SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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O Diaconado. Serviço de Amor, por Amor – V

Neste caminho que estamos percorrendo falando acerca da vocação sacerdotal em todas as suas fases, chegamos à Ordenação Diaconal. Não foi fácil, já foram percorridos no mínimo uns 9 anos. Entre faculdade, discernimentos e muita oração, o candidato já se viu também diante de crises. Será mesmo que Deus me chama ao sacerdócio? Eu, tão fraco. Tão barro. Não havia outros jovens até mais santos? Essas crises e questionamentos foram amadurecendo e chegamos ao momento da ordenação.

Antes, porém, de falar sobre o primeiro grau da ordem gostaria de lhe perguntar. Conhece algum diácono? Conhece a história de Santo Estevão? O capítulo 6 dos Atos dos Apóstolos relata a eleição de 7 diáconos. “Naqueles dias, aumentando o número dos discípulos, surgiram murmurações dos helenistas contra os hebreus. Isto porque, diziam aqueles, suas viúvas eram esquecidas na distribuição diária. Os doze convocaram então a multidão dos discípulos e disseram: Não é conveniente que abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. Procurai, antes, entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa”, entre estes estava Estevão. Seu ministério fecundo o levou ao mais alto grau do testemunho: O martírio! “E apedrejaram Estevão, enquanto ele dizia esta invocação: Senhor Jesus recebe, recebe meu espírito” (At 7,59).

O diaconado ocupa na Igreja um lugar de destaque e está entre os graus do sacramento da ordem. Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja: “a Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado”.

Embora faça parte do grau da ordem, o diácono não é um padre. Sua função consiste no serviço.“Cabe aos diáconos, entre outros serviços, assistir o Bispo e os padres na celebração dos divinos mistérios, sobretudo a Eucaristia, distribuir a Comunhão, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir os funerais e consagrar-se aos diversos serviços de caridade.” (CIC 1570).

Imagino que também você já tenha escutado: Ah, fulano é diácono, mas como se ele é casado? Nós estamos acostumados, em nossa diocese, aos diáconos somente transitórios. Quem são estes? São os homens que estão em caminho para a ordenação sacerdotal. Depois de um período de estudos, as faculdades de filosofia e teologia concluídas, o exame final chamado “De universa” e a aprovação do conselho de presbíteros, eles são ordenados diáconos e exercem o ministério por um período de 6 meses, ou se o bispo julgar necessário, antecipa o período.

Já os diáconos permanentes não estão caminhando para o sacerdócio. São, em geral, homens casados já a algum tempo e se sentem chamados a este ministério. Neste caso, não fazem promessas de celibato. Somente os que são transitórios fazem. Unidos às suas esposas e com o consentimento delas, atestada a idoneidade do candidato, ele é ordenado pelo bispo.

Tanto os Transitórios quanto os Permanentes são ordenados pelos bispos. Os diáconos permanentes têm seu trabalho, sua profissão com a qual sustenta sua família. É importante lembrar que seu ministério, exercido na comunidade, visa o serviço de caridade. Além do mais, eles são designados pelo bispo para os serviços necessários na diocese e nas paróquias. Rezemos pelos diáconos transitórios para que vivam bem este tempo de serviço em vista do segundo grau da ordem, e que não se esqueçam de que o servir é perpétuo em suas vidas. E rezemos pelos diáconos permanentes para que bem compreendam sua missão e santifiquem suas famílias à medida em que também se santificam.

Em nossa próxima edição do jornal apresentaremos o segundo grau da ordem.

Padre Cristiano Sousa – Representante dos Presbíteros

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