Dom Otacílio foi nomeado como Bispo em 21 de Dezembro de 2016 pelo Papa Francisco, se tornando assim o primeiro Padre da Diocese de Guarulhos a ser nomeado Bispo.
Nascido em Itapiruçu, distrito do município de Palma, em 17 de novembro de 1960, filho de Nercília de Almeida Lacerda e de João Ferreira de Lacerda. Recebeu os sacramentos do batismo e da crisma em 31 de dezembro do ano seguinte, na Paróquia de Jesus Menino Deus, da Diocese de Leopoldina, em Recreio.
Aos sete anos, mudou-se com seus pais e mais sete irmãos para Guarulhos, onde recebeu a Primeira Eucaristia, em 1962, na Capela Nossa Senhora Aparecida, atualmente sob circunscrição da Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora Aparecida, mas que na época pertencia à Nossa Senhora do Bonsucesso, no distrito de Presidente Dutra.
Desde muito jovem participava ativamente das atividades da Igreja; na adolescência, foi catequista, ministro da Eucaristia e coordenador da Capela Santa Luzia, que, hoje, é sede da paróquia homônima, no bairro Jardim Alvorada.
Entrou para o Seminário Diocesano de Guarulhos em 1982; após concluir os cursos de filosofia e teologia, foi ordenado diácono em 13 de dezembro de 1987. Alguns meses depois, foi ordenado padre em 10 de abril de 1988, por Dom João Bergese, então bispo de Guarulhos. Em 1996, formou-se em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Durante sua trajetória de quase 29 anos como presbítero da diocese de Guarulhos, Dom Otacílio foi pároco e vigário paroquial; presidente do projeto missionário Norte 1 e Sul 1; assessor da Pastoral Operária; assessor da Pastoral da Juventude e do Setor Juventude; diretor espiritual dos seminaristas (2008-2015), superintendente da Cáritas Diocesana; representante dos presbíteros (2003-2010); vice-ecônomo e coordenador diocesano de pastoral da diocese de Guarulhos.
Em janeiro de 2000, foi em missão para a Diocese de Ji-Paraná, em Rondônia, como pároco da Paróquia São João Batista de Presidente Médici. Retornou para Guarulhos no fim de 2002, assumindo a Paróquia do Bonsucesso. Em 23 de fevereiro de 2006, foi para a Paróquia Santo Antônio de Gopoúva.
Em 21 de dezembro de 2016, foi nomeado pelo Papa Francisco, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, com a sé titular de Tulana.
Em 18 de março de 2017, foi ordenado bispo por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida. Foram consagrantes Dom Edmilson Amador Caetano, bispo de Guarulhos, e Dom Emílio Pignoli, bispo emérito de Campo Limpo.
Escolheu como lema episcopal Mihi vivere Christus Est (do latim: Para mim viver é Cristo).
Em 19 de junho de 2019, foi nomeado bispo da Diocese de Guanhães pelo Papa Francisco.
Com Maria, sejamos fiéis discípulos missionários do Senhor.
Em pleno Ano Nacional Mariano, celebrando 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição em Aparecida-SP, e também 100 anos da aparição em Fátima – Portugal, damos início às nossas atividades pastorais, Muitos serão os desafios da ação evangelizadora para a realização das Urgências Pastorais de nossa 10ª Assembleia Diocesana (novembro/2015), mas não podemos jamais nos descuidar, para que, com amor zelo e alegria, firmemos nossos passos na fidelidade do anúncio e testemunho da Boa Nova do Evangelho. E para que tudo isto se concretize, voltemos nosso olhar para Maria, a Mãe de Jesus, a Estrela da Evangelização, iluminados pelo que dela nos falam os Evangelhos e a Tradição da Igreja, sobretudo na formulação e compreensão dos Dogmas Marianos, que serão aprofundados, ao longo deste ano, nos Encartes de Leitura Orante deste jornal. Muitas lições temos a aprender com Maria, para que, de fato, sejamos discípulos missionários do Seu Filho, tendo d’Ele mesmos pensamentos e sentimentos, totalmente a Ele configurados e confiantes, assim como Ela nos disse no primeiro sinal das Bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser “ (Jo 2, 5).
