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Assembleia Estadual da Pastoral Carcerária

Nos dias 26 a 28 de abril, a Diocese de Caraguatatuba foi o local escolhido para sediar a Assembleia Estadual da Pastoral Carcerária do Regional Sul 1. Reunindo 70 agentes representantes das 7 sub-regiões, o encontro foi marcado por um clima sinodal de comunhão e participação ativa.
 
Durante esses dias, os participantes se envolveram em reflexões profundas sobre diversos temas, abrangendo desde a justiça restauradora até o relacionamento com as instituições prisionais. Os momentos de troca de experiências e compartilhamento da realidade da pastoral carcerária em todo o estado de São Paulo desempenharam um papel fundamental em fortalecer os laços e ampliar o entendimento coletivo.
 
A presença de Dom Luiz Antônio Cipolini, bispo referencial, e do Pe. Valdo Bartolomeu de Santana, assessor eclesiástico, foi inestimável em termos de orientação e apoio ao longo deste encontro.

Eleição:

Nova coordenação Eleita

A Assembleia também foi marcada pela eleição da nova coordenação estadual, que ficou assim composta por: Pe. Marcos Alves da Silva como coordenador, Fabrício Augusto Simões Martins como vice-coordenador e Anderson José da Silva como secretário.

Pe. Marcos Alves - Coordenador Eleito
“Expressamos nossa gratidão pelo trabalho da coordenação anterior, assim como aos membros da coordenação nacional, cuja presença foi vital durante toda a assembleia”, relatou a coordenação em nome de Dom José Carlos Chacorowski, na cidade de São Sebastião.
Os agentes da Pastoral Carcerária, sejam leigos, padres, diáconos ou bispos, encerraram este encontro renovados em seu ardor missionário e cheios de esperança na ressurreição de Cristo!
 
Fotos: Divulgação – CNBB Sul 1
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Concluem-se os trabalhos da 61ª Assembleia Geral da CNBB

A maior Conferência Episcopal do mundo se reuniu na Capital Mariana da Fé durante 10 dias, para rezar, refletir e discutir em torno do tema central — A realidade da Igreja no Brasil e a atualização de suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora — e outros assuntos em 27 sessões, durante a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Três os temas prioritários: Sínodo dos Bispos 2021-2024; Jubileu 2025; e Juventude. Também foram tratados assuntos em razão da previsão estatutária da Conferência (Doutrina da Fé, Liturgia, Relatório anual da presidência, relatório econômico, Textos Litúrgicos – CETEL).

O número de bispos no país é de 482, dos quais 316 estão no exercício do governo pastoral de uma Igreja Particular (dioceses e arquidioceses) e outros 166 são bispos eméritos.

Cada bispo trouxe na bagagem suas vivências pastorais, conquistas e dificuldades para serem partilhadas com os demais. Entre as plenárias, reuniões e debates de temas importantes para a Igreja Católica e para a sociedade, os bispos ainda participaram de um retiro e celebração ecumênica.

A Assembleia teve início com a participação do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que conduziu o retiro aos bispos do Brasil com o tema: “Caminho Sinodal” e as meditações sobre a “Comunhão, participação e missão”.  Também houve a participação do presidente da Conferência Episcopal de Burkina Faso e Níger, dom Laurent Dabiré, que contou sobre o drama do terrorismo que aflige o seu país

Nestes dias de trabalhos os bispos brasileiros experimentaram a metodologia da “Conversa no Espírito”, realizada em mesas sinodais para discernir as decisões da Igreja no Brasil, em sintonia com o Sínodo dos Bispos realizado em outubro de 2023 e que terá continuidade em outubro próximo no Vaticano. Os prelados divulgaram quatro mensagens (ao Papa, ao prefeito do Dicastério para os Bispos, ao povo brasileiro e ao povo católico). Todos os dias o encontro com os jornalistas em coletivas de imprensa sobre os temas abordados na Assembleia.

Há 13 anos o Santuário Nacional hospeda o principal encontro da maior Conferência Episcopal do mundo, com uma estrutura completa com as sessões realizadas no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho.

Diversos setores da Casa da Mãe e da CNBB trabalharam com muita fé e dedicação durante os dias da Assembleia Geral, mostrando que a Rainha e Padroeira do Brasil intercede por cada um de nós e também pelos 486 bispos e devotos de Aparecida, para a tomada das decisões importantes da Igreja em nosso país.

Em declarações a A12 dom Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil disse:

“Na Casa da Mãe tem afago, tem ternura! Um motivo de alegria e satisfação, mas também a Mãe segue dizendo para nós: ‘Faça tudo o que meu Filho vos disser’. A Mãe é Intercessora, e isso repercute de uma forma toda especial e nos inspira nestes dias aqui no Santuário Nacional de Aparecida”.

Agora os bispos retornam às suas dioceses levando na bagagem o calor e a esperança desse encontro na Casa da Mãe, um encontro que no próximo ano irá dar as diretrizes para o caminho futuro da nossa Igreja Católica, presente no Brasil.

Com informações: A12.com

 

Confira abaixo alguns registros da CNBB e enviados pela correspondente e também participante da Assembleia – Célia Soares da CNLB de Guarulhos.

