A nossa reflexão continua a do último mês. Seria bom relê-la.
Leia: (Artigo – Março 2025)
Retomemos o texto inspirador do Jubileu da Esperança:
“…justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança a virtude comprovada, a virtude comprovada a esperança. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. (Rm 5,1-5)
O dom infuso da fé não pode estar desunido daquele da esperança. Faz parte do conteúdo da nossa fé gloriar-se “na esperança da glória de Deus”. A adesão e a vivência da nossa fé nos colocam em perspectiva escatológica, pois “se temos esperança em Cristo somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens.” (1Cor 15,19) A vitória de Cristo em tudo e em todos é a esperança que nos move ao combate pela fé a cada dia. Nos faz ter sempre disposição renovada em realizar os sinais de esperança. É a nossa segurança. De fato, uma das imagens mais antigas para indicar a esperança é a âncora. Uma embarcação firmemente ancorada não soçobra mesmo nas mais furiosas tempestades.
A esperança da glória de Deus faz parte do conteúdo da fé exatamente pelo fato de não nos deixar inertes diante da situações que devemos enfrentar com a luz da fé. Entretanto, a virtude teologal da esperança torna-se completa em nós, exatamente, quando nos movemos pela fé, afinal nos recorda o apóstolo Tiago que a fé sem obras é morta. Esta é uma forma de entendermos a continuidade do texto da carta aos Romanos: “E não é só. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, a perseverança a virtude comprovada, a virtude comprovada a esperança.”
Para “ativar” em nós a virtude teologal infusa da esperança não podemos deixar-nos cair no imobilismo diante das respostas que somos chamados a dar, nas mais variadas e adversas situações. Combater pela fé e defender a fé fazem parte desta “ativação”.
O pecado da omissão, nas palavras, nas atitudes e nos atos, nos impede de ser Peregrinos de Esperança.
Dom Edmilson Amador Caetano, O. Cist.
Bispo diocesano