Diocese de Guarulhos

SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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SALOMÃO

(+ ou – 970 – 931 a.C.; texto: 1Rs 3-11)

Salomão recebeu dois nomes: Salomão, dado por seu pai, Davi (2Sm 12, 24) e Jededias (“amado do Senhor” = ver 2Sm 12, 25. O nascimento de Salomão foi certeza do perdão de Deus a Davi pelo seu pecado de adultério com Betsabeia, mãe de Salomão. Salomão tem a mesma raiz da palavra “shalom”, que em hebraico, significa paz. Daí, então, Davi se sentiu em paz com Deus.

         Alguns conflitos da ascensão de Salomão ao trono (1RS 1 – 2):

– Não foi necessariamente escolhido por Deus para suceder Davi;

– Foi aprovado por Davi e apoiado pelo profeta Natã e por Betsabéia (mãe de Salomão), conf. 1Rs 1, 11s. 32 – 40;

– Foi aclamado pelo povo (1Rs 1, 39);

– Houve um contragolpe contra os adversários de Salomão (1Rs 1, 41 – 53);

– Uma justificativa religiosa (tradição): Salomão fez uma peregrinação (ver 1Rs 3, 4 -15; 1Cr 21, 29; 2Cr 1, 3 – 5) a um lugar alto, onde o Senhor lhe apareceu em sonho.

SALOMÃO, O REI SÁBIO:

-Narrativas enaltecem Salomão como um sábio (1Rs 5, 9 – 14);

– Habilidade ligada à POLÍTICA E AO COMÉRCIO;

– Livros a ele atribuídos (sapienciais): Provérbios (Pv 1, 1), Sb (9, 7 – 8.12); Ct (1, 1); Sl 72 e Sl 127; obs.: ao atribuir a autoria de Salomão a alguns livros sapienciais, ocorre uma “pseudonímia”, que é atribuir um escrito a alguém importante do PASSADO.

SALOMÃO, O REI CONSTRUTOR:

Sua maior obra foi o Templo de Jerusalém (1Rs 5, 15 – 32; 6, 1ss); no Templo, colocou a Arca da Aliança (1Rs 8, 1 – 13); exerceu funções sacerdotais: 1Rs 2, 14– 52. 54-66; desenvolveu e estimulou uma tradição cultual no santuário estatal de Jerusalém; o culto sofreu influências do Egito e de outros países e os sacerdotes se tornaram “funcionários do rei”. Os pequenos santuários continuaram mais fiéis à tradição religiosa do Êxodo e da Aliança, tanto em Judá como em Israel.

Além do Templo, ele construiu o Palácio nos seus mínimos detalhes (1Rs 7, 1 – 51), o Aterro Melo (1Rs 9, 15 – 24), o Muro de Jerusalém e fortificações (Meguido, Hason, etc).

Alguns detalhes: segundo 1Rs 5, 27: todo o Israel foi recrutado como mão-obra escrava; vemos em 1Rs 9, 20 – 22: os escravos eram não-israelitas, que viviam em Canaã; e houve escravidão dos ISRAELITAS que foi causa de uma rebelião (1Rs 12, 3 – 4. 14 – 16).

SALOMÃO, O REI COMERCIANTE (1Rs 9, 26 – 10, 29)

O comércio foi um meio de se criar diplomacia com outros países (1Rs 10, 28 – 29). Porém, para Salomão houve falta de habilidade política. Seus diversos casamentos eram formas de alianças com outros povos (1Rs 1, 11; 3, 1; 7, 8; 9, 16. 24; 11, 1).

Salomão procurou a manutenção da “boa vizinhança” de modo que há ausência de guerras (1Rs 2, 12 – 11,43) em seu reinado.

         O TERRITÓRIO DO REINO DE SALOMÃO:

Salomão não conservou e nem expandiu o Reino deixado por seu pai, Davi. Deu à filha do faraó do Egito a cidade de Gazer (1Rs 9, 16). Cedeu a Hiran, rei de Tiro (Fenícia), 20 cidades da Galileia (Israel, Norte), conf. 1Rs 9, 11- 14, em troca de materiais de construção e mão-de-obra. E ainda perdeu a parte oriental da Síria (Aram) e parte de Edom. Infelizmente Salomão não foi um bom general, apesar de um exército bem equipado (1Rs 10, 26 – 29).

SOMBRAS NO REINO DE SALOMÃO:

O número elevado de mulheres com quem se casou, que foi uma forma de aliança com outros países (1Rs 1, 11); suas mulheres promoveram desvios na FÉ (1Rs 11, 4 s; veja também a crítica em Dt 17, 16 – 20). Salomão cedeu cidades para pagar dívidas com o luxo, perdeu regiões e enfrentou rebeliões (1Rs 11, 14 – 22; 23 – 25; 26 – 40), perdeu a simpatia do povo pelos elevados impostos (1Rs 5, 1 – 8), organizou e subdividiu o Reino em 12 distritos para arrecadar tributos e sustentar a corte (1Rs 4, 7 – 19; 5, 2 – 5.7 – 8) e impôs pesados tributos e trabalhos obrigatórios, a corveia (1Rs 5, 27s; 2Cr 2, 16).

