A EXPANSÃO TERRITORIAL:
Davi conseguiu expandir ao máximo o seu reino:
1.º contingente conquistado: a área ocu pada pelas dez tribos do Norte e pelas 2 tribos do Sul;
2.º contingente conquistado: conseguiu submeter Edom, Moab, Amon, Aram-Soba e Aram de Damasco, obrigando-os a pagar-lhe tributos; em Aram de Damasco e Edom foram colocados israelitas para governar esses estados (2Sm 8, 1 – 14; 10, 18 – 19);
3.º contingente conquistado: reinos vassalos da Filistéia (1Cr 20, 4), Gessur (2Sm 3, 3; 13, 37), Emat da Síria (2Sm 8, 9 – 10) e Tiro, governado por Hiram (2Sm 5, 11).
Foi um domínio complexo, do ponto de vista militar, administrativo e político, porém habilmente governado pelo rei Davi (2Sm 3,3; 13, 37).
O ESTADO DE DAVI (ISRAEL)
Aos poucos, o poder comunitário do sistema tribal se torna CENTRALIZADO; Davi promove a formação de um grande estado; isso é mérito pessoal de Davi.
As causas para que Davi formasse um Estado em Israel foram:
– o Egito perdera toda a hegemonia e influência sobre Canaã;
– as ameaças externas foram amenizadas por Davi (ex.: os filisteus, os amonitas, os edomitas, os moabitas e os arameus);
– a diplomacia de Davi com os vizinhos;
– a união de forças internas: Judá(Sul) e Israel(Norte) sob um mesmo rei;
– a manutenção de um exército profissional permanente;
– aresidência em Jerusalém, lugar estratégico;
– a burocracia criada e a autonomia do rei;
– a organização de cargos (2Sm 8, 16 – 18; 20, 23 – 25);
– a perda da influência das tribos frente ao governo estatal centralizado.
A IDOLATRIA E OS PROFETAS GAD E NATÃ
Davi promove assim o “SINCRETISMO DE ESTADO”; com isso, visava unir as tribos no plano religioso; entretanto, foi desaconselhado pelo profeta Natã a construir um “templo ao Senhor” (2Sm 7, 1 – 3);
Porém, alguns elementos do culto cananeu foram incorporados à fé de Judá e Israel na época de Davi:
– a idolatria régia e promessa de dinastia eterna (2Sm 7, 15);
– a ideia de que o rei é “filho da divindade” (Sl 2; 45, 7; 72, 17; 1Rs 21, 11 – 14);
– a pena de morte a quem ofendesse a Deus e ao rei (Is 8, 21);
– a atribuição de vida eterna ao rei (Sl 21, 5);
– a supremacia dos reis sobre os seres (2Sm 23, 1);
– as funções de proteção e promoção social (2Sm 21, 17; Lm 4, 20);
– a relação com a fecundidade da terra (Sl 72, 6 – 7. 16);
– as funções sacerdotais atribuídas ao rei.
Em 2Sm 24, 1 o profeta Gad faz uma dura crítica a Davi por causa do recenseamento. Recensear era reconhecido como“direito de Deus”. Mas os interesses de Davi eram atualizar a arrecadação de tributos, explorar as forças e recursos do povo e recrutar homens para o exército (Comparar com 1Sm 8, 10 – 17). Porém, Davi reconhece o seu ERRO! (2Sm 24, 10) E PEDE PERDÃO a Deus!
Também o profeta Natã repreendeu Davi por causa do ADULTÉRIO com Betsabeia, esposa do general hitita Urias (1Sm 12, 1 – 25). Esse pecado de Davi oferecia três problemas: Davi se fez dono da vida e da morte de Urias, como se o rei fosse um Deus; atentado contra o matrimônio (adultério) e a família; e a mentira de Davi, quando tentou ocultar seu erro. As consequências desse pecado de Davi podemos ver em 2Sm 12, 10.
SUCESSÃO AO TRONO DE DAVI:
Houve divisões e tensões na família davídica (2Sm 9 – 20; 1Rs 1 – 2). Os problemas enfrentados por Davi foram: a revolta de seu filho Absalão (2Sm 15, 1 – 23) e seu desfecho (1Rs 18, 1 – 32); a rebelião de Seba, da tribo de Benjamim (2Sm 18, 1 – 32); e a ação de Adonias, filho de Davi, (1Rs 1, 5 – 7.9 – 10) em disputa pelo trono com Salomão, o filho preferido de Davi (1Rs 1, 28 – 34).
Surge, então, A INTRIGA entre 2 grupos opostos: (veja 1Rs 1, 5 – 48)
A favor de Adonias estavam o general de Davi, Joab, e Abiatar, o sumo-sacerdote.
A favor de Salomão estavam Betsabeia (mãe de Salomão), o profeta Natã, Sadoc (sacerdotes), Semei, Banaía e o próprio rei Davi.
E é claro: Salomão se tornou o sucessor de Davi.
Pe. Éder Aparecido Monteiro