SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

Peregrinos da Esperança ou Peregrinos de Esperança?

Nós, cristãos católicos, neste Ano Jubilar somos chamados a ser, sim, Peregrinos de Esperança. O Peregrino da Esperança é aquele que está em busca da Esperança que não decepciona. O Peregrino de Esperança já possui a Esperança e, portanto, dela transborda e manifesta os sinais da Esperança e a significa para a humanidade.

De fato, “…justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança a virtude comprovada, a virtude comprovada a esperança. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. (Rm 5,1-5)

Neste texto que inspira o Jubileu da Esperança, a primeira coisa que se nos apresenta e nos diferencia em sermos Peregrinos de Esperança e não Peregrinos da Esperança, é a outra virtude teologal que nele aparece: a fé. Duas vezes aparece a expressão “pela fé”. O próprio apóstolo Paulo em outros textos diz que a fé vem pelo ouvido e pela pregação. A fé que temos foi em nós infusa pela ação do Espírito Santo através da pregação da Igreja que ouvimos com nossos ouvidos.

A fé é a nossa resposta de adesão àquilo que nos foi pregado e entrou de modo avassalador em nossos corações, pois o anúncio da salvação por Jesus Cristo proporcionou-nos o encontro, não como uma ideia ou ideologia, mas com a pessoa deste nosso Deus, Senhor e Salvador e, que, de alguma maneira, transformou a nossa existência. A nossa “justificação” vem através desta fé, pois nossa adesão ao Senhor Jesus, faz-nos sentir amados e perdoados, não obstante a situação de morte e infelicidade que nos colocaram os nossos pecados. Isso, seguramente, não aconteceu somente uma vez, mas várias vezes, sempre que esta pregação reverberou e ainda reverbera dentro de nós.

Então, a primeira coisa que nos faz Peregrinos de Esperança é a nossa fé. A fé que vence o mundo, como nos diz São João. Esta fé tem um conteúdo, possui uma maneira de enxergar o mundo com os olhos de Deus e acreditar no amor do Pai, aquele amor que o “pai da mentira”, desde o princípio tenta fazer com que duvidemos. A vivência da nossa fé nos faz testemunhas do amor que é mais forte do que a morte. Nenhuma situação de morte neste mundo pode destruir este amor que acreditamos.

Convido a cada um e a cada uma a fazer memória em sua vida daquele ou daqueles momentos em que o anúncio de Jesus fez com que você acreditasse no amor, pois se sentiu amado e amada por Deus. Este é um primeiro passo para entendermos a nossa identidade de Peregrinos de Esperança e não de Peregrinos da Esperança.

Dom Edmilson Amador Caetano

Bispo diocesano

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