Dando continuidade ao itinerário sobre a vocação e a formação sacerdotal, chegamos ao estudo da filosofia. Geralmente, ao chegar à filosofia, o candidato já passou por uma série de discernimentos, trabalhos, crises e confirmações de que a resposta à vocação vai lhe custar nada mais do que a vida. Sim, ao candidato não se negue a conhecer a verdade. Ele será um homem hóstia. Sua vocação se realizará em plenitude quando ele fizer de sua vida um grande sacrifício. Por isso a vocação ao sacerdócio tanto escandaliza o mundo moderno.
Do propedêutico, período de um ano, (tratado na matéria passada) ao primeiro ano de filosofia, o candidato escreve seu discernimento por meio de uma carta, dirigida ao bispo diocesano, pedindo o ingresso nos estudos filosóficos. Este estudo levará, em geral, três anos. Muitas pessoas, até hoje, nos questionam sobre a necessidade do estudo da filosofia para sacerdotes. Recorramos ao magistério eclesiástico. São João Paulo, na Fides et Ratio diz que: “Fé e Razão são duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”.
O sacerdote, como amante da verdade, jamais se contentará em conhecer as coisas pelo ouvir dizer ou pelas impressões apresentadas pelos outros. Serve para nós o dito por São Tomás: “a filosofia busca a natureza das coisas mesmas e não do que as pessoas acham”. Em seu período de estudos filosóficos, o candidato se deparará com os grandes questionamentos e se debruçará sobre a verdade. Aprenderá a construir raciocínios lógicos obtendo conhecimento sólido que lhe permitirá dialogar também com o mundo intelectual.
“É preciso dar razões da fé”, os dramas humanos e a mística da religião se dão as mãos. Mesmo a fé se expressando misticamente, ela carece de conceitos humanos para serem demonstrados. A razão é, pois, instrumento no conhecimento e na apresentação dos conceitos. Mesmo que insuficientes, os conceitos nos ajudam a dar um passo.
Quais são os maiores dramas da humanidade? Quais foram até hoje os maiores dramas? Como o sacerdote é o hábil médico das almas, nenhum drama pode lhe ser desconhecido. No emaranhado da vida, o sacerdote apresenta o Cristo, A ÚNICA VERDADE. Se a filosofia se empenha na busca da Verdade e da Felicidade, não pode se deparar senão com Cristo. Por isso, temos dentro da filosofia os grandes pensadores que são também santos: Santo Agostinho, Santo Anselmo, Santo Alberto Magno, São João Paulo II, Santa Teresa Benedita da Cruz, Bem-aventurado Duns Scotus.
Imagine a fé não se preocupar com as questões que inquietam o homem? A Revelação, nossa maior riqueza, apresenta um Deus que não somente olhou as inquietações do homem, mas as assumiu. Sim, o sacerdote que prega o Verbo Encarnado, manifesta que a razão humana pode sim se aproximar do mistério e dizer palavras sobre O Mesmo.
Olhemos para os nossos seminários e rezemos para que ali sejam formados santos homens, envolvidos com os anseios e dramas do homem assumidos por Cristo. Colaboremos com o nosso seminário. A faculdade de filosofia, assim como todo o estudo dos nossos seminaristas, é custeada pela divina providência que passa pelas suas santas mãos. É amigo do seminário? Não? Se torne um amigo do Seminário, contribua e reze pelas vocações. Conheci uma senhora que contribuía e rezava. Ela dizia: “padre eu rezo pelos seminaristas principalmente por aqueles que não têm vocação, para que Deus os tire logo de lá”. Rezemos pelo discernimento de todos eles, para que possam descobrir e fazer a vontade de Deus!
Padre Cristiano Sousa – Representante dos Presbíteros