As consequências desses atos de Salomão foram: a divisão do Reino após a sua morte, a ruptura cultual e religiosa e a restauração do culto em Betel por Jeroboão (1Rs 12, 26 – 33).

        

O ALTO PREÇO DA PROSPERIDADE:

A paz com países vizinhos  e as obras faraônicas (templo/palácios) trouxeram um alto custo ao povo israelita. Às custas do povo, Israel se tornou uma potência internacional, atraindo até a visita da rainha de Sabá (1Rs 10); houve um grande desenvolvimento do comércio internacional.

Ao lado de tudo isso, houve também entrada dos cultos IDOLÁTRICOS (1Rs 11, 17) e a adoção de cultos/deuses estrangeiros para a exploração econômica do sagrado (religião).

A opressão era cada vez maior sobre o povo ao lado da prosperidade, o que correspondia uma volta à experiência do Egito (Êxodo) e confirma-se 1Sm 8.

Aías, profeta de Silo manifesta a indignação profética a favor do povo (1Rs 11, 26 – 12 ,19), colocando-se contra os desmandos do rei Salomão.

Pe. Éder Aparecido Monteiro

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DAVI : ≈1010 – 970 a. C. (Continuação)

A  EXPANSÃO TERRITORIAL:

Davi conseguiu expandir ao máximo o seu reino:

1.º contingente conquistado: a área ocu       pada pelas dez tribos do Norte e pelas 2 tribos do Sul;

2.º contingente conquistado: conseguiu submeter Edom, Moab, Amon, Aram-Soba e Aram de Damasco, obrigando-os a pagar-lhe tributos; em Aram de Damasco e Edom foram colocados israelitas para governar esses estados (2Sm 8, 1 – 14; 10, 18 – 19);

3.º contingente conquistado: reinos vassalos da Filistéia (1Cr 20, 4), Gessur (2Sm 3, 3; 13, 37), Emat da Síria (2Sm 8, 9 – 10) e Tiro, governado por Hiram (2Sm 5, 11).

Foi um domínio complexo, do ponto de vista militar, administrativo e político, porém habilmente governado pelo rei Davi (2Sm 3,3; 13, 37).

          O ESTADO DE DAVI (ISRAEL)

Aos poucos, o poder comunitário do sistema tribal se torna CENTRALIZADO; Davi promove a formação de um grande estado; isso é mérito pessoal de Davi.

As causas para que Davi formasse um Estado em Israel foram:

– o Egito perdera toda a hegemonia e influência sobre Canaã;

– as ameaças externas foram amenizadas por Davi (ex.: os filisteus, os amonitas, os edomitas, os moabitas e os arameus);

– a diplomacia de Davi com os vizinhos;

– a união de forças internas: Judá(Sul) e Israel(Norte) sob um mesmo rei;

– a manutenção de um exército profissional permanente;

– aresidência em Jerusalém, lugar estratégico;

– a burocracia criada e a autonomia do rei;

– a organização de cargos (2Sm 8, 16 – 18; 20, 23 – 25);

– a perda da influência das tribos frente ao governo estatal centralizado.

           A IDOLATRIA E OS PROFETAS GAD E NATÃ

Davi promove assim o “SINCRETISMO DE ESTADO”; com isso,  visava unir as tribos no plano religioso; entretanto, foi desaconselhado pelo profeta Natã a construir um “templo ao Senhor” (2Sm 7, 1 – 3);

Porém, alguns elementos do culto cananeu foram incorporados à fé de Judá e Israel na época de Davi:

– a idolatria régia e promessa de dinastia eterna (2Sm 7, 15);

– a ideia de que  o rei é “filho da divindade” (Sl 2; 45, 7; 72, 17; 1Rs 21, 11 – 14);

– a pena de morte a quem ofendesse a Deus e ao rei (Is 8, 21);

– a atribuição de vida eterna ao rei (Sl 21, 5);

– a supremacia dos reis sobre os seres (2Sm 23, 1);

– as funções de proteção e promoção social (2Sm 21, 17; Lm 4, 20);

– a relação com a fecundidade da terra (Sl 72, 6 – 7. 16);

– as funções sacerdotais atribuídas ao rei.

Em 2Sm 24, 1 o profeta Gad faz uma dura crítica a Davi por causa do recenseamento. Recensear era reconhecido como“direito de Deus”. Mas os interesses de Davi eram atualizar a arrecadação de tributos, explorar as forças e recursos do povo e recrutar homens para o exército (Comparar com 1Sm 8, 10 – 17). Porém, Davi reconhece o seu ERRO! (2Sm 24, 10) E PEDE PERDÃO a Deus!