(Fotos com participantes relacionados à Diocese de Guarulhos)

61ª Assembleia Geral da CNBB
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Cardeais apresentam as quatro mensagens aprovadas pelo episcopado brasileiro

Seguindo a tradição das Assembleias Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, quatro cardeais brasileiros durante a coletiva desta quinta-feira, 17 de abril, tornaram conhecidos o processo de construção e o conteúdo das quatro mensagens aprovadas pelo episcopado brasileiro: ao Papa Francisco, ao prefeito do Dicastério para os Bispos, cardeal Robert Francis Prevost, ao povo brasileiro e aos cristãos católicos. Esta última, uma das novidades desta edição da assembleia.

Segundo o arcebispo de Brasília (DF), cardeal Paulo Cezar Costa, na carta ao Papa Francisco o episcopado brasileiro manifesta a comunhão com o Santo Padre, apresentou os temas gerais da assembleia e um agradecimento pela riqueza de seu pontificado, aquilo que ele propõe à Igreja nesse momento: a paz, a justiça, as migrações e das pessoas que morrem no mar.

Carta aos cristãos católicos do Brasil

Pela primeira vez se faz uma mensagem da Assembleia às comunidades católicas, enfatizou o arcebispo de São Paulo, cardeal Pedro Odilo Scherer, que trata da vida das comunidades. A mensagem inicia agradecendo “por tudo aquilo que de bom e belo existe para a missão”, por tudo o que é vivido e realizado nas comunidades. Igualmente o texto ressalta a santidade, com um número de “processos de beatificação e canonização como nunca houve antes”.

A carta dirige uma palavra de encorajamento sobre algumas questões, tendo como pano de fundo a sinodalidade: o diálogo, o respeito pelos outros, saber divergir sem brigar, insistindo em que “nossa fé não deve dividir, mas deve ser um elemento que ajuda a criar comunidade”.

A mensagem ressalta a necessária comunhão com o Papa e com os bispos e faz um convite a não desanimar diante das dificuldades presentes e à participação ativa na vida das comunidades e da sociedade. Finalmente, um chamado à preparação ao Jubileu 2025. De acordo com dom Odilo, trata-se de uma carta que pretende “encorajar, orientar, apoiar, respaldar a nosso povo católico”.

Acesse a Mensagem aos cristãos católicos do Brasil 

Carta ao Dicastério para os Bispos

Sobre a carta ao prefeito do Dicastério para os Bispos, o arcebispo de Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, disse que é reservada ao cardeal Prevost e trata sobre o que está sendo feito na 61ª Assembleia Geral da CNBB. A mensagem “coloca os problemas que nós estamos enfrentando enquanto Igreja no Brasil, coloca as soluções que a nossa assembleia está propondo e agradece ao prefeito pelas indicações ao Santo Padre para as 20 nomeações episcopais para a Igreja do Brasil desde a última assembleia”, enfatizou dom Orani.

Mensagem ao Povo Brasileiro

A Mensagem ao Povo Brasileiro, “um texto em certo sentido longo”, segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, dada “a necessidade de abordarmos alguns elementos importantes”, pretende ser uma mensagem de esperança, de futuro, da realidade política e climática, que aborda as eleições que se aproximam, lembrando os 60 anos de início da Ditadura e incentivando a cuidar da Democracia e combater a violência no país e as guerras.

Dom Leonardo pediu a ajuda dos meios de comunicação para que essas mensagem cheguem e ajudem diante da situação de tensão, de conflitos e de muita violência que a sociedade brasileira vive, provocada pelas drogas, as facções e pelas as palavras. Trata, segundo dom Leonardo, de uma mensagem que faz um chamado à paz, também na floresta, para os povos indígenas, ameaçados pelo Marco Temporal.

Baixe a íntegra da Mensagem ao Povo Brasileiro

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61ª Assembleia Geral da CNBB

Está se aproximando a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que se realiza em Aparecida (SP). Neste ano, o evento será realizado dos dias 10 a 19 de abril, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional, em Aparecida (SP).

Neste ano, o evento tem como tema central a realidade da Igreja no Brasil e a atualização de suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE). “Constatou-se que por causa da pandemia não foi possível aplicar todas as indicações que as diretrizes traziam. Portanto, decidiu se ampliá-las mais, considerando também o processo do Sínodo dos Bispos. Decidiu-se aprovar novas diretrizes em 2025”, explicou o presidente da Comissão do Tema Central da 61ª AG CNBB, Dom Leomar Brustolin.

Segundo Dom Leomar, a partir de uma escuta realizada nos regionais e (arqui)dioceses, foi elaborado um texto mártir, que será apresentado aos bispos na 61ª Assembleia da CNBB para refletir o caminho até 2025.

Confira a explicação de Dom Leomar sobre o assunto:

Dia de oração pela Assembleia

Nos dois primeiros dias da Assembleia, dias 10 e 11 de abril, após a sessão de abertura, orientados pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, os bispos do Brasil entrarão em retiro espiritual.

Em comunhão com esse momento, a CNBB promove na data de abertura o Dia de Oração pela Assembleia (DOA). “Será um momento especial para rezarmos juntos, à base das Sagradas Escrituras. Buscaremos ouvir os apelos de Deus e de seu Espírito, pedindo as luzes do Ressuscitado para o nosso caminho como Igreja no Brasil”, afirmou o Secretário-Geral da entidade, Dom Ricardo Hoepers.

