Diocese de Guarulhos

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O Reino do Norte – Israel

Foram cinco dinastias diferentes que reinaram: dezenove reis; sete foram assassinados e um se suicidou; foram duzentos e nove anos de rebeliões contra Deus (Aliança) e houve o crescimento da violência, injustiça, suborno, luxo, ao lado do empobrecimento de muitos.

Quanto aos Escritos sobre o Reino do Norte, surgiram relatos bem posteriores aos fatos narrados, com interpretações bem determinadas (1Rs 12, 1 – 2 Rs 17).

REIS QUE IMPRIMIRAM SUAS MARCAS PROFUNDAS NO REINO DO NORTE (ISRAEL):

JEROBOÃO I – ver 1Rs 14 (931 – 910 a.C.)

Morou em Tersa (1ª. Capital do Reino do Norte; liderou uma revolta contra o rei Salomão; foi chamado a ser rei pelo profeta Aías de Silo (1Rs 11, 29 s); construiu santuários em Betel e em Dã, colocando neles o bezerro de ouro (uma representação divina); durante seu reinado, o profeta Aías se distanciou do rei (1Rs 14, 1s) porque este favoreceu a idolatria no reino, como forma de manipulação e exploração política. Deixou seu filho Nadab no trono, porém, após dois anos, Baasa assassinou Nadab e tomou o trono de Israel.

AMRI – ver 1Rs 16, 21 – 28 (885 – 874 a.C.)

Em 885 a.C. – começou seu reinado em Tersa. Em 891 a.C. comprou de Semer o monte Samaria e ali construiu a capital do Reino (Samaria) – ver 1 Rs 16, 23 – 26.

Foi um período de grande euforia e grandeza do Reino de Israel devido à “prosperidade” econômica. Amri manteve um controle curto sobre o país de Moab.

Amri reinou onze anos, mas sua dinastia ficou por 3 gerações (total: 33 anos!). Foi o único rei de Israel que assumiu o trono por decisão democrática (aclamação pelo povo), após o suicídio de Zambri.

ACAB (874 – 853 a.C.) – ver 1Rs 16, 29 – 22, 40

Exerceu uma política de exploração e violência, sendo ambicioso e sem escrúpulos (veja o episódio da vinha de Nabot em 1Rs 21, 1 – 29). O rei foi condenado pelo profeta Elias e o cumprimento da condenação do profeta chegou a seu tempo (2Rs 9, 22 – 26).

O rei “se arrependeu e fez “penitência” e obteve a misericórdia do Senhor.

Acab casou-se com Jezabel, princesa fenícia de Sidon e adotou o culto a Baal.

Jezabel promoveu uma violenta perseguição e extermínio aos profetas do Senhor.

Abdias, alto funcionário da corte, protegeu muitos profetas (1Rs 18, 9 – 15).

Durante seu reinado ocorre o “ciclo de Elias” (1Rs 17 – 19; 21; 2Rs 1, 1 – 2; 18).

Acab mostrava certo desprezo pelo Senhor (Aliança) e colocava sua confiança nas armas (veja os textos de 1Rs 20 e 22).

Entretanto, cumpre-se a palavra de Elias em relação a Acab: 1 Rs 22, 28 – 38; 21, 19.

Seu filho Ocozias reinou apenas um ano (853 – 852 a.C.) e Jorão (irmão de Ocozias) assumiu o Reino de Israel.

Eliseu, o profeta, ungiu Jeú como rei de Israel, que, depois, foi aclamado pelo povo (2Rs 9, 1ss; 9, 11ss). Jeú usurpou o trono e exterminou a família real, inclusive Jezabel

(2Rs10, 1 – 36).

 JEÚ (841 – 814 a.C.) – ver 2Rs 9, 1 – 10, 36

Inaugurou a dinastia mais longa de Israel: 4 gerações e 98 anos! Teve o apoio do profeta Eliseu, fundamental para manter o governo equilibrado.

Enfrentou guerra contra a Síria (Aram = Damasco), mas perdeu algumas cidades para Bem-Adad III, rei sírio (2Rs 10, 32). Foi uma época de expansão do Império Assírio: Jeú pagou tributos a Salmanasar III (imperador da Assíria);

As narrativas sobre Jeú são breves e brutais: ele era defensor irresoluto do Javismo, porém o autor deuteronomista o condena, por ele ter mantido o culto em Dã e Betel aos bezerros de ouro, conf. 2Rs 13, 6.

JEROBOÃO II (783 – 743 a.C.) – ver 2Rs 14, 23 – 29

No tempo de seu pai Joás morreu o profeta Eliseu; Joás obteve vitórias nas batalhas contra a Síria (Aram) e recuperou territórios. Cresceu a euforia diante do desenvolvimento do Reino de Israel. O rei Jeroboão II restabeleceu a extensão do Reino. A Assíria deixou de exercer influências sobre a região, por causa dos conflitos internos no Império. Com isso, Israel se fortaleceu economicamente (“milagre econômico”), aumentou a produtividade e a euforia religiosa, porém persistiam as desigualdades na distribuição dos bens produzidos.

A RUÍNA DO REINO DO NORTE:

Zacarias, filho de Jeroboão II, reinou só seis meses e foi assassinado por Selum; após um ano, Selum foi assassinado por Manaém; Manaém promoveu um governo violento por cinco anos (1Rs 15, 16). A Assíria retomou o controle sobre a Palestina.

Faceias, filho de Manaém, reinou só dois anos; Faceia, escudeiro do rei Faceias, assassinou o rei e usurpou o trono, chegando a governar por cinco anos. Faceia articulou uma coalizão contra a Assíria, reunindo outros pequenos reinos (sírios/aramitas, filisteus, amonitas, moabitas e edomitas); mas a coalizão fracassou (1Rs 15, 23 – 29), pois Acaz, rei de Judá, não aderiu à coalizão; ameaçado por Israel e seus aliados, Acaz pediu ajuda à Assíria, que subjugou a coalizão.

OSEIAS:

Homônimo e contemporâneo do profeta Oseias, foi o último rei em Israel: assassinou faceia e usurpou o trono; submeteu-se à Assíria, pagando altos tributos; tentou uma vã aliança com o Egito, para tentar se rebelar contra a Assíria.

Porém, Salamanasar V, imperador Assírio, descobriu a trama, marchou contra Israel, aprisionou Oseias e destruiu a capital (Samaria); depois, deportou a população e trouxe para Israel gente de outros povos dominados (2Rs 15, 30; 17, 1 – 6 – veja a “Origem dos Samaritanos”). Em 721 a.C. o Reino de Israel deixou de existir, sendo totalmente destruído pela Assíria.

 

Padre Éder Aparecido Monteiro

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