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Aquecimento Global e Saúde Mental

O planeta está com febre, mas os doentes somos nós!

A Campanha da fraternidade deste ano cujo tema é Fraternidade e ecologia integral, nos convida a refletir sobre um problema que afeta a todos independente da sua posição ideológica. As mudanças climáticas, já são visíveis na forma de deslizamentos de terra, enchentes, seca, incêndios florestais, etc. Em meio a esses fenômenos, um problema tem gerado preocupações e já se torna também visível. Estamos falando da saúde mental das pessoas envolvidas com essas mudanças. Pessoas que habitam locais vulneráveis a eventos climáticos, são inseguras, vivem em constante estresse, condições propícias para desenvolverem problemas de depressão e ansiedade.

Muitas pessoas buscam atendimento psicológico, depois de ter a casa invadida pela enchente e perder todos os bens. Essas pessoas podem desenvolver um quadro chamado de Transtorno de Estresse Pós-traumático. Os sintomas típicos incluem a revivescência repetida do evento traumático, sob a forma de lembranças invasivas (“flashbacks”), de sonhos ou de pesadelos. Fora isso, o transtorno gera um retraimento social, ou seja, a vítima evita contatos, perde o interesse pela vida, pois na sua mente existe sempre a ameaça de que tudo vai acontecer novamente.

As ondas de calor que ultimamente têm assolado o país de norte a sul, trazem consequências danosas a todos, mas crianças que estudam em escolas públicas têm sofrido muito mais com altas temperaturas no interior das salas de aula, que chegam a atingir 40 graus. Se essas temperaturas combinadas com a alta umidade já são inviáveis para o funcionamento do organismo, o que dirá para o aprendizado? Sem dúvida, as crianças pobres são as principais vítimas e certamente sua formação ficará comprometida, diferentemente das escolas particulares que contam com ar condicionado.

O Papa Francisco encontra-se internado em um hospital em Roma, lutando bravamente pela vida. É oportuno lembrar as suas palavras proferidas em 30/08 de 2024 a respeito do aquecimento global: “Se medirmos a temperatura do planeta, isso nos dirá que ele está com febre, que ele está doente. Precisamos nos comprometer com a proteção da natureza, mudando nossos hábitos pessoais e comunitários”. Há um consenso por parte da ciência de que a vida do planeta está ameaçada e que se algo não for feito agora, não haverá futuro para as próximas gerações. Certos governantes, porém, preferem julgar essa questão por um prisma ideológico. Não importa se você é católico, protestante ou ateu, se é de direita ou esquerda, capitalista ou comunista, o planeta está com febre, mas os doentes somos nós.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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