Quando a humildade se torna sinônimo de grandeza.
No dia 21 de abril deste ano, o mundo acordou com a triste notícia do falecimento do Papa Francisco. Ele se destacou pela coragem e habilidade de comunicação, enfrentando temas difíceis de serem abordados, sobretudo por ser o líder máximo da igreja católica. Quando questionado sobre assuntos conflitantes com a doutrina católica, buscava sempre enfatizar os valores da vida humana. Uma das suas maiores características era a solidariedade e a promoção dos direitos de todos, sempre com a postura de acolhimento e empatia.
Quem sou eu para julgar? Essa frase define bem a essência do Papa Francisco e se tornou título de um livro de sua autoria, que reúne suas reflexões e ensinamentos sobre o tema do julgamento e da misericórdia. O livro se baseia em suas homilias e discursos, abordando a importância de não julgar os outros e de promover uma cultura de acolhimento e compaixão. Exemplo disso, foi quando questionado sobre a posição da igreja em relação aos homossexuais, ele respondeu: “Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la”?
Essa frase é uma aula sobre humildade e tolerância, principalmente na época em que estamos vivendo o retorno de ideias fascistas que ameaçam o mundo. Discursos de ódio e intolerância, têm se tornado frequentes em quase todos os países e se propagam nas redes sociais, colocando em risco democracias históricas e a convivência pacífica entre povos e nações. Quem julga se reveste de arrogância e se supõe melhor do que o outro. Ideias desse tipo, não levam em consideração que somos todos humanos, habitamos o mesmo planeta e somos filhos de um mesmo Deus.
Creio que a associação do Papa Francisco à São Francisco de Assis não esteja só no nome. Podemos ver a sua identidade franciscana na sua simplicidade, humildade e senso de justiça. Também na sua coragem na defesa das minorias, na promoção da paz e no diálogo com outras religiões. A sua Encíclica Laudato si é um verdadeiro tesouro que todas as pessoas deveriam ler e estudar. Lá, podemos ver São Francisco no Papa Francisco, denunciando os crimes que estamos cometendo contra a natureza, podemos entender que a ambição humana está destruindo a vida. Como seria bom se tivéssemos um pouco de Francisco em cada um de nós. A mãe terra, agradeceria e como verdadeiros irmãos, poderíamos cantar: Laudato si, Louvado Seja.
Romildo R. Almeida
Psicólogo clínico