva. A representação da realidade por big data (grandes dados), embora funcional para a gestão das máquinas, implica na realidade uma perda substancial da verdade das coisas, o que dificulta a comunicação interpessoal e corre o risco de danificar a nossa própria humanidade. A informação não pode ser separada da relação existencial: implica o corpo, o situar-se na realidade; pede para correlacionar não apenas dados, mas experiências; exige o rosto, o olhar, a compaixão e ainda a partilha.

Penso na narração das guerras e naquela «guerra paralela» que se trava através de campanhas de desinformação. E penso em tantos repórteres que ficam feridos ou morrem no local em efervescência para nos permitir a nós ver o que viram os olhos deles. Pois só tocando pessoalmente o sofrimento das crianças, das mulheres e dos homens é que poderemos compreender o caráter absurdo das guerras.

A utilização da inteligência artificial poderá proporcionar um contributo positivo no âmbito da comunicação, se não anular o papel do jornalismo no local, antes pelo contrário se o apoiar; se valorizar o profissionalismo da comunicação, responsabilizando cada comunicador; se devolver a cada ser humano o papel de sujeito, com capacidade crítica, da própria comunicação.

Interrogativos de hoje e de amanhã

E surgem, espontâneas, algumas questões: Como tutelar o profissionalismo e a dignidade dos trabalhadores no campo da comunicação e da informação, juntamente com a dos utentes em todo o mundo? Como garantir a interoperabilidade das plataformas? Como fazer com que as empresas que desenvolvem plataformas digitais assumam as suas responsabilidades relativamente ao que divulgam daí tirando os seus lucros, de forma análoga ao que acontece com os editores dos meios de comunicação tradicionais? Como tornar mais transparentes os critérios subjacentes aos algoritmos de indexação e desindexação e aos motores de pesquisa, capazes de exaltar ou cancelar pessoas e opiniões, histórias e culturas? Como garantir a transparência dos processos de informação? Como tornar evidente a paternidade dos escritos e rastreáveis as fontes, evitando o para-vento do anonimato? Como deixar claro se uma imagem ou um vídeo retrata um acontecimento ou o simula? Como evitar que as fontes se reduzam a uma só, a um pensamento único elaborado algoritmicamente? E, ao contrário, como promover um ambiente adequado para salvaguardar o pluralismo e representar a complexidade da realidade? Como podemos tornar sustentável este instrumento poderoso, caro e extremamente energívoro? Como podemos torná-lo acessível também aos países em vias de desenvolvimento?

A partir das respostas a estas e outras questões compreenderemos se a inteligência artificial acabará por construir novas castas baseadas no domínio informativo, gerando novas formas de exploração e desigualdade ou se, pelo contrário, trará mais igualdade, promovendo uma informação correta e uma maior consciência da transição de época que estamos a atravessar, favorecendo a escuta das múltiplas carências das pessoas e dos povos, num sistema de informação articulado e pluralista. Dum lado, vemos assomar o espetro duma nova escravidão, do outro uma conquista de liberdade; dum lado, a possibilidade de que uns poucos condicionem o pensamento de todos, do outro a possibilidade de que todos participem na elaboração do pensamento.

A resposta não está escrita; depende de nós. Compete ao homem decidir se há de tornar-se alimento para os algoritmos ou nutrir o seu coração de liberdade, sem a qual não se cresce na sabedoria. Esta sabedoria amadurece valorizando o tempo e abraçando as vulnerabilidades. Cresce na aliança entre as gerações, entre quem tem memória do passado e quem tem visão de futuro. Somente juntos é que cresce a capacidade de discernir, vigiar, ver as coisas a partir do seu termo. Para não perder a nossa humanidade, procuremos a Sabedoria que existe antes de todas as coisas (cf. Sir 1, 4), que, passando através dos corações puros, prepara amigos de Deus e profetas (cf. Sab 7, 27): há de ajudar-nos também a orientar os sistemas da inteligência artificial para uma comunicação plenamente humana.

Roma – São João de Latrão, 24 de janeiro de 2024.

[Francisco]


[1] Cartas do Lago de Como (Brescia 52022), 95-97

[2] Em continuidade com as anteriores Mensagens para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, dedicadas a «encontrar as pessoas onde estão e como são» (2021), «escutar com o ouvido do coração» (2022) e «falar com o coração» (2023).