Dom Ricardo ainda pede que, neste ano de oração pelo Jubileu 2025, os fiéis e comunidades dediquem parte de seu tempo e entrem em comunhão espiritual com os bispos reunidos em assembleia, rezando por seus pastores e pelo bom andamento da 61ª Assembleia Geral. Saiba mais aqui.

Sobre a 61ª Assembleia da CNBB

Além do tema central, a 61ª Assembleia abordará mais três que serão prioritários, sendo eles: Sínodo dos Bispos 2021-2024, Jubileu 2025 e Juventude. Para ajudar na reflexão sobre o tema central, o episcopado brasileiro utilizará a metodologia da “conversação espiritual”, com a organização das mesas sinodais, tal como no Sínodo dos Bispos.

Para ajudar a reunir as informações sobre o evento, a Assessoria de Comunicação da CNBB publicou no portal da entidade um hotsite da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Na página estarão disponíveis conteúdos em diversos formatos, como matérias, entrevistas, vídeos e spots para rádios, TVs e redes sociais.

Acesse aqui: https://www.cnbb.org.br/61agcnbb/

Texto: CNBB/Adaptado

Imagem: CNBB

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Encontro dos três Setores da comissão para a Liturgia da CNBB

A Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB) reuniu a equipe de Reflexão que envolve seus três setores,  entre os dias 15 e 17 de março, na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF). Além do presidente, participaram da reunião os bispos que também integram a comissão: dom José Benedito e dom Dorival Barreto. Os assessores da Comissão, também participaram da reunião: Raquel Schneider, do Setor Espaço Litúrgico; padre Jair Oliveira Costa, do Setor Música Litúrgica; frei Luís Felipe Marques, do Setor Pastoral Litúrgica.

Na programação,  cada assessor teve a oportunidade de se reunir com alguns membros das equipes de reflexão. Essa reunião articulou projetos futuros, refletiu sobre a realidade litúrgica da Igreja no Brasil, atualizou informações sobre as demandas de cada setor e recordou a necessidade do trabalho em equipe.

A pauta principal da reunião, segundo o bispo de Bonfim (BA) e presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, dom Hernaldo Pinto (à direita na foto), foi construir uma visão de conjunto sobre os assuntos de liturgia que serão apresentados na 61ª Assembleia da CNBB, de 10 a 19 de abril.

“Foi um bonito momento de comunhão, partilha e participação na da Comissão à serviço da missão da Conferência”, ressaltou o presidente da Comissão.

Dom Hernaldo salientou ainda que o encontro dos três Setores da Comissão é “importante para repropor a Liturgia no âmbito do inteiro edifício eclesial como pedra angular”. No Brasil, de acordo com ele, o momento é oportuno para fazê-lo, uma vez que experimenta-se um retorno do interesse pelos ritos e as preces por meio dos quais a comunidade discipular toma parte no Mistério da Páscoa de Cristo.

Missal Romano e formação litúrgica

Segundo o frei Felipe, a articulação da equipe de reflexão serviu para “ressaltar o significado da publicação do Missal Romano e a urgência da formação litúrgica, de acordo com as premissas da Carta Apostólica do Papa Francisco, Desiderio Desideravi”.

No âmbito da Pastoral Litúrgica, a Comissão avaliou os projetos de continuidade com os anos anteriores, como por exemplo, os roteiros homiléticos; avaliou a recepção da Terceira Edição Típica da Missal Romano; organizou mais um subsídio de formação litúrgica em comunidade e projetou a necessidade de um “Livro de Preces” para as celebrações, inspirados em outras comissões episcopais.

O assessor do Setor Música Litúrgica encaminhou a revisão do Hinário I (Advento e Natal); apontou as lacunas existentes no hinário dos períodos quaresmais, principalmente nos anos B e C; avaliou e revisou o processo de participação no hino da CF; e, avaliou o primeiro livro com as melodias no estilo gregoriano das partituras do missal, em via de publicação pelas Edições CNBB, consequentemente, pensou no amplo repertório criado dentro das constantes melódicas da música brasileira, preparado pelas equipes anteriores.

A equipe de reflexão do Setor Espaço Litúrgico, em conjunto com a assessora da Comissão Raquel Schneider, trabalhou no desenvolvimento do texto com orientações para as Comissões de Arte Sacra, na preparação de um programa contínuo de formação através das mídias digitais; na organização do II Encontro da Pastoral do Artista Sacro e no planejamento do XV Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS), que acontecerá em junho de 2025. A alegria do encontro, os momentos celebrativos e de convivência e o ambiente fraterno, cheio de entusiasmo e esperança na missão, marcaram esse final de semana.

Frei Felipe conclui que o encontro foi muito sereno, facilitando o diálogo e a escuta de todos os participantes e a projeção futura da comissão. As celebrações ocorreram num clima de ativa e consciente participação no mistério celebrado. As próximas reuniões ocorrerão em junho e em setembro, na modalidade virtual, contemplando todos os membros que não puderam participar no encontro desse final de semana.

Fonte: CNBB.org.br

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LEIA A MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2024 “FRATERNIDADE E AMIZADE SOCIAL”

O Papa Francisco enviou a já tradicional mensagem por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade. O pontífice manifestou o desejo de que a CF, “uma vez mais”, auxilie as pessoas e comunidades do Brasil “no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, superando toda divisão, indiferença, ódio e violência”. O texto enviado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por ocasião da abertura da campanha foi divulgado hoje, 14 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas.

