SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Diocese de Guarulhos presente no 15º Intereclesial da CEB’s do Brasil

Aconteceu nos últimos dias 18 a 22 de julho em Rondonópolis- MT, o 15º intereclesial das CEBs do Brasil, foram dias de esculta, reflexão, testemunho e partilha de experiências de vários (as) irmãos (as), vindo das mais variadas realidades sociais, eclesiais e culturais de todos os cantos do nosso Brasil, além de representantes de países da América Latina e Caribe, onde também a Diocese de Guarulhos se fez presente com dois delegados.

O encontro teve início com a celebração religiosa aberta ao público realizada no centro de eventos Santa Terezinha, que reuniu cerca de 1500 pessoas, representantes da CEBs de todo brasil (Centro Oeste, Norte, Nordeste, Sul e Sudeste), além de religiosas e religiosos, bispos, padres e diáconos, lideranças de organismos ligados a igreja católica e outras denominações cristãs e expressões espirituais, movimento sociais e populares, seguindo a metodologia do ver, julgar e agir, com a temática uma Igreja em saída na busca de vida plena para todos, buscou  refletir acerca da realidade social e eclesial do brasil e da américa latina.

Neste 15º intereclesial, se fizeram ecoar gritos das mais diferentes realidades, mostrando-nos os grandes desafios presente nas realidades urbanas e rurais, de modo especial nas periferias geográficas, sociais e existenciais do país, realidades estas marcada pela urbanização desmedida, polarização política, pelo aumento da desigualdade, do individualismo, do preconceito e do consumismo, ocasionando assim a destruição da vida no planeta e desconsiderando a ecologia integral, como alerta o Papa Francisco.

Entre os vários gritos que nortearam esse encontro podemos destacar, o clamor pelo fim de todas as formas de violência nas famílias, contra as mulheres e crianças, outro forte grito brota dos jovens que buscam sentido humano e cristão para sua vida; os povos indígenas e originários, quilombolas que são invisibilizados, estão doente e são encarcerados, soma-se a isso a tentativa de passar o marco temporal, numa contramão da constituição; má distribuição de renda, que gera empobrecimento, desemprego, fome e pessoas em situação de rua, tanto nos grandes centros como nas cidades menores; o trabalho escravo, e as novas formas de exploração do trabalho, evidenciadas nas tentativas de retiradas dos direitos dos trabalhadores; a cultura do ódio, a polarização gerando a coisificação da pessoa; uma política, que gera a fome e a miséria do povo; o agronegócio, a pulverização e o veneno que mata; as novas casa grande e senzalas, explicitando que o racismo em nosso país que ao negro é estrutural e institucional e está inserido no caminho de nosso processo civilizatório; ausência de formação de lideranças conscientes e proféticas, na lógica de uma igreja pra dentro, clericalista e não povo de Deus, em contato com a vida do povo, e ainda outros tantos gritos.

As atividades ocorreram na forma de plenárias distribuídas em comunidades sediadas nas Paróquias de Rondonópolis e atenderam por nomes populares dos biomas brasileiros: Casa comum. Amazonas, Caatinga, Pampa, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica, a fim de valorizar a questão da ecologia, nessas plenárias podemos contar com vários assessores, Leigos, Ministros ordenados, Religiosos (as), inseridos nas lutas sociais.

A partir do julgar, buscamos os ecos emanados da Palavra de Deus com a realidade das comunidades, os ecos da grande Casa Comum com expressões vivas através da oração que revelou o poder das diversas línguas dos povos originários, podemos sentir na pele quando se perde uma língua é o Espírito de um povo que morre, percebemos que Deus entende todas as línguas, mas a colonização mata e oprime a vida dos povos, podemos ver que todos os povos são parentes-irmãos, no mesmo sonho, na mesma luta e na busca da terra sem males, podemos ver comunidades que vibram e reagem vivamente à convocação do Papa Francisco para a construir uma Igreja em saída, podemos ver  que o caminho sinodal nos leva a comunhão, nos leva a ser missionários, a ser fermento de transformação, a ser sal e luz para um mundo melhor para que todos tenham vida em abundância.

Contudo, não podemos nos deixar levar somente a ouvir esses gritos, devemos colocá-los como bandeiras de lutas na nossa atuação sociotransformadora em nossas comunidades e realidades sociais. Durantes esses dias de encontros algumas palavras chaves que Dom Valmor Bispo de Rondonópolis utilizou em sua homilia, que nos ajudaram a refletir para juntos buscarmos maneiras de agir em prol dessas causas: Comunidade, Missão, Reino de Deus e Transbordamento.

O sujeito principal desse encontro é a comunidade, pois ela não é secundaria na vivência da fé, mas precisa de especial atenção, pois é tentada a perder sua identidade de uma vivência de fé comunitária e não podemos ficar olhando mais para o espelho do que pela janela da vida, o amor a Deus deve ser manifestado no amor aos irmãos e irmãs. A missão como remédio de superar as tentações da comunidade, somos Igreja em saída para as periferias, onde devemos socorrer, cuidar testemunhar o Evangelho de Jesus; O Reino que nos é dado, é o próprio Cristo que toma a iniciativa de nos chamar e enviar, é uma realidade que já experimentamos no cotidiano em cada pequeno gesto de fraternidade, solidariedade, defesa e promoção da vida, fazendo-se pequeno para acolher esse Reino, na busca deum novo céu e uma nova terra; diante dos desafios e conflitos, pensar respostas totalizantes, pois existem conflitos que não se resolvem com disciplina mas com o transbordamento de nossas ações, assim com Deus resolveu o conflito do pecado com o transbordamento do amor na cruz, impulsionados pela única missão que é de Deus de ir aos confins do mundo no encontro com o Ressuscitado nos impele a caminhar em busca de um novo céu e uma nova terra.

Também não podemos deixar de mencionar aqui dois verbos que se encontram muito presente em nossa caminhada na busca de um novo céu e uma nova terra: “Encantar” e “Esperançar”. O encantamento pela resistência de um povo sofrido, marginalizado que jamais desisti de seus sonhos e procuram viver um esperançar, passando de uma utopia para a realização na realidade de todos os povos. Como fruto desse Intereclesial foram editadas cartas endereçadas ao Santo Padre o Papa Francisco, Carta aos Bispos do Brasil através da CNBB e a todo povo Brasileiro.

 

Diácono Jenivaldo Pereira de SouzaAssessor diocesano da CEBs

15º Intereclesial da CEB's do Brasil

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