Como discípulos fervorosos, nossos corações ecoam o ‘sim’ de Maria, aquela que acolhemos não somente como Mãe amorosíssima, mas também como o modelo sublime do ser Igreja. Nela, agraciada em plenitude, contemplamos o ideal da comunidade dos fiéis, incessantemente renovada pela Páscoa gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, e enviada ao mundo como testemunha viva do Reino que Ele instaurou.
Nossa amada diocese irradia a graça divina, que flui abundantemente através de Maria, Mãe de Deus e nossa terna Mãe. Assim também nossa cidade, adornada pela proteção de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, reconhece nela seu farol e guia seguro. Com entusiasmo e fé renovada, celebremos este mês mariano em cada uma de nossas comunidades e em todas as nossas ações pastorais.
Em nosso enfoque pastoral deste mês, voltemos nosso olhar para a vida e o ministério do Papa Francisco. Desde 2013, seu pontificado ressoa como um eloquente chamado à misericórdia e à proximidade com os mais necessitados. Sua ênfase na Igreja como um “hospital de campanha” para aqueles feridos pelas tribulações da vida e sua insistente opção preferencial pelos pobres tocam profundamente a consciência da humanidade. Através de encíclicas luminosas como Laudato Si’ sobre o cuidado da Casa Comum e Fratelli Tutti sobre a fraternidade e a amizade social, Francisco desafia as estruturas globais de egoísmo e injustiça, convidando a um diálogo ecumênico e inter-religioso sincero e fraterno. Sua simplicidade evangélica, seus gestos pastorais concretos e sua constante exortação a uma Igreja menos autorreferencial e mais ardentemente missionária marcam um pontificado que buscou reformar e revitalizar a fé no complexo mundo contemporâneo.
Vivenciaremos neste mês mariano um momento de profunda significância para toda a Igreja: a eleição de um novo Papa. O conclave, tempo denso de expectativa e fervorosa oração, concentra os olhares do mundo na austera beleza da Cidade do Vaticano. A solene reunião dos cardeais eleitores na Capela Sistina, sob o olhar eterno do Juízo Final de Michelangelo, é imersa em um ritual milenar, onde a busca pela vontade divina se entrelaça com a grave responsabilidade de escolher o sucessor de Pedro. A atmosfera é carregada de solenidade e profunda reflexão, enquanto os cardeais, em recolhimento e segredo, depositam seus votos, buscando discernir aquele que o Espírito Santo inspirar a liderar a Igreja Católica neste tempo desafiador. A fumaça que emana da chaminé da Capela Sistina, ora densa e negra, ora anunciadora de esperança em sua brancura, simboliza a espera ansiosa da humanidade por um novo pastor, um guia ungido para conduzir o rebanho de Cristo. A eleição do Papa transcende a mera escolha de um líder religioso; representa a viva esperança de um farol espiritual que inspire a fé, promova incansavelmente a paz e defenda, com coragem e profecia, os valores perenes da justiça e da compaixão.
Como nos recorda o Papa São João Paulo II em sua magistral encíclica Redemptoris Mater: “Maria está presente na história da salvação.” Com júbilo, portanto, reconheçamos a presença constante e amorosa de Nossa Senhora em nossa Igreja Católica, aquela que vela incessantemente por cada um de seus filhos e filhas e continua a interceder por nós, com seu amor materno, junto ao seu Filho dileto, Jesus Cristo. Que a alegria transbordante do Cristo Ressuscitado ilumine abundantemente e fortaleça a todos em seus diversos e preciosos trabalhos pastorais em nossa amada Igreja diocesana.
Pe. Marcelo Dias Soares
Coordenador Diocesano de Pastoral