Em sua mensagem, Francisco une-se ao episcopado brasileiro em ação de graças pelos 60 anos da campanha celebrada em âmbito nacional e destaca do tema o convite a, como irmãos e irmãs, “construir uma verdadeira fraternidade universal que favoreça a nossa vida em sociedade e a nossa sobrevivência sobre a Terra, nossa Casa Comum, sem jamais perdermos de vista o Céu, onde o Pai nos acolherá a todos como seus filhos e filhas”.

A CF 2024 tem como tema “Fraternidade e Amizade Social” e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23, 8). Seu objetivo geral é despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo e fortalecendo os vínculos da amizade social, para que, em Jesus Cristo, a paz seja realidade entre todas as pessoas e povos.

Confira a mensagem do Papa para a CF 2024 na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs do Brasil,

Ao iniciarmos, com jejum, penitência e oração, a caminhada quaresmal, uno-me aos meus irmãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil num hino de ação de graças ao Altíssimo pelos 60 anos da Campanha da Fraternidade, um itinerário de conversão que une fé e vida, espiritualidade e compromisso fraterno, amor a Deus e amor ao próximo, especialmente àquele mais fragilizado e necessitado de atenção. Este percurso é proposto cada ano à Igreja no Brasil e a todas as pessoas de boa vontade desta querida nação.

Neste ano, com o tema “Fraternidade e Amizade Social” e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23, 8), os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Fratelli Tutti, que assinei em Assis, no dia 3 de outubro de 2020, véspera da memória litúrgica de São Francisco.

Como irmãos e irmãs, somos convidados a construir uma verdadeira fraternidade universal que favoreça a nossa vida em sociedade e a nossa sobrevivência sobre a Terra, nossa Casa Comum, sem jamais perdermos de vista o Céu, onde o Pai nos acolherá a todos como seus filhos e filhas.

Infelizmente, ainda vemos no mundo muitas sombras, sinais do fechamento em si mesmo. Por isso, lembro da necessidade de alargar os nossos círculos para chegarmos àqueles que, espontaneamente, não sentimos como parte do nosso mundo de interesses (cf. FT 97), de estender o nosso amor a “todo ser vivo” (FT 59), vencendo fronteiras e superando “as barreiras da geografia e do espaço” (FT 1).

Desejo que a Igreja no Brasil obtenha bons frutos nesse caminho quaresmal e faço votos que a Campanha da Fraternidade, uma vez mais, auxilie às pessoas e comunidades dessa querida nação no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, superando toda divisão, indiferença, ódio e violência.

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, e como penhor de abundantes graças celestes, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham pela fraternidade universal, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 25 de janeiro de 2024, festa litúrgica da conversão de São Paulo Apóstolo.

Franciscus

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Padre Salvador realiza projeto na missão em Pemba

Curso de Corte e Costura transforma vidas na missão em Pemba

Aconteceu na manhã de segunda-feira, 22 de janeiro, na sede dos projetos sociais da Missão Nossa Senhora de África, a celebração da conclusão do curso de Corte e Costura, promovido pela Missão. Foram 36 adolescentes que concluíram o curso. A cerimônia, não apenas reconheceu as conquistas individuais, mas também representou um passo significativo para o desenvolvimento de habilidades e um futuro promissor.

A diversidade marcou o evento, a presença de famílias não cristãs e de famílias cristãs católicas, todos unidos pelo aprendizado e pela superação. Autoridades locais, líderes comunitários e representantes da Missão estiveram presentes, compartilhando palavras inspiradoras e oferecendo apoio essencial a esses jovens promissores.

A reflexão sobre a palavra de Deus, baseado no Evangelho segundo João (cf. Jo 8, 31), guiou um momento de meditação preparada pelo Padre Salvador Rodrigues, da chefe do posto de Mazeze, Sra. Daniela, e outras figuras importantes da comunidade. O hino nacional ressoou, simbolizando a união e o orgulho de pertencer a esta comunidade diversificada.

O ponto alto da cerimônia foi a entrega dos certificados, acompanhada da distribuição de cadernos e canetas para cada adolescente, indicando o início de uma nova jornada educacional. Os missionários como também os adolescentes expressaram profunda gratidão ao Regional Sul 1 da CNBB do estado de São Paulo, pelo apoio contínuo ao projeto, que possibilitou a realização deste curso transformador.

Com entusiasmo, ainda foi anunciada a abertura de novas inscrições para jovens que desejam participar do próximo ciclo do projeto. O dia concluiu-se com um gesto simples, mas significativo: oferecer um copo de água, uma expressão que significa um pequeno lanche simbolizando a dedicação da Missão em nutrir não apenas mentes, mas também corações.

Fonte: https://cnbbsul1.org.br/

Fotos: Padre Salvador Rodrigues

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Bênção de envio – Pe. Jair e Célia Soares

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através dos seus legítimos representantes escolheram o Padre Jair Oliveira Costa como membro da Comissão Episcopal para a Liturgia e a leiga Célia Soares Souza para o Setor do Laicato da Comissão Episcopal para o Laicato.

Dom Edmilson Amador Caetano, bispo de Guarulhos, aproveitou a Solenidade da Imaculada Conceição celebrada na Catedral no dia 08 de dezembro para agradecer o sim dos escolhidos e ressaltar a alegria de como Igreja particular de Guarulhos poder contribuir com a CNBB.