Também o profeta Natã repreendeu Davi por causa do ADULTÉRIO com Betsabeia, esposa do general hitita Urias (1Sm 12, 1 – 25). Esse pecado de Davi oferecia três problemas: Davi se fez dono da vida e da morte de Urias, como se o rei fosse um Deus; atentado contra o matrimônio (adultério) e a família; e a mentira de Davi, quando tentou ocultar seu erro. As consequências desse pecado de Davi podemos ver em 2Sm 12, 10.

             SUCESSÃO AO TRONO DE DAVI:

Houve divisões e tensões na família davídica (2Sm 9 – 20; 1Rs 1 – 2). Os problemas enfrentados por Davi foram: a revolta de seu filho Absalão (2Sm 15, 1 – 23) e seu desfecho (1Rs 18, 1 – 32); a rebelião de Seba, da tribo de Benjamim (2Sm 18, 1 – 32); e a ação de Adonias, filho de Davi, (1Rs 1, 5 – 7.9 – 10) em disputa pelo trono com Salomão, o filho preferido de Davi (1Rs 1, 28 – 34).

Surge, então, A INTRIGA entre 2 grupos opostos: (veja 1Rs 1, 5 – 48)

A favor de Adonias estavam o general de Davi, Joab, e Abiatar, o sumo-sacerdote.

A favor de Salomão estavam Betsabeia (mãe de Salomão), o profeta Natã, Sadoc (sacerdotes), Semei, Banaía e o próprio rei Davi.

E é claro: Salomão se tornou o sucessor de Davi.

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro

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DAVI : ≈1010 – 970 A. C.

(1Sm 16-31; 2Sm 1-24 e 1Rs 1 – 2)

ETAPAS:

  1. ASCENSÃO AO TRONO: 1Sm 16 – 2Sm 4, 12

Temos duas narrativas de sua escolha e unção que acontecem antes da morte de Saul:

Na 1ª. Narrativa (1Sm 16, 1 – 13) Davi é escolhido para ser rei, dentre oito irmãos, na casa de Jessé, em Belém, e ungido por Samuel;

Na 2ª. Narrativa (2Sm 2)  Davi é aclamado rei pelas tribos do Sul, em Hebron; 7 anos depois, após a morte de Saul, seria também aclamado pelas tribos do Norte como rei de Israel (ver 2 Sm 5);

Quanto à presença de Davi na corte de Saul, temos três narrativas:

Na 1ª. Narrativa Saul pediu a Jessé que cedesse o jovem Davi pra tocar lira, a fim de aliviar a depressão do rei Saul (ver 1Sm 16, 14 – 23); depois, Davi se tornaria escudeiro do rei Saul;

Na 2ª. Narrativa (ver 1Sm 17, 12 – 54) Davi, no campo de batalha, derrota o soldado filisteu (Golias); Davi se apresenta a Saul, pedindo-lhe para que deixe Davi lutar contra o gigante Golias;

Na 3ª. Narrativa: (ver 1 Sm 17, 55 – 18, 5) Aqui, após a derrota do gigante Golias, Saul pede a Abner, chefe do exército, a respeito de Davi; não obtendo resposta, o próprio rei Saul chama o “herói” e o toma a seu serviço; mas, percebendo o esplendor e o sucesso de Davi entre os súditos, Saul passa a persegui-lo, tentando matar Davi, que escapa da morte, graças a Jônatas, filho de Saul (1Sm 20).

OBSERVAÇÕES:

– os autores das narrativas acima (de épocas e lugares diferentes) deixam bem claro a sua preferência por Davi;

– embora o apresentem de forma muito simpática, não ocultam as fraquezas de Davi;

-Davi é apresentado como um homem cheio de bondade, corajoso nas conquistas militares, dotado de qualidades humanas e artísticas, bem sucedido e chega a se casar com Micol, filha de Saul (1Sm 18, 17 – 30);

-Saul mostra-se incapaz no plano político (1Sm 31), indigno no plano religioso (1Sm 15, 10 – 31) e desequilibrado no plano psíquico (1Sm 19, 8 – 24); perde, aos poucos, o prestígio inicial;

A preocupação do autor é ressaltar a Aliança de Deus com seu povo, portador das promessas e do futuro Messias, que deveria vir pela família de Davi;

Tomemos cuidado para não achar que Davi era um “santo” pré-escolhido por Deus e que tudo foi “limpo” para o lado de Davi.

