Diocese de Guarulhos

SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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ÊXODO: A FÉ NA EXPERIÊNCIA DA LIBERTAÇÃO

O livro do êxodo abre a narrativa dos fatos falando de uma situação enfrentada pelo povo hebreu antigo: a escravidão.

Temos, então, três detalhe relativos a essa situação:

– um povo sofrido clama sob a opressão do Egito (Ex 1, 18 – 22; 2, 23 – 25);

– um Deus que ouve e acolhe o clamor de um povo escravizado;

– por fim, esse mesmo Deus resolve buscar os meios para libertar esse povo sofrido.

Sendo a fé sempre uma inciativa de Deus, Deus se utiliza do meio humano para libertar seu povo da escravidão: prepara Moisés (Ex 2, 1 – 10 ), embora Moisés se torne um assassino (2, 11 – 22), e lhe dá uma missão (Ex 3, 7 – 11), manifestando-se na sarça ardente (Ex 3, 1 – 6).

Ao revelar seu nome divino “EU SOU” (Ex 3, 13 – 15), Deus deixa bem clara sua transcendência em relação ao ser humano. Ao dar suas instruções para a missão de Moisés (Ex 3, 16 – 22), garante sua fidelidade ao permitir que Moisés realize sinais (Ex 4 , 1 – 9).

Mesmo assim, Moisés tentou se esquivar da missão, mas Deus propõe Aarão como seu intérprete (Ex 4, 10 – 17). Por fim, Moisés parte de Madiã para o Egito (Ex 4, 18 – 23) e vai ao encontro de Aarão, seu irmão (Ex 4, 27 – 31).

A primeira entrevista com o Faraó (Ex 5, 1 – 5) não trouxe bons frutos: o Faraó endureceu mais ainda o peso do trabalho sobre os escravos hebreus (Ex 5, 6 – 14), gerando queixas dos escribas hebreus (Ex 5, 15 – 18) e recriminações contra Moisés (Ex 5, 19 – 6, 1).

Tendo enfrentado esse primeiro obstáculo, começam as intervenções diretas de Deus para enfrentar o Faraó: os nove prodígios (pragas: ver Ex 7, 14 – 10, 29) com duplo significado:

– o poder de Deus de colocar as forças da natureza a favor dos planos de Deus e contra o Faraó;

– Deus mostrando sus superioridade em relação ao Faraó, que pretendi ser um deus.

Outro fato que nos mostra “Deus no comando” dos fatos é o endurecimento do Faraó, permitido por Deus, mesmo após alguns prodígios.

Por fim, o último prodígio (praga), a morte dos primogênitos (Ex 11, 1 – 10; 12, 29 – 34) nos mostra o que Deus foi capaz de realizar para salvar seus filhos hebreus do sofrimento.

Aparentemente para que Deus odeia os egípcios ao impor essa última praga; mas o problema é que, quando o pecador se obstina no pecado, atrai a si a sua própria ruína. Foi o que houve com o Faraó e seus súditos.

Tendo “dobrado” o Faraó, agora era preciso preparar-se para a saída da terra da escravidão. Tal experiência histórica se torna um MEMORIAL, a ser repetido, celebrado e lembrado todos os anos.

Os preparativos (Ex 12, 1 – 14), os pães ázimos (Ex 12, 15 – 20; 13, 3 – 10), as prescrições (Ex 12, 21 – 28) e a questão dos primogênitos (Ex 13, 1 – 2. 11 – 16), tudo isso se relaciona à Páscoa, saída dos hebreus da terra da escravidão (Ex 12, 37 – 42; 13, 17 – 22).

A Páscoa tem esse tríplice significado:

– passagem da condição de escravo para a situação de povo livre, no caso dos hebreus;

– passagem do Senhor pelas portas das casa no Egito para julgar e condenar (no caso, os primogênitos do Egito) e para salvar (no caso, o povo hebreu);

– passagem pelo mar, significando a transição para uma vida nova, constituindo-se assim uma prefiguração do Batismo.

Apesar da perseguição dos Egípcios (Ex 14, 5 – 19) ao povo hebreu em marcha para o mar, prevaleceu o que Deus determinara com o milagre do mar e o canto de vitória de Moisés (Ex 15).

A fé do povo hebreu tem seu gérmen nesta experiência de libertação, que se tornou paradigma para outras libertações que viriam acontecer.

A Páscoa hebraica se tornou prefiguração da Páscoa de Cristo, que passou da morte para a vida. Também quando nos confessamos saímos de um estado de escravidão para a vida de filhos de Deus livres. No Batismo também passamos  pela água santificada para a vida nova em Cristo, libertados da morte e do pecado.

 

Pe. Éder Aparecido Monteiro – Comissão de Liturgia

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