Antes da benção final convidou a todos para orarem pela missão confiada ao Padre Jair e a Celia para que estejam abertos a escutar o Espírito Santo, fazendo a vontade de Deus e assim fortalecer a ação evangelizadora da Igreja no Brasil.

Deus abençoe nossos representantes nesta caminhada.

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COMISSÃO EPISCOPAL PARA O LAICATO DA CNBB CONTA COM TRÊS NOVOS ASSESSORES PARA CEB’S, LAICATO E CEFEP

A Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conta com três novos assessores cujos nomes foram referendados na reunião do Conselho Permanente da entidade que se reuniu de 21 a 23 de novembro. Para o setor de Comunidades Eclesiais de Base (Ceb’s) a escolhida foi a Marilza José Lopes Schuina. Para o setor do Laicato, Célia Soares Souza e para o Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara o escolhido foi Jardel Neves Lopes.

De acordo com o bispo de Araguaína (TO) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira Melo, para a escolha destes novos assessores foi realizada uma consulta prévia da Comissão do Laicato junto aos organismos que a integram com o pedido de indicação de nomes. Passada a primeira fase, a Comissão entrou em contato com as pessoas indicadas. Após a aceitação por parte dos indicados, os nomes foram encaminhados à Secretaria-Geral da CNBB e aprovados pelos bispos do Conselho Permanente.

Ao mesmo tempo que dás as boas vindas aos novos assessores, dom Giovane também expressa gratidão aos três assessores que estão deixando a comissão, o professor Laudelino Augusto dos S. Azevedo, padre Paulo Adolfo e o professor Celso Carias. “Nos últimos oito anos, eles foram uma presença marcante na Conferência e na Comissão para o Laicato. São pessoas que vivem e dão testemunho da sua fé. Fizeram o percurso com muito amor e sentimento de pertença”, disse.

Assessora para o Setor de Comunidades Eclesiais de Base

Marilza José Lopes Schuina – É licenciada em em Pedagogia pela UFMT e especialização em Avaliação Educacional pela mesma universidade. É especialista em Liturgia pela faculdade de Teologia Nossa Senhora Assunção (SP) e está cursando a pós-graduação em Dimensão Social da Fé com ênfase em Doutrina Social da Igreja pela Universidade Católica de Pernambuco. É professora aposentada da rede municipal de ensino de Cuiabá (MT). Foi da equipe de coordenação de Cuiabá e regional das Comunidades Eclesiais de Base (Ceb’s) nos anos 90. Integrou a Ampliada Nacional das Ceb’s. Presidiu o Conselho Nacional do Laicato por dois mandatos de 2013 a 2019. Participou da V Conferência Geral do Conselho Episcopal da América Latina e Caribe, em 2007.

Assessora para o Setor do Laicato

Célia Soares Souza – Cristã leiga, atualmente trabalha na área administrativa de uma Escola particular em São Paulo e reside em Guarulhos (SP). Tem experiência pastoral e na área de Teologia. Com ênfase em Mariologia, Teologia Bíblica, Pastoral e Dogmática, especialmente na formação de cristãs leigas e leigos. É doutoranda em Teologia pela PUC-SP, mestre em Teologia Sistemática pela mesma universidade. Possui graduação em Teologia pela faculdade de Teologia Nossa Senhora Assunção e Geografia pela PUC-SP. É pós-graduada em Doutrina Social da Igreja pela Faculdade João Paulo II (Fajopa) e em Mariologia pela faculdade Dehoniana e Academia Marial de Aparecida. Participou ativamente por 10 anos na Pastoral da Juventude diocesana e regional. É professora de Mariologia, Sagrada Escritura e Eclesiologia na Escola de Ministérios Padre José Fernando de Brito, na diocese de Guarulhos-SP. Atua como assessora na Escola da Palavra, curso bíblico para agentes de pastorais, na forania Aparecida da Diocese de Guarulhos-SP.  Participa na comunidade de base da paróquia Nossa Senhora Aparecida – Cocaia, a serviço do ministério extraordinário da Palavra e da Comunhão. Atua como coordenadora na Comissão Nacional de Formação do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), na atual gestão da presidência do CNLB regional Sul 1 e no CNLB diocesano de Guarulhos. Atua na Equipe de subsídios para a publicação dos Encontros de Leitura Orante da Palavra de Deus (desde 2015). É autora de quatro livros, entre eles “O perfil mariano da Igreja e a participação da mulher na Igreja”, publicado pela Editora Santuário, 2021.

 

Assessor para o Centro Nacional de Fé e Política

Jardel Neves Lopes – Doutorando em Teologia pelo Programa de Pós graduação em Teologia (PPGT-PUCPR). Mestre em Teologia pelo PPGT-PUCPR (2012). Especialista em Fé e Política pela Escola Nacional de Fé e Política (CEFEP) em parceria com o departamento de teologia da PUCRJ (2017). Especialista em Gestão de Projetos pela Escola de Negócios da PUCPR (2015). Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)(2008). Atua como secretário-executivo da Campanha contra a violência no Campo (envolve pastorais e movimentos populares) e assessor político do Coletivo de Incidência Política Compartilhada (envolve pastorais, organismos, redes e movimentos de Igreja). Foi Coordenador Nacional da Pastoral Operária (2015-2022). Foi articulador Regional das Pastorais Sociais do Paraná (2013-2023). Atuou como assessor das CEBs, Pastoral do Povo em situação de Rua, Curso de fé e política para Jovens (na extinta Casa da Juventude do Paraná), Escola de Fé e Política da Arquidiocese de Curitiba. Foi assessor referencial arquidiocesano da Pastoral da Juventude da arquidiocese de Curitiba. É membro da Equipe Executiva da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora (CEPAST-CNBB). É membro do Comitê sobre Trabalho (CEPAST-CNBB). Tem experiência com gestão de projetos (planejamento, execução e avaliação). Realiza assessorias a pastorais, dioceses, regionais e instituições religiosas em temas correlatos à DSI, Pastoral Social, Campanha da Fraternidade, Fé e Política, políticas públicas, planejamento, juventudes, mundo do trabalho e análise de conjuntura.
Fonte: CNBB.org.br
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MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O VII DIA MUNDIAL DOS POBRES

