SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

SÃO PAULO - BRASIL

"O Senhor fez em mim maravilhas." (Lc 1,49)

A Liturgia como lugar privilegiado da Palavra de Deus

A Exortação Apostólica Verbum Domini, do Papa Bento XVI, tem como finalidade tratar da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja. No numero 52 da exortação, retomando a teologia da Constituição Litúrgica Sacrosancum Concilium, explicita o papel fundamental da Palavra de Deus durante o momento celebrativo:

Considerando a Igreja como “casa da Palavra”, deve-se antes de tudo dar atenção à Liturgia sagrada. Esta constitui, efetivamente, o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala hoje ao seu povo, que escuta e responde. Cada ação litúrgica está, por sua natureza, impregnada da Sagrada Escritura… Mais ainda, deve-se afirmar que o próprio Cristo “está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura”. Com efeito, a celebração litúrgica torna-se uma contínua, plena e eficaz proclamação da Palavra de Deus. (VD 52)

A assembleia litúrgica é o contexto por excelência para a leitura e interpretação da Sagrada Escritura. “É na Liturgia que Deus fala ao Seu povo, e Cristo continua a anunciar o Evangelho”. A Bíblia, testemunho mais eloquente da Revelação, unida à Tradição da Igreja, tem na Liturgia seu lugar de cumprimento.

A Palavra de Deus, na sagrada Liturgia, é algo vivo e atual. Sua ação salvífica se concretiza de modo privilegiado nos Sacramentos, em particular na Eucaristia. As leituras que compõem o Lecionário têm como finalidade transmitir o conteúdo da Sagrada Escritura de modo acessível e pedagógico.

A Liturgia é a celebração dos mistérios de Cristo no tempo. Na Liturgia não proclamamos apenas uma Palavra, não fazemos simplesmente uma leitura da História da Salvação, mas a mesma atualiza-se: a Liturgia proclama e realiza os mistérios da salvação na vida do povo de Deus.

Sempre que a Palavra de Deus é proclamada, é o Espírito que fala por meio da voz do leitor e doa o fervor para que a mesma e única Palavra seja interpretada de modos diversos, uma vez que o mesmo Espírito Santo foi quem inspirou a Escritura.

Diante do exposto ate aqui, recordamos aos leitores que não basta ler! O leitor deve saber proclamar o texto. Sua leitura proclamada deve atingir a atenção e o coração dos ouvintes. O leitor deve projetar a sua voz para fora, de forma que fique nítida aos ouvidos da assembleia. Será que em nossas comunidades podemos ser mais caprichosos na proclamação da liturgia da Palavra?

 

Pe. Fernando GonçalvesComissão Diocesana de Liturgia

NOTÍCIAS E ARTIGOS