[3] Cf. Mensagem para o LII Dia Mundial das Comunicações (2018): «“A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz».

[4] Mensagem para o LVII Dia Mundial da Paz: 1 de janeiro de 2024, 8.

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Retiro da Legião de Maria do Comitium Immaculata da Diocese de Guarulhos

Aconteceu no dia 04 de maio, na Casa de Formação Frank Duff, em Mogi, o Retiro da Legião de Maria do Comitium Immaculata de nossa Diocese de Guarulhos.

Contamos com a presença de legionários ativos e auxiliares. Conduzido o encontro pelos assessores Pe. Weber, Frei Antônio e Pe. Thiago Ramos.

 

Confira algumas fotos do retiro:

Retiro da Legião de Maria do Comitium Immaculata
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Pastoral da Sobriedade da Diocese participa de “Curso de Formação para Agentes Multiplicadores”.

A Diocese de Guarulhos, representada por 04 Agentes da Pastoral da Sobriedade, esteve presente na cidade de Ribeirão Preto, nos dias 19, 20 e 21 de abril de 2024, junto com outros agentes de demais Dioceses do Estado de São Paulo, Com a Presença da Coordenação Regional, Coordenação Nacional, Padre Formador e Bispo Referêncial Nacional da Pastoral da Sobriedade, que Celebraram a Santa Missa e ministraram o “Curso de Formação para Agentes Multiplicadores”.

Foram discutidos diversos assuntos, trocas de experiência e orientação de como poderemos agir, a fim de expandirmos nossa atuação por todo o território nacional e como poderemos contribuir para essa disseminação, através da formação de novos Agentes.

Que Deus continue nos dando coragem para seguirmos nessa missão gratificante e que vem ajudando tantas famílias na Prevenção e Recuperação de todo tipo de dependênca. Ex. Controle das Ansiedades, Controle do Estresses, Depressão e controle e Recuperação do so e abuso de substâncias Psicoativas.

Sobriedade e paz só por hoje Graças a Deus!

Pastoral da Sobriedade – Diocese de Guarulhos

 

Confira algumas fotos da formação:

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Assembleia Estadual da Pastoral Carcerária

Nos dias 26 a 28 de abril, a Diocese de Caraguatatuba foi o local escolhido para sediar a Assembleia Estadual da Pastoral Carcerária do Regional Sul 1. Reunindo 70 agentes representantes das 7 sub-regiões, o encontro foi marcado por um clima sinodal de comunhão e participação ativa.
 
Durante esses dias, os participantes se envolveram em reflexões profundas sobre diversos temas, abrangendo desde a justiça restauradora até o relacionamento com as instituições prisionais. Os momentos de troca de experiências e compartilhamento da realidade da pastoral carcerária em todo o estado de São Paulo desempenharam um papel fundamental em fortalecer os laços e ampliar o entendimento coletivo.
 
A presença de Dom Luiz Antônio Cipolini, bispo referencial, e do Pe. Valdo Bartolomeu de Santana, assessor eclesiástico, foi inestimável em termos de orientação e apoio ao longo deste encontro.

Eleição:

Nova coordenação Eleita

A Assembleia também foi marcada pela eleição da nova coordenação estadual, que ficou assim composta por: Pe. Marcos Alves da Silva como coordenador, Fabrício Augusto Simões Martins como vice-coordenador e Anderson José da Silva como secretário.

Pe. Marcos Alves - Coordenador Eleito
“Expressamos nossa gratidão pelo trabalho da coordenação anterior, assim como aos membros da coordenação nacional, cuja presença foi vital durante toda a assembleia”, relatou a coordenação em nome de Dom José Carlos Chacorowski, na cidade de São Sebastião.
Os agentes da Pastoral Carcerária, sejam leigos, padres, diáconos ou bispos, encerraram este encontro renovados em seu ardor missionário e cheios de esperança na ressurreição de Cristo!
 
Fotos: Divulgação – CNBB Sul 1
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Encontro Diocesano com os Coordenadores Paroquiais de Catequese.

Aconteceu no dia 27 de abril o Encontro Diocesano com os Coordenadores Paroquiais de Catequese.

Foi um momento proveitoso de aprendizado sobre o tema: TDAH, Autismo, Deficiência Intelectual e Síndromes: Conhecer para bem acolher. Com a orientação da Palestrante, a Psicóloga Dra. Josy Bertoli que nos ajudou a como lidar e acolher os casos que surgem na catequese com discernimento.