  1. AS CONQUISTAS DE DAVI E SUA ACLAMAÇÃO E COROAÇÃO EM JUDÁ E ISRAEL (2Sm 5 – 8)

Conquistando seu espaço, Davi se impôs primeiro sobre as tribos do Sul e, depois, sobre as tribos do Norte; adotou uma política pessoal e paralela ao governo de Saul; habilidoso, conseguiu simpatia das tribos do Sul (1Sm 27, 10 – 12; 30, 26 – 31);

Não participou da batalha de Gelboé, na qual Saul foi morto, mas foi reconhecido “rei” em Hebron (2Sm 2, 1 – 14);

Após a morte de Abner, general de Saul (2Sm 3, 22 – 39), e de Isbaal, filho de Saul (2Sm 4, 1 – 12), os anciãos de Israel reconhecem Davi como rei; consolida-se o poder régio de Davi sobre o Sul e o Norte de Israel;

           Alguns conflitos permearam a consolidação da realiza davídica:

Abner X Joab, general de Davi (2Sm 12 – 3,1); Joab se vinga de Abner, matando-o (2Sm 2, 22 – 23; 3, 27), apesar de Davi ter deixado Abner partir em paz (2Sm 3, 21); para apaziguar os ânimos das tribos no Norte, Davi acompanha os funerais de Abner (2Sm 3, 38);

Isbaal X Davi (2Sm 2, 9 – 11); Davi puniu os assassinos de Isbaal (4, 1.5 – 12);

2Sm 5, 1 – 3 = sem Abner e Isbaal, os israelitas (tribos do Norte), frente às ameaças dos filisteus, aderem a Davi.

A UNIÃO PESSOAL DE DAVI COM JUDÁ E ISRAEL:

Não houve mudanças estruturais nas duas regiões de Canaã; não foi constituído um reino (estado) unido, mas duas regiões sob um mesmo rei, cada qual com uma certa autonomia, ou seja, “duas nações” são governadas pelo mesmo soberano; cada região manteve sua personalidade política e suas características próprias, mas submeteram-se ao poder supremo de Davi; a aliança pessoal de Davi com Abner é que foi determinante para a aceitação de Davi pelas tribos do Norte; porém, sempre ficou entre as tribos a ideia de que Judá pertencia a Israel e vice-versa;

III. ESTRATÉGIAS POLÍTICAS DO REI DAVI

Davi foi sempre um guerreiro, estrategista, apoiado por uma estrutura militar, independente do controle tribal, com uma base sólida em Judá, que prometia certa estabilidade; ao contrário, foram os juízes, líderes militares ocasionais; buscou contatos com povos vizinhos (2Sm 2, 7), tinha recursos e poder, bem como uma forte autoridade sobre Judá (2, 4); seu ato estratégico foi a conquista de Jerusalém (2Sm 5, 9) – lugar que favoreceu sua neutralidade e independência em relação ao Sul(Judá) e ao Norte(Israel).

Davi conseguiu passar do estado nacional/tribal para o estado territorial, com fronteiras mais ou menos estáveis, congregando as tribos sob um mesmo governo; tratou com igualdade as tribos rurais dos cananeus e filisteus, tanto as do Norte como as do Sul;  além de conquistar Jerusalém, Davi também comprou a colina oriental, dando-lhe o nome de “cidade de Davi”, onde mandou construir um altar (2Sm 24, 18 – 19) – por isso, Jerusalém passou a ser um centro político, religioso e cultural do reino unido;

Para manter a unidade, Davi enfrentou muitos inimigos (reinos vizinhos), o que lhe deu confiança do povo das tribos.

 

Pe. Éder Aparecido

Vigário – Paróquia Santa Cruz e N. Sra. Aparecida – Jd. Pres. Dutra

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A MONARQUIA UNIDA I: SAUL

≈1030 – 1010 a.C. (1 Sm 7,2 – 15, 31. 18-31)

Israel viveu sob o regime da Confederação das Tribos por quase 200 anos (1230 a.C. – 1030 a.C.).

Algumas vezes, as tribos se desentendiam quanto à defesa (Jz 5, 16 – 17 e 12, 1 – 7), à unidade (Jz 20) e quanto à fé (Jz 18).

Até houve uma tímida forma de governo centralizado em algumas tribos da região Central e do Norte de Canaã (Jz 9).

Surge a necessidade de um governo centralizado e estável, ou seja, a monarquia. Algumas causas contribuíram para isso:

– o crescimento das dificuldades internas (unidade entre as tribos) e externas (invasões de filisteus; ver 1Sm 4, 10 – 11);

– novas técnicas agrícolas trazidas pelo ferro (machado, foices, etc) e uso do boi na agricultura;

– produção de excedente e melhoria em algumas condições de vida (a escavação e caiação de poços também ajudaram nesta prosperidade);

– prestígio de algumas tribos mais privilegiadas e desigualdades econômicas e sociais;

– Influências: “reis” em Canaã: algumas cidades eram reinos independentes entre si, embora, vassalos dos egípcios por algum tempo; cidades costeiras da Síria, Fenícia, Sidônia e outras eram relativamente independentes umas das outras;

– reinos hostis, que antes, tinham sido grupos de tribos: Edom, Amon (amonitas: 1Sm 11, 1 – 11; 2 Sm 10, 1) e Moab (Nm 21, 11 – 15; 22, 4.10; Jz 3, 12 -30): esses reinos passaram rapidamente do estado tribal para a constituição de um estado organizado, autônomo e com um rei;

