SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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As Comunidades Eclesiais Missionárias

Em nossa diocese estamos vivendo o pós Assembleia Diocesana de Pastoral, que aconteceu no mês de março. Estamos levando mais tempo que no passado para traçar ações concretas. O motivo é que se optou por incrementar o nosso modo “sinodal” de ser Igreja. Foi dado mais tempo para a escuta.  Após a Assembleia foram ouvidos os coordenadores diocesanos das Pastorais e Movimentos. Tivemos também a escuta do Conselho Diocesano de Pastoral. Entre os meses de agosto e setembro foi o momento de o bispo ouvir os Conselhos Forâneos de Pastoral. Este grande tempo de escuta para aplicação das prioridades escolhidas na XI Assembleia Diocesana de Pastoral, está chegando a seu término.

Entretanto, uma das coisas que mais clamam em nossa pastoral, é a vivência do pilar da missionariedade através das “pequenas” Comunidades Eclesiais Missionárias (CEM), que necessitamos restaurar na diocese e, ao mesmo tempo, neste retomar, mesmo em tempos de pandemia, precisamos deixar explícito que somos uma Igreja em saída. Na escuta das foranias percebe-se que há um anseio de ir ao encontro das pessoas. O mundo cada vez mais urbano, onde angústia o individualismo e a solidão, é uma porta para o Evangelho. Temos realmente que nos preocupar com a existência de tantas pessoas que vivem sem força – e situação agravada pela pandemia – encontram-se deprimidos, precisando de uma restauração pelo anúncio do Evangelho. Quanta coisa boa pudemos experimentar durante o tempo mais rígido da pandemia através das novas tecnologias de comunicação. No entanto, não somos e nunca seremos uma Igreja virtual. Somos a Igreja do encontro e da comunhão.

Uma das ações concretas vamos começar a realizar neste mês de outubro, mês das missões. No dia 08/10 iremos ter uma formação diocesana do Ministério da Visitação, que é uma forma de expressarmos o ser “Igreja em saída”. Um Ministério que deverá em primeiro lugar tocar o coração das pessoas com o anúncio explícito de Jesus Cristo, como Senhor e Salvador. Um anúncio que leve as pessoas, a partir de suas próprias casas, a um encontro pessoal com Jesus Cristo. Aqui, são competentes, os irmãos e irmãs que experimentaram e experimentam, a partir das CEM, esta vivência. Irmãos e irmãs sustentados pelos pilares da Palavra e do Pão.  Não é um modo técnico de fazer. É algo que brota do âmago da missionariedade inscrita no coração de cada discípulo de Jesus.

Em segundo lugar, é preciso também deixar claro e de maneira inequívoca, que o seguimento de Jesus, o discipulado, não se faz individualmente e de maneira solitária. O seguimento de Jesus só é possível em comunidade, na CASA. Ligado a este segundo lugar, vem o terceiro lugar: a missionariedade da Igreja só será forte e perseverante continuidade, com o multiplicar-se das Comunidades Eclesiais Missionárias pelo território da nossa diocese. Portanto, o Ministério da Visitação, tem esta finalidade: Anunciar – Realizar Comunhão – Congregar – Enviar para Anunciar.

Estas CEM devem possuir as mais variadas expressões, conforme o Espírito Santo de Deus vai nos concedendo ser. Podem nascer a partir dos Grupos de rua. Podem multiplicar-se com a já consagrada ação das CEBs.  Podem ser oriundas da diversidade e experiência de Jesus Cristo, a partir dos mais variados Movimentos. Podem nascer a partir dos mais variados espaços celebrativos que possamos ter em nossas paróquias.  Não há como limitar a “criatividade” do Espírito Santo. Nem queiramos limitar a ação do Espírito.

As CEM não podem ser um “gueto proselitista e espiritualista”, pelo contrário, devem estar abertas a todas as realidades circundantes. Toda vivência eclesial deve também abrir-se para a dimensão sociotransformadora do Evangelho. Esta dimensão, sabemos, é expressa pela sustentação do pilar da caridade.

 

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.Bispo diocesano

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