SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Sínodo dos Bispos 2023: Sinodalidade é comunhão, participação e missão

O questionário ao Povo de Deus da fase preparatória do Sínodo 2023 já está disponível no site da diocese e nas paróquias também já está publicado o endereço. A resposta pode ser individual, mas pode – e deve ser preferível –  ser respondido em grupos, conforme a organização nas paróquias. Por que é preferível em grupo? Porque não se trata somente de uma pesquisa, mas de um ato de escuta e abertura para o outro. Podemos dizer que é um exercício para ouvirmo-nos e escutando-nos possamos também sentir a ação do Espírito Santo.

Neste primeiro momento da fase de escuta em nossa diocese, queremos ouvir irmãs e irmãos das nossas comunidades e aqueles que se declaram católicos, mas não participam da vida da Igreja. Posteriormente ouviremos aa pessoas de outras denominações cristãs, de outras religiões e de grupos da sociedade.

Algumas pessoas podem fazer principalmente duas objeções. A primeira é que “tem coisas” que as pessoas não sabem responder, pois não sabem do que se trata. Muito interessante, pois desta maneira poderemos avaliar até que ponto a nossa organização como Igreja é perceptível e compreendida pelas pessoas que participam das nossas comunidades e pelas pessoas que se declaram católicas.

Outra objeção é aquela que as pessoas dizem não entender o porquê de até mesmo consultar as pessoas que se declaram católicas, mas não participam da comunidade, sequer comparecem às celebrações dominicais. Por detrás desta objeção pode estar um sinal de fechamento e exclusivismo. Esta é uma mentalidade que pode atravancar o deslanchar da atividade missionária da comunidade.

No ministério público de Jesus, onde Ele é protagonista absoluto, percebemos que Ele não faz acepção de pessoas. Fala a todos. Escuta a todos, mesmo que não concorde com todos. Nos seus gestos e palavras há uma opção preferencial, mas não exclusiva, para com os pobres. É somente ao demônio, pai da mentira, que Ele ordena que se cale. A multidão, composta dos mais variados tipos de pessoas, é um dos grandes interlocutores de Jesus.

Existe, sim, e é de grande importância a comunidade dos discípulos. Esta comunidade é instrumento de mediação na proclamação da Revelação de Deus com o consequente anúncio do Reino.

Nós somos a comunidade de Jesus, hoje. Não somos melhores que os outros, mas escolhidos por Ele para vivenciarmos este serviço mediador. Os discípulos de Jesus algumas vezes se achavam os melhores: afastavam as crianças, impediam o cego de gritar, disputavam para saber quem era o maior ou quem iria ocupar o lugar à direita e à esquerda no Reino etc. Passamos também pelas mesmas tentações. Talvez por isso aconteçam as objeções descritas acima…

                “se Jesus não estiver presente e outra pessoa ocupar o seu lugar, a Igreja tornar-se-á um contrato entre os apóstolos e a multidão, cujo diálogo acabará por seguir o enredo do jogo político. Sem os apóstolos (a comunidade de Jesus) autorizados por Jesus e instruídos pelo Espírito, a relação com a verdade evangélica interrompe-se e a multidão persistentemente exposta a um mito ou a uma ideologia a respeito de Jesus, quer o aceite quer o rejeite. Sem a multidão, a relação dos apóstolos com Jesus corrompe-se numa forma sectária e autorreferencial de religião e a evangelização perde a sua luz que provém da Revelação de si que Deus dirige a quem quer que seja.”  (Documento Preparatório, 20)

Então, participe. Aprendamos a caminhar juntos. Aprendamos a nos escutar. Estejamos abertos ao que o Espírito diz à Igreja.

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano

PARTICIPE RESPONDENDO O QUESTIONÁRIO:

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