– necessidade de uma união maior contra filisteus e amonitas: os filisteus traziam a tecnologia do uso do ferro em armas e eram bem organizados militarmente;

– Samuel, último juiz, estava velho e seus filhos, corruptos, não puderam mais governar o povo (ver 1Sm 7, 3 – 9; 12, 2; 8, 1 – 3); porém, podemos constatar posturas conflituosas no mesmo texto de 1Sm: pró-monarquia (9, 15 – 10, 8) X contra a monarquia ( 8 e 10, 17 – 24);

Por isso, mesmo contra a monarquia, Samuel, orientado por Deus, resolve atender aos apelos dos anciãos do povo para constituir um governo central (rei).

Temos três narrativas sobre a escolha de Saul: a unção secreta(1Sm 9, 1 – 10, 8), a escolha por sorteio (1Sm 10, 9 – 27) e a aclamação do povo ( 1Sm 11, 1 – 15).

Na verdade, Saul não foi necessariamente um “rei” (melek); foi mais chefe de recrutamento tribal (nagid); apenas mantinha uma tropa defensiva.

Em sua época, constatamos uma frágil centralização do poder político:

– Saul não chegou a governar todas as tribos (1Sm 10, 14 – 16. 26s.; 11, 12)

– falta de autoridade: não criou uma organização estatal (nação) e nem constituiu uma corte;

– não constituiu Gabaá capital de um reino e nem construiu palácio – não houve uma estrutura burocrática;

– não teve funcionários estáveis e nem promoveu mudanças no culto ou na vida religiosa (tradição oral, ainda);

– viveu em conflito com Samuel (representante do grupo anti-monárquico);

– mostrou impotência contra os filisteus: seu exército não tinha condições de combatê-los e vencê-los;

– limites pessoais do rei (1Sm 16, 14 – 23): mostrou relativo desequilíbrio na condução de momentos de conflitos em sua vida;

– divisões na família: seu próprio filho Jônatas era a favor de Davi (ver 1Sm 22, 7 – 8);

– infidelidade e desobediência à Palavra de Deus: Saul quis passar acima da autoridade de Samuel, mas não teve sucesso em seu empreendimento (1Sm 13, 7b – 14; 14, 24 – 34; 15, 10 – 30 e 31, 1 – 13).

– causou insatisfação do povo: enquanto isso, Davi adquiria a simpatia do povo pelos combates e vitórias empreendidas em suas batalhas (1Sm 22, 2);

– perdeu o apoio e a confiança de Davi que, de guerreiro seu, passou a ser concorrente (1Sm 18, 5 – 8.11; 19, 10);

– matou sacerdotes em Nob, que eram a favor de Davi, manchando de sangue seu governo: essa atrocidade de Saul foi determinante para sua queda e ruína (1Sm 22, 6 – 23).

– morto na batalha de Gelboé (1Sm 31, 8 – 13), daí a autoridade militar ser a grande marca do governo de Saul.

Saul foi incapaz no plano político (1Sm 31), indigno no plano religioso (1Sm 15, 10 – 31) e desequilibrado no plano psíquico (1Sm 19, 8 – 24); perde, aos poucos, o prestígio inicial;

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro – Vigário Paroquial – Paróquia Sta. Cruz Pres. Dutra

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Israel do Tribalismo à Monarquia

Com o declínio da dominação egípcia sobre a Palestina, no século XIII a.C., o sistema de tribos se afirmou até o século XI, quando então Israel passou da experiência tribal para a experiência com a monarquia.

Foi um processo lento e não tão simples como se pareça ser. De fato, entre as tribos de Israel já havia um certo desejo de imitar a monarquia dos reis cananeus (veja o desejo dos israelitas de elegerem Gedão como seu rei em Jz 8, 22 – 23, assim como o desejo de Abimelec de se fazer rei, como em Jz 9). Entretanto, podemos perceber que a monarquia não era benquista pelos setores tribais representados por Samuel (veja 1 Sm 8), que colocavam muitos pontos contra tal sistema de governo.

Por algum tempo, Israel, vivendo no sistema tribalista, apresentava essas características:

– o poder era descentralizado: tudo era decidido em Assembleias, como a Assembleia de Siquém (conforme Js 24)

– toda a produção era colocada em comum para todos num clã;

– observação estrita e rigorosa da Aliança desde a época de Moisés;

– o comando militar era realizado através de líderes carismáticos (juízes) que ocasionalmente se armavam, reuniam suas tropas e iam a combate;

– havia certa entreajuda entre as tribos, que ora se uniam contra um inimigo comum, ora se uniam para tomar decisões entre si.

Na época do tribalismo Israel teve a grande vantagem de encontrar os reis cananeus, vassalos do faraó, desprotegidos devido à crise interna do Egito, que não conseguia enviar tropas à Canaã para sufocar rebeliões dos chamados hapirus. Estes vinham das montanhas e combatiam os reis cananeus, mesmo nas planícies (Jz 4 – 5).

