SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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Deixai vir a mim os Pequeninos!

Uma breve discussão sobre a Erotização da infância.

Outubro é o mês em que as atenções se voltam para as crianças. Essa época tornou-se importante também para o comércio, pois marca o início das vendas de Natal. Em meio às dúvidas naturais sobre o que comprar, surge uma questão mais importante: Do que elas estão precisando efetivamente? Uma breve olhada nos perfis disponíveis nas mídias sociais, nota-se um fenômeno preocupante: As crianças estão deixando de ser crianças; estão se apresentando como se fossem adultos, buscando notoriedade e seguidores. Para atingir esse objetivo, apelam para dancinhas eróticas ao som de músicas com letras pornográficas.

Muitas pessoas podem argumentar que, as crianças estão apenas se divertindo, que não há nada de errado e que a maldade está nos olhos de quem vê. De fato, não teria problema algum se o vídeo fosse apenas para registro particular, mantido em casa. Mas a partir do momento em que eles se tornam públicos e, com o aval dos próprios pais, qualquer pessoa pode copiá-los e utilizá-los como quiserem. É o que tem acontecido ultimamente, quando grupos criminosos alimentam sites de pornografia inserindo imagens de crianças que foram colhidas dos perfis exibidos na mídia social. Essa é a nova face da Pedofilia.

A criança ou até mesmo o adolescente, não possui maturidade suficiente para avaliar as consequências dos seus atos. Tudo o que querem é alcançar reconhecimento e obter poder através do aumento de seguidores e número de curtidas. O problema é que na ambição de ganhar popularidade, acabam reproduzindo o mesmo padrão hipersexualizado encontrado nas páginas dos adultos. Essa hipersexualização, infelizmente, está se tornando cada vez mais precoce e as consequências não são positivas. Podem causar estresse e ansiedade, além de afetar o rendimento escolar. Contudo, o problema mais grave, é a vulnerabilidade dessas crianças diante desse mundo virtual, tornando-as presas fáceis de pessoas mal-intencionadas.

Neste mês de outubro que é o mês Missionário, mas também um mês em que a sociedade coloca a criança como centro, é importante refletir sobre a nossa missão, seja como genitores ou educadores. Temos um desafio que é resgatar a criança que foi atraída e presa nessa realidade virtual. É preciso enxergar nas coreografias insinuantes, um pedido escondido de socorro. São vozes abafadas e inocentes que, de maneira sutil, clamam pelo direito de ser apenas crianças. Afinal, se o Reino dos céus é dos pequeninos, não existe maneira mais pura de seguir a Deus devolvendo a elas a liberdade perdida e a infância roubada.

 

Romildo R. Almeida – Psicólogo Clínico

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