SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"O Senhor fez em mim maravilhas." (Lc 1,49)

Advento, o que esperamos?

A liturgia do advento contém uma autêntica espiritualidade litúrgica, centrada na vinda do Senhor e sua espera; a vinda do Senhor na carne e no fim dos tempos, assim como sua constante presença na Igreja que é prefigurada de modo particular em Maria, virgem, mãe da esperança.

Palavras chaves do advento são espera e esperança, vigilância e acolhimento. A espera e a esperança que a liturgia do advento nos inspira não nos deixam tranquilos e sossegados no mundo e na história em que vivemos. Ela nos inquieta, porque tem dentro de si um dinamismo que mexe conosco e nos impulsiona. O clamor pela vinda e chegada de Cristo novamente à história humana acompanha o drama dos filhos da nova e eterna aliança, que desde a manifestação plena de Deus em Jesus Cristo, exclamam pressurosos: Maranathá! Vem, Senhor Jesus!

Estas atitudes de espera e esperança do advento são tão grandes e importantes que não podemos perdê-las. Devemos nos dar um tempo e ajudar também nossos irmãos, para que possam abrir-se os corações, precisamente no advento, para o Senhor que vem. Se ele vier sem encontrar os corações abertos, ele não pode entrar. A liturgia do advento oferece a melhor ajuda para que aconteça esta abertura.

Devemos também valorizar os símbolos que nos falam da vinda do Senhor, como por exemplo a coroa do advento, que nos mostra a aproximação e o brilho, cada semana mais forte, da luz que está vindo ao mundo. A árvore do natal e o presépio devem nos lembrar que o Salvador, a luz do mundo, nasceu.

Quando falta Deus, falta a esperança. Tudo perde sentido. Deus conhece o coração do homem. Sabe que quem O rejeita não conheceu o seu verdadeiro rosto, e por isso não cessa de bater à nossa porta, como peregrino humilde em busca de acolhimento. O Senhor concede um novo tempo à humanidade: precisamente para que todos possam chegar a conhecê-lo!

Advento quer dizer que o Senhor vem. Mas ele chega à medida em que o esperamos e nos abrimos para ele.

 

Padre Fernando Gonçalves

Comissão Diocesana de Liturgia

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