O uso do ferro aprendido com os quenitas e a caiação de poços trouxeram muitas vantagens para Israel se firmar e conquistar cidades cananeias.

Porém, alguns problemas surgiram no horizonte do Israel tribal:

         – invasões frequentes de filisteus e madianitas, que traziam tecnologias de guerra (os madianitas, o camelo e os filisteus o largo uso do ferro e a disciplina militar);

– Reis Cananeus que realizavam coalizões contra Israel: de fatos, ao lado dos reis cananeus que se uniam contra Israel ;

– Sincretismo, desvios e crise da fé e Idolatria: a religião dos cananeus era muito tentadora para os israelitas; muitos se desviaram facilmente da fé no Deus da Aliança (Jz 2, 11 – 15);

– Falta de unidade e coesão entre tribos/clãs: vemos este flagrante no Cântico de Débora (Jz 5); enquanto algumas tribos combatiam, outras tribos cada qual cuidava de seus problemas particulares;

– exército esporádico mostrava uma frágil defesa da terra, das famílias e do povo, enquanto os inimigos como os filisteus possuíam um exército bem organizado e disciplinado para combater contra Israel (1Sm 4), ao ponto de terem conseguido até mesmo capturar a Arca da Aliança e matar os filhos de Eli, Hofni e Fineias;

– relaxamento na vida de fé dos levitas e na vida familiar: imperava uma certa anomia, mesmo dentro das famílias e entre as tribos (Jz 19, 1 – 10)

– conflitos entre as tribos: a tribo de Benjamim, por exemplo, chegou a ser exterminada pelas outras tribos (Jz 20, 29 – 48).

         Esses problemas enfrentados pelas tribos de Israel irão provocar numa parte do povo o desejo de se constituir a Monarquia, ao modo dos reis cananeus com quem as tribos tiveram contato bélico ou cultural.

Mesmo contra seus princípios, Samuel, último juiz, acaba sendo intimado por Deus para ungir Saul como chefe (nagid) em Israel, dando assim todo o teor monárquico à figura de Saul, tornando-o o principal entre os israelitas.

Essa transição, como dissemos acima, não foi rápida, mas, com o tempo se tornaria irreversível, apesar dos esforços das lideranças do povo de Israel em manter certos valores da experiência tribal.

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro – Vigário Paroquial – Paróquia Sta. Cruz Pres. Dutra

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Quatro Grupos, Quatro Tradições e uma só Fé

Hoje em dia os judeus formam um grupo racial homogêneo, ligado à linhagem de sangue e preocupados com sua unidade racial e religiosa. Entretanto, o povo de Deus do Antigo Testamento foi formado pela união de quatro grupos distintos:

Mosaico: grupo dos ex-escravos do Egito; sobressaiu-se sobre os outros (hegemonia); chegaram em 1200 a.E.C. em Canaã, instalando-se nas montanhas;

– Sinaítico/beduínos: associou-se ao Grupo Mosaico no deserto do Sinai (grupo de Raguel/Jetro, sogro de Moisés – ver Ex 18, 1-27). Pertenciam a grupos nômades do Oriente e eram originários de Seir e Edom

Nômades (Abraâmico): remanescentes dos patriarcas, itinerantes arameus, que viviam nas estepes, desertos e montanhas;

– Hapirus: camponeses escravos fugitivos, rebeldes e excluídos das cidades-estado cananéias; viviam nas montanhas e estepes da Palestina. Às vezes, aparecem como um bando de homens e mulheres que vendem sua liberdade, colocando-se a serviço dos reis das cidades-estado, ora como bandos armados e hostis aos reis de Canaã e, portanto, ao Faraó. Constitui-se uma classe social em meio a diversos povo e não uma etnia. Sendo camponeses escravos fugitivos ou excluídos das cidades-estado, saqueavam territórios de reis cananeus. Da palavra hapirus se originou a palavra hebreus (descendentes de Heber, antepassado de Abraão (ver Gn 10, 24).

Esses grupos se miscigenaram entre si e formaram o antigo Israel da Bíblia, unindo suas histórias, tradições e elementos da fé. Ex: o sacrifício de animais vem da tradição dos pastores (grupo abraâmico), as tradições do Êxodo vêm do grupo mosaico 9que se tornou hegemônico) e a adoração a um único Deus (monoteísmo) veio do grupo sinaítico.

Do mesmo modo, ao lermos os textos bíblicos do Antigo Testamento, acreditamos terem sido escritos de uma só vez. A formação de cada texto do Antigo Testamento demorou muito tempo para que chegássemos ao texto final que lemos hoje.