XXXIII Domingo do Tempo Comum
19 de novembro de 2023
«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7)

1. O Dia Mundial dos Pobres, sinal fecundo da misericórdia do Pai, vem pela sétima vez alentar o caminho das nossas comunidades. Trata-se duma ocorrência que se está a radicar progressivamente na pastoral da Igreja, fazendo-a descobrir cada vez mais o conteúdo central do Evangelho. Empenhamo-nos todos os dias no acolhimento dos pobres, mas não basta; a pobreza permeia as nossas cidades como um rio que engrossa sempre mais até extravasar; e parece submergir-nos, pois o grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade ergue-se cada vez mais forte. Por isso, no domingo que antecede a festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, reunimo-nos ao redor da sua Mesa para voltar a receber d’Ele o dom e o compromisso de viver a
pobreza e servir os pobres.

«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7). Esta recomendação ajuda-nos a compreender a essência do nosso testemunho. Deter-se no Livro de Tobite, um texto pouco conhecido do Antigo Testamento, eloquente e cheio de sabedoria, permitir-nos-á penetrar melhor no conteúdo que o autor sagrado deseja transmitir. Abre-se diante de nós uma cena de vida familiar: um pai, Tobite, despede-se do filho, Tobias, que está prestes a iniciar uma longa viagem. O velho Tobite teme não voltar a ver o filho e, por isso, deixa-lhe o seu «testamento espiritual». Foi deportado para Nínive e agora está cego; é, por conseguinte, duplamente pobre, mas sempre viveu com a certeza que o próprio nome exprime: «O Senhor foi o meu bem». Este homem que sempre confiou no Senhor, deseja, como um bom pai, deixar ao filho não tanto bens materiais, mas sobretudo o testemunho do caminho que há de seguir na vida. Por isso diz-lhe: «Lembra-te sempre, filho, do Senhor, nosso Deus, em todos os teus dias, evita o pecado e observa os seus mandamentos. Pratica a justiça em todos os dias da tua vida e não andes pelos caminhos da injustiça» (Tb 4, 5).

2. Como salta à vista, a recordação, que o velho Tobite pede ao filho para guardar, não se reduz simplesmente a um ato da memória nem a uma oração dirigida a Deus. Faz referência a gestos concretos, que consistem em praticar boas obras e viver com justiça. E a exortação torna-se ainda mais específica: «Dá esmolas, conforme as tuas posses. Nunca afastes de algum pobre oteu olhar, e nunca se afastará de ti o olhar de Deus» (Tb 4, 7).

Muito surpreendem as palavras deste velho sábio. Não esqueçamos, de facto, que Tobite perdeu a vista precisamente depois de ter praticado um ato de misericórdia. Como ele próprio conta, desde a juventude que se dedicou a obras de caridade, «dando muitas esmolas aos meus irmãos, os da minha nação que comigo tinham sido levados cativos para a terra dos assírios, em Nínive (…), fornecendo pão aos esfomeados e vestindo os nus e, se encontrava morto alguém da minha linhagem, atirado para junto dos muros de Nínive, dava-lhe sepultura» (Tb 1, 3.17).

Por causa deste seu testemunho de caridade, viu-se privado de todos os seus bens pelo rei, ficando na pobreza completa. Mas, o Senhor precisava ainda dele! Foi-lhe devolvido o seu lugar de administrador e ele não teve medo de continuar o seu estilo de vida. Ouçamos a sua história, que hoje nos fala também a nós: «Pela festa do Pentecostes, que é a nossa festa das Semanas, mandei preparar um bom almoço e reclinei-me para comer. Mas, ao ver a mesa coberta com tantas comidas finas, disse a Tobias: “Filho, vai procurar, entre os nossos irmãos cativos em Nínive, um pobre que seja de coração fiel, e trá-lo para que participe da nossa refeição. Eu espero por ti, meu filho”» (Tb 2, 1-2). Como seria significativo se, no Dia dos Pobres, esta preocupação de Tobite fosse também a nossa! Ou seja, convidar para partilhar o almoço dominical, depois de ter partilhado a Mesa Eucarística. A Eucaristia celebrada tornar-se-ia realmente critério de comunhão. Aliás, se ao redor do altar do Senhor temos consciência de sermos todos irmãos e irmãs, quanto mais visível se tornaria esta fraternidade, compartilhando a refeição festiva com quem carece do necessário!

