SÃO PAULO - BRASIL

“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"O Senhor fez em mim maravilhas." (Lc 1,49)

‘‘Pai Nosso que estais nos Céus’’ 2

Faço algumas últimas considerações sobre algumas exigências para poder rezar o Pai Nosso.

Como Jesus, elevar os olhos aos céus. Não fisicamente, pois os céus não estão dentro do nosso espaço físico-temporal. Estamos diante do Deus onipresente e onisciente. Aquele que é perfeito e misericordioso. (cf Mt 5 e Lc 6). Não podemos sequer comparar o Pai que está nos céus com o nosso pai terreno. Pode ser até que muitos de nós possamos ter experiências traumáticas em relação ao nosso pai terreno, o que pode provocar uma imagem distorcida  do Pai que está nos céus. E, assim, desta maneira, duvidarmos do amor do Pai e rezarmos desacreditados do amor e  ouvintes da catequese do pai da mentira, que fez a humanidade não acreditar no amor e que em tantas circunstâncias diante da nossa história, nos faz duvidar que o amor do Pai esteja presente: “Jesus respondeu: Se Deus fosse vosso pai, certamente  me amaríeis, pois é da parte de Deus que eu saí e vim. Eu não vim de mim mesmo; foi Deus quem me enviou. Por que não entendeis minha fala? É porque não sois capazes de escutar minha palavra. Vós tendes por pai o diabo, e quereis fazer o que o vosso pai deseja. Ele era homicida desde o princípio  e não permaneceu na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala do que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8, 42-44) Portanto, elevar os olhos aos céus é ter uma atitude interior de total entrega e confiança no amor do Pai.

Erguer mãos puras. “Quero, pois, que, em toda parte, os homens orem, erguendo mãos santas, sem ira nem contenda.” (1Tm 2,8) O Pai que está nos céus, não é o Deus da vingança, que faz a história mover-se pela economia do ódio. Em Mt 5,21-48, temos os vários “ouvistes o que foi dito…eu porém vos digo”. É Jesus mostrando o pleno cumprimento da Lei, não a abolindo. O versículo 48 conclui esta seção dizendo: “Sede, portanto, perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” e Lucas em 6,36, conclui os mesmos ensinamentos, traduzindo e esclarecendo a perfeição com a misericórdia: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso”.

Erguer mãos puras, portanto, significa aceitar o mistério da Cruz de Jesus e estar concorde que o amor nesta dimensão de Cruz traduz a perfeição e a misericórdia do Pai. Até o gesto de erguer as mãos para a oração do Pai Nosso faz com que nosso corpo assuma a forma de cruz e mostrar as palmas das mãos, rezando como o Senhor nos ensinou, deve expressar, ao menos, o desejo de não termos ódio no coração e que chamamos a Deus de Pai, no mesmo espírito do amor de Jesus, erguendo mãos puras.  Que a intensidade deste desejo seja realmente sincera, pois nem sempre nossas mãos estão puras!

O evangelista Mateus várias vezes usa as expressões “o Pai que está no céus”, “vosso Pai celeste”. Parece querer ensinar que a comunidade dos discípulos de Jesus é a comunidade do Pai que está nos céus. Somente no capítulo 18 aparece  sete vezes a expressão. No término do ensino do Pai Nosso em Mateus, aparece a condição para que oração do Senhor seja, digamos, “bem rezada: “Com efeito, se perdoardes as faltas aos outros, também vos perdoará o vosso Pai que está nos céus. Se vós, porém, não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas.” (Mt 6, 14-15)

 

Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano

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O nascimento de uma vocação

“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei.” (Jr 1,5). Esse texto retrata o chamado do