Temos três etapas básicas para a formação de um texto bíblico:

fase dos fatos: o cenário histórico e o contexto de cada fato narrado, fruto de acontecimentos;

– fase oral: as informações sobre os fatos fundamentais da história do povo eram contadas de geração em geração de forma oral; neste processo, havia um “filtro” que selecionava os fatos principais e mais importantes;

– fase redacional (escrita): nesta etapa, os textos começam a ser escritos, mas também selecionados por um “filtro” que estabelecerá os escritos mais importantes para a fé do povo; surgem textos provisórios, que, depois sofrerão acréscimos ou supressões até o texto final, que lemos hoje.

 

Com isso, podermos começar a entender a origem dos escritos bíblicos, que compreende basicamente quatro tradições literárias, desenvolvidas ao longo do tempo, cuja redação final se deu no período pós-exílico (538 – 320 a. C.).

É importante compreender que a consolidação e união das quatro tradições se deu no  Pentateuco e em alguns Livros Históricos do Antigo Testamento. Por isso, o Pentateuco sofre acréscimos, ampliações, reinterpretações e repetições até sua redação final.

As quatro tradições literárias são: a Javista, a Eloísta, a Deuteronomista e a Sacerdotal.

 

TRADIÇÃO JAVISTA(J): remonta do ano 1000 a.C.; surge no Sul (Judá); coloca interesse maior nos patriarcas, de modo especial em Abraão; episódios marcantes: Adão e Eva, Abel e Caim, Dilúvio, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc.; uso do nome JAVÉ, como se fosse o nome mais antigo de Deus; no auge da monarquia davídica, faz-se a redação das tradições sobre Abraão em Hebron/Judá: ver Gn 13, 14 – 18; 18 – 19; destaca-se a ação heróica de Judá na história de José: 37, 26; 43, 1 – 2;  em Gn 38 apresenta a genealogia de Davi; defesa da monarquia (Gn 49, 8 – 12; Nm 24, 7.17); importância dada às mulheres e preferência pelos pequenos(caçula); desprezo pelos cananeus e promessas a Abraão.

 

TRADIÇÃO ELOÍSTA(E): No ano 900 a.C., surge no Norte (Israel); seu interesse maior é o tema Aliança; diferenças “acidentais” em relação a J = o essencial é quase o mesmo (mesma fé, patriarcas, etc); evidência maior: José e Raquel(mãe); santuários: Siquém e Betel;

uso da palavra Elohim para falar de Deus; Horeb para falar do Monte Sinai; Jetro (sogro de Moisés, em vez de Raguel ou Hobab, como em J); estilo popular e incisivo; evita antropomorfismo: Deus é “mais distante” do ser humano; referência maior ao Profetismo (Gn 20, 7; Ex 15, 20; Moisés)

 

TRADIÇÃO DEUTERONOMISTA(D): Surge no na de 722 a.C. – questões: a terra e a monarquia; não foi fundido a J e E – apenas justaposta; apresenta um código legislativo e pregações atribuídas a Moisés (sermões); o livro do Deuteronômio funciona como apêndice (conclusão) do Pentateuco; anuncia o amor de Deus através da história de Israel e a Aliança – idéia implícita em toda a JEP.

 

TRADIÇÃO SACERDOTAL(P): Surgiu durante o Exílio da Babilônia (587 – 538 a.C); interesse nos temas: leis, genealogias, cifras, etc.; ênfase maior na Lei e Liturgia, de linha legalista e litúrgica (ver Levítico); idéia transcendente de Deus; estilo obscuro, redundante e abstrato; fundiu as três tradições (J, E e P) numa só obra literária; aproveitou bem o status de redator final; (Ex 25 – Nm 10 +Lv); acréscimos: Nm 13, 15; 17 – 19; 25 – 31; 33 – 36)= 87 capítulos!!!; deixou-nos alguns Salmos: 19, 8 – 15; 85; 96 – 98; 113; 116; 118; 119.

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro – Vigário Paroquial – Paróquia Sta. Cruz Pres. Dutra

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Juízes: Fé e Luta pela Vida

Assim foram chamadas certas personagens insignes que, depois da morte de Josué até à constituição do reino – isto é, desde o século XII ao XI a.C. – libertaram, em várias circunstâncias, o povo de Israel dos inimigos.

Não formaram uma série ininterrupta, mas eram chamados pelo Senhor segundo as necessidades. Eram uma espécie de “líderes” que, cumprida a missão libertadora, continuavam a exercer autoridade sobre o povo pelo resto da vida. Não dominavam sobre todo o povo, mas só nas tribos que libertavam do inimigo; desta forma não é impossível que alguns juízes exercitassem ao mesmo tempo sua função.

O livro dos juízes narra as empresas desses beneméritos libertadores do povo eleito. Em vez de uma história propriamente dita, da época, é uma coleção de memórias dos diversos heróis. São doze ao todo, classificados em maiores e menores, não tanto pela diferente importância dos empreendimentos e dos heróis, quanto pelo modo de serem apresentados. Dos menores, o autor contenta-se com citar o nome, alguma notícia da família, a duração de sua atividade e o lugar da sepultura, sem especificar o empreendimento; ao passo que dos maiores narra a história com mais particularidades, segundo um esquema fixo, que comporta quatro momentos: o pecado do povo (práticas idolátricas), o castigo (dominação estrangeira), o arrependimento e a libertação por obra de um juiz.