A primeira lição é a abertura aos planos divinos, quando ela disse sim ao anjo Gabriel
para ser a Mãe do Salvador. Também nós, quantas vezes inspirados em Maria, damos nosso sim para que a vontade de Deus prevaleça. Com ela, aprendemos a prontidão e a disponibilidade para servir a quem precisa, como Ela o fez ao se dirigir apressadamente na região montanhosa, grávida, para servir sua prima Isabel, também grávida, em idade avançada. Sem desculpas e lentidão, o discípulo deve colocar-se sempre em atitude de amor, doação e serviço.
Nesta mesma visita, temos ainda outras lições: em tempos sombrios, em que a verdade duela com a mentira, o amor com o ódio, a vida com a morte, irradiarmos alegria e luz, como sinais e instrumentos da presença do Espírito Santo que nos assiste E, com o Magnificat cantado por ela, aprendemos o canto da esperança dos pobres, que em Deus confiam e se comprometem com um mundo novo, marcado novas relações políticas, econômicas, religiosas e sociais. Com Maria, aprendemos a contemplar e a confiar na presença e ação misericordiosa de Deus, que não se distancia da história, mas nela se encarna na Pessoa de Jesus, e nesta encarnação, nossa humanidade é resgatada, reconciliada, e voltamos à plena comunhão, que no Paraíso por desobediência e desejo de onipotência perdemos. O pecado, que entrara por um homem, por outro, Jesus, foi definitivamente destruído.
No Mistério da Paixão, também aprendemos com Maria, o amor incondicional ao Filho, de quem não se separou, permanecendo fiel, em dores, lágrimas vertidas e a alma em indescritível sofrimento. Ela permaneceu aos pés da cruz até o fim, e assim nos ensina também a mesma fidelidade viver: com renúncias necessárias quotidianamente, nossa cruz tomar, completando em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo, por amor a Sua Igreja (Cl 1, 24).
No Mistério Pascal, Maria testemunha a fé no Cristo vivo, glorioso, Ressuscitado, quando se encontra com os discípulos para a Ceia (At 1,14); alimenta-se do Corpo e Sangue do Filho que fora gerado em seu ventre, agora dado em comida e bebida para os discípulos, Pão que alimenta, Bebida que inebria. Na fidelidade ao Senhor, Maria sempre vivenciou o bom combate da fé, e hoje um dos sinais desta fidelidade se manifesta no fortalecimento de nossas Pastorais, sobretudo as pastorais Sociais, assumindo corajosamente a Campanha da Fraternidade 2017: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, tendo como lema “Cultivar e guardar a Criação”.
Fiquemos, por ora, com estas lições, contando com Maria, Mãe de Deus e nossa, que conosco caminha. Não tenhamos medo, como discípulos missionários, pois ela sempre está presente na vida e ação da Igreja, para que no empenho irrenunciável com o Reino de Deus pelo Seu Filho inaugurado, nos comprometamos para que todos tenhamos vida plena e feliz.
Despeço-me deste espaço, como Coordenador Diocesano de Pastoral, assegurando minhas orações para que a caminhada pastoral diocesana continue, tendo o Espírito Santo como o verdadeiro protagonista da Ação Evangelizadora, aprendizes das mais belas lições que Maria nos ensina.
Brevemente, estarei lançado redes em águas mais profundas, como bispo auxiliar na arquidiocese de Belo Horizonte – MG, e conto sempre com as orações de todos.
Sou grato por esta graça alcançada, de modo especial pelo trabalho realizado na Diocese de Guarulhos, na qual nasceu e se fortaleceu a vocação que Deus me concedeu.
Obrigado, Senhor!
Monsenhor Otacilio F. Lacerda