Tobias fez como o pai lhe dissera, mas voltou com a notícia de que um pobre fora morto e deixado no meio da praça. Sem hesitar, o velho Tobite levantou-se da mesa e foi enterrar aquele homem. Voltando cansado para casa, adormeceu no pátio; caíram-lhe nos olhos excrementos de pássaros, e ficou cego (cf. Tb 2, 1-10). Ironia do destino! Pratica um gesto de caridade e sucedelhe uma desgraça… Apetece-nos pensar assim, mas a fé ensina-nos a ir mais a fundo. A cegueira de Tobite tornar-se-á a sua força para reconhecer ainda melhor tantas formas de pobreza ao seu redor. E, mais tarde, o Senhor providenciará a devolver ao velho pai a vista e a alegria de rever o filho Tobias. Quando chegou este momento, «Tobite lançou-se-lhe ao pescoço e, chorando, disse: “Vejo-te, filho, tu que és a luz dos meus olhos!” E continuou: “Bendito seja Deus e bendito o seu grande nome! Benditos os seus santos anjos! Que seu nome esteja sobre nós e benditos sejam todos os seus anjos, pelos séculos sem fim! Ele puniu me, mas eis que volto a ver Tobias, o meu filho”» (Tb 11, 13-14).

3. Podemos questionar-nos: Donde tira Tobite a coragem e a força interior que lhe permitem servir a Deus no meio dum povo pagão e amar o próximo até ao ponto de pôr em risco a própria vida? Estamos diante dum exemplo extraordinário: Tobite é um marido fiel e um pai carinhoso; foi deportado para longe da sua terra e sofre injustamente; é perseguido pelo rei e pelos vizinhos de casa… Apesar de ânimo tão bom, é posto à prova. Como muitas vezes nos ensina a Sagrada Escritura, Deus não poupa as provações a quem pratica o bem. E porquê? Não o faz para nos humilhar, mas para tornar firme a nossa fé n’Ele. Tobite, no período da provação, descobre a própria pobreza, que o torna capaz de reconhecer os pobres. É fiel à Lei de Deus e observa os mandamentos, mas para ele isto não basta. A solicitude operosa para com os pobres torna-se-lhe possível, porque experimentou a pobreza na própria pele. Por isso, as palavras que dirige ao filho Tobias constituem a sua verdadeira herança:

«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7). Enfim, quando nos deparamos com um pobre, não podemos virar o olhar para o lado oposto, porque impediríamos a nós próprios de encontrar o rosto do Senhor Jesus. E notemos bem aquela expressão «de algum pobre», de todo o pobre. Cada um deles é nosso próximo. Não importa a cor da pele, a condição social, a proveniência… Se sou pobre, posso reconhecer de verdade quem é o irmão que precisa de mim. Somos chamados a ir ao encontro de todo o pobre e de todo o tipo de pobreza, sacudindo de nós mesmos a indiferença e a naturalidade com que defendemos um bem-estar ilusório.

4. Vivemos um momento histórico que não favorece a atenção aos mais pobres. O volume sonoro do apelo ao bem-estar é cada vez mais alto, enquanto se põe o silenciador relativamente às vozes de quem vive na pobreza. Tende-se a ignorar tudo o que não se enquadre nos modelos de vida pensados sobretudo para as gerações mais jovens, que são as mais frágeis perante a mudança cultural em curso. Coloca-se entre parênteses aquilo que é desagradável e causa sofrimento, enquanto se exaltam as qualidades físicas como se fossem a meta principal a alcançar. A realidade virtual sobrepõe-se à vida real, e acontece cada vez mais facilmente confundirem-se os dois mundos. Os pobres tornam-se imagens que até podem comover por alguns momentos, mas quando os encontramos em carne e osso pela estrada, sobrevêm o fastídio e a marginalização. A pressa, companheira diária da vida, impede de parar, socorrer e cuidar do outro. A parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) não é história do passado;
desafia o presente de cada um de nós. Delegar a outros é fácil; oferecer dinheiro para que outros pratiquem a caridade é um gesto generoso; envolver-se pessoalmente é a vocação de todo o cristão.

5. Damos graças ao Senhor porque há tantos homens e mulheres que vivem a dedicação aos pobres e excluídos e a partilha com eles; pessoas de todas as idades e condições sociais que praticam a hospitalidade e se empenham junto daqueles que se encontram em situações de marginalização e sofrimento. Não são super-homens, mas «vizinhos de casa» que encontramos cada dia e que, no silêncio, se fazem pobres com os pobres. Não se limitam a dar qualquer coisa: escutam, dialogam, procuram compreender a situação e as suas causas, para dar conselhos adequados e indicações justas. Estão atentos tanto à necessidade material como à espiritual, ou seja, à promoção integral da pessoa. O Reino de Deus torna-se presente e visível neste serviço generoso e gratuito; é realmente como a semente que caiu na boa terra da vida destas pessoas, e dá fruto (cf. Lc 8, 4-15). A gratidão a tantos voluntários deve fazer-se oração para que o seu testemunho possa ser fecundo.

6. No 60º aniversário da Encíclica Pacem in terris, é urgente retomar as palavras do Santo Papa João XXIII quando escrevia: «O ser humano tem direito à existência, à integridade física, aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida: tais são especialmente a nutrição, o vestuário, a moradia, o repouso, a assistência sanitária, os serviços sociais indispensáveis. Segue-se daí, que a pessoa tem também o direito de ser amparada em caso de doença, de invalidez, de viuvez, de velhice, de desemprego forçado, e em qualquer outro caso de privação dos meios de sustento por circunstâncias independentes da sua vontade» (n. 11).