Esse esquema está em perfeita harmonia com o pensamento dominante (2, 11 – 19) da introdução especial (2, 6 – 3, 6) ao corpo do livro, que defende a tese segundo a qual Israel foi feliz enquanto se manteve fiel ao Senhor, e infeliz quando se apartou dele. Com isto dá-nos a conhecer a finalidade do autor: afastar eficazmente os israelitas do culto idolátrico.

Destarte o corpo da obra resulta composto, com sua própria introdução, à qual foi anteposta outra introdução geral (1, 1 – 2, 5) e foram acrescentados dois apêndices (17 – 18 e 19 – 22).

Não é fácil precisar a data dos dois fatos narrados nesses apêndices; há, contudo, razões sérias para admitir que ambos se deram nos primeiros tempos dos juízes, pois no episódio dos danitas aparece como sacerdote um neto de Moisés (Jz 18, 30) e um neto de Aarão é contemporâneo de outro episódio. A cronologia do corpo do livro é uma das dificuldades mais laboriosas que possam ocupar os intérpretes e entre as soluções propostas não há nenhuma que satisfaça plenamente. Como quer que seja, sem entrar em discussões inúteis, basta recordar que segundo (1Rs 6, 1), entre o Êxodo e a construção do templo (4° ano do reinado de Salomão) passaram 480 anos. Portanto, se desse número subtrairmos 4 anos de Salomão, 40 de Davi e outros tantos de Saul (At 13, 21), e ainda 70 anos que decorreram desde o Êxodo à primeira opressão, restariam ainda 330 anos para o período dos juízes. Esse resultado estaria suficientemente de acordo com o que disse Jefté ao rei de Amon (11, 26). Somando-se, porém, todos os tempos das opressões e os dos domínios dos juízes, obtêm-se 410 anos. Deve-se, portanto, admitir que o autor relatou números aproximados.

A parte principal (2, 6 – 16, 31) é obra de um só autor, como prova o esquema delineado e fielmente seguido em toda a narração. O autor, porém, não podia ter sido testemunha de tudo o que narra, já que sua história abrange um período de quase dois séculos. Serviu-se, portanto, de documentos preexistentes e de tradições orais. A sua fidelidade às várias fontes se manifesta na concisão com que narra fatos de máxima importância e que um escritor menos escrupuloso teria ampliado a seu bel-prazer.

Quando foi composto o livro? Com boa verossimilhança pode-se crer que foi nos primeiros anos do reinado de Saul. Com efeito, quatro vezes observa-se nos apêndices que os inconvenientes narrados aconteceram quando “em Israel não havia rei e cada um fazia o que lhe agradava.” Tal coisa só podia ter sido escrita nos primeiros tempos da monarquia, quando se gozava dos seus bons efeitos e ainda não pesavam gravames que sobreviriam mais tarde.

Portanto, os juízes se constituíram lideranças carismáticas, cuja função era função: julgar, liderar, guerrear, aconselhar

Estabeleceram uma ocupação gradual das terras de Canaã através da  coalizão entre tribos e grupos diferentes para auto-defesa/solidariedade;

Interessante notar que  o livro ignora totalmente o protagonismo de Josué na ocupação das terras de Canaã.

Principais juízes: Otoniel e Aod (3, 7 – 11 e 12 – 30) Débora (4, 4s), Barac, Jael, Gedeão(6, 11 – 24), Jefté(12, 7), Sansão(13, 1 – 16, 31).

Das montanhas, clãs de Hebreus descem à planície;

Jz 1, 1 – 21: fala das tribos do Sul (Judá e Simeão) – e de alguns grupos menores (Caleb, Otoniel, quenitas e outros)

Jz 1, 22 – 26: menciona a casa de José, que toma Betel de forma triçoeira.

Jz 1, 27 – 36: lista de cidades  que os israelitas não conseguiram conquistar.

As informações de Jz é a chave de leitura histórica para entender a ocupação de Canaã; o livro não oculta os conflitos entre algumas tribos (ex.: Jz 19, 1 – 20, 48)

A proposta de vida era a distribuição justa de terras conquistadas; a fé no Deus único, Deus da Aliança numa Fidelidade conforme a dinâmica de Abraão e de Moisés;

Os juízes conseguiram a Organização de ocasionais exércitos para a defesa contra os inimigos internos (reis cananeus e grupos dissidentes) e inimigos externos (como os filisteus, madianitas, hititas, etc).

As Decisões fundamentais eram decididas em assembleias. Destaque: Assembleia de Siquém (ver Js 24 = Jz 20).

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro – Vigário Paroquial – Paróquia Sta. Cruz Pres. Dutra