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“O Senhor fez em mim maravilhas.” (Lc 1,49)

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"A Esperança não decepciona" (Rm 5,5)

Aprendendo a Perder

Por que os fracassos fazem parte da vida?

Existe um conceito, amplamente difundido de que, para alcançar qualquer objetivo na vida, basta querer. Com base nessa ideia, escritores se tornaram famosos escrevendo livros sobre como enriquecer, ser feliz, etc. O conceito de que o sucesso está ao alcance de todos, desde que desejemos de verdade, cria uma percepção simplista e muitas vezes ilusória da realização pessoal. Para se obter êxito em qualquer objetivo na vida, é preciso levar em conta, as dificuldades, fatores externos, tempo necessário e principalmente, estar preparado para lidar com um possível fracasso.

Eis aqui uma questão muito importante que é também um componente da saúde mental. Desde pequenos somos ensinados a valorizar a vitória e evitar a derrota. Na educação infantil, por exemplo, é comum ver adultos fingindo perder um jogo para provocar na criança a sensação de poder (elas adoram isso). Claro que a intenção de fortalecer um ego, ainda em processo de desenvolvimento, até que é boa, mas a vida não é um jogo feito exclusivamente de vitórias; quem vai facilitar o jogo no futuro? Os fracassos também existem, mas é difícil aceitá-los numa sociedade que só valoriza os mais fortes, mais inteligentes, mais jovens, mais atraentes, etc.

A felicidade, o sucesso são aspirações humanas, é natural que todos queiram alcançá-los, mas a ideia de que o ser humano nasce para ser feliz, brilhar, voar é pura ilusão; a longo prazo, produz mais frustração e desencantamento do que resultados positivos. Essa narrativa é um produto da sociedade moderna, que nos pressiona a estar sempre no auge, a exibir uma vida perfeita nas redes sociais e a buscar uma utopia que simplesmente não existe. Não é à toa que cada vez mais, pessoas estão buscando nos remédios e nas drogas, a solução física para problemas metafísicos e quem ganha com isso são as indústrias farmacêuticas.

Por outro lado, a constante busca por essa felicidade inatingível, nos cega para as alegrias mais simples e mais singelas tornando-nos reféns de nós mesmos. Que tal se alegrar com o sorriso puro de uma criança, se maravilhar com a flor que floresce no jardim e ter gratidão por ter vivido apenas mais um dia? É preciso romper com a ideia utópica e abraçar uma visão mais humana e imperfeita da existência, onde o valor reside na autenticidade e não na perfeição. Uma visão cuja meta não seja esquecer o passado, nem sonhar com o futuro, mas sim, viver simplesmente o presente.

 

Romildo R. Almeida

Psicólogo clínico

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