Quanto trabalho temos ainda pela frente para tornar realidade estas palavras, inclusive através dum sério e eficaz empenho político e legislativo! Não obstante os limites e por vezes as lacunas da política para ver e servir o bem comum, possa desenvolver-se a solidariedade e a subsidiariedade de muitos cidadãos que acreditam no valor do empenho voluntário de dedicação aos pobres. Isto, naturalmente sem  deixar de estimular e fazer pressão para que as instituições públicas cumpram do melhor modo possível o seu dever. Mas não adianta ficar passivamente à espera de receber tudo «do alto». E, quem vive em condição de pobreza, seja também envolvido e apoiado num processo de mudança e responsabilização.

7. Mais uma vez, infelizmente, temos de constatar novas formas de pobreza que se vêm juntar às outras descritas já anteriormente. Penso de modo particular nas populações que vivem em cenários de guerra, especialmente nas crianças privadas dum presente sereno e dum futuro digno. Ninguém poderá jamais habituar-se a esta situação; mantenhamos viva toda a tentativa para que a paz se afirme como dom do Senhor Ressuscitado e fruto do empenho pela justiça e o diálogo.

Não posso esquecer as especulações, em vários setores, que levam a um aumento dramático dos preços, deixando muitas famílias numa indigência ainda maior. Os salários esgotam-se rapidamente, forçando a privações que atentam contra a dignidade de cada pessoa. Se, numa família, se tem de escolher entre o alimento para se nutrir e os remédios para se curar, então deve fazer-se ouvir a voz de quem clama pelo direito a ambos os bens, em nome da dignidade da pessoa humana.

Além disso, como não assinalar a desordem ética que marca o mundo do trabalho? O tratamento desumano reservado a muitos trabalhadores e trabalhadoras; a remuneração não equivalente ao trabalho realizado; o flagelo da precariedade; as demasiadas vítimas de incidentes, devidos muitas vezes à mentalidade que privilegia o lucro imediato em detrimento da segurança… Voltam à mente as palavras de São João Paulo II: «O primeiro fundamento do valor do trabalho é o próprio homem. (…) O homem está destinado e é chamado ao trabalho, contudo antes de mais nada o trabalho é “para o homem”, e não o homem “para o trabalho”» (Enc. Laborem exercens, 6).

8. Este elenco, já em si mesmo dramático, dá conta apenas de modo parcial das situações de pobreza que fazem parte da nossa vida diária. Não posso deixar de fora, em particular, uma forma de mal-estar que aparece cada dia mais evidente e que atinge o mundo juvenil. Quantas vidas frustradas e até suicídios de jovens, iludidos por uma cultura que os leva a sentirem-se «inacabados» e «falidos». Ajudemo-los a reagir a estas instigações nocivas, para que cada um possa encontrar a estrada que deve seguir para adquirir uma identidade forte e generosa.

É fácil cair na retórica, quando se fala dos pobres. Tentação insidiosa é também parar nas estatísticas e nos números. Os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs com os seus valores e defeitos, como todos, e é importante estabelecer uma relação pessoal com cada um deles.

O Livro de Tobias ensina-nos a ser concretos no nosso agir com e pelos pobres. É uma questão de justiça que nos obriga a todos a procurar-nos e encontrar-nos reciprocamente, favorecendo a harmonia necessária para que uma comunidade se possa identificar como tal. Portanto, interessar-se pelos pobres não se esgota em esmolas apressadas; pede para restabelecer as justas relações interpessoais que foram afetadas pela pobreza. Assim «não afastar o olhar do pobre» leva a obter os benefícios da misericórdia, da caridade que dá sentido e valor a toda a vida cristã.

9. Que a nossa solicitude pelos pobres seja sempre marcada pelo realismo evangélico. A partilha deve corresponder às necessidades concretas do outro, e não ao meu supérfluo de que me quero libertar. Também aqui é preciso discernimento, sob a guia do Espírito Santo, para distinguir as verdadeiras exigências dos irmãos do que constitui as nossas aspirações. Aquilo de que seguramente têm urgente necessidade é da nossa humanidade, do nosso coração aberto ao amor. Não esqueçamos: «Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198). A fé ensina-nos que todo o pobre é filho de Deus e que, nele ou nela, está presente Cristo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).

10. Este ano completam-se 150 anos do nascimento de Santa Teresa do Menino Jesus. Numa página da sua História de uma alma, deixou escrito: «Compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos atos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração: “Ninguém, disse Jesus, acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas coloca-a sobre o candelabro para alumiar todos os que estão em casa”. Creio que essa luz representa a caridade, que deve iluminar e alegrar, não só os que são mais queridos, mas todos aqueles que estão na casa, sem excetuar ninguém» (Manuscrito C, 12rº: História de uma alma, Avessadas 2005, 255-256).

Nesta casa que é o mundo, todos têm direito de ser iluminados pela caridade, ninguém pode ser privado dela. Possa a tenacidade do amor de Santa Teresinha inspirar os nossos corações neste Dia Mundial, ajudar-nos a «nunca afastar de algum pobre o olhar» e a mantê-lo sempre fixo no rosto humano e divino do Senhor Jesus Cristo.

Roma – São João de Latrão, na Memória de Santo António, Patrono dos pobres, 13 de junho de 2023.

FRANCISCO