Faz-se necessário que o catequista conheça o tema para que a Evangelização chegue realmente a todos.

Coordenação Diocesana de Catequese

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Pastoral Diocesana do Dízimo realiza formação nas foranias

A Equipe Diocesana da Pastoral do Dízimo ministrou nos dias 13 e 20 de abril formação aos mais diversos agentes e coordenadores engajados e atuantes no Dízimo das paróquias da Diocese.

No dia 13 a formação foi direcionada às Foranias Aparecida, Imaculada e Rosário; e o encontro aconteceu na Paróquia São Charbel (Tranquilidade).

Já no dia 20 fora a vez das Foranias Fátima e Bonsucesso se encontrarem na Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora Aparecida (Presidente Dutra).

A formação foi totalmente voltada à evangelização acerca do dízimo, a comunicação utilizada e o compromisso com a comunidade – e teve como base o livro de Dom Edson Oriolo (Pastoral do dízimo: da comunicação ao comprometimento).

Padre Ítalo Sá (Assessor Diocesano) foi o responsável pelas palestras. Ao final os agentes foram motivados a participar dos próximos eventos da Pastoral: Missa Diocesana em julho e o Congresso do Dízimo em agosto ambos na Paróquia Santo Antônio – Parque.

Pastoral Diocesana do Dízimo

 

Confira algumas fotos dos encontros:

Formação Diocesana da pastoral do Dízimo
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Missa de Encerramento do Congresso Eucarístico – Forania Bonsucesso

“Não se faz Igreja sem Eucaristia”
(Dom Edmilson)
 
Na Sexta-Feira, dia 26, a Paróquia Santa Cruz acolheu a santa Missa de Encerramento do 1º Congresso Eucarístico da Forania Bonsucesso que durante essas noites refletiram sobre a importância da oração e a centralidade da Eucaristia na vida da comunidade. Padres, seminaristas, diáconos, religiosas e o povo que participou desses dias de Formação, orgulhoso, se paramentou com a veste de seu ministério. E, mais orgulhosos ainda ficaram ao acolher Dom Edmilson, mestre e pastor, que veio encerrar e concluir o evento celebrando a santa Eucaristia.
 
Em sua homilia, fez o povo refletir acerca das dificuldades de se priorizar a celebração da Eucaristia, este mistério pascal, em sua vida, na sua existência. Pessoas da comunidade que não participam tão frequentemente da missa colocando outras prioridades em sua caminhada.
E finalizou…
 
“A Eucaristia não foi feita para ser estudada mas, podemos estudá-la sim. A Eucaristia não foi feita para ser adorada mas, podemos adorá-la também. A Eucaristia foi feita para ser celebrada, o Mistério Pascal de Jesus Cristo, a força de sua ressurreição renovada em cada um de nós quando se celebra a Missa”.
(Dom Edmilson)
 
PASCOM SANTA CRUZ
 
Confira as fotos da celebração:
Missa de Encerramento do Congresso Eucarístico - Forania Bonsucesso
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Congresso Eucarístico da Forania Bonsucesso – 3º Dia

Na terceira noite do Primeiro Congresso Eucarístico da Forania Bonsucesso, a Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora Aparecida – Presidente Dutra, recebeu o Padre Fernando Gonçalves, pároco da Paróquia São Roque – Parque Cecap, e assessor do ministério dos Cerimoniários e Coroinhas. Com o tema: “Liturgia, Ápice e Caminho de Oração”, o Padre Fernando ressaltou aos presentes, que a nossa oração deve ser como a nossa relação com amigos, pais e parentes, deve ser como aquela relação com a pessoa mais próxima do nosso dia a dia. Orar é estar na presença de Deus. Estar na presença de Deus é orar. Orar é estar. Orar é estar com Deus. Estar em Deus é orar. O orante está em Deus! Orar é dobrar o joelho. Orar é relacionar-se com Deus em todos os ambientes, é permanecer com Deus em todos os lugares e em todas as situações. Orar é estar em comunhão de vida com Deus.

Ao final, breve adoração e benção do Santíssimo Sacramento conduzida pelo Diácono Ediciel Francisco, da Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora Aparecida.

Pascom Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe

 

Confira as fotos do terceiro dia do congresso:

Congresso Eucarístico - Forania Bonsucesso - 3º Dia